O ARQVIVO DO DISTRITO DE
AVEIRO dará sempre notícia das obras à sua Redacção enviadas quer por
autores quer por editores.
De harmonia com a prática
seguida pelas publicações suas congéneres, fará também algum comentário
crítico aos livros de que receba dois exemplares.
PAUL MONFORT − Le dessin et la méthode du
Prof. Faria de Castro;
Bruxelas, 1940; 6 págs.
É o texto da comunicação que o autor
fez à Sociedade Nacional Belga dos
Professores de Desenho, de que é eminente Presidente, em 30 de Abril do
ano passado, para apresentação da obra do nosso distinto compatriota
subordinada ao título «Le Dessin à main levée".
A homenagem é significativa pelo facto em si e ainda pelos termos
altamente encomiásticos com que salienta o trabalho e o método
pedagógico do Prof. FARIA DE CASTRO, a quem vivamente felicitamos pela
justiça que lhe foi prestada e pelo carinhoso acolhimento recebido em
tão elevado centro de cultura europeia.
R. M.
Cónego ANTÓNIO FERREIRA PINTO
− D. António Barroso, Porto, 1941;
24 págs.
A história eclesiástica do
Porto encontrou no Sr. Dr. ANTÓNIO FERREIRA
PINTO, categorizado Reitor do Seminário da Sé, o seu mais compreensivo e
dedicado servidor. Historiou o venerando Cabido, em obra de conjunto, e
tem monografado, parcelarmente, grande número de aspectos da gloriosa
instituição.
Ocupou-se agora do prelado e missionário eminente que foi D. António
Barroso, nobre figura de apóstolo evangelizador que enche uma época e
glorifica uma Pátria.
É muito justa a lembrança; para nos servirmos das próprias palavras do
Sr. Dr. FERREIRA PINTO, D. António Barroso serviu bem a Igreja e a
Pátria. Serviu como soldado da epopeia missionária em África e por isso
foi glorificado na vida e na morte.
Barcelos levantou-lhe uma estátua. A cidade do
Porto deu o seu nome
a uma rua, perpetuando, agradecida, a sua memória honrada.
R. M.
P.e JOAQUIM MANUEL TAVARES
− Romarias de Portugal − Para a história do
Santuário de N. S. da Saúde da Serra, em Castelões de Vale de Cambra.
Porto, 1941. 160 págs.
Esta curiosa monografia foi elaborada pelo actual tesoureiro da
Irmandade de N. S. da Saúde da Serra, a quem principalmente se devem os
progressos sofridos nos últimos tempos pelo santuário que das povoações
da beira-mar do nosso distrito se vê alvejar no alto da Serra e que
mereceu
a JÚLIO DINIS especial referência nas Pupilas e na Morgadinha. − Consta
dos seguintes assuntos: O santuário até 1850; O Santuário desde 1910 a
1927; Estatutos da confraria de N. S. da Saúde da Serra; O santuário
desde 1927 até ao presente; Estatutos da Irmandade de N. S. da Saúde da
Serra; Provisão
/ 78 / de D. António Augusto de Castro Meireles, bispo do
Porto, relativa
à
irmandade; Regulamento dos Centros da Irmandade de N. S. da Saúde da
Serra; O Santuário da Senhora da Saúde e os prosadores; O santuário da
Senhora da Saúde e os trovadores − quadras atribuídas ao P.e José Alves
Pereira da Fonseca, quadras de um devoto, oração de um peregrino (quadras), hino a Castelões (música e letra), trovas do século XVII; o
Santuário
e as vias de comunicação. − Ilustram o volume várias gravuras e o
retrato
de D. António de Castro Meireles, primeiro bispo que se dignou visitar o
santuário.
J. T.
MARQUESA DE ALORNA − Poesias
− Selecção, prefácio e notas do Prof. HERNÂNI CIDADE. Vol. de LII − 204 págs. Lisboa. 1940.
MARQUESA DE ALORNA − Inéditos
− Cartas e outros escritos, − Selecção,
prefácio e notas do Prof. HERNÂNI CIDADE. Vol. da XLVIII − 222 págs.
Lisboa, 1941.
Pertencem os dois volumes à notável «Colecção de Clássicos Sá da
Costa», na qual ocupam os 21.º e 22.º lugares. Com o primeiro volume,
fica conhecida a simpática figura da poetisa, que tamanha influência
exerceu
em escritores como FILlNTO ELÍSIO e ALEXANDRE HERCULANO; o segundo
volume
ministra ao leitor muitos conhecimentos acerca da autora e da
agitadíssima
época em que viveu. São muito notáveis os prefácios do organizador dos
volumes.
