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Continuação na página 60
ACÇÃO DOCUMENTADA DO DESEMBARGADOR JOAQUIM JOSÉ DE QUEIROZ, DO CORONEL
JOSÉ JÚLIO DE CARVALHO E DO TENENTE-CORONEL MANUEL MARIA DA ROCHA
COLMIEIRO
−
(conclusão)
O dinheiro foi requisitado por ordem do Dr. Joaquim António Magalhães,
membro da Junta do Porto. Arrombado o cofre com o consentimento do Juiz
de fora, Dr. Manuel Luís Nogueira, dos três claviculários do cofre o
único presente, nele se encontraram 3.817$463 reis, que Colmieiro levou
para o norte, tendo entregado esta importância no dia seguinte 29, nos
Carvalhos, a António Jorge de Oliveira Lima, oficial da junta fiscal do
Porto, em troca de recibo assinado por este. Deste recibo, que temos
presente, consta que eram 1:749$600 reis em papel, e 2.068$025 reis em
metal. |
|
«Fac
símile do doc. n.º 5» |
MARQUES GOMES diz erradamente no seu livro Aveiro, Berço da Liberdade,
que a importância era de 3.827$463, baseando-se
/ 116 / no que diz a
sentença da condenação de Manuel Luiz Nogueira à morte.
Manuel Colmieiro era um cidadão profundamente honesto; no entanto,
alguém afirmou que ele se havia locupletado com o dinheiro do cofre da
Barra de Aveiro, levantado quando o exército constitucional se retirava
para o Porto.
A questão deste dinheiro anda mal tratada nos historiadores.
Diz MARQUES GOMES, na sua obra atrás citada:
«Já alludimos a êste último facto, cuja história completaremos com uma
circunstância pouco lembrada, e que é esta: Colmieiro entregou aquele
dinheiro a um membro da Junta do Porto, Joaquim António de Magalhães;
disto não resta dúvida, pois é este o próprio que o confirma na sua
Analyse às observações do general Saldanha, onde, enumerando as
providencias tomadas no dia 2 de Julho de 1828, diz em nota: «Havendo o
dito António Jorge, passado na comissão da fazenda recibo de 4:000$000
reis, em cuja somma a mesma comissão lhe incluira tres contos e tantos
mil reis, que Manuel Maria da Rocha Colmieiro fora receber ao cofre da
barra de Aveiro, os quais haviam sido metidos nos bahus da secretaria da
delegação, que ultimamente se extraviaram.»
Apreciando esta passagem da Analyse, escreveu NEUTEL CORREIA DE
MESQUlTA:
«Não admite duvida que Manuel Maria da Rocha Colmieiro
fôra receber ao cofre da barra de Aveiro, tres contos e tantos mil reis,
de cuja quantia (como ele prometeu, podia informar a V. Ex.ª) fez
entrega a Magalhães na occasião em que este de Coimbra se retirou para
o Porto. Era então bem natural que,
chegado que fosse Magalhães á cidade do Porto, aonde existia uma commissão de fazenda, a cujo cargo estava recolher os dinheiros públicos e desembolsal-os conforme lhe fosse exigido? pelo
Governo; era bem natural, digo, que Magalhães fizesse
entrega d'aquelles tres contos e tantos mil reis à commissão de
fazenda, unico logar que então devia ser o seu depósito e guarda.
Porem que faz Magalhães? Em vez de fazer irnmediatamente entrega
d'aquelle dinheiro no cofre competente, que era o da commissão de
fazenda, o deu a guardar em casa de José Correia
de Faria, negociante do Porto, morador no rua Nova de Se João, fechado
tudo dentro dos seus bahus, aonde o conservou até ao meiado da noite
do memorável dia 2 de Julho. De tudo o que
fui informado n'essa mesma noite, e bem o poderá attestar a
v. ex.ª, João Correia de Faria, filho do sobredito Faria, o qual andava
ao serviço do govêrno, bem como de fazer entrega por ordem de Magalhães
dos bahus até ali acautelados em sua casa.
