No capítulo anterior(1) disse que na medida do possível completaria o que sei acerca desta progénie, e
anunciei que essas notícias iriam sem ordem nem
método, à medida que as for colhendo ou encontrando
nos meus apontamentos. E assim, começarei pelos
Albuquerques da Quinta da Ínsua, em Castendo, e
senhores de Molelos:
− Lopo Velez de Castelo Branco, filho de D. Antónia
Pinto e de Diogo Velez de Castelo Branco, neto materno de João Pinto
de Escobar e de Filipa de Macedo, bisneto de
Isabel Pinto e de Pedro Martins (Pinheiro), casou em Aveiro
com D. Luísa Perestrelo Rangel, filha de Francisco de Oliveira, o cego, e de
sua mulher D. Sebastiana Perestrelo,
como se disse. Filha única:
− D. Sebastiana Velez de Castelo Branco, que foi a herdeira, e que casou em Coimbra com Duarte de Melo e Cáceres,
filho de Luís de Melo, fidalgo da Casa Real e senhor da quinta das
Varandas em Coimbra, e de sua mulher Joana de Melo,
herdeira do morgado de Casal Vasco. Filho:
− António Luís de
Melo e Cáceres, senhor da quinta da
Várzea em Coimbra, morgado da Lousã e Casal Vasco, que
casou com D. Isabel Maria Pereira de Soto-Maior, filha de
Gonçalo Afonso Pereira de Soto-Maior, ou de Meneses,
/ 41 /
senhor da casa da Barbeita, alcaide-mor de Caminha, fidalgo
da Casa Real; comendador da Ordem de Cristo, e de sua
mulher D. Sebastiana de Valadares. Filha:
−
D. Isabel Antónia de Melo Cáceres, herdeira, casou
com Francisco de Albuquerque Pereira de Castro, senhor da
casa da Ínsua, fidalgo da Casa Real, mestre-de-campo de auxiliares,
filho de João Rodrigo de Albuquerque Pereira de Castro, fidalgo da Casa Real, comendador de Cristo, senhor da
mesma casa, e de sua mulher D. Maria Francisca de Soto -Maior Ribeiro.
Filhos:
−
Manuel de Albuquerque, segue.
− D. Margarida Josefa, que seguirá depois.
−
Manuel de Albuquerque de Melo e Castro, fidalgo da Casa Real,
comendador de Cristo, senhor da casa da Ínsua,
desembargador no Porto, senhor dos morgados da Lousã,
Casal Vasco, Espinhel em Águeda, etc., casou com D. Ana Benedita Forbes
de Almeida, filha do tenente-general João
Forbes Skallater e de sua mulher D. Ana Joaquina de Portugal e Almeida.
Filho:
− João de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres,
fidalgo da Casa Real, senhor de toda a casa, que morreu
a 25 de Setembro de 1860. Casou a 29-1-1852 com D. Camila
Ribeiro de Faria, nascida a 12-3-1829, filha de Francisco Ribeiro de
Faria, fidalgo da Casa Real, e de sua mulher D. Rosa Margarida de Barros
Lima. Filhos:
−
Manuel de Albuquerque, engenheiro, herdeiro da casa; não casou, e pela
sua morte herdaram a casa os seus sobrinhos.
− Francisco de Albuquerque de
Melo e Cáceres,
casou com D. Maria José Guedes Van-Zeller. Filhos:
− João.
− D. Maria.
− D. Cristina.
− Luís.
− D. Isabel (?).
________________________
− D. Margarida Josefa de
Melo e Albuquerque, atrás
citada, casou a 15-8-1772 com Jerónimo Vieira da Silva e
Tovar, senhor das honras de Molelos e Botulho, fidalgo da
Casa Real, etc. Filho:
− Francisco de Paula Vieira da Silva e Tovar, 1.º barão e 1.º visconde
de Molelos, fidalgo da Casa Real, brigadeiro
/
42 /
dos reais exércitos; casou a 22-4-1792 com D. Maria Máxima de Magalhães
Pinto Boto de Castelo Branco, filha herdeira de Inácio de Magalhães
Pinto de Sousa Ferrão de Castelo Branco e de sua mulher D. Clara Maria
Pinto Boto. Filha única:
−
D. Maria Carlota Vieira de Tovar Pinto de Magalhães,
que casou em 8-8-1824 com seu tio paterno António Vieira
de Tovar e Albuquerque, fidalgo da Casa Real, comendador de S. Tiago,
desembargador da Suplicação, etc. Filho:
−
António Vieira de Tovar de Magalhães e Albuquerque, bacharel em Direito, que casou a 7-9-1861 com D. Maria
dos Prazeres de Magalhães Perfeito, filha de José de Magalhães de Meneses Vilas-Boas de Sampaio de Barbosa, fidalgo
da Casa Real, coronel do regimento de milícias de Barcelos
e de sua mulher D. Ana Adelaide Perfeito de Magalhães de
Aragão Souzedo. Tiveram, única:
− D. Maria dos Prazeres, que nasceu a 25-XI-1865 e
morreu a 24-2-1869.
De D. Margarida Josefa de Melo e Albuquerque e de
Jerónimo Vieira da Silva e Tovar, outros filhos nasceram
além do visconde de Molelos
− que foi o primogénito
− e
foram eles:
− Pedro Vieira de Tovar e Albuquerque, moço fidalgo,
comendador de Cristo e da Conceição, do conselho de Sua
Majestade, conselheiro da Fazenda, provedor das capelas de
D. Afonso, deputado da Junta do Infantado, conselheiro
da embaixada a Madrid, desembargador da Relação de
Goa, etc.
− Manuel Vieira de Albuquerque Tovar, moço fidalgo,
coronel de cavalaria, comendador de Avis, governador e
capitão-general de Angoa e do arquipélago dos Açores.
− D. Maria da Esperança, que morreu nova.
− D. Josefa Margarida Vieira de Tovar e Albuquerque,
casada com Manuel Barata de Lima da Fonseca Arnau, senhor
dos morgados de Padeões e Amoreira e da quinta da Boa-Vista, junto a
Coimbra, fidalgo da Casa Real e desembargador da Relação do Porto, c.
g.
− D. Sancha Teresa Mafalda Vieira de Tovar e Albuquerque, casou com
Bernardo Madeira de Abreu Brandão, fidalgo da Casa Real por alvará de
9-7-1824, senhor da quinta
da Costa, dos morgados de Lobão, Lobelhe e outros, desembargador da Relação do Porto, falecido a 22-2-1874.
c. g.
− Luís Vieira, nasceu a
11-11-1782 e morreu de tenra
idade.
− João Vieira de Tovar e Albuquerque, moço fidalgo,
cavaleiro das Ordens de Cristo e da Torre e Espada, governador da ilha
de Santa Catarina, tenente-general e governador
/
43 /
de Abrantes; na campanha de Montevideu perdeu um dos braços.
− José Maria Vieira de Tovar e Albuquerque, comendador de S. Tiago,
freire conventual do convento de Palmela, abade de Trapa e de Soalhães.
− António Vieira de Tovar e Albuquerque, o que casou com sua sobrinha D.
Maria Carlota Vieira de Tovar Pinto
de Magalhães, como ficou dito.
___________________________
Senhores dos morgados de Barbeita, Jardim e Moure:
− Lopo Velez de Castelo Branco, atrás citado na ligação
dos Pintos, de Águeda, com os Albuquerques, da quinta da ínsua e
senhores de Molelos, casou, como lá se disse, e teve filha única:
− D. Sebastiana Velez de Castelo Branco, que casou
em Coimbra, como também disse, com Duarte de Melo e Cáceres. Filhos:
− António Luís de
Melo e Cáceres, em quem se
continuou no título anterior.
− D. Luís, cónego.
−
Duarte de Melo e Sousa, em quem agora se continua.
−
Duarte de Melo e Sousa, fidalgo da Casa Real, casou
com uma irmã da mulher de seu irmão António Luís, chamada ela D. Ana
Maria Pereira de Soto-Maior, filha de Gonçalo Afonso Pereira de
Soto-Maior, e de sua mulher D. Sebastiana de Valadares Carneiro, filha
de Luís de Valadares Carneiro, fidalgo da Casa Real, e de D. Ana do
Amaral, natural de Coimbra. Filho:
−
Gonçalo Afonso de Melo Pereira de Soto-Maior, senhor de Barbeita
(concelho de Monção), alcaide-mor de Caminha, casou com D. Francisca
Maria de Queirós Pinto, filha de Feliciano Pinto de Queirós, senhor de uma casa em Sanhoane e
cavaleiro da Ordem de Cristo, e de D. Bernarda Maria Mourão Pinto. Filho:
−
Luís Pereira de Melo Soto-Maior, moço fidalgo, senhor da casa de
Barbeita, vereador da câmara de Santa Marta de Penaguião, casou com D.
Maria de Bourbon e Nápoles, filha de Bernardo de Nápoles Telo de
Meneses, senhor do morgado de Jardim e Moure, e de D. Ana Rita Xavier de Bourbon, da casa dos
condes de Avintes. Filho:
−
Luís de Melo Pereira Nápoles Soto-Maior, senhor do
morgado de Jardim e Moure, casou com sua prima D. Antónia
/
44 / Rita de Bourbon, filha de José Anastácio da Silva da Fonseca, da casa de Alcobaça, e de D. Joana Guedes de
Carvalho e Meireles, da casa de Aveleda.
Filhos:
− José Pedro de
Melo Nápoles Soto-Maior, senhor
das casas de Barbeita e Penalva, moço fidalgo, casou com
D. Maria Felicidade Rebelo de Faria, s. g.
−
D. Maria dos Prazeres de Melo e Nápoles, continua.
− D. Maria Isabel, casou com António Homem
Corte-Real, c. g.
− Luís Pereira de
Melo e Nápoles.
− D. Joana.
−
D. Maria dos Prazeres de Melo e Nápoles, casou com
seu primo Luís de Albuquerque do Amaral Cardoso. Filhos:
− António José de Albuquerque Pereira e
Nápoles, segue.
− D. Antónia Rita de Bourbon e
Nápoles, casou com Eugénio Augusto de Carvalho, filho de Tito Augusto de Carvalho e de D. Mariana Ludovina
Cabral de Lencastre, e tiveram um filho chamado Luís.
− Luís Cândido de Albuquerque, casou com D. Maria
Amélia de Almeida Gama e Castro, c. g.
−
António José de Albuquerque Pereira e Nápoles, casou com D. Maria do
Carmo Rebelo e Meneses, da casa do Poço, em Lamego. C. g.
________________________
Casa da Borralha (Viscondes e condes da Bo-rralha e
Vai Preto Geraldes):
−
Helena Pinto, (irmã de Maria Pinto, ambas filhas de Branca Pinto,
netas de Isabel Pinto e bisnetas de Violante Pinto), casou, como disse,
com Crisóstomo de Paiva, capitão-mor de Mogofores. Dos seus filhos, já
apontados no
capitulo «Pintos, de Águeda», segue-se com:
− Isabel Pinto de Paiva, que casou com Constantino da
Silva de Carvalho, ou Constantino de Paiva de Carvalho, que foi o 4.º
senhor da casa da Borralha, moço da câmara de Filipe lI, que serviu na
índia com valor. O senhorio da Borralha já tinha tocado a membros da
família Pinto, de Águeda, da seguinte forma: o 1.º senhor da casa e quinta da
/ 44 /
Borralha foi Simão Fernandes de Carvalho, fidalgo da Casa Real (diz D.
