A DIRECÇÃO do Arquivo
entendeu que não devia deixar passar o seu 15.º aniversário sem reunir,
em festa
de confraternização íntima, os prezados colaboradores
que pudessem e quisessem deslocar-se a Aveiro. Para
tal fim, dirigiu a todos, em 16 de Julho de 1950, uma carta-circular,
convidando-os a inscrever-se para um almoço que se realizaria no Arcada
Hotel pelas 13 horas do dia 23.
Ali acorreram, no dia indicado, além dos directores da
revista, os seguintes colaboradores: Dr. Alberto Souto, Dr. António Cristo,
Dr. António Leitão, Dinis Gomes, Eduardo
Cerqueira, Dr. Eduardo Vaz Craveiro, D. Ercília Pinto, Dr. Gaspar Soares de Carvalho,
Dr. João Carlos Tavares de Sousa, Dr. João Carrington Simões da Costa, Abade João
Domingues Arede, Dr. Joaquim Rodrigues da Silva, Joaquim
Soares de Sousa Baptista, Eng. José Pais de Almeida Graça, Laudelino de
Miranda Melo, Dr. Mário Ramos, Dr. Serafim Soares da Graça e Dr. Vaz
Ferreira.
Estiveram também presentes as Esposas dos Directores Ferreira Neves e
Rocha Madahil e do Eng. Almeida Graça, e bem assim o P.e Manuel Caetano
Fidalgo, director do «O Correio do Vouga», e Arnaldo Ribeiro, director
de «O Democrata».
Antes do almoço e na sala de espera do Hotel, tomou
a palavra José Tavares para, em nome da Direcção, saudar os
presentes, para lhes manifestar a sua estima e lhes agradecer
o sacrifício da sua estada ali, e para recordar, em rápidas palavras, a génese da revista. Referindo-se à circular de Dezembro de 1914, enviada às pessoas mais categorizadas do Distrito
e na qual os signatários prometiam publicar no projectado Arquivo do Distrito de Aveiro «estudos sobre tudo quanto
possa interessar à região e onde, portanto, tenham especial
cabimento a História, a Geografia, a Economia, a Etnografia,
a Arte, a Arqueologia, a Heráldica, a Filologia e a Literatura
[Vol. XVI -
N.º 63 - 1950] / 161 /
relativas ao Distrito de Aveiro», afirmou José Tavares que a
publicação da revista ficara resolvida na reunião de 10 de Fevereiro de
1935, em que os fundadores tomaram igualmente a resolução de
custear do seu bolso as despesas do primeiro número.
Em seguida, referiu-se o orador aos primeiros colaboradores e evocou os nomes dos falecidos: Dr. André dos Reis,
Dr. António de Vasconcelos, Conde da Borralha, Cónego Ferreira Pinto, Coronel Henrique de Campos Ferreira Lima,
Dr. Jaime de Magalhães Lima, P.e Manuel Rodrigues Vieira,
Dr. Pedro Vitorino e Dr. Ricardo Souto.
Por fim, saudou de novo a todos os presentes, a quem se
ficava devendo a gratíssima realidade de uma festa de confraternização de indivíduos há quinze anos unidos no magnífico objectivo de
trabalharem desinteressadamente em prol do Distrito de Aveiro.
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O almoço decorreu no meio de grande entusiasmo e na
mais espontânea cordialidade. Aos brindes, enaltecendo os serviços
prestados pelo Arquivo, falaram os Senhores Dr. Alberto
Souto, Eng. Almeida Graça, Dr. Eduardo Vaz Craveiro, Abade
João Domingues Arede, Dr. Vaz Ferreira e Dr. António Leitão.
No final, José Tavares, em nome da Direcção do Arquivo, agradeceu as
palavras de louvor dos oradores; e, referindo-se
às cartas e telegramas dos colaboradores impossibilitados de comparecer,
leu de algumas um ou outro passo mais expressivo(1); renovou agradecimentos aos colaboradores da revista
e dirigiu saudações especiais aos representantes da imprensa
local, sempre carinhosa nas suas referências à acção do Arquivo.
A cada um dos convivas foi distribuído, como recordação
do motivo que ali os reunia, um pisa-papéis, de vidro, expressamente fabricado para aquela reunião pelo Centro Vidreiro,
de Oliveira de Azeméis, fábrica distrital que honra a grande indústria
do País e que, por aquela forma, obsequiosamente
quis associar-se ao XV.º aniversário do Arquivo.
Aqui lhe consignamos, e ao seu digno gerente, Ex.mo Senhor
Júlio Gomes da Silva Mateiro, a nossa muita gratidão.
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Após o almoço, houve visita ao Museu. Alguns dos visitantes mostraram-se
agradavelmente surpreendidos, pois desconheciam as novas instalações do
Museu, bem como a nova e
primorosa arrumação de muitas espécies. A chegada junto do túmulo do
cavaleiro João de Albuquerque deu aso a que o Dr. Alberto Souto, ilustre
director do Museu, explicasse a história da trasladação desse formoso
monumento funerário, da igreja da Senhora da Glória para ali, e
dissertasse acerca dos motivos ornamentais que o exornam.
Terminada a visita, bem como durante o almoço, tiraram-se várias
fotografias, algumas das quais aqui se inserem para recordação desse
inesquecível dia 23 de Julho de 1950, em que se afirmou a vitalidade de
uma obra cultural que sem dúvida alguma honra o Distrito e o País,
graças à competência e dedicação dos nossos colaboradores e ao valioso
auxílio daqueles assinantes que nunca nos abandonaram.
Fiquem aqui expressos a uns e a outros a amizade e os agradecimentos de
A DIRECÇÃO
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