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Revista Alentejana (2ª série) in memoriam. Um texto para memória, o Estatuto Editorial e 26 editoriais. Lisboa, 2011, 36 páginas.


A hipocrisia dos governantes

N.º 8 – Maio de 1998

Assusta-me a forma displicente como são tratados os actos de destruição do planeta, , camuflados ou não.

Assusta-me a habituação pura e simples a tal facto.

A banalização de pequenos e grandes gestos destruidores que cada um de nós tem dia após dia, multiplicando-se imparavelmente, apavora-me.

Revolta-me a hipocrisia dos governantes do mundo ao reunirem-se facilmente para fazerem a guerra, não sendo capazes de ter a mesma prática e eficácia para combater um incêndio que vem destruindo o mais importante pulmão da humanidade.

Os produtos químicos são espalhados nos nossos solos e atmosfera, sem cuidado nem controle.

É unânime a opinião de que preservar e controlar as águas de superfície é fundamental para a nossa sobrevivência. No entanto, o tratamento de águas residuais continua a ser descurado de forma criminosa , debitando centros urbanos importantes os seus esgotos directamente nos rios.

O Alentejo é, reconhecidamente, a zona do país onde o Poder Local mais tem construído nesta área. De qualquer modo é pouco.

Na vasta área abrangida pela nossa região existem verdadeiros paraísos, não só para o homem mas também para a fauna e flora que o rodeiam, sendo da maior importância uma visão futurista de preservação global.

É necessário que cada um de nós discipline o seu comportamento diário, visando o bem estar dos vindouros, cuidadosamente.

É importante que se exija, cada vez mais, de quem dirige, uma atenção redobrada e incansável, mesmo que não mediática, para estas questões.

Urge que cada um de per si, sem fundamentalismos, se transforme num ambientalista denunciando estes crimes de todas as formas ao seu alcance.

É preciso que cada um de nós seja “fiscal” de si próprio.

 

 
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