Fernando de Távora), senhor da feitoria de
Baçaim na Índia e capitão-mor das vilas de Recardães, Segadães e Brunhido, casado em 1590 com Helena da Silva, filha de Manuel
Chamorro da Silva e de Leonor Gomes de Pinho, de Aveiro. A filha e
herdeira de Simão Fernandes de Carvalho foi Leonor Gomes da Silva, que
casou com António Pinto Boto, que, pelo seu casamento, foi o 2.º senhor
da
quinta da Borralha, capitão-mor das vilas de Recardães,
Segadães e Brunhido, etc., e estes tiveram duas filhas, Leonor e Maria,
que ficaram solteiras e sem geração. O 3.º senhor da quinta e casa da
Borralha seria uma das filhas destes e, como qualquer delas não deixasse
geração, passou a quinta para Constantino da Silva Carvalho, que era
irmão de Leonor Gomes da Silva, mulher de António Pinto Boto
− isto é,
tia da Leonor e da Maria que morreram sem geração
−. Mas aí vai um
esquema genealógico da família Carvalho, que praticamente explica o
caso:
|
Já atrás enumerei os filhos de Isabel Pinto de Paiva e
de Constantino da Silva Carvalho; agora sigo:
−
Eulália da Silva Pinto, que foi a 5.ª senhora da casa da Borralha e
que casou com o seu parente Miguel Pinto de Macedo que foi familiar do
Santo Ofício em 1675, senhor do morgado da Visitação, filho de João
Pinto Pinheiro e de Maria Pinheiro, neto paterno de Isabel de Macedo, e
de Tomé Pinheiro, bisneto (por Isabel de Macedo) de Jorge Pinto e de
Isabel de Macedo, terceiro neto de Brites Pinto e de Diogo Martins
(Pinheiro) e quarto neto de Violante Pinto e de João Lopes, como se viu
no capítulo anterior.
Ora, como a progénie de Isabel de Macedo (filha do 1.º matrimónio de
Jorge Pinto) casada com Tomé Pinheiro,
em Águeda, não ficou apontada no referido capítulo sobre os
/ 46 /
Pintos, de Águeda, aqui vou explicar. Filhos de Isabel de Macedo e de
Tomé Pinheiro:
− João
Pinto Pinheiro, casou em Águeda com a sua parenta Maria Pinheiro, acima
referidos. Filhos:
−
Miguel Pinto de Macedo, que
casou na quinta da Borralha, como acima se vê, com Eulália da Silva
Pinto, e da geração destes Iogo se dirá
−
Jerónimo Pinto, reitor de EspinheI.
−
Tomé Pinheiro, frade dominico e inquisidor; foi para a índia, e
regressando para tomar assento na Mesa Grande, nunca se soube da nau em
que viajou.
−
D. Pedro da Purificação, cónego regular de Santo Agostinho, prior de
Grijó e vigário de Mira.
−
Sebastião Pinto.
−
Eulália, Susana e Maria Pinto, solteiras.
−
Sebastião de Macedo, casou em Águeda com a sua parenta Maria Pinheiro,
e instituíram a capela da Visitação em Águeda com
obrigação de 4 missas, ao que vincularam bens
(2).
−
Fr. Jorge Pinheiro, frade
dominico.
−
Mais três filhas, que morreram solteiras.
−
Tomé Pinheiro, solteiro, s. g.
−
Susana Pinto, que casou com Mateus de Almeida, da quinta do Morangal, e
tiveram três filhos (Mateus de Almeida, Matias Pinto e Filipa de
Macedo), todos solteiros e sem geração.
−
Maria de Macedo, casou com Manuel de Almeida Pais, filho de António de
Almeida e de sua primeira mulher Joana de Almeida, da quinta do Morangal
(EspinheI) e tiveram quatro filhos solteiros, sem geração, Manuel de
Macedo, julgador de el-rei, Dr. D. António dos Santos, cónego de Santo
Agostinho, e mais duas filhas solteiras.
−
N... que morreu de peste e está sepultado em S. Pedro.
/
47 /
Aí vai um esquema da geração de Violante Pinto, pela linha do seu 4.º
neto Miguel Pinto de Macedo:
|
−
João Pinto de Macedo, foi o herdeiro e 6.º senhor da casa e
quinta da Borralha, mestre de campo de auxiliares da Comarca de Esgueira, familiar
do Santo Ofício
− para o que se habilitou em 1715 quarenta anos depois
de seu pai, e quando já era casado com D. Caetana Maria de Figueiredo,
de Canas de Senhorim, filha de Manuel de Figueiredo Machado e de D.
Brites de Figueiredo, neta paterna de Domingos Henriques Machado, natural
de Pindelo, freguesia de Silgueiros, e de Filipa Gomes de Figueiredo, de
Canas de Senhorim, e neta materna de João do Sobral de Figueiredo, de
Canas, e de Beatriz Rodrigues de Carvalho, de Moimenta da Serra. Filho:
−
José Pinto de Macedo, 7.º senhor da casa da Borralha e mais bens,
familiar do Santo Ofício; casou com D. Maria de Abreu Mascarenhas, filha
de Manuel Pereira de Mascarenhas e de sua mulher e prima D. Lucrécia
Joana de Abreu Castelo Branco, sétimos morgados de Santo André e S.
Tiago de Besteiros. Filho:
−
José Pinto de Macedo de Abreu Castelo Branco, 8.º senhor da casa da Borralha, casou com D. Ana Rita Saraiva de Almeida, natural da freguesia
da Várzea, bispado de Coimbra, filha de João Lopes Saraiva e de sua
mulher Josefa de Almeida. Filha:
−
D. Josefa Margarida Pinto de Macedo e Mascarenhas, 9.ª senhora da
casa da Borralha, casou com Gonçalo Caldeira Leitão de Albuquerque
Cardoso Brito Moniz, moço fidalgo
/
48 /
(aIvará de 13 de Maio e 21 de Junho de 1835), do conselho de D. Maria
II, perfeito da província da Beira-Baixa em 1835, filho de Francisco
Caldeira Leitão Moniz de Albuquerque, da Sertã, cavaleiro professo da
Ordem de Cristo, capitão-mor de S. Vicente da Beira, senhor de vários
vínculos, e de sua mulher D. Inês Caetana de Morais Sarmento e Andrade,
de S. Vicente da Beira, filha herdeira de Manuel Caetano de Morais
Sarmento e Andrade, familiar do Santo Ofício, capitão-mor de S. Vicente
da Beira, e de sua mulher D. Maria Teresa da Trindade Morais, de
Monsanto. Filhos:
−
Francisco Caldeira, segue.
− D. Maria Delfina, nasceu em 1806.
− José Caldeira, nasceu a 20-3-1807 e morreu em
Mogofores em 1877. Moço fidalgo por alvará de 30-5-1835, do conselho
de D. Luís I, comendador de Cristo, juiz da Relação de Lisboa, deputado
da Nação, etc.
− D. Francisca Máxima, nasceu em 1808 e morreu
em 1877.
− D. Ana Adelaide, nascida em 1809.
− D. Maria Emília, casou com, Joaquim de Albuquerque Caldeira, fidalgo da Casa Real, deputado da
Nação e abastado proprietário em Castelo Branco.
− D. Inês, nasceu em 1812.
− D. Maria José, casou com seu primo Fernando
Afonso Geraldes de Melo Sampaio Pereira, marquês da Graciosa, de quem
depois se tratará.
− Albano Caldeira, nasceu a 26-10-1813, moço fidalgo (alvará de
30-5-1835), do conselho de D. Luís I, deputado da Nação, juiz da Relação
de Lisboa, serviu de Governador Civil no distrito de Castelo Branco,
etc. Casou com D. Emília de Bourbon Vaz Preto Geraldes, filha de João José Vaz Preto Geraldes, par do reino, e de sua
mulher D. Joana Carlota Geraldes de Bourbon. Filhos:
− João José, nascido a 14-6-1861.
− D. Emília, nascida a 10-8-1865.
− Gonçalo Caldeira, nasceu a 21-9-1818, moço fidalgo por alvará de 30-5-1835.
−
Francisco Caldeira Leitão Pinto de Albuquerque de Brito Moniz, 1.º
visconde da Borralha (decreto de 14-7-1852), par do reino (carta de
23-12-1844), do conselho de D. Maria lI,
moço fidalgo (alvará de 30-5-1835), bacharel formado em Direito, nasceu
a 20-4-1803 e morreu a 29-11-1873. Casou
/ 49 /
[Vol. XII - N.º 45 - 1946]
a 12-4-1836 com D. Inês de Vera Geraldes de Melo Sampaio
e Bourbon, filha de Fernando Afonso Geraldes de Andrade Meneses, do
conselho de D. Maria I e de D. João VI, fidalgo cavaleiro da Casa Real
(alvará de 30-4-1783), alcaide-mor de
Monsanto, senhor de Medelim, comendador de S. Miguel
de Tornos na Ordem de Cristo, desembargador da Casa da
Suplicação, e de sua mulher D. Maria Joana de Melo Sampaio e Bourbon.
Filhos:
−
Gonçalo Caldeira, segue.
− Fernando Caldeira, nasceu a 7-XI-1841,
fidalgo da
Casa Real, deputado da Nação, governador civil de Aveiro, bacharel
formado em Direito, poeta bem conhecido e de grande inspiração.
− D. Maria Inês, nascida a 20-12-1842. Casou com
Joaquim Álvaro Teles de Figueiredo Pacheco, visconde
de Aguieira. Depois se dirá.
− Eduardo Caldeira, nasceu a 14-12-1848, fidalgo da
Casa Real, bacharel em Direito.
−
Gonçalo Caldeira Cid Leitão Pinto de Albuquerque,
2.º visconde e 1.º conde da Borralha, par do reino, moço
fidalgo, bacharel formado em Direito; nasceu a 4-10-1839 e
casou a primeira vez em 1-2-1864.com D. Eugénia de Magalhães Colaço M. Velasques Sarmento, filha dos primeiros
viscondes de Condeixa. Deste casamento houve uma filha, D. Eugénia, que
nasceu a 4-12-1866 (?) e que casou com o
engenheiro José da Veiga Ottoline, 2.º conde de Ottoline,
de quem se falará. Casou segunda vez Gonçalo Caldeira,
2.º visconde e 1.º conde da Borralha, em 12-9-1877, com Miss Carolina W.
Orne, natural de Filadélfia, filha de
Mr. John F. Orne e de sua mulher Mrss. Sarah L. Orne.
Filho:
−
Francisco Caldeira Cid Leitão Pinto de Albuquerque,
13.º senhor da casa da Borralha, 2.º conde da Borralha, linhagista muito
distinto e estudioso a quem devo muitas informações e elementos que me
serviram nesta ligeira resenha.
