O ARQVIVO DO DISTRITO DE
AVEIRO dará sempre notícia das obras à sua Redacção enviadas quer por
autores quer por editores.
De harmonia com a prática
seguida pelas publicações suas congéneres, fará também algum comentário
crítico aos livros de que receba dois exemplares.
Boletim da Associação da
Filosofia Natural, n.os 16 a 13. Porto.
Boletim do Instituto Histórico da
Ilha Terceira, n.º 8, Angra do
Heroísmo.
Brotéria, voI. LII. Lisboa.
Casa de Portugal, n.os 37-39, Porto Alegre (Brasil).
Douro Litoral, IV
Série, n.os I-II, Porto.
Mensário das Casas do Povo, n.os 57 a 60,
Lisboa.
Museu, voI. VI, n.os 15 e 16, Porto.
O Tripeiro, n.os
1 e 2, V série, ano VII, Porto.
Prometeu, vol. III,
n.os
5 e 6, Porto
GRANDE ENCICLOPÉDIA PORTUGUESA E BRASILEIRA
Iniciou o voI. XXIV, alcançando já a letra R, esta notabilíssima
publicação que aos estudiosos presta os mais relevantes serviços, e
cuja utilidade dia a dia mais se acentua, tornando-se de imprescindível
consulta.
A sua colaboração, principalmente a de natureza cientifica, constitui,
por vezes, actualização perfeita dos conhecimentos humanos na matéria
versada, atingindo alguns dos artigos a categoria de verdadeiras
monografias.
Concluído que seja, o monumental dicionário português não desmerecerá,
pela vastidão dos seus ensinamentos e pela seriedade da sua organização,
das publicações congéneres dos restantes países, honrando Portugal e a geração que tornou realidade uma publicação desta natureza.
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AGUIAR CARDOSO − Guia do visitante do Castelo da Feira, onde nasceu
Portugal. Segunda edição actualizada por VAZ FERREIRA, Feira, 1950.
Trata-se de um opúsculo de trinta e seis páginas, ilustrado, em que os autores descrevem sumariamente o antigo e notável Castelo da Feira e
nos dão notícia da sua reconstrução em 1448 e 1467, dos cuidados que
com ele teve a Comissão de Vigilância pela Guarda e Conservação do
Castelo da Feira desde 1909 até 1935, e do seu restauro feito pela
Direcção dos Monumentos Nacionais desde 1935 até 1945. No referido Guia
também se mencionam os senhores do Castelo, antigamente chamado Castelo
de Santa Maria.
Diz o sr. Dr. VAZ FERREIRA no mencionado opúsculo que foi no
Castelo
da Feira onde nasceu Portugal em virtude de o conde Ermígio Moniz,
senhor deste Castelo, se ter revoltado no ano de 1128 a favor de D.
Afonso Henriques, contra a rainha D. Teresa, sua mãe, do que resultou a
independência de Portugal. O sr. Dr. VAZ FERREIRA, ilustre
investigador do nosso distrito, merece louvores pela publicação da
interessante obra a que nos estamos referindo.
F. F. N.
FILIPE GASTÃO DE ALMEIDA DE EÇA − De Degredado a Governador − Episódios
e subsídios inéditos para a história de Moçambique, Lisboa, 1950, 75
págs. + 3 inums.
Manuel Joaquim Mendes de
Vasconcelos e Cirne, natural de Oliveira
de Azeméis, onde nasceu em 1784, é o herói desta extraordinária narrativa, perfeitamente documentada e primorosamente contada, mercê dum
intimo conhecimento local, pelo distinto colonialista e escritor, o
Senhor
FILIPE GASTÃO DE ALMEIDA DE EÇA, de ascendência aveirense também.
Não sendo, como não é, uma biografia romanceada, visto que a narrativa se apoia, constantemente, em documentos oficiais, que extrata no
essencial, o curioso livrinho empolga, contudo, inteiramente o leitor,
dominado, até à última página, pela estranha aventura do rapazola estroina
que foi degredado para a Índia a requerimento do próprio Pai, naufragou
à vista de Moçambique, foi militar nesta colónia, com alternativas de
postos elevados e castigos infamantes, foi governador de Vila Porto e
Quelimane e chegou a ser proposto para governador e capitão-general de
Moçambique, a própria terra onde naufragara a caminho do degredo. Era
então tenente-coronel de Infantaria, e cavaleiro professo da Ordem de
São Bento de Avis, esquecidas já as cinquenta pranchadas que lhe haviam
sido, anos passados, aplicadas por insubordinação militar, quando
furriel.
Morreu em Tete, em 1832. Contava então 48 anos de idade apenas, tendo
prestado bons serviços à colónia. Dele se conserva uma instrutiva Memória
sobre a Província de Moçambique.
«Oliveira de Azeméis pode orgulhar-se de ter sido o berço de Manuel
Joaquim Mendes de Vasconcelos e Cirne, e deveria inscrever este nome
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no livro de ouro dos seus varões ilustres», conclui ALMEIDA DE EÇA, que
assim remata as páginas da sua narrativa histórica de grande sensação e
fino recorte literário, a cada passo realçada com reflexões de boa observação e sadio bom humor: «...caiu de pé, no seu posto, servindo sempre, sempre trabalhando pelo engrandecimento de Moçambique e pela maior
glória de Portugal!
Morreu o degredado, finou-se o governador...
Mas revive a memória de Alguém!»
Na literatura colonial portuguesa, que ALMEIDA DE EÇA tem subsidiado já com outros expressivos contributos(1), as páginas consagradas.
à memória do que foi degradado e governador merecem absolutamente a
leitura e a meditação de quantos pelos problemas sociais do continente e
do ultramar português patrioticamente se interessam.
R. M. |