O Livro de Actas da “Junta de Parochia”, que regista as
primeiras sessões daquele órgão autárquico ou daquela “Corporação” –
como repetidamente é escrito ao longo de quase cinquenta anos no Século
XX –, entrou ao serviço bem no final do Século XIX. O seu Termo de
Abertura é datado de 21 de Agosto de 1899 e está assinado pelo pároco de
então, padre Manuel José Ferreira do Amaral, que também lhe numerou e
rubricou as folhas. Contudo, na acta da primeira sessão ali registada,
que é a reunião ordinária de 17 de Setembro de 1899, ele já não figura
na composição da Junta, que surge presidida pelo padre Joaquim da Cruz
Pericão.
Não se averiguou o que terá acontecido ao Vigário Ferreira do
Amaral, porque isso não integrava o objectivo deste trabalho. Dá a
impressão de se ter “evaporado”, porque nenhuma acta lhe faz a mínima
referência. Pode ter falecido nessa altura ou um pouco mais tarde. A sua
bela campa no nosso cemitério, datada de 1900, sendo omissa quanto à
data de falecimento e referindo-o como “Vigário aposentado desta
freguesia”, regista o nome das pessoas que com ele lá se encontram
sepultadas, dando testemunho da sua situação peculiar de pároco com
mulher publicamente assumida e filhas, com as quais vivia em comunhão.
Nesses dias do final do Século XIX, a nossa Junta de Paróquia
funcionou com a composição seguinte:
Presidente: padre Joaquim da Cruz Pericão.
Vogais: José Ferreira Borralho (de Arada), José Ferreira
Borralho (de Verdemilho), António das Neves e Clemente Simões de Pinho.
O secretário era o professor António da Rocha Martins.
A Junta fazia as suas reuniões na sacristia da Igreja
Paroquial.
Na sessão de 4 de Fevereiro de 1900, a Junta deliberou que,
nesse ano, se dispensasse a contribuição de serviço braçal no lugar de
Arada, para de comum com a Câmara Municipal de Aveiro se “construir a
estrada da Rua Cega no mesmo lugar de Arada até tocar na estrada de S.
Bernardo no sítio denominado a Cruz Alta”.
A última sessão presidida pelo padre Joaquim da Cruz Pericão
foi a do dia 4 de Março de 1900. Veio novo pároco, o padre António dos
Santos Pato. Por isso a Junta, mantendo os demais componentes, passou a
ser presidida por ele.
Na sessão de 18 de Novembro de 1900 compareceu o cidadão
António Nunes Rafeiro, vogal substituto, que prestou juramento para
passar a efectivo em virtude da vaga ocasionada pelo falecimento do
vogal Clemente Simões de Pinho. |