Casou com D. Maria da Conceição do Casal Ribeiro de Carvalho, filha de
Lourenço António de Carvalho, ministro e secretário de estado honorário,
gran-cruz de Carlos III de
Espanha, bacharel formado em Matemática, deputado da
Nação; filho dos segundos barões de Chanceleiros, e de sua
mulher D. Mariana Carolina do Casal Ribeiro, filha dos primeiros condes
de Casal Ribeiro. Filhos:
− Gonçalo.
− D. Inês de Vera.
_______________________
/
50 /
Visconde de Aguieira:
− D. Maria Inês Caldeira Pinto Geraldes de Bourbon,
filha dos primeiros viscondes da Borralha, casou em 29-4-1868
com Joaquim Álvaro Teles de Figueiredo Pacheco, primeiro
e único visconde de Aguieira, fidalgo da Casa Real, senhor
da casa de Aguieira, bacharel formado em Direito. etc., nascido a 16-4-1816, filho de José Agostinho de Figueiredo
Pacheco Teles, bacharel em Direito, fidalgo da Casa Real,
antigo monteiro-mor do conselho do Vouga, e de sua mulher D. Maria Luísa
de Magalhães Teles. O visconde era viúvo quando casou com D. Maria Inês,
e a primeira mulher fora sua prima D. Maria Mascarenhas Bandeira Teles
de Mancelos Pacheco, filha de Joaquim de Mascarenhas de Mancelos Pacheco
e de D. Carolina Bandeira da Guerra. Destes dois matrimónios, sem
geração.
_______________________
Viscondes, condes e marqueses da Graciosa, condes
da Foz do Arouce e viscondes de Proença-a-Velha:
−
D. Maria José Caldeira Pinto de Albuquerque Leitão, nascida a 31-12-1816, filha de Gonçalo Caldeira Leitão de
Albuquerque Cardoso Brito Moniz, senhor da casa da Borralha pelo seu casamento com D. Josefa Margarida Pinto de
Macedo Mascarenhas, casou com seu primo Fernando Afonso
Geraldes de Melo Sampaio Pereira, nascido a 24-7-1809, par
do reino, 1.º visconde, 1.º conde e 1.º marquês da Graciosa,
senhor de Medelim, alcaide-mor de Monsanto, comendador
de S. Miguel de Fornos na Ordem de Cristo, grã-cruz da Coroa de Itália, bacharel em Direito, etc., etc. Filhos:
− Francisco de Melo, nasceu a 31-3-1837 e morreu
a 27-3-1859, sem geração.
− Fernando de Melo Geraldes Sampaio de Bourbon,
nasceu a 29-6-1839, 2.º conde e 2.º marquês da Graciosa,
bacharel em Direito. Morreu solteiro, sem geração.
−
D. Maria Joana, que continua.
−
D. Maria Joana de Bourbon Melo Geraldes de Sampaio Pereira, nasceu a 2-2-1842 e casou a 18-4-1860 com o
Dr. Francisco Augusto Furtado de Mesquita Paiva Pinto,
nascido a 22-5-1833, 1.º visconde da Foz do Arouce, em sua
vida, e depois conde do mesmo título (decreto de 19-5-1886),
moço fidalgo com exercício na Casa Real (alvará de 25-8-1855),
doutor na faculdade de Direito na Universidade de Coimbra,
/
51 /
etc., filho de Francisco Furtado de Mesquita Paiva Pinto, administrador
dos vínculos da Foz do Arouce e outros, monteiro-mor de
Serpins, e de sua mulher D. Luísa Benedita Soares Pinto de. Mascarenhas
Castelo Branco. Filhos:
− D. Maria, nasceu a 8-6-1864, e segue.
− Francisco, nasceu a 8-2-1866, segue depois.
− D. Emília, nasceu a
9-3-1868.
− D. Luísa, nasceu a
1-4-1870, segue no fim.
−
D. Maria de Melo Furtado Caldeira Geraldes de Bourbon, acima
referida, casou em 4-6-1884 com João Filipe Osório de Meneses Pita, 2.º
visconde de Proença-a-Velha e 1.º conde do mesmo título (6-5-1892),
bacharel formado em Direito pela Universidade de Coimbra, nascido a
10-8-1885, filho dos primeiros viscondes de Proença-a-Velha, António de
Gouveia Osório de Metelo de Vasconcelos e sua mulher D. Luísa da Cunha
de Castro Meneses Pita. Filhos:
− D. Maria Joana, nascida a 20-6-1886.
− D. Luísa de Melo Furtado Osório de Meneses
Pita, nascida a 20-7-1888.
− Luís de Melo Furtado Osório de Meneses Pita,
nasceu a 22-8-1889.
− D. Emília de Melo Furtado Osório de Meneses
Pita, nasceu a 2-7-1892.
− João Filipe de Melo Furtado Osório de Meneses Pita, nasceu a
2-7-1896, que casou com D. Teresa Horta Machado, filha dos condes de
Marim, António da França de Horta Machado e D. Margarida de Mendonça Rolim de Moura Barreto (Azambuja).
− Francisco de Melo Furtado Osório de Meneses Pita, nasceu a 2-12-1900.
_______________________
− Francisco de Melo Furtado Caldeira Geraldes de Bourbon, filho dos primeiros condes da Foz do Arouce, bacharel em Direito
por Coimbra, 3.º marquês da Graciosa, rico proprietário, solteiro, sem
geração.
_______________________
− D. Luísa de Melo Furtado de Paiva Pinto, nascida a 1-4-1870, casou com
Melchior Barata de Tovar Pereira Coutinho, filho de Diogo Barata de Lima
Vieira de Tovar, moço fidalgo com exercício, senhor dos morgados dos
Padrões
/
52 /
e Amoreira e da quinta da Boa-Vista em Coimbra, e de sua mulher D.
Emília Adelaide Pereira Coutinho de Vilhena, filha de Manuel Pereira
Coutinho de Vilhena, fidalgo da Casa Real, da ilustre casa de Penedono,
e de suà 2.ª mulher (creio)
D. Antónia Adelaide, de Albergaria Monteiro de Vasconcelos. Filho,
único:
− Diogo Barata de Tovar Furtado de Melo Pereira Coutinho, que nasceu na
Figueira da Foz a 14-1-1900 e que casou com D. Júlia Maria Aires de
Campos de Sande Mexia de
Barros, natural de Coimbra, filha do Dr. Guilhermino de Barros e de
D. Maria Aires de Campos, filha esta dos primeiros viscondes e condes do
Ameal. C. g.
_______________________
Condes de Ottoline e Condes da Esperança:
− D. Eugénia Caldeira, filha do primeiro matrimónio
do 2.º visconde e 1.º conde da Borralha
− Gonçalo Caldeira Cid Leitão
Pinto de Albuquerque −, casou, como se disse, com o engenheiro
José
da Veiga Ottoline, 2.º conde de Ottoline. Filhas:
− D. Maria Elisa
Caldeira Ottoline, que casou com Fausto de Brito
Abreu, oficial da marinha, sem geração.
− D. Maria Teresa Caldeira Ottoline, que casou com José Manuel Braamcamp
Barahona Fragoso, 2.º conde
da Esperança, filho dos segundos viscondes e primeiros condes do mesmo
título. Filhos:
− José Estanislau de Barahona Fragoso.
− D. Maria Inês de Barahona Fragoso.
_______________________
Senhores do prazo de Mogofores e alcaides-mores de Alcobaça:
−
Vicente de Oliveira Barreto, (pág. 18 do opúsculo «Pintos, de
Águeda», filho de Maria Pinto e de Manuel de Oliveira Barreto, de
Aveiro, casou em Aveiro com Isabel Corim, filha de um estrangeiro deste
apelido. Foi sua filha:
−
D. Vicência Maria de Oliveira Barreto, que herdou o prazo de Mogofores
e casou no Porto com Miguel Pereira de Melo (CANAIS, Costados, pág. 146,
diz Manuel), fidalgo da Casa Real, filho de Miguel Pereira de Melo,
ou Miguel Coelho Pereira de Melo, fidalgo da Casa Real e cavaleiro da
/ 53 /
Ordem de Cristo, e de sua mulher D. Luísa Pereira de Barros.
Além do filho que se segue, teve um Manuel e outros. Filho:
− Luís de Melo Pereira Coelho, fidalgo da Casa Real,
senhor do prazo de Mogofores. Viveu no Porto, e de Francisca Rodrigues, filha de Pedro Francisco e de Antónia Rodrigues, teve pastarda legitimada:
− D. Ursula Inês de Melo Pereira, que herdou o prazo
de Mogofores e casou com o seu parente Bento Luís de Melo
Correia da Silva, alcaide-mor dos coutos de Alcobaça, cavaIeiro da Ordem de Cristo, fidalgo da Casa Real, familiar do Santo
Ofício, primeiro provedor da Companhia dos Vinhos
do Alto-Douro, filho de Luís de Melo da Silva, fidalgo da
Casa Real, e de D. Margarida Teresa Correia Guedes Carneiro. Filho:
−
José de Melo Pereira Coelho Correia, senhor do prazo
de Mogofores, alcaide-mor dos coutos de Alcobaça, fidalgo
da Casa Real, residente no Porto, na rua Chã, casado com
D. Josefa Engrácia de Noronha Manuel de Vilhena, filha
dos 12.os senhores de Felgueiras e Vieira e 14.os de Fermedo (?), Gonçalo Peixoto Coelho Pinto Pereira da Silva e
sua mulher D. Ana Maria Benedita Pereira Pinto de Vilhena,
herdeira dos morgados de Calvilhe, Cedros e Penedono
(3).
Filhos:
− José de Melo Peixoto Coelho, sucessor, coronel do
batalhão de voluntários realistas do Porto, vice-provedor
da Companhia dos Vinhos do Alto-Douro, sem geração.
−
Francisco de Melo, que se segue.
−Francisco de Melo Peixoto Coelho, fidalgo da Casa
Real, herdeiro da casa por morte de seu irmão José, casou com D. Sofia
Augusta de Meireles Leite Pereira, filha de
Francisco de Meireles e de D. Francisca da Estrela. Filha:
−
D. Maria Filomena de Melo Peixoto, que faleceu no
Porto em Abril de 1914 e que havia casado com o seu primo
direito Artur Pinheiro de Aragão, filho de Bernardo Pinheiro
de Aragão, fidalgo da Casa Real, senhor da casa da Corredoura em Lamego, Paçô de Sever, etc., e de sua mulher
D. Maria Antónia de Meireles Leite de Abreu e Sousa, filha
de Francisco de Meireles Leite e de D. Francisca da Estrela.
D. Maria Filomena teve uma irmã, que julgo ficou solteira,
chamada D. Sofia Iluminata de Melo Peixoto Coelho.
