I
ESTRADA DE
LISBOA AO PORTO, NO DISTRITO DE AVEIRO
LOCALIZAÇÃO DA
TALÁBRIGA E LANGÓBRIGA
PROVAS POR DOCUMENTOS ESCRITOS:
DOCUMENTOS dos
séculos XI e XII e de tempos posteriores acusam a existência de um
caminho clássico,
principal artéria de ligação do norte com o sul do
país pela faixa ocidental. Os mesmos documentos
permitem estabelecer o picteado desse caminho que se ajustava, sem
grandes desvios, à antiga Estrada Real de Lisboa ao Porto.
1.º
− Uma escritura de
1148, que coloca Brantãis, da freguesia de
Sermonde, concelho de Gaia, abaixo da estrada mourisca
− subter illam
Straiam Mouriscam. (Anaes do Município de Oliveira de Azemeis,
a págs. 13 e 14).
2.º
− Diplomas de 1096 e 1098 (Port. Mon.
Hist.) N.os 842 e 870) situam Aldriz, de Argoncilhe, concelho da Feira, do lado de cima (a nascente)
da estrada
− super stratam, e várias herdades do território do «Castro»,
ou «Civitas» Portela (Romariz) de um e outro lado da estrada
− sive
super strada comodo subtus illa strada.
3.º
− A venda de uma herdade nos limites de
S. João da
/ 26 / Madeira a
marginar com a estrada mourisca
− ab illa strada mourisca ata
illo veneiro. (Cf. Arquivo do Distrito de Aveiro, voI. lI, pág. 67).
4.º
− Similar diploma de
1145, que localiza Azevedo, de S. Vicente de
Pereira, abaixo (a poente) da estrada mourisca
− in villa dicta azevedo
subtus illam stratam mauriscam. (Baio Ferrado, de Grijó, pág. 99,
v.º,
na Torre do Tombo).
5.º
− A carta do Couto de Osseloa, de
1117, fala na Pedra
de Águia, ponto de partida da demarcação do Couto, junto da qual
passava a estrada «que desce do Portugal» Gaia, chamada no Livro Preto «sancta
marina de portugal». (Cf. Arq. do Dist. de Aveiro, voI. lI,
pág. 23). Osseloa, segundo as melhores opiniões, identifica-se com Assilhó, bairro
da vila de Albergaria-a-Velha.
VITERBO, no Elucidário, identifica aquela estrada com a antiga Estrada
Real de Lisboa ao Porto: julga, porém, tratar-se duma estrada aberta
pelos mouros em substituição da estrada romana que correria pela
beira-mar entre o Oceano e Langóbriga, e determinados acidentes
geomorfológicos teriam tornado intransitável. (Cf. Anais do
Município de Oliveira de Azeméis, pág. cit).
VITERBO não dá a razão do seu dito, mas percebe-se que se
funda em duas coisas:
a) O chamar-se nos documentos a via em referência «estrada mourisca».
Isto, porém, nada fundamenta, porque sempre foi vêzo do vulgo atribuir
aos mouros todas as obras de vulto e antigas, como castros, castelos,
pontes, fontes, etc.
b) O preconceito de que a Talábriga era a actual Aveiro, o que induzia a
supor que a Via Militar de ligação
daquela estação com a de Cale deveria subir ao longo e perto da costa
marítima.
6.º
− O testamento de D. Sancho Pires, Bispo
do Porto,
feito em 1332, que mandava dar 100 morabitinos antigos e mais
20 libras para acabamento da Ponte do Vouga e da de Águeda, como se lê
no Censual do Cabido do Porto, a pág. 436: «Item Mandamus C.
morabitinos ueteres quos damus pro anulis de Roby et de Esmeralda qui fuerunt patris nostri pontibus de vouga et de
Agata pro anima patris nostri vel illius a quo ipsum anulum habuit si ad
eum de iure spectat et praeter hoc mandamus ipsis pontibus XX.ti
libras»; e o IV Anacrisis Hist. (lI Parte) Episcopológio, de PEREIRA
NOVAIS, a pág. 33 que, referindo-se ao mesmo testamento, diz; «Dexó
dineros para que se acabassen Ias Puentes del Rio Vouga y deI Agueda,
en la estrada de Lisboa».
