O
Convento de Serém, da
invocação de Santo António, foi mandado construir por Diogo Soares,
senhor desta vila, conselheiro de Sua Majestade e seu secretário na
corte de Madrid, e oferecido por ele aos religiosos da Ordem de S.
Francisco da Província de Santo António, para nele viverem doze
religiosos.
A licença para a construção do convento foi dada por provisão régia de
16 de Setembro de 1634. Aos religiosos da ordem mencionada muito lhes
convinha um convento situado neste local, para agasalho dos que tinham
de fazer percursos pela estrada do Porto a Coimbra, notando-se que, em
relação a Serém, os conventos mais próximos eram o de
Cucujães e os de Buçaco e Coimbra, e mesmo assim, de outra religião(1).
O convento foi de facto edificado e habitado, e durou até o ano de 1834,
em que foi extinto.
Das pratas do convento ficou legal depositário Diogo José de Carvalho,
de Albergaria-a-Velha, que as entregou depois a José Teixeira Meireles,
reitor da Contadoria da Província do Douro.
Parece que destas pratas se extraviaram dois castiçais, pois que o
Administrador Geral do Distrito de Aveiro, em ofício de 4 de Novembro de
1839, ordenava ao Administrador do concelho de Albergaria-a-Velha que
averiguasse o paradeiro de dois castiçais.
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Este informou que o
depositário de todas as pratas as havia entregado a José Teixeira de
Meireles, do Porto, e apresentava uma cópia legal do auto de depósito
dos paramentos e vasos sagrados pertencentes ao extinto Convento de
Serém, e recibo e quitação da sua entrega em 8 de Julho de 1835.
Não se deu por satisfeito o Administrador Geral do Distrito de Aveiro, e
em ofício de 5 de Dezembro de 1839 pedia ao Administrador do concelho de
Albergaria a cópia do termo de depósito e recibo da entrega das pratas a
José Teixeira de Meireles.
Este administrador forneceu a cópia pedida como se constata pelo seu
ofício de 13 de Dezembro de 1839. Por esta cópia autêntica que temos
presente, bem como os originais dos documentos que adiante publicamos,
se prova que o inventário dos bens do Convento de Serém foi feito em 21
de Julho de 1834.
Do inventário constava o legado ao convento feito pelo Desembargador
José Patrocínio Dinis, e constante de ouro, pratas, vestimentas e
móveis, o «legado do Oratória» e os vasos
sagrados do Convento.
O depositário entregou à Comissão Administradora dos Conventos extintos
da Província do Douro todos os objectos que constavam do inventário, com
excepção dos vasos sagrados que, por ordem do Governo, foram entregues
ao Bispo de Aveiro.
Das Contas correntes dos objectos preciosos de ouro, prata, e jóias
que pertenceram aos conventos suprimidos do continente do Reino
(Lisboa, Imprensa Nacional, 1842), se verifica (sob o N.º 361) a conta
corrente do Convento de Stº António, da Província da
Conceição da Ordem de S. Francisco, com a Fazenda Nacional(2), resumida no mapa que
antecede os documentos acima referidos.
F. FERREIRA NEVES
As restantes páginas, referentes a este inventário, vão reproduzidas em
formato PDF.
INVENTÁRIO EM
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