_______________________
/ 54 /
Casa das Lágrimas em Coimbra, Osórios Cabral da
Câmara e Velasques Sarmento de Alarcão:
− Brites Pinto, ou Brites Pinto de Macedo como lhe chama o erudito linhagista D. FERNANDO TA VARES DE
TÁVORA, filha de Jorge Pinto e de sua
primeira mulher Isabel de Macedo, foi a segunda mulher de António de Almeida,
senhor da quinta do Morangal, freguesia de EspinheI, concelho de Águeda. Diz
o meu referído amigo D. Fernando
que António de Almeida foi filho de Miguel de Mancelos e
de Joana de Almeida. Filhos:
− Francisco Pinto de
Almeida
(4), capitão-mor das
terras do duque de Barcelos e casou na quinta do Bico
com Leonor Ferreira, filha de Cristóvão Domingues e
de sua primeira mulher. Filhos:
− Francisco Pinto, casou na quinta do Bico com sua prima D. Brites
Pinto, filha de Simão Pinto e de sua mulher Francisca da Fonseca, e
tiveram Cristóvão Pinto e D. Francisca.
− António Pinto, prior do Barro.
− Cristóvão de Santa Maria, cónego regular de
Santo Agostinho.
− D. Maria e D. Luísa, freiras em Sá, de Aveiro.
−D. Brites e D. Leonor,
freiras de Jesus.
− D. Joana, solteira.
− António Pinto de
Almeida, vigário em Eixo.
−
Jorge Pinto, teve o hábito de Cristo e foi desembarp;ador dos agravos no Porto; casou 'na Guarda com D. Leonor Monteiro.
Filhos:
− Mateus Pinto, que morreu menino.
− D. Maria Catarina Monteiro, casou em Freixedo do Torrão com Antão Metelo Pacheco, seu
primo, de quem teve Jorge, António, José, Manuel, João, Gaspar, D.
Leonor (que casou com António Cortes de Carvalho, filho de Manuel de
Carvalho
Freire e de N.... de Santa Eufémia) e D. Catarina.
/
55 /
− D. Catarina, que morreu solteira.
− D. Brites, freira de Jesus em Aveiro.
− Filipa da
Visitação, freira de Jesus em Aveiro.
− Maria Pinto, casou na Castanheira com FernandoCardoso, e foram seus filhos:
− Maria Pinto, que casou em Eixo com Teodósio de Oliveira, de quem teve Maria Pinto.
− Brites Pinto, casou com Manuel Tavares
Pacheco, de Aveiro, de quem teve Pedro Tavares
e N. . ., freira de Sá em Aveiro.
− Isabel de Almeida, s. g.
− Joana de Almeida, idem.
−
Sebastiana Pinto, que se segue.
− Isabel de Macedo, casou em Águeda com Simão
Dinis. Filhos:
− António Pinto Dinis, que casou nas Torres,
junto de Coimbra com N. . . Cabreira, sem geração.
− Maria Pinto, freira de Jesus em Aveiro.
−
Sebastiana Pinto, casou na quinta do Bico com Cristóvão Domingues, que já era viúvo. Filhos:
−
Simão Pinto, em quem se continua.
− Valentim Pinto, cónego na Guarda e prior do
Couto do Mosteiro
(5).
− Cristóvão Pinto,
morreu novo.
− D. Bernardo da Conceição, cónego regular de
Santo Agostinho.
− Mariana da Coroa, freira em Jesus, de Aveiro.
− Brites Pinto, solteira.
−
Simão Pinto, ou Simão Pinto de Almeida, senhor da
quinta do Bico, casou em Águeda com Francisca da Fonseca
da Serra, filha de António João da Serra, mercador, que foi
para Águeda e lá casou em Abril de 1619 com Francisca da
Fonseca, filha do mercador Domingos João e de sua mulher Clara Antónia, que viviam no século XVI na rua de S. Pedro,
de Águeda. Francisca da Fonseca teve irmãos: O licenciado
/
56 /
Bartolomeu da Fonseca, prior encomendado de Águeda pelos
anos de 1641 a 1643; Padre Pedro da Fonseca e António Fernandes Ch...
Francisca da Fonseca da Serra (a mulher de Simão Pinto), nasceu a 24-XI-1622 e teve irmãos: António, que nasceu a 13-XI-1623, Maria a
2-x-1628, Úrsula e Brites da Serra, que foram freiras em Lorvão. Simão
Pinto casou
a 8-2-1649. Filhos:
− D. Brites, que casou com seu primo Francisco Pinto.
−
D. Angela, que se segue.
− D. Madalena, D. Josefa e D. Sebastiana, esta
baptizada em Águeda a 9-5-1655, que formaram um trio
de freiras em Lorvão.
− Simão, baptizado a
14-XI-1657.
− D.
Ângela Josefa da Fonseca Pinto, natural de Águeda,
casou com Bento de Figueiredo Brandão, natural de Vila Cova
de Ázere, filho de João Álvares Brandão. Filhos:
− João Alvares de Figueiredo Brandão, que segue.
− D. Bernarda, baptizada a 21-XI-1701.
− D. Gaspar Afonso da Costa Brandão, baptizado
a 18-12-1703, bispo do Funchal conf. pelo Papa Bento XIV
a 19-7-1756.
− D. Francisca, baptizada a 27-7-1705.
− Manuel, baptizado a 5-1-1707.
− Luís.
− Maria,
− Berta.
−
João Alvares de Figueiredo Brandão, fidalgo da Casa
Real, do hábito de Cristo, desembargador da Relação do
Porto, chanceler da Relação da Baía; casou a 12-9-1717 com
D. Ana Maria Micaela de Almeida, filha de Manuel Nunes de Almeida,
cavaleiro da Ordem de Cristo, capitão de infantaria, e de sua mulher
Maria da Assunção Vidal, todos de Águeda, onde o casamento se realizou.
Filhos:
− Maria, baptizada em Águeda a 29-7-1718, e morreu
menina.
− Teresa, nasceu a 9-11-1719, freira em Lorvão.
−
Ângela, nasceu a
9-5-1721, morreu na infância.
− Rita (que se segue), Bernarda (morreu
menina) e
Sancha Eugénia, gémeas, nascidas a 10-9- 1722.
− Nuno Álvares, frade crúzio, nasceu a 19-3-1324.
− D. Rita Bernarda de Figueiredo Brandão casou com
Luís Pedro Homem de Figueiredo Deusdará, fidalgo da Casa
/
57 /
Real, da quinta das Lágrimas, era Coimbra, filho de Manuel
Homem Freire de Figueiredo, fidalgo da Casa Real, cavaleiro da Ordem de Cristo, 7.º morgado de Ázere
−
que o filho herdou
−, familiar do Santo Ofício (16-12-1743) e de sua mulher D. Maria
Joana Pita Deusdará, que morreu em Lisboa a 6-6-1811 e era natural da
Baía. Filha:
−
D. Josefa Luísa Freire de Figueiredo Brandão Deusdará, que nasceu em Ázere a 21-10-1763, senhora do morgado
de Ázere e do de Bobadela de Águeda (instituído em 1681),
do grande prazo do EspinheI e mais outros e capelas, que
casou em Coimbra a 3-10-1784 com Miguel Osório Cabral
Borges da Gama e Castro, fidalgo da Casa Real (alv. de 1766),
coronel das milícias de Coimbra, senhor do morgado da
Ratoeira, prazo do Vilhagre, etc., filho de Jerónimo Bernardo Osório de Castro, fidalgo da Casa Real, morgado da Ratoeira, etc.,
e de sua mulher D. Francisca Eugénia Felizarda Borges de Azevedo e
Cerqueira, da Guarda, conforme noutro capítulo se deduzirá. Tiveram,
além de outros:
− António Maria Osório Cabral da Gama, que nasceu
em 1785 e morreu a 20-3-1858, fidalgo da Casa Real com
exercício, 9.º senhor do morgado da Ratoeira e do prazo do
Vilhagre, senhor da quinta das Lágrimas e de vários vínculos, etc., bacharel em Matemática, coronel das milícias da
Figueira e par do reino por carta de 1842. Casou a 28-8-1823
com D. Maria da Conceição Pereira da Silva Forjaz de Meneses, filha de
Damião Pereira da Silva Sousa e Meneses,
senhor de Bertiandos, e de sua mulher D. Maria Angelina Senhorinha José
Justa Pereira Forjaz de Eça Montenegro. Filhos:
− Miguel Osório Cabral de Castro, fidalgo da Casa Real, par do reino, senhor da quinta das Lágrimas, que legou a seu sobrinho D. Miguel Osório
Cabral de Alarcão. Solteiro e sem geração.
−
D. Maria do Ó, que segue.
−
D. Maria do Ó Osório Cabral Pereira de Meneses, casou com seu primo D.
José de Alarcão Velasques Osório Sarmento, filho de D. João Velasques
Sarmento de Alarcão,
fidalgo da Casa Real, e de sua mulher D. Joana Francisca de Figueiredo
Osório. Filho:
−
D. Duarte de Alarcão Velasques Sarmento Osório, bacharel formado em
Direito, delegado em Coimbra, Governador Civil de Coimbra em 1879,
secretário da Universidade de 1880 a 1890. Casou a primeira vez com D.
Maria da
Assunção de Meneses Pita e Nápoles, da casa do Sarsedo.
Filho:
−
D. Miguel Osório Cabral de Alarcão, actual representante da casa da
Ratoeira e senhor da quinta das Lágrimas.
/
58 /
Casou com D. Brísida de Sousa Gomes, filha do Dr. Francisco José de
Sousa Gomes, lente da Universidade, de família de origem bracarense,
e de sua mulher D. Brisida Leite Perry. Filhos:
− D. Maria da Assunção.
− D. Brísida.
− D. Mária da Conceição.
_______________________
Senhores da casa da Amoreira da Gândara e da Póvoa de Recardães:
−
Brites Pinto, citada na notícia anterior, filha de Maria
Pinto e de Fernão ou Fernando Cardoso, da Castanheira, casou com Manuel
Tavares Pacheco, de Aveiro, licenciado em Leis, fidalgo da Casa Real
(alvará de 13-1-1689, como me informa D. Fernando Tavares de Távora),
filho de Manuel Tavares, fidalgo da Casa Real e de cota de armas por
carta de 23-12-1629, como diz o dicionário Portugal, a pág. 1028 do voI.
V, em um tópico sobre Póvoa de Recardães (quinta e casa), artigo este
com vários erros e que, por isso, convém pôr de quarentena... Depois de
ter enviuvado de Brites Pinto, de quem teve o filho que se segue e não
sabendo eu se outros houve, Manuel Tavares tornou a casar com a sua
cunhada Isabel Pinto, irmã de Brites, de quem não ficou geração.
−
Pedro Tavares Pacheco, que o Portugal diz que também foi fidalgo da Casa Real. Pedro Tavares foi o primeiro administrador
de um vínculo instituído em 24-3-1700 da quinta da Póvoa de Recardães,
que havia pertencido a Isabel de Almeida e a seu 1.º marido Diogo de
Lemos, seus antepassados e que no artigo do Portugal se fazem também
ascendentes dos posteriores senhores da quinta, quando é certo
que o comprador da quinta nesta progénie, António Gomes
de Almeida, como diz o dicionário, e António de Almeida, como dizem os
documentos, não era filho daqueles Isabel de Almeida e Diogo de Lemos,
como afirma o dicionário, mas sim de Miguel de Mancelos e de Joana de
Almeida, aquele natural de EspinheI e esta de Águeda, como o prova a
habilitação para os lugares de letras na Torre do Tombo, de Jorge Pinto
de Almeida. Casou Pedro Tavares Pacheco com D. Maria Pinto Coutinho Cardoso, sua
parenta. Filhos:
− Geraldo Pacheco Pinto, solteiro, sem geração.
