David Paiva Martins, Aradas. Um olhar sobre a segunda metade do século XX. 1ª ed., Aradas, Junta de Freguesia de Aradas, 2011, págs. 99 a 102

O CENTRO CÍVICO E CULTURAL

Construir um Centro Cívico, onde pudessem ser realizadas actividades diversas, desde espectáculos e eventos culturais a acontecimentos cívicos, como conferências ou actos eleitorais, foi um projecto de grande fôlego, assumido e realizado no decurso das presidências de Manuel Madail.

É uma pena que, em termos técnicos, desde a concepção à construção, a qualidade da obra tenha ficado muito longe do que a Junta naturalmente ambicionava e esperava. O edifício tem, desde o início, graves deficiências que nunca foram superadas. Há infiltração de águas por todo o lado, apodrecendo as paredes e tudo o que está dentro do prédio, incluindo a própria instalação eléctrica. Enfim, há o risco duma série enorme de problemas - gravíssimos! - que persistem e são fonte de permanente preocupação da Junta, que não tem meios de os solucionar.

A primeira referência, embora ainda só implícita, ao que virá a ser o Centro Cívico, surge-nos na acta da sessão de 31 de Julho de 1985. Diz assim: "Finalmente ficou acordado com a Digníssima Assembleia Distrital a compra do terreno, junto ao Internato, pela importância de cinco milhões de escudos. Esperamos ter feito uma boa aquisição, tomando em conta o que pretendemos levar a cabo no referido terreno". É O terreno onde o Centro Cívico viria a ser construído.

– Na acta da sessão de 30 de Junho de 1988 ou seja, três anos mais tarde, lê-se: "Após consenso entregámos ao Arquitecto João Paulo a execução do projecto do Centro Cívico, que pretendemos construir no Bonsucesso, em terreno já comprado à Junta Distrital, pela importância de cinco milhões de escudos".

– Na acta da sessão de 30 de Novembro de 1988, informa-se: "Apresentámos a maqueta do Centro Social à Assembleia de Freguesia para sua apreciação. Embora com alguns apontamentos / 100 / críticos, foi na generalidade aprovada. No seguimento do acima referido pagámos a primeira prestação (seiscentos mil escudos) aos Arquitectos, autores do projecto. Tomámos o compromisso de ser esta Junta a pagar o projecto na totalidade, mas conseguimos que a Câmara Municipal nos atribua um subsídio especial no mesmo valor".

– Acta da sessão de 30 de Dezembro de 1988: "A grande obra que consta deste Plano será o Centro Cívico, orçada em cerca de oitenta mil contos. Será sem dúvida necessário o esforço de todos para a sua concretização se efectuar num espaço de tempo curto. Esperamos sinceramente que o plano apresentado seja cumprido quase na sua íntegra".

– Acta da sessão de 30 de Janeiro de 1989: "Iniciaram-se finalmente as obras no Centro Cívico. Esperamos sinceramente que esta obra seja construída em curto prazo, de modo a permitir-nos avaliar dentro em breve a sua real necessidade".

– Acta de 27 de Fevereiro de 1989: "Conforme o acordado com a Câmara Municipal, procedemos ao pagamento de uma prestação ao Sr. Arq. Cardielos, referente ao seu trabalho do projecto do Centro Cívico. Esta importância ser-nos-á restituída pela CMA através de subsídios".

– Acta da sessão de 30 de Março de 1989: "Conforme foi mencionado na acta anterior, foi-nos atribuído pela CMA um subsídio no valor de 1.900 mil escudos para fazer face às prestações a pagar por esta Junta ao Sr. Arq. Cardielos pelo projecto do Centro Cívico".

– Acta da sessão de 30 de Abril de 1990: "Foi entregue à firma Savecol a segunda fase do Centro Social. Esperamos o seu início em muito curto espaço de tempo".

– Acta da sessão de 30 de Maio de 1990: "Adjudicadas no mês passado, as obras do Centro Social (2a fase) foram iniciadas; esperamos que esta fase seja executada com bastante rapidez".

– Na acta da sessão de 29 de Maio de 1992 há a informação de que as obras do Centro Social continuam e estão quase a chegar ao fim.

– Acta da sessão de 27 de Julho de 1992: "As obras no Centro Cívico estão em bom andamento e a CMA prometeu-nos dar andamento ao processo do Centro de Saúde. Estamos em contacto com a Segurança Social, a fim de se pronunciarem sobre o projecto".

– Acta da sessão de 26 de Fevereiro de 1993: "O Centro Cívico está praticamente pronto e infelizmente já se notam muitas anomalias que a fiscalização da CMA não detectou. Aguardamos com alguma impaciência o correr do tempo, para vermos se não vão surgir problemas com esta construção".

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– Acta da sessão de 31 de Maio de 1993: "Terminaram as obras do Centro Cultural. Aguardamos que no futuro este local de cultura tenha bom aproveitamento".

– Acta da sessão de 30 de Setembro de 1993: "Procedeu-se ao arranjo exterior do Centro Cultural com a construção do passeio à volta do mesmo e a colocação de Boreiras".

– Acta da sessão de 31 de Março de 1994: "O Centro Cultural iniciou a sua actividade para proporcionar alguns espectáculos e cursos vários. Procedemos ao embelezamento com variadas Boreiras e plantas, bem como outros arranjos no mesmo Centro. Esperamos o bom funcionamento desta casa de cultura. Para isso estamos a tentar fazer um protocolo com a ACAD – Associação Cultural de Aradas. Nesse protocolo estará prevista a atribuição de um subsídio mensal para que este projecto possa ter pernas".

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Importa aqui referir que a formação da ACAD resultou dos esforços pessoais do próprio Presidente Manuel Madail, determinado a encontrar e entusiasmar um grupo de jovens, capaz de formar uma Associação, que pudesse ocupar o novo espaço e dar-lhe o uso cultural e formativo a que se destinava. Conseguiu-o através da acção do Tó-Chico (Francisco António Magalhães Pereira) e do José Manuel Alferes Nunes que, por sua vez, reuniram e orientaram o jovem grupo inicial da ACAD.

– Acta da sessão de 30 de Janeiro de 1995: "Como é nosso hábito, mandámos plantar árvores junto ao Centro Cultural. Estamos a estudar o sistema de rega para, de seguida, mandarmos semear relva nessa zona. Apetrechámos o Bar do Centro Cultural com o equipamento necessário ao seu funcionamento".

– Na acta da sessão de 30 de Junho de 1995 dá-se conta do pedido feito à CMA de equipar com estantes a Biblioteca do Centro Cultural – o que a CMA fez.

– Acta da sessão de 29 de Setembro de 1995: "Foi instalado o sistema de rega nos terrenos junto ao Centro Cultural, permitindo assim o arrelvamento daquele espaço, que esperamos seja feito no próximo mês".

– Acta da sessão de 29 de Dezembro de 1995: "Foi finalmente efectuado o Protocolo entre a Junta e a ACAD – Associação Cultural de Aradas, a primeira como proprietária e a segunda como aceitante, para a utilização relativa às instalações do Centro Cultural". A acta transcreve o texto do protocolo.

 

 
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