O
MOSTEIRO dominicano de Jesus de Aveiro foi, como se sabe, fundado em
dias do Rei D. Afonso V por certa dona de nome Brites Leitão.
Dos seus
primeiros tempos dão-nos pormenorizada notícia Frei
LUÍS DE SOUSA(1), e a autora da
Crónica da fundação do mosteiro de
Jesus(2).
Ultimamente adaptado a museu, conserva abundantes restos da passada vida
claustral, entre os quais não são de menor interesse alguns documentos
lapidares agora retirados do lôbrego ossuário onde o zelo de uma freira
os colocara.
*
Com a piedosa intenção de reunir as ossadas das madres fundadoras e
prioresas da Casa, certa prelada que a regia pelos anos de 1630, mandou
fazer no pavimento de uma das capelas do claustro um pequeno carneiro de
planta cruciforme
cujas paredes fez revestir com as campas que, com os ossos,
possivelmente trouxera do Capítulo, e ao centro do qual, num caixão de
chumbo, juntou os restos das suas antecessoras D. Mecia Pereira, D. Leonor de Meneses, D. Maria de Ataíde, D.
Antónia de Noronha, D. Isabel de Castro,
/ 4 /
D. Brites de Meneses, D. Brites Ferraz Pereira, D. Guiomar Pinta, D.
Antónia de Sousa, e D. Inês de Noronha.
Em época que desconheço, alguém aproveitou a pequena lápida sepulcral da
madre Brites Leitoa, talvez já então deslocada do seu primitivo local
durante algumas obras executadas na casa do Capítulo, para tapar com ela
a entrada do carneiro seiscentista, colocando-a com a inscrição para
baixo, e mutilando-a, afim de a ajustar à sua nova e bárbara utilização.
Durante anos a procurou, em vão, o ilustre Director
do Museu Regional
instalado no velho casarão dominicano, até que, afastada para que eu
pudesse descer ao carneiro e procurá-la entre as demais, o acaso a pôs
ante os meus olhos.
Com as obras de adaptação que ali têm sido levadas a efeito pela
Direcção dos Monumentos Nacionais, foi o carneiro inutilizado, pois já
as ossadas das reverendas madres
tinham sido retiradas, e as oito campas, com a da fundadora, voltam
agora a ocupar o lugar que naturalmente lhes é próprio no pavimento da
sala capitular, muito embora já sem a primitiva aplicação.
De entre elas apenas me ocuparei das três que ostentam inscrições de
belos caracteres góticos. As restantes, cujas datas vão do último
quartel do século XV ao primeiro quartel do século XVII, embora mereçam
a nossa atenção, não têm o
interesse, não só paleográfico, mas sobretudo artístico das
do período gótico.
________
AQI : JAZ : HA MUY : UITUOSA
RELLIGIOSA : BRTZ : LEYTOA :
. . . . . . . . . . . . . . . . . .
[PRIORES
A] : DESTE: P(ER) : XBJ : ANOS
c
[FAL]ECEO : NA Ë [DE M]IIII LXXX
Caracteres góticos em relevo. Esta campa foi cortada na parte
correspondente à 3.ª linha da inscrição para servir de tampa à boca do
carneiro das «Fundadoras». A 5.ª linha
atravessa a meio da lápida, da parte mutilada para a 1.ª linha.
Altura dos caracteres: 0,07
m., Dimensões actuais da
campa: 0,640 x 0,845 m.
Ao ser retirada para abertura do carneiro, partiu-se esta formosa campa
em dois fragmentos, que no entanto se ajustam bem.
/ 5 /
*
Brites Leitão, de menina ficara orfã de pai e mãe, e
fora recolhida nos
paços da Infante D. Isabel, a esposa do Regente D. Pedro, que dela
tomara «spiçial cura e carrego».