−
João Pinto Coutinho Cardoso e Távora, segue.
− João Pinto Coutinho Cardoso e Távora, herdeiro,
casou com D. Leonor Inácia de Mendonça Ferrão de Castelo
/
59 /
Branco e Silva. Este João Pinto teve carta de brasão de armas a
27-9-1737 (Tavares e Távoras), como se vê em Brasões Inéditos do Dr.
JOSÉ MACHADO, n.º 24, pág. 176, e lá diz que era filho de Pedro Tavares
Pacheco, fidalgo da Casa Real, neto de Manuel Tavares Pacheco, na mesma
fidalgo da Casa Real (que teve carta de brasão de armas a 23-12- 1639),
3.º neto de Pedro Tavares, fidalgo da casa de S. M., 4.º neto de
Francisco Tavares, senhor de Mira, e de D. Joana de Távora, que era
filha de Bernardim de Távora, reposteiro-mor, e neta de Álvaro Pina de
Távora, senhor de Mogadouro. Filho:
− José Pinto de Tavares Ferrão Pacheco de Castelo Branco, que nasceu a
14-3-1816 e morreu a 26-6-1882, tendo sido senhor das casas da Gândara
e da da Póvoa, coronel de milícias da Figueira, etc. e que casou com
D. Maria José de Avelar. Filhos:
−
Adelino Pinto de Tavares Ferrão Pacheco de
Castelo Branco, que se segue.
− Bernardo José Pinto de Tavares Ferrão, que segue
depois.
− Alípio Pinto de Tavares Ferrão, clérigo, que ficou com a quinta da
Amoreira da Gândara.
− Adelino Pinto de Tavares Ferrão Pacheco de Castelo
Branco, fidalgo da Casa Real (alvará de 28-1-1874), bacharel formado em
Direito, ficou com a casa da Póvoa de Recardães. Nasceu na casa da
Amoreira a 14-3-1834 e faleceu na do Costeado (Guimarães) a 14-5-1909.
Casou com D. Maria José do Amaral Castelo Branco de Noronha e Nápoles,
senhora das casas da Covilhã, Costeado, S. Domingos, etc., filha de José
do Amaral Branco Bernardes de Carvalho Castelo Branco e Noronha, fidalgo
da Casa Real, senhor das casas da Covilhã em Guimarães e do Miradouro em Creixomil, e de sua
mulher D. Maria da Conceição Vaz Vieira de Melo Alvim e Nápoles, que
também descendia dos Pintos, de Águeda, por via que ainda não tenho
esclarecida, apesar da nota. que a este respeito me mandou D. Fernando
Tavares de Távora, e que julgo errada. Além de outros, de que não existe
geração, houve a seguinte filha:
−
D. Maria Teresa de Noronha de Tavares Ferrão do Amaral, que casou com
D. Rodrigo Lobo de Sousa Machado Cardoso de Meneses, filho dos primeiros
viscondes de Paço de Nespereira, Gaspar Lobo de Sousa Machado e Couros e
mulher D. Maria Amélia do Carmo Cardoso de Meneses Barreto. Filha única:
−
D. Maria José Lobo de Sousa Machado e Couros, senhora da casa da
Covilhã, etc., que casou a 28-6-1912 com seu primo D. José Pinto Tavares de Mendonça Ferrão de
/ 59 /
Castelo Branco e Távora, bacharel formado em Direito, filho 2.º de Bernardo José Pinto de Tavares Ferrão, adiante
citado. Filho:
−
D. Bernardo de Tavares Ferrão de Castelo Branco
e Noronha, nascido na casa do Costeado a 17-4-1913.
_______________________
− Bernardo José Pinto de Tavares Ferrão, arriba citado,
filho de José Pinto de Tavares Ferrão Pacheco de Castelo Branco, foi
bacharel formado em Direito pela Universidade de Coimbra, fidalgo da
Casa Real, senhor da casa de Fontechãs e outras, casou com D. Maria
Carlota Afonso Mendes Coutinho, senhora da casa de Sepins em Cantanhede.
Filhos:
− D. Fernando
Tavares de Távora, bacharel formado em Direito, distinto e paciente
linhagista a quem devo muita amizade e valiosas notícias, que casou com
D. Maria da Conceição Cirne de Noronha e Bourbon, senhora da casa de
Ramalde, no Porto, filha de Pedro da Silva da Fonseca de Cerveira Leite
e Bourbon, senhor da casa de Ramalde e fidalgo da Casa Real, e de sua
mulher D. Mariana Augusta de Sousa Freitas Meneses Cirne, senhora, da
casa da Fábrica, no Porto. Filhos:
− D. Maria Mariana Carlota José.
− D. Maria Catlota Afonso.
− D. Bernardo Pedro Maria Fernando de Tavares e Távora.
− D. José Pinto Tavares de Mendonça Ferrão Castelo Branco e Távora, que casou com sua prima D. Maria
José Lobo de Sousa Machado e Couros, como dito ficou.
______________________
Rochas Tavares e 1.º ramo dos Mouras Coutinhos, de
Esgueira:
−
D. Brites Margarida Pacheco Soares, pág. 14 de
«Pintos, de Águeda», filha de João Gomes Godinho Pacheco
Soares, senhores da casa destes em Esgueira, e de D. Maria Gomes da
Silva, casou com Manuel Alberto da Rocha Tavares Pereira, morgado de S.
Martinho de Argoncilhe, instituído em 1613, de Castelãos, instituído em
1545, de Pigeiros, instituído em 1596, padroeiro «in-solidum» da abadia
de
Pigeiros, senhor da quinta e paço de Pereira, na Vila da Feira, e da
casa destes em Ovar, que era na praça e foi há bastantes anos demolida,
filho primogénito e herdeiro de Salvador da Rocha Tavares Pereira,
senhor dos bens citados,
/ 60 /
nascido em Ovar a 5-1,2-1748, linhagista citado a pág. 46 do 3.º vol. da
Bibliographia Nobiliárchica Portugueza do Dr. EDUARDO DE AZEVEDO SOARES (por sinal que diz que ele era senhor
da honra de Figueiros, quando deveria dizer
Pigeiros) e de sua mulher D. Ana de Sousa Vareiro e Ávila,
filha do desembargador do Porto Dionísio de Ávila Vareiro
e de sua mulher D. Mariana de Sousa Monteiro. Filhos:
− D. Joana Quitéria da Rocha Tavares Pereira.
− D. Mariana, que morreu com
5 dias de vida.
− D. Mariana
Inácia Antónia da Rocha Tavares Corte Real, que em 1775 se recolheu em
Santa Isabel o Anjo, do Porto.
− D. Eufrásia Maria Violante da Rocha Tavares
Pereira Corte Real de Assentar, idem.
− Salvador Manuel da Rocha Tavares Pereira
Corte Real, que se segue.
−
D. Antónia, que morreu menina.
− João José da Rocha Tavares Pereira, sem mais
notícia de momento.
−
Salvador Manuel da Rocha Tavares Pereira Corte
Real, foi o herdeiro e casou em Esgueira com D. Angélica
Violante de Sousa Colmieiro Teles Coutinho, senhora do
morgado de N.ª S.ª da Lapa em Condeixa, do prazo de Alaquela no reguengo de Eixo e da capela de Alquerubim, filha
e herdeira de Xavier Francisco de Sousa Colmieiro de Teles, Távora
Coutinho, fidalgo da Casa Real, capitão de cavalos, etc. Filhos:
− Manuel Maria da Rocha Colmieiro, segue.
− João Hipólito, surdo-mudo, sem geração.
−
Manuel Maria da Rocha Colmieiro, fidalgo da Casa
Real, brigadeiro das milícias de Aveiro, teve o hábito da
Torre e Espada e foi senhor de toda a casa de seus pais. Casou com D.
Maria Emília Leite Pereira de Berredo. Filha:
−
D. Antónia Jesuína da Rocha Colmieiro, herdeira de toda a casa;
casou com seu primo Dr. João de Moura Coutinho de Almeida de Eça (ramo
2.º dos Mouras Coutinhos),
doutorado em Leis pela Universidade de Coimbra em 12-2-1843, reitor por
muitos anos do liceu de Aveiro, etc. filho do
capitão-mor de Esgueira e Arada e cavaleiro professo da Ordem de Cristo,
Dionísio de Moura Coutinho de Almeida
de Eça e de sua segunda mulher D. Teresa Febrónia de
Paiva e Sousa. Filhas:
− D. Antónia da Rocha Colmieiro, segue.
− D. Teresa, morreu criança.
/
62 /
− D. Antónia da Rocha Colmieiro de Moura Coutinho,
herdeira da casa, casou com seu primo co-irmão Álvaro de Moura Coutinho
de Almeida de Eça, ela nascida em Esgueira a 22-6-1854 e ele em Viana do
Castelo a 15-12-1854.
O Dr. Álvaro, actual chefe da família pelo seu casamento (era, porque
faleceu em Esgueira a 9-7-1926) é bacharel formado em Direito, professor
e reitor do liceu de Aveiro, antigo presidente da Câmara municipal da
mesma cidade, etc., filho primogénito do Conselheiro Bento Fortunato de
Moura Coutinho de Almeida de Eça, general de divisão, engenheiro,
bacharel em Matemática, inspector e director geral das Obras Públicas e
Minas, etc. e de sua mulher D. Maria Eduarda
Barreto Perdigão de Vilas-Boas. Filhos:
− Manuel Maria de Moura Coutinho de Almeida de Eça, nasceu a 2-9-1877,
médico pela Escola Médica de Lisboa, solteiro; faleceu em 4-4-1946.
− D. Maria Eduarda de Moura Coutinho de Almeida de Eça, nasceu a
22-9-1882. Casou a 7-1-1905 com Raul Soares, filho de João Pedra Soares,
de Aveiro. D. Maria Eduarda morreu em Lisboa a 12-4-1920 (Nota à
margem):
Raul Soares faleceu em Lisboa a 4-12-1933. Filhos
(6):
− D.
Maria Eugénia de Moura Coutinho de Almeida de Eça Soares (e
parece-me que primeiro nasceu um outro, João, a 5-10-1905), que nasceu a
14-11-1908, e casou com José Rodrigues Alves Gil, de Seixos Alvos,
Tábua. Filhos:
− António José de Moura Coutinho Almeida de Eça Soares Alves Gil, nasceu
em Seixos Alvos a 30-12-1929.
− D. Maria Virgínia de Moura
Coutinho de Almeida de Eça Soares Alves
Gil, nasceu em Seixos Alvos a 24-8-1931.
− José Manuel de Eça Soares Alves Gil, nasceu em Coimbra a 18-10-1939.
− D. Maria Eduarda de M. C. de Almeida de
Eça Soares, que nasceu em Estarreja a 4-8-1911 e casou com João
Anacoreta Viana, ao tempo aluno do 5.º ano de Engenharia militar. C. g.