/ 27 /
|
A PONTE
VELHA NO MARNEL DO VOUGA |
/ 28 /
PROVAS POR MONUMENTOS HISTÓRICOS:
1.º
− A Ponte romana do lugar da Pica, em Cucujães. No
seu percurso em o concelho de Oliveira de Azeméis, a velha Estrada Real
descia de São João da Madeira em direcção à
Ponte romana da Pica que atravessava, tendo antes passado pelo meio do
lugar de Faria de Cima e também do de Faria de Baixo, em parte, ambos de
Couto de Cucujães, e distanciados da Estrada Nacional cerca de 150
metros, do lado poente. A mesma estrada seguia para Carcavelos, de
Santiago de Riba de UI, que também cortava, e daí para Lações de
Oliveira de Azeméis, a poente da referida Estrada Nacional e não longe
dela.
O picteado desta
velha Estrada Real, tanto no lugar da Pica e
Carcavelos, como em Lações de Oliveira de Azeméis, dá-nos a quase
certeza de que a mesma era o segundo avatar da Via Militar de Antonino.
2.º
− O miliário de
UI, exumado dos alicerces da antiga Igreja da mesma
freguesia de UI, situada a pouca distância da referida estrada, tem a
seguinte inscrição, decifrada e traduzida pelo eminente epigrafista JOSÉ
FORTES:
Tib . Caesar . Divi . Avg .
Filivs Avgvstvs
Pontifex Maxvm
Trib . Potest . XXV
XII
Tradução:
Tibério César Augusto
Filho do Divo Augusto
Pontífice Máximo
No ano XXV do seu Poder tribunício
Milha XII.
3.º
− A Ponte romana, intransitável desde há muito tempo, no MarneI do Vouga.
4.º
− O miliário da
Mealhada, encontrado, segundo MARQUES GOMES, a 630 metros daquela vila, com a seguinte legenda:
SAR DIVI
PON AVG
MAXTRIB
COS DESI
P. P.
XII
/ 29 /
Tradução:
César, filho do Divo Augusto,
Pontífice Máximo
Com o Poder Tribunício,
Cônsul eleito,
Pai da Pátria.
Milha XII.
É, pois, certo, que a Estrada de Lisboa, acima referida e assinalada,
sobretudo pelas últimas provas aqui apresentadas, era a Via Militar
romana de Antonino, porquanto não consta que os povos bárbaros, mouros e
leoneses que, sucessivamente, dominaram o nosso país, tivessem
construído estradas e pontes de grande importância, posto que o povo,
como já se advertiu,
às estradas e pontes romanas, continue a chamar mouras ou
mouriscas.
Há quem objecte que os miliários podiam ter vindo de grande distância
para o sítio onde foram encontrados. A objecção não procede, pelo menos
quanto ao de UI. Este não foi aplicado na construção da primitiva Igreja
como obra de arte ou por sua singularidade, pois foi atirado, como
alvenaria de encher,
para a entulheira dos alicerces. Ora hoje ainda há na localidade
rocha de granito de qualidade e bastante para a construção de algumas
dezenas de igrejas, como a referida, não se justificando, portanto, a
necessidade ou conveniência de se ir buscar muito longe um bloco de
pedra para arrasar com ela os alicerces de um edifício.
A passagem da Via Militar de Antonino pela Ponte da Pica, em Cucujães,
por UI, Vouga, MarneI, Águeda e Mealhada, no distrito de Aveiro,
identificada, bem mostra que serviu de decalque à velha Estrada Real a
mesma Via Militar Romana.
É, pois, pelo leito desta que se deve fazer a contagem das
milhas para a localização da Langóbriga e Talábriga.