/ 117 /
|
Portanto, ainda n'aquella noite existiam em boa guarda, se bem que em
cofre alheio, os tres contos e tantos mil reis, os quaes n'essa
mesma noite foram entregues à ordem de Magalhães
(1)».
O recibo que adiante publicamos (documento n. º 6) esclarece de vez a
questão: o dinheiro que Manuel Colmieiro recebeu em Aveiro, entregou-o
nos Carvalhos a António Jorge de Oliveira Lima, oficial da Junta Fiscal
do Porto, e não ao Dr. Joaquim António Magalhães.
Perdida a revolução, saiu do Porto no dia 3 de Julho de 1828 para o
exílio na Inglaterra, o exército constitucional e grande multidão de
indivíduos, que
receavam as perseguições dos vencedores.
Iam deixar a sua pátria, cheios de saudades, e caminhando para um
futuro de infortúnios e privações.
|
Pedra de armas de Joaquim José de Queirós.
Escudo partido em pala; na
primeira, as armas dos Queirós (escudo esquartelado: no 1º quartel,
em campo de oiro, seis crescentes vermelhos em duas palas; no 3º, em
campo de prata, um leão sanguinho; e assim os contrários); na
segunda, as armas dos Almeidas (em campo vermelho seis besantes de
oiro entre uma cruz dobre e bordaduras do mesmo metal. Por diferença
uma brica com um farpão. Concedido em 30 de Julho de 1836. |
Seguiram-se as alçadas; os revolucionários presos iam expiar o seu crime
de rebelião. Dos implicados na revolta de Aveiro, perderam a vida na forca: Francisco Silvério de Carvalho, Francisco Manuel Gravito da
Veiga e Lima, Manuel Luís Nogueira, Clemente da Silva Melo Soares
de Freitas, João Henriques Ferreira Júnior, e Clemente de Morais Sarmento.
*
* *
Manuel Maria da Rocha Colmieiro pertencia às nobres e antigas famílias
dos Morais Colmieiro, de Vinhais, e dos Pereiras, da Vila da Feira.
Joaquim José de Queirós pertencia a uma honrada e distinta família de Quintãs, próximo de
Aveiro.
/
118 /
Os documentos que a seguir publicamos são cópias de documentos originais
que temos presentes, e que obsequiosamente nos foram facultados, à excepção dos
n.os 7 e 8, pelo
Ex.mo Sr. Fernando de Moura Coutinho de Almeida de Eça, bisneto do
Tenente-coronel Rocha Colmieiro, e residente em Esgueira.
FRANCISCO FERREIRA
NEVES |
|
Armas de Rocha Gameiro
Escudo esquartelado. No
1º quartel as armas dos Rochas: em campo de prata, uma aspa vermelha
com cinco vieiras de ouro; no 2º, as dos Tavares: em campo de ouro,
cinco estrelas vermelhas em santor; no 3º, as dos Pintos, em campo
de prata, cinco crescentes de lua vermelhos com as pontas para coma,
postos em santor; e no 4º, as dos Pereiras: em campo vermelho, uma
cruz de prata floreteada e vazia de campo; elmo de prata aberto,
guarnecido de oiro. |
______________
DOCUMENTO N.º 1
Attesto, q. tendo eu com alguns off.es do B.ão 10. de Cass.es em Aveiro organizado o planno d'insurr.ão no Porto p.ª sustentar os Dir.tos do Snr. D. Pedro 4º, e de Sua Augusta Filha a Senhora D. Maria 2.ª, foi
incumbido o III.mo Snr. Manoel Maria da Rocha Colmieiro, Ten.te Cor.el
do Reg.º de Milicias d'Aveiro p.ª ir ao Porto tratar com os off.es dos
Corpos ali estacionados, e com outras pessoas, o q. desempenhou com o
maior zelo, e activid.e, e no dia 15 de M.º partio rapidam.e á Cid.e d'Avr.º fazer apressar a marcha do d.º B.ão, q. estava destinada p.ª o
dia 17; sendo tão incansavel nesta dilig.ª q. fez conduzir d'Ovar Barcos
p.ª o transp.te, e deixou provid.as p.ª n'outro dia estarem promptas as
Bestas de Bagages, o q.