/
63 /
−
Fernando de Moura Coutinho de Almeida de Eça,
nasceu em Esgueira a 3-1-1888, funcionário público em
Angola. Casou com D. Júlia Monsó, espanhola, natural de Cadiz onde nasceu a 15-7-1885. (Fernando faleceu em Esgueira a
20-10-1943). Filhos:
−
D. Virgínia de Almeida de Eça, que nasceu
em Esgueira a 12-4-1911 e casou com o médico
Dr. Manuel Soares. Filhos:
− José Fernando Moura Coutinho Soares, nasceu em Esgueira a 6-11-1932.
− D. Maria Júlia, nasceu em Esgueira a 5-1-1934.
− Manuel Álvaro, que nasceu em Aveiro
em 9-1-1936.
− D. Maria Virgínia, nasceu em Aveiro
em 9-9-1938.
− Jorge Manuel nasceu
em Aveiro
em 25-12-1942.
− D. Maria Fernanda de Moura Coutinho de
Almeida de Eça, nasceu a 19-8-1914 em Esgueira e
casou com o Dr. Amílcar Teles Monteiro, de Vilar
Formoso. S. g.
−
Ângela, nascida em Luanda (África) e que
morreu criança.
− Isidro Monsó de Almeida de Eça, que nasceu em Esgueira em 23-3-1923.
− D. Zulmira de Moura Coutinho de Almeida de
Eça, que nasceu a 11-8-1890, em Esgueira, e na mesma localidade casou a
1-11-1917 com Querubim Alves Gil, proprietário em Seixos Alvos, Tábua,
nascido a 1-11-1890 e falecido a 13-1-1918, filho de António Francisco
Alves, escrivão de direito em Tábua, e de sua mulher D. Virgínia Rosa
Rodrigues Alves. D. Zulmira contraiu segundas núpcias com Lourélio
Augusto Regala, filho do Dr. Luís Augusto da Fonseca Regala, médico da
câmara de D. Luís I, e de sua mulher D. Maria dos Prazeres Regala, em
4-4-1923. Filhos, do 2.º matrimónio:
− D. Maria Manuela de Mouta Coutinho Regala,
nascida a 1-2-1925.
− D. Maria Teresa, nasceu a 2-5-1928 e faleceu
a 17-9-1936.
______________________
/
64 /
Casa dos Quadros de Soure:
− Antónia Pinto (págs. 22 de «Pintos, de Águeda»), filha
de João Pinto de Escobar e de Filipa de Macedo, casou, como disse, com
Diogo Velez de Castelo Branco, de Aveiro, filho natural legitimado de
Lopo Álvares Velez de Castelo Branco, fidalgo de geração. Foi filho segundogénito:
− António Velez de Castelo Branco, senhor do prazo de Mogofores e do
couto de Louredo, que casou com a sua
parenta Isabel Pinto de Paiva a 2-2-1677, filha de Constantino da
Silva de Carvalho, senhor da casa da Borralha e de sua mulher Isabel
Pinto de Paiva. Filho:
− António Velez de Castelo Branco Barreto, senhor do prazo de Mogofores,
que lhe veio por via materna (salvo seja!) e do couto de Louredo,
mestre-de-campo em Esgueira, governador de Penamacor, que casou em Viseu
com D. Francisca Mariana de Nápoles Lemos e Meneses, filha de Bernardo
de Nápoles Meneses e Lemos, fidalgo da Casa Real, e de D. Mariana de
Nápoles e Lemos, sua mulher e sobrinha. Tiveram:
− D. Mariana Bernarda de Nápoles de Lemos e Meneses, baptizada em Águeda em 30-1-1704, casou com Francisco de Vasconcelos e Sousa Gramacho Brandão Arnaut, natural de Soure, familiar do Santo Ofício em
1721, filho de Diogo da Costa Gramacho Brandão Arnaut, senhor da casa de
Vila-Nova-da-Barca, etc., e de sua mulher D. Maria Mascarenhas de
Vasconcelos. Tiveram:
− D. Francisca Mariana de Nápoles Meneses Vasconcelos e Sousa, que casou
com seu primo Pedro Fabião Homem de
Quadros e Sousa, senhor da casa da Telhada, fidalgo da Casa Real, etc.,
filho de Manuel Homem de Quadros e Sousa, senhor da casa da Telhada em
Soure, fidalgo da Casa Real, e de sua mulher D. Isabel Maria da Silva
Castelo Branco. Tiveram:
− José de Sousa Homem de Quadros, nascido em 1775, fidalgo da Casa Real,
tenente-coronel das milícias de Soure. E, de momento, mais não sei.
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Casa do Atalho em Águeda, e Sousas Tudelas da casa de
Vilela, em Viseu:
− Antónia Pinto, atrás mencionada quando tratei da casa dos Quadros, de
Soure, filha de João Pinto de Escobar e de
Filipa de Macedo, casou em Águeda a 23-9-1620 com Diogo Velez
/ 65 /
[Vol. XIl - N.º 45 - 1946] de Castelo Branco, filho natural mas legitimado
em 1606, de Lapa Alvares Velez de Castelo Branco, e neto
de Manuel Lopes Barreto, fidalgo da casa de D. Jorge, duque
de Coimbra, cavaleiro da Ordem de Cristo, e de sua mulher
Isabel Velez de Castelo Branco, que era filha de Simão Henriques de Quadros, fidalgo da casa de el-rei, e de sua mulher
Joana Ferreira Velez de Castelo Branco. Filhos:
− Lopo Velez de Castelo Branco,
baptizado em Águeda a 2-6-1621, e que um genealógio da casa do Atalho
diz que foi senhor do prazo de S. João de Loure, Recardães e outros, e
que casou em Aveiro com D. Luísa Perestrelo, filha de Francisco de
Oliveira Rangel, o cego, e tiveram filha única:
− D. Sebastiana Velez,
que casou com Duarte de Melo e Sousa, senhor da quinta da Várzea em
Coimbra − como diz o manuscrito da casa do Atalho −, ou
Duarte de Melo e Cáceres −, como eu já deixei dito quando me
referi aos senhores do morgado de Barbeita, etc. C. g., como já se
disse.
− António Velez de Castelo Branco, que se segue.
− João Pinto Velez, solteiro, baptizado a 24-6-1622.
− António Velez de Castelo Branco, baptizado em
Águeda a 16-3-1624, casou naquela localidade a 2-2-1677 − tendo
53 anos − com D. Isabel Pinto Paiva, que levou para o casal o
morgado de Mogofores, e que era sua parenta, filha de Constantino da
Silva Carvalho e de sua mulher Isabel Pinto de Paiva. Diz o manuscrito
do Atalho que António Velez foi senhor do couto de Louredo e campo da
mata real de Perrães e Paradela. As escrituras ante-nupciais deste
casamento foram lavradas em Águeda, em casa do nubente, a 18-1-1667,
outorgando por parte da noiva, como procurador, seu tio o licenciado
Constantino da Silva Pinto, prior da
paroquial igreja de Santa Eulália de Águeda. A data do casamento de
António Velez vem nos artigos, publicados na «Soberania do Povo», de
Águeda, sob o título Águeda Antiga, do Dr. SERAFIM GABRIEL DA GRAÇA (cap.
XXXI) e a da escritura em nota do general ANTÓNIO DE MORAIS FERREIRA DA
SILVA para o Instituto Etnológico da Beira − o que digo para
salvaguardar os dez anos de diferença entre aqueles dois actos. Filho:
− António Velei de Castelo Branco Barreto, baptizado em
Águeda a 2-2-1679, fidalgo da Casa Real, mestre de campo de auxiliares
de Esgueira, etc., que casou em Viseu com
/ 66 / D. Francisca Mariana de Nápoles Lemos e Meneses, filha de Bernardo
de Nápoles Meneses e Lemos, fidalgo da Casa Real, e de sua mulher e
sobrinha D. Maria de Nápoles e Lemos. Filhos:
− D. Mariana
Bernarda, baptizada em Águeda a 30-1-1704 e que casou, também em Águeda,
a 17-2-1740, com Francisco de Vasconcelos de Sousa Gramacho, como disse
quando tratei da casa dos Quadros.
− Diogo,
baptizado a 21-4-1705, e que segue.
− Luís, baptizado a 22-2-1707.
− Bernardo, baptizado a 28-10-1709.
− D. Margarida, baptizada a 8-10-1710.
− D. Isabel, nascida a 20-3-1712.
− Sebastião, baptizado a 11-4-1713.
− Diogo José Velei de Castelo Branco Barreto e Nápoles,
fidalgo da Casa Real, familiar do Santo Ofício, senhor da casa do
Atalho, etc., casou com D. Francisca de Lemos, filha de José de Lemos (e
sobrinha de Bernardo Carvalho e Lemos, senhor da Trofa) e de sua mulher
D. Ângela Maria Madalena da Cunha, de Setúbal. Filhos:
− António,
nascido a 8-9-1751.
− José, nascido a 7-2- 1756, que se segue.
− D. Mariana, nascida a 21-12-1759.
− Luís, nascido a 21-1-1762.
− D. Antónia, nascida a 16-5-1764.
− António, nascido a 14-11-1766.
− José de Lemos, casou com Maria Gertrudes, filha de Manuel da Costa e de Luísa
Margarida, da freguesia da Sé, de Viseu, a 28-7-18...3, na capela de S.
José da casa do Atalho. Filha:
- D. Ana Carolina, que se segue.
− D. Ana Carolina de Avilez Pinto e Lemos Nápoles de Meneses,
casou na capela da quinta do Atalho a 28-7-1820 com Rodrigo de Sousa
Tudela e Castilho, tenente-coronel do regimento de milícias de Viseu,
senhor da casa de Vilela, freguesia de Lourosa, perto de Viseu, filho de
Custódio José de Sousa de Carvalho e de D. Maria Caetana Giraldes de
Castilho. Filhos:
− D. Maria José
de Avilez de Sousa Lemos e Nápoles de Meneses, que casou a 8-9-1845, na
capela do Atalho, com José Carlos Juzarte Corte Real, filho de
/ 67 / outro do mesmo nome e de D. Maria Cândida Gamboa e Cunha, de Ázere,
bispado de Viseu, c. g.
−José de Sousa Tudela de Carvalho, senhor das casas do Atalho e
de Vilela, segue.
− Miguel Tudela de Sousa e Nápoles, bacharel em Direito.
− Fernando Tudela, idem.
− D. Emília, que casou em Góis com João Barata.
− D. Carlota e D. Francisca, que morreram solteiras.
− José de Sousa Tudela de Carvalho, senhor, como
já disse, das casas do Atalho, em Águeda, e da de Vilela, perto de
Viseu, casou com D. Maria Teresa de Sousa Canavarro, do Peso da Régua.
Filho:
− José de Sousa Tudela, engenheiro, senhor da casa do Atalho.
E dou por findo este capítulo, que, como se vê, se compõe de
apontamentos muito aligeirados, em que os etc. etc. são em profusão e em
que deixei no tinteiro muitas datas e outros elementos que já estão
espalhados por outros trabalhos meus, omitindo, até, alguns precisos
aditamentos.