Certo dia, como a pequena Beatriz chegasse à idade de casar, trataram
os seus protectores de lhe arranjar marido. «Servia no mesmo tempo ao
Infante um fidalgo mancebo» de nome Diogo, de Ataíde, «muy assignado
cavaleyro», sobrinho do conde da Atouguia. E, «cõ afaagos e ameaças»,
lá a convenceram a matrimoniar-se com o rapaz. Mas, «passados algũs dias
depoys que forõ sposados», o bom do Diogo, «veendo hos grandes males do
mũdo», resolve meter-se frade, e uma
noite safa-se de casa e vai bater à porta do convento de Benfica(3).
A pobre Brites Leitoa, «moca e mũy fremosa»,
tinha-se já por viúva, «anojada e muito desconsolada»; os Infantes
ficaram «nõ pouco descõtentes», que é como quem diz:
furiosos com a partida do mocinho; e como a todos, aos Infantes, à
abandonada esposa, e à nobre parentela, «parecia lhes muito sem razõ
este feyto e nõ de sofrer»; trataram de convencer os frades de que
aquilo era uma vergonha, intimando-os o Regente a que «lhe
despissem logo o hábito e o lançassem do mosteiro, visto ser casado»,
mandando o extraviado marido para junto da sua Beatriz.
Congraçados os esposos, «passarõ sse algũns
anos sem
aver ffilhos, ffazendo por ysso devações e romarias», até que no dia 21
de Julho do ano de 1448 lhes nasceu uma filha que veio a chamar-se D.
Catarina de Ataíde, e logo a 6 de Agosto do ano seguinte outra filha a
que puseram o nome de D. Maria de Ataíde. «Depoys ouve a sobredita
senhora dous ffilhos».
Parece que já não eram necessárias as tais
devações e romarias e que
mais filhos teriam nascido, se a 25 de Julho de 1453 não falecesse de
peste o nobre Diogo de Ataíde.
Andava então nos 25 anos, era galante e rica, a saudosa viúva que,
vendo-se «comitida e perseguida de muytos e
nobres fidalgos pera casamẽto», e temendo «hos erros, laços e
grandes periigos do mũdo»; entregou a filha mais nova a uma tia, D.
Maria de Meneses, que era abadessa de Santa Clara de Vila do Conde(4),
e recolheu-se a uma quinta que tinha
/ 6 /
a umas «duas léguas de Aveiro», até que, comprado um chão
na vila, ali mandou fazer umas casas onde, em 24 de Novembro
de 1458, se encerrou com as filhas e «hordenou fazer sua vida
segũdo o seu coração desejava e a graça divinal a insynava».
Mais tarde se lhe reuniu D. Mecia Pereira, que pouco antes
enviuvara de
Martim Mendes de Berredo, comprando
em 1460 umas casas «cõ seu orto e chaãos darredor», juntas
às suas e, obtidas as necessárias licenças, fizeram as duas
senhoras construir ali um mosteiro cuja primeira pedra nos
alicerces da igreja foi lançada por D. Afonso V a 15 de Janeiro
do ano de 1462.
E assim teve começo o mosteiro de Jesus de
Aveiro.
*
A vida de uma freira pouco tem que referir, decorrendo
entre rezas e trabalhos na plácida monotonia conventual.
Assim, a biografia da virtuosa madre Brites Leitoa resume-se a bem pouco, após a fundação do mosteiro.
No dia de Natal de 1465 recebeu
o hábito de noviça, e
«passado ho ãno de provacã», no primeiro de Janeiro de 1466, professou(5), «e foy lhe posto
o nome de vigayra»(6). Em Agosto desse ano
morre-lhe a filha D. Catarina, atacada de
peste(7). Dois anos passados é confirmada no cargo de
prioreza(8).
/
7 /
A 27 de Setembro do ano de 1479, aumentando a peste em
Aveiro,
acompanhou a Princesa Santa Joana para Avis, mas em Julho seguinte é
atacada do mal e, posta em umas andas, levada para Abrantes,
onde «aa
mea nocte de quinta
feya tres dias do mes de Agosto» do ano de 1480, veio a
falecer(9).
Sepultada no convento de S. Domingos daquela vila, logo dois anos depois foram os seus ossos trazidos, a pedido
da Infante Santa Joana, para o convento de Aveiro, e soterrados a 26 de
Setembro no Capítulo, em uma cova «pequena»
e «quadrada».