O primeiro volume está dividido nas seguintes secções: I
− Poesias
escritas no Convento de CheIas; II − Poesias de Alcipe, depois de ter
saído do
Convento de Chelas; lII − Contactos românticos - Traduções e
imitações; Apêndice; Algumas poesias inéditas. As prosas inéditas do segundo
volume
habilitaram o Dr. HERNÂNI CIDADE a dispô-las sob os seguintes sugestivos
títulos: I − A enclausurada de CheIas; II − A esposa e a mãe; III − A
dama de honor; IV − A mulher politica; Apêndice; Alcipe − Autobiografia.
J. T.
GRANDE ENCICLOPÉDIA PORTUGUESA E BRASILEIRA.
Concluiu o sétimo volume, aproximando-se já da letra D, e mantendo
crescente interesse, este notável repositório de notícias e informações,
auxiliar valiosíssimo de toda a moderna investigação erudita portuguesa.
Acompanhamo-lo sempre com a maior simpatia e admiração, e registamos,
de passagem, que à Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira deve já o
Distrito de Aveiro páginas de moderna e cuidadosa investigação.
ADRIANO M. STRECHT DE VASCONCELOS
− Lendas e tradições de Castelo de Paiva (Poemetos); Penafiel Tip. Minerva, 1938, 94 págs.
É bastante reduzida a bibliografia do nosso alto distrito; daí se não
deve inferir, no entanto, que nele escasseiem valiosos motivos de estudo
arqueológico, histórico ou folclórico; tampouco há falta de elementos
documentais, pelos arquivos, que a esses concelhos digam respeito; unicamente lhes tem faltado a concatenação necessária ao seu aproveitamento
pela História.
Do muito que a história do distrito tem a recolher pelas terras agrestes
e pelos fraguedos de Castelo de Paiva, é expressiva exemplificação a
série de seis poemetos que o Sr. Tenente-Coronel STRECHT DE VASCONCELOS
reuniu em curioso volume, e a que juntou algum comentário histórico e
elucidativas gravuras.
O marmorial da Boavista,
O penedo Cão, A Cruz de Ancia, A Senhora
das Amoras, O necrotério de Fundões, O penado do Escamarão,
O galo da
Ladroeira, são os temas a que o autor emprestou forma rimada, evocando
sempre passadas eras, vida longínqua, páginas de Lenda ou de Epopeia,
que, desenvolvidas, e tratadas pelos processos da História, dariam
magníficas
narrativas de muito interesse; para além, mesmo, dos limites do
distrito.
/
79 /
Bom serviço prestaria o Sr. Tenente-Coronel STRECHT DE VASCONCELOS se a
um trabalho dessa natureza dedicasse a incontestável propensão que tem
revelado para os estudos históricos.
R. M.
FILINTO ELÍSlO − Poesias. Selecção, prefácio e notas do
Prof. JOSÉ
PEREIRA TAVARES; Lisboa, Livraria Sá da Costa, 1941; XVLI − 268 págs.
Perfeitamente justificada e merecida, esta homenagem «à memória do
esquecido FILINTO, tão criticado e tão pouco lido, que foi uma das mais
notáveis figuras da literatura portuguesa do século XVIII, e cujas
lições de
vernaculismo, postos de parte os exageros, ainda hoje podem aproveitar a
muita gente», como acentua em seu prefácio o anotador desta importante
selecção.
FRANCISCO MANUEL DO NASCIMENTO, que assim se chamava o poeta, era filho
de humildes pescadores de Ílhavo que em Lisboa moirejavam; a vida eclesiástica que abraçou despertou nele o gosto pela cultura humanística,
tomando a HORÁCIO por modelo a que até final se manteve fiel.
Perseguido pelo Tribunal do Santo Oficio, homiziou-se, levando vida
aventurosa de trabalho e privações; mas não esqueceu a Pátria, e,
sobretudo, a Língua portuguesa.
À edição das suas Obras Completas, feita em Paris, de 1817 a 1819, em
onze volumes, foi o Prof. JOSÉ TAVARES criteriosamente respigar o material poético com que organizou a Selecção que temos presente;
agrupou-o
em quatro secções: 1.ª − Em louvor da língua. 2.ª − Pátria, Virtude,
Liberdade e Ciência. 3.ª − Amarguras do exílio. 4.ª − Poesias várias.
Assim se reuniu o que de essencial existe na obra de FILINTO
ELÍSIO;
tudo o que da sua assombrosa produção literária se não deve ignorar.
Do poeta dizia GARRETT que nenhum outro, desde CAMÕES, tantos serviços
prestou à língua portuguesa; «só por si, FRANCISCO MANUEL valeu uma
academia e fez mais do que ela».
