Construir um Centro Cívico, onde pudessem ser realizadas actividades
diversas, desde espectáculos e eventos culturais a acontecimentos
cívicos, como conferências ou actos eleitorais, foi um projecto de
grande fôlego, assumido e realizado no decurso das presidências de
Manuel Madail.
É uma
pena que, em termos técnicos, desde a concepção à construção, a
qualidade da obra tenha ficado muito longe do que a Junta naturalmente
ambicionava e esperava. O edifício tem, desde o início, graves
deficiências que nunca foram superadas. Há infiltração de águas por todo
o lado, apodrecendo as paredes e tudo o que está dentro do prédio,
incluindo a própria instalação eléctrica. Enfim, há o risco duma série
enorme de problemas - gravíssimos! - que persistem e são fonte de
permanente preocupação da Junta, que não tem meios de os solucionar.
A
primeira referência, embora ainda só implícita, ao que virá a ser o
Centro Cívico, surge-nos na acta da sessão de 31 de Julho de 1985. Diz
assim: "Finalmente ficou acordado com a Digníssima Assembleia Distrital
a compra do terreno, junto ao Internato, pela importância de cinco
milhões de escudos. Esperamos ter feito uma boa aquisição, tomando em
conta o que pretendemos levar a cabo no referido terreno". É O terreno
onde o Centro Cívico viria a ser construído.
– Na
acta da sessão de 30 de Junho de 1988 ou seja, três anos mais tarde,
lê-se: "Após consenso entregámos ao Arquitecto João Paulo a execução do
projecto do Centro Cívico, que pretendemos construir no Bonsucesso, em
terreno já comprado à Junta Distrital, pela importância de cinco milhões
de escudos".
– Na
acta da sessão de 30 de Novembro de 1988, informa-se: "Apresentámos a
maqueta do Centro Social à Assembleia de Freguesia para sua apreciação.
Embora com alguns apontamentos / 100 / críticos, foi na generalidade
aprovada. No seguimento do acima referido pagámos a primeira prestação
(seiscentos mil escudos) aos Arquitectos, autores do projecto. Tomámos o
compromisso de ser esta Junta a pagar o projecto na totalidade, mas
conseguimos que a Câmara Municipal nos atribua um subsídio especial no
mesmo valor".
– Acta
da sessão de 30 de Dezembro de 1988: "A grande obra que consta deste
Plano será o Centro Cívico, orçada em cerca de oitenta mil contos. Será
sem dúvida necessário o esforço de todos para a sua concretização se
efectuar num espaço de tempo curto. Esperamos sinceramente que o plano
apresentado seja cumprido quase na sua íntegra".
– Acta
da sessão de 30 de Janeiro de 1989: "Iniciaram-se finalmente as obras no
Centro Cívico. Esperamos sinceramente que esta obra seja construída em
curto prazo, de modo a permitir-nos avaliar dentro em breve a sua real
necessidade".
– Acta
de 27 de Fevereiro de 1989: "Conforme o acordado com a Câmara Municipal,
procedemos ao pagamento de uma prestação ao Sr. Arq. Cardielos,
referente ao seu trabalho do projecto do Centro Cívico. Esta importância
ser-nos-á restituída pela CMA através de subsídios".
– Acta
da sessão de 30 de Março de 1989: "Conforme foi mencionado na acta
anterior, foi-nos atribuído pela CMA um subsídio no valor de 1.900 mil
escudos para fazer face às prestações a pagar por esta Junta ao Sr. Arq.
Cardielos pelo projecto do Centro Cívico".
– Acta
da sessão de 30 de Abril de 1990: "Foi entregue à firma Savecol a
segunda fase do Centro Social. Esperamos o seu início em muito curto
espaço de tempo".
– Acta
da sessão de 30 de Maio de 1990: "Adjudicadas no mês passado, as obras
do Centro Social (2a fase) foram iniciadas; esperamos que esta fase seja
executada com bastante rapidez".
– Na
acta da sessão de 29 de Maio de 1992 há a informação de que as obras do
Centro Social continuam e estão quase a chegar ao fim.
– Acta
da sessão de 27 de Julho de 1992: "As obras no Centro Cívico estão em
bom andamento e a CMA prometeu-nos dar andamento ao processo do Centro
de Saúde. Estamos em contacto com a Segurança Social, a fim de se
pronunciarem sobre o projecto".
– Acta
da sessão de 26 de Fevereiro de 1993: "O Centro Cívico está praticamente
pronto e infelizmente já se notam muitas anomalias que a fiscalização da
CMA não detectou. Aguardamos com alguma impaciência o correr do tempo,
para vermos se não vão surgir problemas com esta construção".
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– Acta da sessão de 31 de Maio de 1993: "Terminaram as obras do Centro
Cultural. Aguardamos que no futuro este local de cultura tenha bom
aproveitamento".
– Acta
da sessão de 30 de Setembro de 1993: "Procedeu-se ao arranjo exterior do
Centro Cultural com a construção do passeio à volta do mesmo e a
colocação de Boreiras".
– Acta
da sessão de 31 de Março de 1994: "O Centro Cultural iniciou a sua
actividade para proporcionar alguns espectáculos e cursos vários.
Procedemos ao embelezamento com variadas Boreiras e plantas, bem como
outros arranjos no mesmo Centro. Esperamos o bom funcionamento desta
casa de cultura. Para isso estamos a tentar fazer um protocolo com a
ACAD – Associação Cultural de Aradas. Nesse protocolo estará prevista a
atribuição de um subsídio mensal para que este projecto possa ter
pernas".
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Importa aqui referir que a formação da ACAD resultou dos esforços
pessoais do próprio Presidente Manuel Madail, determinado a encontrar e
entusiasmar um grupo de jovens, capaz de formar uma Associação, que
pudesse ocupar o novo espaço e dar-lhe o uso cultural e formativo a que
se destinava. Conseguiu-o através da acção do Tó-Chico (Francisco
António Magalhães Pereira) e do José Manuel Alferes Nunes que, por sua
vez, reuniram e orientaram o jovem grupo inicial da ACAD.
– Acta
da sessão de 30 de Janeiro de 1995: "Como é nosso hábito, mandámos
plantar árvores junto ao Centro Cultural. Estamos a estudar o sistema de
rega para, de seguida, mandarmos semear relva nessa zona. Apetrechámos o
Bar do Centro Cultural com o equipamento necessário ao seu
funcionamento".
– Na
acta da sessão de 30 de Junho de 1995 dá-se conta do pedido feito à CMA
de equipar com estantes a Biblioteca do Centro Cultural – o que a CMA
fez.
– Acta
da sessão de 29 de Setembro de 1995: "Foi instalado o sistema de rega
nos terrenos junto ao Centro Cultural, permitindo assim o arrelvamento
daquele espaço, que esperamos seja feito no próximo mês".
– Acta
da sessão de 29 de Dezembro de 1995: "Foi finalmente efectuado o
Protocolo entre a Junta e a ACAD – Associação Cultural de Aradas, a
primeira como proprietária e a segunda como aceitante, para a utilização
relativa às instalações do Centro Cultural". A acta transcreve o texto
do protocolo. |