Com o andar dos séculos perdera-se a pedra que os cobria
e que eu tive a ventura de identificar no dia 21 de Setembro
de 1945 − passados 463 anos e 5 dias da sua colocação sobre
a cova. − Estivera servindo para tapar a entrada do carneiro das Fundadoras, como já ficou dito.
________
1) : AQUI : IAZ : A M UIT
2) O : UERTUOSA : E RELIGIOSA DONA : MECIA : PER
3) EYRA : FUNDADOR
4) : DESTE : MOSTEIRO : A PREMEIRA : FREIRA: Q
NEL : FEZ : P(ER)FISON
Caracteres góticos em relevo. Dimensões da campa:
2 x 0,85 m. Altura dos caracteres: 75 cm.
*
D. Mecia Pereira, mũy
nobre senhora ẽ geeraçã e parẽtes, mas muito
mais ẽ virtudes e amor de Deus»(10), era filha de
Fernão Pereira, que estivera no cerco de Tânger e foi do
conselho do Rei e senhor da Terra da Feira.
O pai casara duas vezes: primeiro com D. Isabel de Albuquerque, filha de
Pero Vaz da Cunha, e irmã daquele
/ 8 /
João de Albuquerque, o da ida às Canárias, cujo túmulo foi há pouco
transferido de S. Domingos de Aveiro para o
mosteiro de Jesus(11); e depois com D. Maria de Berredo,
donzela da casa da Rainha, filha de seu parente Gonçalo Pereira, o das
Armas, como lhe chamavam.
«Molher moça muito fremosa e perfeyta», fora D. Mecia
casada com Martim Mendes de Berredo, «o quall mays que
sy meesma amava», mas que morrera em terras de França
em Novembro do ano de 1458.
Em Julho de 1456 dera Afonso
V a Martim Mendes de
Berredo 3.500 coroas de oiro, e a D. Mecia 2.000 «para ajuda
de seu casamento», mas como não lhes pagava logo tais importâncias,
estabelecia-lhes umas tenças anuais de 35.000 reais
brancos ao noivo «dês o dia que tomar sua casa», e de 20.000
à noiva, nas condições das cartas passadas respectivamente
em 22 e 24 daquele mês e ano(12). Pelas arras e «compra de
seu corpo», deveria D. Mecia receber do marido 1.200 coroas
que, parece, não chegaram a ser-lhe entregues, visto que, já
depois de viúva, requeria que lhe fossem descontadas «nas ditas tres
mill e quinhentas» que o Rei deveria ter dado «ao dito seu marido»(13).
Em 25 de Setembro de 1450
fizera Afonso V doação a
Martim Mendes de Berredo da terra de Santo Tirso de Meinedo(14), e
logo
em 14 de Novembro desse ano doara-lhe mais
os lugares de Unhão e Sepais(15), bens estes que haviam pertencido a Aires Gomes da Silva, que seguira o partido do
Regente, e que Martim Mendes trocou depois pela terra da
Nóbrega e pela judaria de Lamego, confiscadas a Martim e
Pero Coelho, partidários do Infante(16). A 26 de Julho
de 1456, ano do seu casamento, concede-lhe o Rei certos
privilégios à sua quinta do Sobrado, no julgado de Paiva(17).
D. Mecia era aparentada com o marido, pois Martim
Mendes era irmão de sua madrasta D. Maria de Berredo,
ambos filhos de Gonçalo Pereira e de sua primeira mulher,
D. Maria de Miranda, que era filha daquele Arcebispo de
Braga D. Martim Afonso Pires(18),
ou D. Martim Afonso da
/ 9 /
Charneca, que jaz na igreja de S. Cristóvão, em Lisboa(19),
e foi do conselho do Rei D. João I, com quem esteve «ẽ a
grã batalha real»(20).
Nova, formosa, rica; quiseram, o pai, o conde seu irmão, e a nobre parentela, arranjar-lhe novo casamento.
Mas a inconsolável senhora, «vẽndo-se assy orffãa e viuva de hũm
tam nobre marydo, deliberou leyxar todas as coisas do mũdo»,
e meter-se freira.