A edição do Prof. JOSÉ TAVARES, bem orientada e oportuna, veio dar
nova actualidade ao grande paladino da nossa correcta expressão
linguística.
R. M.
P.e JOÃO VIEIRA RESENDE
− Monografia da Gafanha; Ílhavo, Gráfica Ilhavense, 1938. 280 págs; ilustrações fora do texto.
O desejo de prestar ao valioso trabalho do Rev. RESENDE a homenagem
e o
comentário que desde logo pensámos tributar-lhe, publicando, a
propósito, os documentos e notas que sobre a Gafanha possuímos, e
relacionando-os com os da presente monografia, pois mutuamente se
esclarecem, levou-nos a aguardar a oportunidade que a elaboração desse
estudo exigia e de que, à data da publicação da Monografia da Gafanha,
não dispúnhamos.
Mas a oportunidade não se apresentou; outros aspectos da vida, passada e
presente, do nosso distrito solicitaram a atenção do Arquivo, sem que
aos documentos da Gafanha pudéssemos jamais dedicar-nos. Ainda hoje, mau
grado nosso, não dispomos do tempo a esse trabalho indispensável; mas
porque a falta de referência ao livro do Rev. RESENDE necessita de ser
resgatada, aqui lhe dedicamos estas breves linhas, para ele chamando a
atenção merecida do leitor.
A região da Gafanha suscita problemas variadíssimos e da maior
importância, que vão desde a formação do solo ao povoamento vegetal e
humano; e como, a bem dizer, só em nossos dias esse povoamento se
radicou, na Gafanha se podem surpreender ainda fases que à Geografia
Humana muito importa registar.
Dizer que a monografia do Rev. RESENDE tudo esclareceu, seria,
evidentemente, exagerar; pontos há, mesmo, a que se impõe uma revisão
profunda: assim, por exemplo, muito do que a propósito da constituição
do solo ai se escreveu, e certas considerações de Arqueologia e de
História. Mas toda a parte documental e os capítulos consagrados à
Etnografia assumem a maior importância e revelam meticuloso cuidado na
sua preparação.
/
80 / Os documentos de família, de que o Rev. RESENDE se aproveitou,
permitem levar até 1677 os mais antigos aforamentos conhecidos de terrenos na Gafanha: as quintas da Mó do Meio, Preguiceiro, Marinhão, e
Carramão.
A Nascente da actual ponte da Cambeia e a Sul da Mó do Meio localiza
o autor a instalação da primeira colónia povoadora da Gafanha,
desfiando,
até à actualidade, a evolução desses agrupamentos e revelando aspectos
sociais e económicos que a sua observação directa tem surpreendido e
anotado.
Prepara-se, como o Autor nos informou já, segunda edição desta
utilíssima
monografia; é justo que se faça; terá, pois, o Rev. RESENDE ocasião de
valorizar o seu trabalho com uma revisão cuidadosa do texto, eliminando
determinadas aproximações que nem sempre se justificam, dando à sua
monografia
uma sistematização que ponha em destaque muita informação valiosa nela
existente, mas quase perdida entre matéria diversa, e adoptando uma
transcrição mais racional, e mais cómoda ao leitor, dos magníficos
documentos
que teve a felicidade de poder juntar ao seu trabalho e sobre os quais
elevou a mais valiosa parte da sua tese.
Fará obra perfeita, que lhe concitará os aplausos de todos os estudiosos e a muita gratidão do nosso distrito.
R. M.
Dr. J. CARRlNGTON DA COSTA −
Um novo quelónio fóssil. Separata do
tomo XXI das Comunicações dos Serviços Geológicos de Portugal. Lisboa,
1941.
LUÍS BARRADAS (Almedina) −
Homem Cristo e Leonardo Coimbra no
Parlamento. 2.ª edição. Lisboa, 1941.
A Grã-Bretanha de hoje
− N.os 32 a 41. Oxford.
A Junta de Província do Douro-Litoral em
1941. − Relatório. Porto.
Altitude − Boletim mensal da Federação de Municípios da Beira
Serra. N.os 7 a 9. Guarda.
Boletim da Casa das Beiras.
N.os 21 a 24. Lisboa.
Boletim de Trabalhos Históricos
− Arquivo Municipal de Guimarães.
Vol. V, n.º 4 e Vol. VI, n.º 1.
Estudos − Revista de cultura e formação católica. Órgão do C. A. D. C.
N.os 197 a 199.
Portucale − Revista ilustrada de cultura literária, científica e
artística.
N.os 80 a 84.
Revista de Guimarães
− N.os 1 a 3; Ano 1941. Guimarães.
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