LOCALlZAÇÃO DA LANGÓBRIGA
E TALÁBRIGA NO DISTRITO DE
AVElRO:
De facto, a distância quilométrica de Coimbra a Gaia, segundo os antigos
corógrafos que, decerto, se basearam na medição pela velha Estrada
Real, exprime-se pelo número 105, correspondente às 71 milhas do
Itinerário de ANTONINO, assim repartidas na edição Parthey-Pinder,
Berlim, 1848:
De Emínio a Talábriga
− 40 milhas ou
quilómetros............ 59,240
De Talábriga a Langóbriga 18 milhas ou
quilómetros......... 26,658
De Langóbriga a Cale 13 milhas ou
quilómetros................. 19,253
/ 30 /
Em face desta Tabuada:
Talabriga
− devia estanciar bastante ao norte do Vouga, por alturas da
Branca, que dista de Coimbra e Porto, respectivamente e aproximadamente
60 e 46 quilómetros, conclusão a que, já em 1907, chegou o eminente arqueólogo Dr.
FÉLlX ALVES PEREIRA, como consta do seu opúsculo
− Páginas arqueológicas
− III
− Situação conjectural de Talábriga, a pág. 2I.
Langóbriga
− a 19 quilómetros de Gaia, tem de se buscar ao norte da Vila da Feira, entre São João de Ver e Lourosa.
O miliário XII da Mealhada só pode marcar a distância desta vila a
Emínio, que é realmente de 12 milhas ou 18 quilómetros, verificando-se
assim que entre Emínio e Talábriga a contagem miliar se fazia do sul
para o norte.
Pelo contrário, o miliário XII de
UI indica que a contagem, neste
sector, se fazia do norte para o sul, porquanto de Ul à Branca apenas se
contam 8 quilómetros, ou 5,5 milhas.
Entre Lourosa e
Ul cabem, sem fortes acotovelamentos, as
doze milhas da conta.
Este arranjo é, a nosso ver, o que melhor se harmoniza com todos os dados que entram em jogo na solução do velho
problema.
A notada contradição entre os cipos de
Ul e Mealhada, quanto ao sentido da contagem, parece-nos de importância secundária.
Há os que argumentam com o texto de Plínio: «A Durio Lusitania incipit:
Turduli Veteres, Paesuri: Flumen Vacca: Oppidum Talabriga» para
localizarem esta cidade na margem esquerda do Vouga.
Sedutora hipótese, que encaixava à maravilha Talabriga na estação
arqueológica do Cabeço do Vouga, a «civitas Marnelae» do Portug. M. Hist.
perto da antiga estrada e velhíssima ponte, para cuja fábrica ou
reconstrução contribuiu D. Sancho Pires, Bispo do Porto, como já fica
referido, e Langóbriga, arrastada por Talábriga, desceria para o
«castelo» ou crasto de Lações, sonho obsidiante do velho abade de
Oliveira de Azeméis
− Dr. Oliveira Ferreira.
Mas de Lações (paróquia de Azeméis) a Gaia vai o dobro da distância, que
no ltinerario separa Langóbriga de Cale, e do MarneI a Coimbra deve
apurar-se menos 10 milhas que as contadas por Antonino entre Emínio e
Talábriga.
E com os números, que têm a inflexível rigidez das matemáticas, não se brinca.
Pô-los em dúvida?
Seria abrir as portas do septicismo em relação aos restantes
dados do problema.
/ 31 /
*
*
*
O Códice Florentino (século
XI) altera bastante, quanto à contagem das milhas, os números da edição berlinense do
Itinerário,
mas a sua tabuada está evidentemente errada.
Segundo ele, Talábriga, a XI milhas de Emínio, não podia ultrapassar a
vila da Mealhada e, nesta hipótese, a milha XII só podia contar-se a
partir de Talábriga e o respectivo cipo não podia ser encontrado na dita
vila.
Langóbriga tomaria o anterior lugar da Talábriga na Branca.
Mas Cale é que se não pode deslocar de Gaia.
Desta à Branca contam-se 46 quilómetros, e a distância que separava
Cale de Langóbriga, segundo a edição alemã do Itinerário e o Códice
Florentino, era de XIII milhas ou quilómetros
− 19,253.