Não houve rogos nem conselhos
− até os do próprio
Rei − que a demovessem de seu propósito, e certo dia do
florido mês de Maio de 1460, «toda ẽbebedada no amor de Deus e graça
divinal», vem meter-se no apenas começado
mosteiro de Jesus.
Quatro anos passados
professou(21).
Era porém D. Mecia de constituição delicada, e decerto
não afeita aos rudes trabalhos a que se quis sujeitar durante
a construção da nova casa claustral(22), além do que, no dizer
do autor da História de S. Domingos(23), forte impressão lhe causara a
mudança de vida e, «caindo em grandes enfermidades», em
pouco tempo se achou «em grande extremo
de doença»(24).
No próprio catre lhe lançaram o hábito de monja. «Sua
doença era tropisya do figado», informa a crónica da Casa.
A morte aproximava-se. Vem para
junto dela a condessa da Feira sua
cunhada, a irmã D. Teresa, sua tia
D. Helena Pereira, e numa triste sexta-feira, dia 3 de Outubro do ano de 1464, a horas de véspera,
«Nosso Senhor lhe
aprouve dar fym a seus trabalhos», como amorosamente reza a crónica
monástica (25).
/ 10 /
Foi, então, soterrada no Capítulo.
________
1) AQUJ JAZ A MUYTO VJRTUOSA
2) MADRE MARJA DATAYDE A QUAL AJUDOU A
FUNDAR ESTE MO
3) STEYRO E FOE ATE SEER A PRJ
4) ORESA DELLE E HO REGEO EM PERFEYTA RELIGJAM E OBSERUANCJA QoRÊTA E DOUS ANOS
E MEO ATE HO FYM DE SUA MTO SÃTA UYDA
FFALLECEO HO ANNO DO SENHOR DE (15) . XX . Bº
Caracteres góticos em relevo. A inscrição contorna a campa e prolonga-se
pelo centro dela, enrolando-se na extremidade em forma de oito. Na data
os sinais que representam o milhar e as centenas têm uma forma estranha
que não tenho encontrado na escrita lapidar. Talvez fantasia, ou
ignorância, do canteiro.
Dimensões da campa: 1,94 x 0,89
metros. Altura dos caracteres: 6 centímetros.
*
D. Maria de Ataíde era filha de Diogo de
Ataíde e de D. Beatriz Leitão, a
Brites Leitoa, que depois de viúva fundou o mosteiro de Jesus.
A sua existência decorre quase toda por detrás das reixas conventuais.
Nasceu a 6 de Agosto de 1449, e aos nove anos encerrava-se com a mãe e
a irmã nas humildes casas de
Aveiro, de onde, pouco depois, nascia o mosteiro dominicano.
Pobre criança a quem a vida não chegou a sorrir.
No dia de Natal do ano de
1464, aos quinze anos, vestiam-lhe o hábito de noviça, professando no primeiro domingo de Janeiro
de 1466, na presença do Rei D. Afonso V
(26).
/ 11 /
Em 1482 foi eleita para o cargo de Prioresa(27), e quarenta e três anos
depois, «envelhecida e cançada dos trabalhos da vida», morre santamente(28), ordenando
às suas freiras que lhe rezassem o ofício da agonia(29).
Vivera 76 anos, e fora muito devota de Santo António. Quando mestra de
noviças, ensinara a Infante Santa Joana.
De seu pai pouco nos dizem as velhas memórias. Conta-nos Frei LUÍS DE
SOUSA que «além de ter dado mostras
de valente na guerra, sabia das letras humanas e das línguas
latina, italiana, e francesa»(30).
Parece ter seguido o partido do Infante, embora depois de Alfarrobeira o
Rei o chamasse para o seu serviço. Ele porém, «desenganado das misérias
da vida em sucessos alheios tão tristes e trágicos», prefere o
isolamento da sua quinta
junto a Aveiro(31). E em 1453, fugindo à peste que então grassava com
intensidade, foi com os seus pousar em «hũ seu
lugar no termo de Leyrea»(32), onde o mal o surpreendeu.