tudo se efectuou; acompanhando elle no dia 16. o B.ão p.ª o Porto e m.m,
adiantandose deste com bastante risco p.ª explorar os movim.tos, do Gen.al
Franco, q. estava no Porto á testa da rebelião; mostrandose depois húm
dos mais decedidos a favor da Legitimid.ª da Carta, prestando mui
relev.es serviços em m.tas occasiões, q foi empregado tanto no Porto,
como n'Exercito, cuja sorte seguia até hoje: E p.ª constar anele convier lhe passei
a prezente.
Plymouth 12. de Obr.º de 1828
(a) O Dezor Joaq.m Jose de Queiroz
/
119 /
|
Fac-símile do doc. n.º 1 |
DOCUMENTO N.º 2
Ateste, querendo. Plymouth
em
15 de Novembro de 1829
Pizarro
B. G.
Ill.mo e Exmo snr.
Diz Manoel Maria da Rocha Colmieiro, Tenente Coronel do Regimento de
Milícias d'Aveiro, que lhe hé necessario que o Coronel José Julio de
Carvalho de Caçadores N.º 10, e outros Officiáes lhe attestem o
seguinte.
1º Se hé verdade, que o Supp.te no dia 30 d'Abril, por ja se suspeitár
que elle entrava no dezenvolvimento do projecto d'insurreição no Porto
para sustentar os inaufariveis Direitos do Senhor D. Pedro 4º, e Sua Augusta
/
120 / Filha, foi prezo pelo Governador
interino d'Aveiro, o Tenente
Coronel Pinto do Regimento 18.
2.º Se hé verdade, que chegando á Cidade d'Aveiro no dia 3 de Maio o
Batalhão de Caçadores 10, e manifestando este alli o melhor espirito a
favor
da nosso ligitimo Soberano; o Governador sabendo que o mesmo Supp.te
tinha com o Comm.te do mesmo Batalham, e sua Officialidade
tomado inteligencia, e temendo-se della, o mandou (prender'?) (a?) 7 da referido
mel. (2).
3.º Se he verdade que o Supp.te no dia 8 de Maio se aprezentou ao
Comm.te do ditto Batalham, e entre elle e e seus Offeciáes combinarão
que o
mesmo Supp.te marchasse para a Cidade do Porto, a concertar alli com os
mais Offeciais dos Corpos extacionados na m.ma Cidade sobre o plano ja
imaginado para a revolta, e se com effeito marchou para este destino no
dia 10 do referida mez.
4.º Se hé verdade, que effectuando na Cidade do Porto a Comissão de que
havia sido encarregado, elle voltou a toda a preça no dia 15 de Maio á
Cidade d'Aveiro a fazer partir rapidamente p.ª a do Porto o B.am de Caç.es
10, cuja marcha estava destinada somente para a dia 17, o que fez com
tanta
energia que até d'Ovar fez conduzir desssimuladam.te Barcas para o Transporte do mesmo B.am, deixando. providencias na mesma Villa d'Ovar para no
dia seguinte estarem alli promtas as cavalgáduras para as bagagens do
mesmo Batalham, o que se vereficou.
5.° Se he verdade que feita em Aveiro no dia 16 de Maio a rennovação dos
Direitos de Sua Magestade o Senhor D. Pedro 4.º (aonde já não era reconhecido como tal peIas authoridades locáes terem acclamado
como Rey absoluto o Infante D. Miguel no dia 25 de Abril) o Supp.te marchou com
o ditto B.arn para o Porto, adiantando-se de Ovár com bastante risco, a
explorár os movimentos do General Franco que estava no Porto á testa da
rebelião.