II
IDENTIFICAÇÃO DA ESTRADA ROMANA DE AVEIRO PARA VISEU
E DE UM SEU RAMAL PARA VOUZELA
A velha estrada de Aveiro a Viseu, que era uma via secundária romana,
na sua direcção também passava em A-dos-Ferreiros, donde partia um ramal
para Vouzela.
Pela documentação e dedução que segue, se verifica que essa estrada com
o seu ramal coincidia, com poucas variantes, com as estradas suas
sucedâneas, e outras em construção.
PROVAS POR DOCUMENTOS ESCRITOS:
1.º
− Uma Memória sobre a Vila de Aveiro faz referência a uma estrada em
Aveiro com a denominação de Caminho rial. Diz a Memória: «Da ponte para
a parte austral se continua com a pequena subida o quarto bairro que é o
melhor e o mais antigo da vila em que reside quase toda a nobreza dela;
e este (bairro) somente é cingido de altos muros... Tem estes... nove
diversas entradas... e é a primeira a que chamam a da Vila, da qual sai
para o caminho rial uma larga rua...». (Arquivo do Distrito de Aveiro
− voI. III, a
pág. 93).
É de supor, portanto, que o referido
caminho rial seja o sucedâneo da
Estrada Romana de Aveiro a Viseu, e também do seu ramal para Vouzela
com princípio em A-dos-Ferreiros.
2.º
− O Roteiro Terrestre do
Mapa de Portugal
− Tomo III,
:pág. 58, 59
− por JOÃO BAUTISTA DE CASTRO, descreve o itinerário da
mesma estrada e seu ramal, como segue:
/ 32 /
a) A estrada a partir de Aveiro em direcção a Viseu:
«De Aveiro a Eixo
Á Palhaça
Á Arrancada
A dos Ferreiros
A Cabeça do Cão
A Urgueira
A Monte Têso
Á Portela
A S. Miguel de Outeiro
À Cruz Alta
A Viseu.»
b) Um ramal da mesma estrada, a partir de A-dos-Ferreiros em direcção a Vouzela:
«De Aveiro á Palhaça
A Arrancada
Á dos Ferreiros
Ás Talhadas
Ás Benfeitas
A Ponte Fóra
A Santiaguinho
A Vouzela.»
PROVAS POR MONUMENTOS HISTÓRICOS:
1.º
− A Ponte Romana do Alfusqueiro na
velha estrada de Aveiro a Viseu.
De A-das-Ferreiros descia a velha estrada em direcção a Viseu, que lhe
fica a sudeste, para atravessar a gigantesca ponte que dista de
A-dos-Ferreiros cerca de 1500 metros, e daí avançar para Cabeça do Cão,
da freguesia do Préstimo, continuando para a Urgueira, da freguesia de
Macieira de Alcôba, do distrito de Aveiro; e, a seguir, para Monte Têso,
S. Miguel do Outeiro, Cruz Alta e Viseu, do distrito de Viseu.
Prosseguindo
− seguem ainda dois outros argumentos provando também a
passagem da mesma estrada pelos locais supramencionados:
a) Descrição da Ponte do Alfusqueiro. Diz
ED. SCHETTER, Engenheiro de
Minas: «Quem sair do Préstimo para...
[NOTA
− Em Arrancada cruzava a estrada de Lisboa com a
velha
estrada de Aveiro a Viseu, como consta da tradição, e de uma antiga
Carta das vias militares, intitulada:
− Mapa das Estradas e Vias
Militares de Portugal (extraído do que se publicou em Londres, em 1811).]