Sentindo chegado o seu fim, faz testamento, instituindo
na quinta de Aveiro «hũ sprital grande e muito bõo pera
todos hos pelegrĩĩs e strãgeyros e pera os religiosos que per
aly passassem».
A 25 de Julho desse ano morria, indo a enterrar ao mosteiro
de S. Francisco de Leiria.
Frei LUÍS DE SOUSA, di-lo sobrinho daquele D. João de
Ataíde que foi Prior do Crato, e os genealogistas contam
/ 12 /
que, um dia, encontrando na igreja de S. Domingos uma
dama que em novo requestara e de quem fugira para Rodes, ao
dirigir-se-lhe, não sei com que intençôes, ela «pondo-lhe as mãos
nos peytos, o apartou de si, dizendo-lhe: De longe,
senhor D. João! E adverti que eu prestei para vos fazer Dom Prior do
Crato e vós não prestastes para me fazerdes
condessa da Atouguia»(33).
Não encontro, porém, qualquer menção do seu nome nas páginas
dos
nobiliários que consultei, o que evidentemente não quer dizer que a não haja, visto eu ser leigo em tal matéria. Entre os filhos dos irmãos
do nobre Prior, não sei de nenhum Diogo. Encontro-lhe dois
sobrinhos-netos, ambos filhos de D. Álvaro de Ataíde, com esse nome, mas
um morreu na Índia sem geração; e outro, que foi capitão de Baçaim, por
lá casou com uma senhora de nome D. Maria
Antunes.
Os documentos registados na chancelaria de D. Afonso V a favor de um
Diogo de Ataíde, excepto uma carta de privilégio de «paniguado» que deve
referir-se-lhe, não lhe dizem respeito, pois são de data posterior à sua
morte.
Se sua filha D. Maria era sobrinha da 4.ª abadessa vitalícia
de Santa Clara de Vila do 'Conde, a cujos cuidados foi entregue
em menina, devia ser filha, ou neta, de irmão ou irmã daquela religiosa.
Ora, D. Telo de Meneses, 2.º filho do Senhor de Cantanhede, e portanto
irmão da abadessa D. Maria de Meneses, foi casado com uma filha de D.
Catarina de Ataíde, primeira mulher de D. Diogo Lopes de Sousa, o
bastardo do Mestre de Cristo D. Lopo Dias de Sousa.
Teria Diogo de Ataíde adoptado
o apelido da avó materna,
coisa vulgar ao tempo, e dado o nome desta à sua filha mais velha,
falecida em Agosto de 1466? Diogo fora também o
filho do Mestre de Cristo. E o abandono do apelido paterno
levaria, acaso, os genealogistas a não o incluírem entre os filhos do
mordomo-mor da Rainha D. Isabel, tanto mais
que a sua geração se extinguiu pela profissão das filhas em Aveiro,
e
pela morte prematura dos filhos, um com oito meses apenas(34), e o
outro, Estêvão de Ataíde, com 3 anos, sepultado junto do pai em S. Francisco de Leiria(35).
J. M. CORDEIRO DE SOUSA
/
13 /
DOCUMENTOS
Os documentos (págs. 13 a 19)
encontram-se reproduzidos em
PDF.
Clicar na palavra acima sublinhada.
|
(1)
−
História de S. Domingos, P. II, liv. IV,
cap. VIII e segs.
(2)
−
Editada em 1939 pelo Dr. FERREIRA NEVES, em cópia e com erudito prefácio de ROCHA MADAHIL.
(3)
− Cron. da fund. do most. de Jesus de Aveiro. Fr.
LUÍS DE SOUSA, Hist. de S. Domingos, P. II, liv. lV, cap. VIII.
(4)
−
Era filha de D. Fernando de Meneses,
mordomo da Rainha D.
Isabel,
e de D. Brites de Andrade, e foi a 4.ª abadessa vitalícia daquele
mosteiro
(1440-1505).