6.º Se hé verdade, que o supp.te tendo por seus relevantes serviços sido empregado constantemente em differentes deligencias pela Junta
Encarregada de manter a legitima Authoridade d'EI Rey o Senhor D. Pedro
4.º,
elle desempenhou as mesmas deligencias com aquella energia propria de
seu caracter e Patriotismo.
7.º Se he verdade que tendo o Supp.te acompanhado a Delegação da mesma
Junta para a Cidade de Coimbra, elle na sua retirada foi(?) rapidam.te(?) á(?) cidade d'Aveiro com huma força ........ salvar os dinheiros publicos á mesma cidade os quáes conduzio para a Cidade do Porto, e entregou nas estaçoens competentes.
8.º Se hé verdade que o Supp.te seguindo a sorte da Divisão Leal, a acompanhou sempre desde Coimbra até Plymouth, mostrando-se em todos
os
lugares, e occazioens contente e rezignado em seus infortunios por ter
se sacrificado a favor dhuma Cauza Legitima qual a dos Direitos do Senhor
D.
Pedro 4.º, e dos interesses de Portugal.
P. a V. Ex.ª a graça de assim o determinar
E. R. M.
PIymouth, 14 de Novembro de 1828,
(a) Manuel Maria da Rocha Colmieiro
Ten.te Cor.el do Regim.to de M.ªs d'Aveiro
___________
José Julio de Carvalho, Cavallelro da Ordem de S. Bento de
/ 120 /
Aviz, condecurado com a medalha N.º 2 da Guerra Pininsular,
e Coronel Graduado do 10.mo Batalhão de Cassadores.
Em virtude do Despacho do Ex.mo Sñr Brigadeiro General Pizarro lançado em 15 do corrente no requerimento junto do
Illmo Sñr Tenente
Coronel do Regimento de Melicias de Aveiro Manoel Maria da Rocha
Colmieiro, attesto que o mesmo Sñr Tenente Coronel foi confidencial portador
d'huma comrrespondencia interessante, mandada do Porto em 15 de Maio do corrente anno ao Batalhão de Cassadôres
N.º 10, tendente á marcha do mesmo Batalhão para aquella Cidade: e que na passagem para Ovar alli
apromptou e fez partir para Aveiro parte dos Barcos que no dia 16 conduzirão o referido Batalhão; conseguindo tambem por suas
deligencias e intelligencia
com o Juiz Territorial da mesma Villa d'Ovar a promptificação das
Cavalgaduras necessárias para a conducção das Bagagens. Que o mencionado Snr. Tenente Coronel entrou com o Batalhão de Cassadores
N.º 10 na Cidade do
Porto no dia 17 do dito mez de Maio, tendo se adiantado desde Ovar pelo
caminho direito á mesma Cidade, afim d'obter noticias, e saber de
qualquer acontecimento que podesse ter havido a respeito do plano em
dezenvolvimento; para cujo serviço ele se offerecêo com muita vontade, e demonstraçons de Patriotismo. Que hé verdade ter sido posta á disposição de
mesmo Sñr Tenente Coronel huma Escolta do Batalhão de Cassadores N.º
10, para que unida com outra(?) de(?) Cavallaria acompanhasse o mesmo
Sñr
Tenente Coronel na Arrecadação de hum cóffre publico das(?) obras(?) da
barra de Aveiro, na occazião da retirada do Exército da Legitimidade, o
que
me consta ter virificado. Que hé verdade igualmente que o mesmo Sñr
Tenente Coronel acompanhou as tropas liaes até esta Cidade de Plymouth
tendo estado addido muito tempo ao Batalhão de Cassadores N.º 10, sem
que nunca se lhe conhecêsse falta de rezignação, contentamento, e conformidade no meio das adversidades. E para constar passei o prezente attestado. Plymouth 19 de Novembro de 1828.