No entanto ainda quero aqui deixar arquivados alguns elementos que podem
servir para um estudo mais profundo desta família:
Alguns familiares do Santo Oficio que pertenceram a esta família, e dos
quais os respectivos processos de inquirição trazem valiosas informações
para o estudo dela.
I − António Pinto Boto, que teve carta de familiar em
1639; foi filho de Sebastião Rodrigues de Paiva, morador em Águeda, e de
sua mulher Branca Pinto, neto paterno de Sebastião Rodrigues (Paiva) e
de Inês Luís, que vieram do Botão para o couto de Mogofores. Foi senhor
da quinta da Borralha. «Por sua mulher, Leonor Gomes, António Pinto Boto
era cunhado de Constantino da Silva de Carvalho, que as testemunhas de
um posterior processo do Santo Ofício (o de Miguel Pinto de Macedo)
dizem ser morador no lugar da Borralha, e que foi pai de Eulália da
Silva Pinto, mulher do referido Miguel Pinto de Macedo. Leonor Gomes e
seu irmão Constantino da Silva de Carvalho eram filhos de Simão
Fernandes de Carvalho e de Helena da Silva, natural da vila de Aveiro,
os quais segundo escrevia em 1674 o comissário do Santo Ofício, P.e
BARTOLOMEU DA FONSECA, eram gente nobre e honrada tidos e havidos por
christãos velhos e de limpo sangue» − «Tombo Hist.-geneal»,
voI. II, pág. 139.
/ 68 /
II − Jerónimo Pinto Pinheiro. Devia ter nascido no meado
do século XVI; a sua habilitação do Santo Ofício para meirinho da
Inquisição de Coimbra tem a data de 1583, uma das mais antigas que se
conservam na Torre do Tombo. Era filho de Gomes Martins e de sua mulher
Guiomar Pinto, moradores em Águeda. Gomes Martins foi filho de Gonçalo
Martins, casado com Isabel Afonso, um de Águeda e outro do lugar de
Pinheiro, junto a Angeja, «circunstância esta que nos leva a supor que o
apelido Pinheiro desta família deriva dela ser originária do referido
lugar). (Tombo Hist.-Gen., voI. lI, pág. 141).
III − Fr. Tomé de Macedo. Teve carta de deputado do Santo
Ofício em 1665; foi de Portugal para a Índia como secular, e lá tomou o
hábito de S. Domingos por desejo do seu segundo tio, o padre-mestre Fr.
Jorge Pinheiro. Jorge Pinheiro, o padre-mestre, era irmão inteiro da avó
materna de Fr. Tomé de Macedo. Pedro Duarte Ferreira, avô materno, era
do lugar da Mourisca, termo da Trofa, e tanto dele e sua mulher, como
dos avós paternos, diz o P.e ANDRÉ DE FIGUEIREDO, comissário do Santo
Ofício, na sua informação particular, que «forão pessoas nobres gente
temente a Deos e viviã de sua fazenda à lei da nobreza... Já para
trás ficou dito «Pintos, de Águeda», pág. 14) que o sogro do capitão-mor
de Esgueira Pedro Leitão Pinto − meu 7.º avô − se chamava
António Duarte Ferreira e que era da Mourisca, e assim bem o creio
parente próximo do acima referido Pedro Duarte Ferreira, pelo que se
torna particularmente interessante este processo, do qual procurarei
obter mais completa notícia. O seguinte esquema melhor expõe o caso:
|
(7 = 1 da
árvore genealógica)
/ 69 /
IV − Miguel Pinto de Macedo, irmão, como se vê atrás
de Fr. José de Macedo; teve carta de familiar em 1675; dez anos depois
do referido seu irmão, quando este já era, ao que parece, inquisidor em
Goa. Era casado com Eulália da Silva Pinto, e desta, surgiram rumores de
sangue impuro, que o comissário das respectivas inquirições rebateu como
menos verdadeiros e nascidos de invejas das «senhoras vizinhas». Era ela
neta materna de Crisóstomo Pinto de Paiva e que este teve um irmão,
Julião Rodrigues, do qual foi filho o Dr. Cristóvão Pinto de Paiva, de
quem falarei em nota especial. O comissário das inquirições, pelo menos
da terceira, foi o P.e Bartolomeu da Fonseca, que na sua informação
conclui favoravelmente à habilitanda, que, além do tio Dr. Cristóvão,
teve mais dois parentes próximos clérigos e ambos priores da igreja de
Águeda, e como todos três tiveram forçosamente inquirições de genere,
segue-se que seria bom o sangue de Eulália. E agora, outro esquemazinho
para compor:
|
V − João Pinto de Macedo, filho do anterior Miguel Pinto de
Macedo, habilitou-se para o Santo Ofício em 1115, quarenta anos depois
do pai, quando já era casado com D. Caetana Maria de Figueiredo, natural
de Canas de Senhorim e pertencia à família dos Sobrais Figueiredos desta
vila, filha de Manuel de Figueiredo Machado e de D. Brites de
Figueiredo; neta paterna de Domingos Henriques Machado, natural do lugar
do Pindelo, freguesia de Silgueiros, e de Filipa Gomes de Figueiredo, de
Canas de Senhorim, e neta paterna de João do Sobral de Figueiredo, desta
última localidade, e de Beatriz Rodrigues de Carvalho, de Moimenta da
Serra. O P.e João Antunes, presbítero do hábito de S. Pedro, natural e
morador no dito lugar, disse, quando interrogado (em 1714) que não
conhecera a Domingos Henriques Machado por se ter ausentado mt.º antes
do seu conhecimento p.ª a vila de
/ 70 / Canas donde foi cazar, mas que sempre ouviu dizer que ele era
natural deste lugar donde ainda tem muitos parentes pessoas das mais
principais desta freguezia, a quem muito bem conhece, e nesta familia ha
clerigos e houve coniguos e lentes da Universidade como foi o doutor
Joam do Soveral Machado, e familiares do Santo Oficio, e frades e
freiras.
VI − Miguel da Silva Chamorro − Tirou carta de
familiar em 1675; morava em Recardães e já então era viúvo de Mariana de
Távora Veloso, natural de Góis. Na petição ao Santo Ofício, redigida em
1674, o habilitando diz que na dita vila de Recardais na ha familiar
he grande e ele supplicante deseja muito servir a St.ª Inquisição e
occupar o cargo de familiar... Do processo consta a genealogia da
sua falecida mulher, que era filha de Diogo Veloso da Silva e de Joana
de Távora de Azevedo, ele de Góis, ela da Lousã, e ambos moradores em
Góis; avós paternos, Gaspar Franco Silva, familiar do Santo Ofício, e
Ana Veloso de Lemos, ambos naturais e moradores em Góis; avós maternos,
o licenciado Pero Neto Monteiro, de Miranda do Corvo, e Joana de Távora
Veloso, da Lousã.
VII − Francisco de Figueiredo de Carvalho − Correu
o respectivo processo no Santo Ofício em 1674. Era filho de Cipriano de
Figueiredo de Carvalho e de D. Maria de Figueiredo, ambos de Tourais,
termo de Seia; avós paternos: Belchior de Figueiredo de Carvalho, de
Tourais, e D. Maria Fragoso, de Paranhos de Cima; avós maternos:
Domingos João de Soveral, ou Sobral, como indiferentemente então se
escrevia, e Catarina Manuel de Figueiredo, moradores em Canas de
Senhorim, de onde ela era natural, e ele de Pindelo, Este Domingos João
do Sobral era irmão de João do Sobral, bisavô materno de D. Caetana
Maria de Figueiredo, mulher do familiar João Pinto de Macedo, e
Francisco de Figueiredo de Carvalho era primo por afinidade de Frei Tomé
de Macedo. Isabel Rodrigues de Macedo, mulher de Pedro Duarte Pinheiro,
tio direito do referido Frei Tomé, foi natural de Águeda e teve por pais
Pedro Fernandes de Macedo, da Folgorosa, termo de Recardães, e Maria
Rodrigues Viegas, de Águeda.
VIII − Sebastião de Macedo Pinheiro, cujo processo correu no
Santo Ofício em 1638, era filho de Isabel de Macedo e de Tomé Pinheiro
(portanto irmão de João Pinto Pinheiro casado com Maria Pinheiro), e
neto, pela mãe, de Jorge Pinto casado com Isabel de Macedo. Um António
Pinto de Macedo, que depôs como testemunha em Águeda, declarou ser
parente próximo do habilitando, pois seu pai, Jorge
/ 71 / Pinto, era primo de Jorge Pinto, avô daquele, e sua mãe, Filipa de
Macedo, era irmã da avó do mesmo, Isabel de Macedo. Estas Isabel e
Filipa deviam ter vivido − visto a referida testemunha dizer que
à data da inquirição tinha para cima de 70 anos − pelos reinados
de D. João III e D. Sebastião.
IX − Dr. Frei Jorge Pinheiro − O seu processo no
Santo Ofício andou em 1634, e já a pág. 30 em «Pintos de Águeda» falei
deste homem notável. O licenciado António Pinto de Macedo declarou como
testemunha que «sabia muito bem o dito Padre Mestre frei Jorge Pinheiro
ser natural deste loguar (Águeda) e o conhecia por ambos andarem na
escola de ler e escreuer e depois em latim...». Mais disse que os pais
do Dr. Frei Jorge Pinheiro foram: Pedro Jorge das Laranjeiras e Maria
Pinheiro, ambos de Águeda; dos avós diz que eram gente muito
principal.