(5)
−
«Ho anuo do Senhor de myll quatrocentos sessenta e seis, ho
primeyro dia do mes de Janeyro, dia da Circuncysão do Senhor, ffez
proffyssam a muito virtuosa madre Brityz Leitoa nas maãos do reverendo padre
prior e vigayro que entõ era desta casa de Jhesu Nosso Senhor, ho padre
frey Joham de Guimarãaes. E elle lhe lancou o veeo preto ante ho rostro,
presentes hos principaaes padres do moesteyro de Nossa Senhora da Misericordia, ho qual oficio foy feyto per elles dentro no capitullo de
Nossa Senhora.» (Cron. da fund. do most. de Jesus de Aveiro. Memoryal de todas
as religiosas que ffezerõ proffissom, etc.).
(6)
−
«No sobredito dia foe aa virtuosa madre logo posto nome e cõfirmada vigayra in capite membris per ho dito prior frey
Johã de Guimarãaes,
tẽedo pera ysso enteyro poder e actoridade. E nõ foe entõ enleyta ẽ prioressa por nõ
seerẽ mays que duas religiosas professas.» (Idem).
(7)
−
«No mes de Agosto do meesmo ãno de myll quatrocentos sessenta e seis faleceo da meesma doenca de peste a mũy santa madre e irmãa
Catherina de Atayde, segundo se cõtou ja ẽ cyma,»
(Idem. Memoryal das madres e irmãas que nesta casa
de Nosso Senhor Jhesu falecerõ).
(8)
−
«E porque já era convẽto hordenado e tẽpo cõveniente passado,
foi feyta eleyçam canonyca per o padre frey Johã de Guimarãaes, que era
vigayro provincial, e emleyta unyfformes a mũy virtuosa e sancta madre
Bryatyz Leytoa. ([ E ffoy confirmada em prioresa. E avia doze ãnos que
regiia e mantiinha e governava esta casa de Jhesu Nosso Senhor em toda
santidade e serviço de Deus, e perfeyçã de vida no spiritual e
temporal.»
(Idem. Mem. de todas as relig. que ffezerõ proffissom, etc.).
(9)
−
«Ho ãno de Nosso Senhor de mill quatrocentos e oitenta, quĩta
feyra tres dias do mes de Agosto, aa mea nocte, ffalleceo e se ffoy
pera Nosso Senhor a muito virtuosa e sancta madre Brytyz Leytoa, nossa
madre, e primeyra Prioressa e ffũdador deste moesteyro de Jhesu Nosso
Senhor, segundo ja he dito neste memoryal.»
(Idem. Mem. das madres e irmãas que nesla casa, etc. falecerõ).
(10)
−
Cron. da fund. do most. de Jesus.
(11)
−
FERREIRA NEVES, A trasladação do túmulo de João de
Albuquerque, in
«Arquivo do Distrito de Aveiro, n.º 46, 1946, págs. 99 e segs., e
J. M. CORDEIRO DE SOUSA, Referências às Canárias no túmulo de João de
Albuquerque.
(12)
−
Torre do Tombo, Chancelaria de D.
Afonso V, liv.13, fol. 99.
Vide doc. in fine.
(13)
−
Idem, id., liv. 36, foI. 39.
(14)
−
Idem, liv. 4 de Alem-Doiro, foI. 178. Vide doc. in fine.
(15)
−
Idem, id., fol. 177, V. Vide doc. in
fine.
(16)
− Idem, id., fol. 128. Vide doc. in fine.
(17)
−
Idem, id.. fol. 122. Vide doc. in
fine.
(18)
− D. FERNANDO DE TAVARES E TÁVORA,
O castelo da Feira, pág.89.
(19)
− ASCENÇÃO VALDEZ, Campanários de Portugal, in «Bol. da Ass.
dos Arqueol. Port.. vol. 12.º, pág. 413.
(20)
− J. M. CORDEIRO DE SOUSA, Inscrições portuguesas de Lisboa,
n.º 293.
