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GUITARRA CAMPANIÇA

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José do Carmo Francisco

 

Nesta tarde de nevoeiro

Onde o olhar se espreguiça

Vem do lado do Barreiro

O som de uma campaniça

 

Vem do lado do Barreiro

Passa por cima do Tejo

Mas o som chega inteiro

Como no Baixo Alentejo

 

Oiço o coro já se arrasta

No fundo da minha rua

Mas o coro não me basta

Quero ouvir a voz que é tua

 

Eu faço de cada poema

As cordas de uma viola

E escondo-me no cinema

Sempre que falto à escola

Julgo ver o teu olhar

Na linha do horizonte

Silhueta a atravessar

A estrada para o monte

 

São casa, são corações

Onde quero ser habitante

Procuro nestas canções

Chegar ainda mais adiante

 

Quero ouvir-te em directo

Sem recurso ao diferido

Quero um poema concreto

O titulo está estabelecido

 

O titulo está no teu nome

Os versos são os teus dedos

Os meus olhos têm fome

Do doce dos teus segredos

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