/ 33 /
[Vol. IV - N.º 13 - 1938]
...Adosferreiros atravessa uma ponte lançada sobre o Rio Alfusqueiro. A
referida ponte, pelas suas características, não deixa duvida nenhuma
sobre a sua origem romana. As suas líneas exteriores, o corte dado às
pedras, o encaixamento das mesmas,enfim o conjunto geral só na architectura romana se encontram. Alem disso, na vertente de uma
serra proxima á ponte notavam-se ainda, ha duzia de anos, vestigios de
caminhos romanos. No tope, o caminho das vigias. Mais abaixo, uns 40 a
50 metros, o caminho principal por onde passavam as tropas». (Carta ao Rev. Abade
João Domingues Arede, datada de Minas de Várzeas −
Trevões
−
Alto Douro, de
21 de Dezembro de 1923).
|
Ponte romana sobre no rio Alfusqueiro, no caminho de A-dos-Ferreiros
para Préstimo. |
A mesma ponte assenta, do poente,
na base duma
/ 34 /
serra, e do nascente no sopé duma língua de monte, banhada pelo rio
Alfusqueiro, e tem um só olhal limitado por um arco, de pedras bem
ajustadas e encaixadas, o qual, visto no seu conjunto com o arco formado
pelo leito do rio, apresenta uma grande circunferência. O seu tabuleiro
mede 5,49 m. de largura, não incluindo na medição os bordos ou guardas
da ponte.
b) Sulcos de rodados de carro em rocha. Além de Cabeça do Cão, sítio já
referido, cerca de 800 metros, onde chamam «Tulha do Magro», à vista da
povoação do Rio de Maçãs, segue o caminho antigo um pouco inclinado do
lado poente que mostra seis grandes sulcos de rodados largos, de
viaturas, correndo paralelos sobre rocha, na extensão de uns quinze
metros, ainda que mais descidos alguns no declive da mesma rocha. Esses
sulcos medem 1,40 m. de centro a centro, ou seja, de rodeiro, sem
incluir as penas, donde se conclui que os carros desses tempos
longínquos eram mais largos que os carros de bois, nos tempos de hoje.
2.º
− Os miliários de Reigoso e Benfeitas no ramal da
velha estrada de Aveiro para Vouzela. Estes miliários são documentos
autênticos do percurso continuado do referido ramal, com
princípio em A-dos-Ferreiros, e seu prolongamento pelas Talhadas, do
distrito de Aveiro; e Benfeitas, Ponte-Fora, Santiaguinho e Vouzela, do
distrito de Viseu.
PROVAS TRADICIONAIS:
1.º
− Meios de transporte. Nos tempos antigos eram usadas viaturas com
rodas de cambas e miul, de bastante fortidão, para transporte, como o
demonstram os sulcos fundos na rocha, já referidos. Em tempos
posteriores, a condução de mercadorias de Aveiro para Viseu e Vouzela,
era em bestas de carga, as quais, de campainhas e chocalhos ao pescoço
para afugentar o sono, e pontas de veado na testa para espantar o
diabo, seguiam, de rédea segura pelo almocreve, a velha estrada de
Aveiro para Viseu e o seu ramal para Vouzela. Os caminhos
de hoje, na maior parte do seu percurso, transformados em novas
estradas, ajustam-se, com poucas variantes, aos velhos caminhos.
2.º
− Ferrarias. Havia oficinas de ferraria em Arrancada,
A-dos-Ferreiros e Urgueira para o serviço de pôr ferraduras em bestas de carga e cavalar. O último ferrador de A-dos-Ferreiros tinha o
nome de
− Joaquim de Almeida Vidal, e o da Urgueira o nome
de
−
José
Fernandes de Carvalho.
Com o Caminho de Ferro da Beira Alta e sua abertura à
exploração, em 1882, acabaram as ferrarias nas povoações
/ 35 / supramencionadas e, ao mesmo tempo, o transporte de mercadorias pela
velha
estrada de Aveiro para Viseu.
PROVA POR DEDUÇÃO:
Número único
− No tocante à
velha estrada e seu ramal, já referidos, o
Roteiro apenas menciona os pontos altos que a
mesma estrada e ramal atravessavam na sua respectiva direcção, tendo
deixado em silêncio os outros pontos intermediários ainda que baixos e
de maior importância. Esses pontos mais elevados, com vista de uns para
outros, dão a certeza de que os referidos pontos elevados eram verdadeiras vigias militares para
assegurarem a passagem afoita das coortes romanas.
Cucujães, 24
de Setembro de 1937.
Abade aposentado
−
JOÃO DOMINGUES AREDE |