(21)
− «No ãno do Senhor de myl quatrocentos sessenta e quatro,
jazendo a sobredita dona Micia Pereyra ẽ cama de grave infirmidade de
que faleceo, ho Reverẽdo padre vigayro frey Antam cõ ho padre frey Joham
de Guimarães, prior que entõ era do moesteyro de nossa Senhora, lançou
ho havito desta sagrada Religiã aa dita senhora dona Micia Pereyra ([ E logo
ẽ esse dia fez proffyssam nas mãaos do dito padre vigayro e
elle lhe lançou ho veeo preto ([ E ffoe a primeyra em tudo:.»
(Cron. cit. Memorial de todas as relig. que ffezerõ proffissan,
etc.)
(22)
−
Cron. cit., Hist. de S. Domingos, P.
II, lív. IV,cap. IX.
(23)
− P. II, liv. IV, capo VIII.
(24)
−Cron cit.
(25)
− «A primeyra que nosso Senhor Deus escolheo de primicya desta
sua casa pera gualardoar e levar pera ho seu Regno ffoy a mũy santa e
virtuossa Senhora e ffũdador della segũdo ja ẽ este Memoryal he dito
mais
largamẽte, a mũy santa e virtuosa Senhora madre dona Micya Pereyra, a
qual falleceo no ano do Senhor de myl quatrocentos sessenta e quatro,
aos tres dias do mes de Outubro, e ẽ sesta feyra.»
(Cron. cit. Memorial de toda as relig., etc.)
(26)
− «No sobredito ãno de myl
quatrocentos sessenta e seis, ho prymeyro domingo do mes de Janeyro ffezerõ profissõ nas mãaos da virtuosa
nossa madre Brityz Leytoa cynquo religiosas, cõvẽ a
ssaber: ([ A madre
Gracia Alvarez ([ Vilante Nunez ([ Catherina Datayde ([ Maria Datayde ([
Catherina Rõyz ([ E ho sobredlto padre fez todo o oflicio lançãdo-lhes
hos veeos e cobrindo-lhes hos rostros, estando presente ho
crystianissymo Rey dom Affonsso ho quinto.»
(Cron. cit. Memorial de todas as reI. que ffezerõ proffissom, etc.)
(27)
− «Ho ãno do Senhor de myl quatrocentos oitenta e dois, no mes de Mayo,
ffoy ẽleyta e confyrmada ẽ prioresa deste moesteyro de Jhesu Nosso
Senhor, a madre Maria Datayde. ffilha da mũy sancta madre Brityz Leytoa,
fũdador deste moesteyro, segũdo ẽ cyma he dito (à margem:)
tres dias do dicto mes.»
(Cron. cit. Memorial de todas as religiosas, etc.).
(28)
− «Ho ãno do Senhor de myl quinhentos vinte e cinco, no mes de
Novembro, duas horas depoys da mea nocte de domĩgo dezanove dias do
dito mes vespora da Apresentaçõ de Nossa Senhora Madre de Deus,
tfalleceo
e se ffoe pera elle a muito virtuosa e rreverenda nossa santa madre
Maria de Atayde, prioressa deste moesteyro e convẽto de Nosso Senhor
Jhesu, a
qual madre ho regeo, governou em toda perfeyçã de relligiã e observancia
e muyto louvor e serviço de Nosso Senhor e da Ordem, quorẽta e dous
ãnos, e andando em quorẽta e tres des ho mes de Mayo atee ho muy sancto
ffym de seus dias, e honrrada velhyce ornada de todas as virtudes, e cõ
todos seus Sacramẽntos recebidos e enteyro entender e sentydo atee ha
postumeyra hora e põto em que spyrou e deu a sua alma ao Senhor Deus que
a cryou, segundo em cyma mays largamente he dlto.»
(Cron. cit. Memorial das madres e irmãos, etc.)
(29)
− Frei LUÍS DE SOUSA, Hist. de S. Domingos, P.
II, liv. IV, cap. XV.
(30)
− Idem, id., id., cap. VIII.
(31)
−
Idem.
(32))
−
Cron. cit.
(33)
−
MANSO DE LIMA, Famílias de Portugal, etc. RANGEL DE
MACEDO, Nobiliário, etc. Mss. da Bibl. Nacional.
(34)
−
Cron. cit.
(35)
− Idem. |