EM fins de Outubro do ano transacto, deram as agências internacionais a
notícia, verdadeiramente sensacional, de que o Dr. Egas Moniz fora
galardoado com o Prémio Nobel de Fisiologia e Medicina de 1949. Tamanha
distinção, pela primeira vez conferida a um sábio português,
encheu de justo orgulho o país, e a ela se referiu com, palavras
encomiásticas, a imprensa de todos os matizes. E que o Dr. Egas Moniz, já
conhecido no estrangeiro pelos seus trabalhos científicos, passava a
enfileirar ao lado dos grandes benfeitores da Humanidade.
No dia 28 daquele mês, recebeu o eminente professor o seguinte
telegrama de Estocolmo:
− «Senhor Professor
Doutor Egas Moniz. − Avenida Cinco de Outubro, 73
Lisboa. O Colégio dos Professores do Instituto Carolino decidiu
atribuir o Prémio Nobel de Fisiologia e de Medicina de 1949, metade a
Vossa Excelência, pela descoberta do valor Terapêutica da Leucotomia prefrontal
em certas psicoses, e metade ao professor Walter Rodolf Hesse, de
Zurique, pela sua descoberta da organização funcional
no diencéfalo para a coordenação da actividade dos órgãos
interiores. − Hilding Bergstrand, Reitor do Instituto Carolina.»
Não pôde o Arquivo do Distrito de Aveiro referir-se no volume
XV (1949)
ao grande acontecimento; fá-lo, porém,
agora, registando-o com muita satisfação e orgulho. Merece-o o
Português ilustre que − como já tivemos ocasião de afirmar numas das
páginas desta revista − «sendo glória da sua Terra e do seu Distrito, o
é também de Portugal e do Mundo»(1)
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