Estas nove personagens do Santo Ofício vêm citadas, com as notícias
dadas, no Tombo Histórico e Genealógico, 2.º vol. Mas de outras
tenho notícia, e são as que se seguem:
X − António Pinto Leitão − (Torre do Tombo, maço 29
n.º 782). Teve carta de familiar a 10-9-1694, Filho legítimo do
licenciado Pedro Leitão Pinto, natural de Mogofores, freguesia de N.ª
S.ª da Conceição, e de Beatriz Godinho (aliás Brites), natural de
Esgueira; neto paterno de António Leitão, natural de Avelans de Caminho,
freguesia de S. Vicente de Sangalhos (irmão inteiro de legítimo
matrimónio de Ângela Leitão, avó do reitor de Fermelã, comissário do
Santo Ofício) e de Maria Pinto, natural de Águeda, freguesia da N.ª S.ª
da Conceição; neto materno de António Duarte Ferreira, da Mourisca,
freguesia de S. Salvador da vila da Trofa, e de Maria Gomes Godinho
(irmã, de legítimo matrimónio de Pedra Godinho Barbosa, avô de Agostinho
Coelho de Figueiredo, familiar do Santo Ofício) natural de Esgueira. Era
casado: António Pinto Leitão, com Mariana da Costa Bombarda, filha
legítima de João Gomes Bombarda e de Isabel da Costa, naturais e
moradores na freguesia de S. Miguel da vila de Aveiro; neta paterna de
André Gonçalves Loureiro, de Aveiro, freguesia de N. S. da Apresentação,
e neta materna de André Nunes da Costa e de Antónia Pacheco, natura de
Aveiro, freguesia de S. Miguel. Pela informação prestada em 12-9-1693
pelo Comissário Fr. Bernardo Dias, vê-se «que o pretendente he muito
capaz de exercer a occupação que solicita, suposto que algum dia fosse
infamado por via de sua avó materna Maria Gomes de ter parte de christão
novo, comtudo a dita fama se desvaneceo por serem peIa mesma via
familiares Agostinho Coelho e Sebastião Almeida
/ 72 /
sendo portanto de limpo sangue, assim como sua mulher D. Marianna da
Costa Bombarda, assim merecedor da mercê sollicitada». Noutra
informação, prestada por João V. Ribeiro e António Ribeiro Paiva, em
3-9-1693, dizem estes: «...que o pretendente é de boa vida e costumes e
capacidade para servir o Santo Officio, supposto não ser muito abundante
de bens, mas vive com a sua pobreza sem offender pessoa alguma, é de
gente nobre e principal de sua terra tanto por si como por seus pais,
avós paternos e maternos, e na limpeza de sangue é christão velho e sem
raça de judeo, mouro ou molato ou de outra infecta nação, supposto algum
dia fosse infamado de christão novo, o que não se provou, pois são seus
parentes Agostinho Coelho e Sebastião d'Almeida». Entre as diversas
testemunhas inquiridas houve uma que declarou que António Leitão fora
irmão inteiro de Manoela (aliás Ângela) Leitão, avó materna do Padre
Pantaleão Afonso Alfena, reitor de Fermelã, que foi comissário do Santo
Ofício de cujo cargo tomou posse em 18-5-1691. Entre as diversas
testemunhas há outras que podem interessar: De Avelãs do Caminho, em
9-6-1694, Antónia da Cunha, viúva de Domingos Ferreira, de uns 90 anos
de idade; de Águeda, em 10 do mesmo mês, o licenciado Cristóvão
Rodrigues. de Assequins, freguesia de St.ª Olaia, 65 anos; na mesma
Águeda, em 11, Francisca da Fonseca Serra, viúva de Simão Pinto de
Almeida, de 70 anos; na Mourisca, em 12, o capitão António de Almeida,
que lá vivia há mais de 50 anos e era da Arrancada, de 79 anos; em
Aveiro, 15 de Junho, o capitão Álvaro Góis Bulhão, senhor do lugar de
Mataduços, natural e morador em Esgueira, de 74 anos; Manuel Ribeiro de
Almeida, escrivão do público, de Esgueira, 75 anos. − Nas
inquirições a respeito de D. Mariana da Costa Bombarda, aparece em
Aveiro como testemunha, em 16-6-1694, António Pacheco Leitão, homem
nobre, natural e morador em Aveiro, de 65 anos, e no dia 18 seguinte
Miguel Ferreira de Bettencourt, homem nobre, natural de Aveiro e morador
na freguesia do Espírito Santo.
XI − Pantaleão Afonso Alfena, reitor de Fermelã. Passaram-lhe no
Santo Ofício provisão de comissário em 29-3-1691. (Maço 1, dilig. 9).
Era licenciado e reitor de Fermelã, comarca de Esgueira, natural de
Aveiro, freguesia de N. S. da Apresentação. Filho legítimo de Pantaleão
Afonso Alfena, morador em Aveiro e natural de Leça de Matosinhos,
bispado do Porto, e de Maria Ribeiro Leitão, natural de Avelãs do
Caminho; neto paterno de António Afonso Alfena e de sua mulher Catarina
Pires de Matos, naturais e moradores em Leça; neto materno de Pedro de
Oliveira, natural de Oliveira do Bairro e morador em Avelãs, e de sua
mulher Ângela Leitão, natural de Avelãs, de quem foi filho Manuel
Ribeiro
/ 73 /
Leitão, de Aveiro, familiar do Santo Ofício. O referido Pantaleão Afonso
Alfena (pai) havia sido casado a primeira vez com Catarina de
Figueiredo, irmã inteira e legitima do licenciado André de Figueiredo,
comissário do Santo Ofício, natural e morador em Aveiro, filhos de
Manuel Domingues, de Aveiro, também familiar, e de sua mulher Maria
Dias, de Esgueira.
XII − Manuel Ribeiro Leitão. (Maço 7, n.º 218). Capitão de
infantaria em Avelãs do Caminho, morador em Aveiro, freguesia de N. S.
da Apresentação, casado com Maria Migueis; ele filho de Pedro de
Oliveira e de Ângela Leitão; neto paterno de Pedro Gonçalves e de Maria
Jorge, moradores em Oliveira do Bairro, freguesia de S. Miguel; avós
maternos António Leitão e Catarina Martins, naturais de Avelãs do
Caminho. Ela, Maria Migueis, filha de João de Torres e de Maria Migueis,
naturais de Aveiro; neta paterna de Pedro Afonso e Catarina Vaz, de
Torres Novas, freguesia de S. Pedro; neta materna de Domingos Rodrigues
e Filipa Migueis, de Aveiro.
XIII − Manuel Pacheco Henriques (Maço 41, n.º 900). Estante na
Índia no serviço do conde de Vila-Verde, natural de Angeja, filho de
António Pacheco Henriques, natural de Aveiro e morador em Angeja, e de
sua mulher Juliana Soares, de S. Martinho de Salreu; neto paterno de
Jerónimo Pacheco e de Antónia Madahil, ambos de Aveiro; neto materno de
Domingos Soares da Fonseca, da Graciosa, freguesia de S. João de
Loureiro, termo da Bemposta, morador em S. Martinho de Salreu, e de
Maria de Almeida, do lugar de Samuel, freguesia da Branca, moradora em
S. Martinho de Salreu. Este Manuel Pacheco Henriques era irmão do
capitão Bento Pacheco Soares, casado com Maria Gomes Godinho, como se vê
a pág. 12 de «Pintos, de Águeda». Os notários das Inquisições de Lisboa,
João Cardoso, em 11-3-1697; de Coimbra, Martinho Ribeiro de Fontes, em
29-10-1696; de Évora, Francisco Lopes, em 30-10-1696 e o da de Goa,
Manuel Perras, em 12-12-1695, todos certificaram que não acharam delito
de culpa alguma a Manuel Pacheco Soares e seus ascendentes. Das
testemunhas em Goa, a 6 de Novembro de 1694, declararam que conheciam
Manuel Pacheco Soares, natural de Angeja e ao tempo morador na cidade de
Goa, havia 8 anos (isto é, havia para lá ido por 1686), que não sabiam
nem ouviram dizer que ele tivesse sido preso ou penitenciado pelo Santo
Ofício, mas sabendo que era solteiro, sem filhos, homem de bons
procedimentos, vivendo limpa e abastadamente sem nota e escândalo da sua
pessoa e que sabia ler e escrever. As testemunhas ouvidas na Fermelã
/ 74 /
em 5-12-1696, disseram que M. Pacheco era de Angeja, que assistia em Goa
para onde tinha ido de 10 ou 11 anos (isto é, nasceu em 1675 ou 76) para
o serviço de D. Juliana, avó do conde de Vila-Verde, vice-rei da índia,
haveria 25 anos pouco mais ou menos; também conheceram António Pacheco
Henriques e sua mulher D. Juliana Soares, já falecidos, o qual António
Pacheco Henriques não tinha ofício algum e vivia das suas fazendas e
assistia por pagem a Francisco Moniz, irmão de D. Juliana, e que o
habilitando era filho legítimo dos pais nomeados, que ele por si e seus
parentes era legitimo e inteiro cristão velho sem fama nem rumor em
contrário, que tudo era público e notório, vivendo todos à lei da
nobreza. Conheceram também Diogo Soares da Fonseca e sua mulher Maria de
Almeida, já falecidos, pais de D. Juliana Soares, que vivia das suas
fazendas sendo ele escrivão dos órfãos no concelho da Bemposta.
Finalmente, a 12-5-1697, foi Manuel Pacheco Henriques aprovado para
familiar.
O conde de Vila-Verde retro mencionado, foi D. Pedro António de Noronha
de Albuquerque e Sousa, que nasceu a 13-6-1661; foi o 2.º daquele título
e 1.º marquês de Angeja, 13.º senhor desta vila, etc., etc. Passou à
índia em 1692 e lá foi vice-rei, voltando em 1699. Era filho do 1.º
conde, D. António de Noronha (mercê de 10-12-1654) e de D. Maria de
Meneses, filha dos terceiros condes de Tarouca, e neto paterno de D.
Pedro de Noronha e Sousa, 9.º senhor de Vila-Verde, que casou com D.
Juliana de Noronha (a D. Juliana arriba referida), que veio a ser
herdeira, por mercê de D. Afonso VI, dos bens da coroa de seu irmão
Francisco Moniz, conde da Bemposta, senhor de Angeja, e filhos de Vasco
Moniz, senhor ,de Angeja, Bemposta, Assequins, Figueiró e Figueiró de
Pinheiro.
XIV − Agostinho Coelho de Figueiredo (maço 1, dilig. 22). Carta
de familiar de 29-9-1681. (Nota à margem: Vide pág. 224 dos «Extractos
dos Processos para Familiares do St.º Ofício», que traz uma noticia
desenvolvidíssima acerca deste). Natural e morador em Esgueira, filho de
Matias Coelho de Figueiredo e de Brites Godinho, sua mulher. Neto
paterno de Gaspar Coelho e de Margarida Neto, sua mulher, e materno de
Pedro Godinho Barbosa e de Petronilha Baptista de Araújo, todos então já
defuntos, e naturais e antigos moradores em Esgueira. O familiar era
casado com Maria Resende de Paiva, filha legítima de Domingos de
Resende, natural de Oliveira de Azeméis, já falecido, e de Antónia de
Paiva, de S. Tiago de Beduído; neta paterna de Domingos de Bastos e de
Maria Henriques, sua mulher, naturais e moradores em Oliveira, e neta
materna de António de Paiva e de Maria Dias, naturais e moradores em S.
Tiago de Beduido.
/ 75 /
Aquele Pedro Godinho Barbosa, avô materno de Agostinho Coelho de
Figueiredo, era irmão de Maria Gomes Godinho, casada com António Duarte
Ferreira, pai de Brites Godinho, a mulher do capitão-mor de Esgueira
Pedro Leitão Pinto (pág. 14 de «Pintos, de Águeda»). De Pedro Godinho
Barbosa e de Petronilha Baptista de Araújo, além de Brites Godinho,
também foi filha Maria Madalena de Araújo que casou com Nicolau da
Silveira Bulhão, e destes descende a família do Conselheiro José Luciano
de Castro e outras; e de Brites Godinho e de Matias Coelho de Figueiredo
descendem os Correias de Lacerda da quinta de Beirós (S. Pedro do Sul) e
outros. Na igreja de Esgueira havia uma sepultura, brasonada com as
armas dos Coelhos e Figueiredos, com estes dizeres: «Sepª de Agº Coelho,
de Fig.do e de sua m.er e de seus herd.os»,
di-lo o livro manuscrito Memorias Sepulchraes, de MONTEZ MATOSO.
Viseu, 1925.
FRANCISCO DE MOURA COUTINHO
(Publicação
póstuma) |