(a) José Julio de Carvalho
Cor.el Grad.º e Come do 10 de C.es
DOCUMENTO n.º 3
Atteste, querendo. Plymouth em
15 de Novembro de 1828.
Pizarro
B. G.
lll.mo e Ex.mo Snr.
Diz Manoel Maria da Rocha Colmieiro Tenente Coronel do Regimento
de Milícias d'Aveiro que precisa, para instruir seus requerimentos, que
o coronel Francisco Soares Caldeira de Milicias de Thomar lhe ateste, se hé
verdade pelo ter prezenciado, que tendo o Supp.te trés cavallos de
marca, e huma
mulla, isto tudo lhe foi tirado na Galliza pelo imfame Coronel Hêspanhol
Ignacio Manoel Pereira.
P. a V Ex.ª se digne mandar-lhe
se atteste o referido.
E., R. M.ce
Plymouth 14 de Novembro
de 1828
(a) Manuel Maria da Rocha Colmieiro
Tenente Coronel do Regim.to de M.ªs d'Avr.º
/ 122 /
______________
Francisco Soares Caldeira Fidalgo Cavalleiro da Real Casa de Sua Magestade Fidelicima, e Coronel Aggregado do Regimento de Milicias de
Thomar.
Em virtude do despacho rectro: attesto por ter presenciado que o IIl.mo
Supp.te tendo tres Cavallos de marca, e huma Mulla quando entrou a
Divizáo Leal na Hespanha; todas as quatro Cavalgaduras lhe foráo
tiradas pelo Coronel Hespanhol D. Ignacio Manoel Pereira. E por ser
verdade mandei passar
o presente que assigno.
Plymouth 15 de Novembro de 1828.
(a) Francisco Soares Caldeira
Coronel de Mi.as de Thomar
DOCUMENTO N.º 4
Ill.mo e Exmo Snr.
Diz Manoel Maria da Rocha Colmieiro, Te C.el do Regemento de Mellicias de Aveiro, que eIle Supp.te tendo acompanhado a Divisão fiel athé
esta Cidade de Plymouth, sofrendo a mesma sorte de fadigas, e trabalhos
a favor da juxta causa que deffendemos, precisa que V. Ex.ª atteste seus
serviços p.ª o que
Pe a V.Exª se digne,
assim lhe deferir.
E R M
Plymouth 17 de Dº de 1828
Manoel Maria da Rócha Colmieiro
(a) Manoel Maria da Rocha Collmieiro
Tenente Coronel de M.ªs d'Avr.º
______________
Attesto que o Supp.e no dia 3 de Julho deste anno se reunio á Divisião
Leal, que commandei; acompanhando-a até esta cidade, sendo sempre
prompto no serviço.=Plymouth em 17 de Dezembro de 1828.
(a) Joaq.m de Sz.ª Qd.º Pizarro
Brigad.ro G.al
DOCUMENTO N.º 5
Qualquer authoridade de Aveiro hirá entregar judicíalIm.e o dinhr.º
do
cofre da Barra ao Ajud.te do Governo M.el M.ª da Rocha Colmieiro.
Posição sobre o Vouga 28 de Junho 1828
(a) Dr. joaq.m Ant.º Mag.es
DOCUMENTO N.º 6
|
Fac-símile do recibo passado por Oliv.ª Lima a Rocha Colmieiro
Este
documento contem o termo de reconhecimento da assinatura, feito no
Porto, em 31 de Julho de 1831, pelo tabelião Manuel Carneiro Pinto.
Na última
página do papel deste documento está escrita a seguinte nota: −
Recibo do oficial da Junta Fiscal do Porto, encarregado da cobrança
do dinheiro dos diferentes cofres do reino.
|
DOCUMENTO N.º 7
(Lugar das armas nacionais)
40 reis
Luiz António de Figueiredo Mello e Gouvea, Com.or Honorário na
/ 124 /
Ordem de Xp.to condecurado com a Medalha da Fedelidade ao Rei, e á Pátria;
e com a Cruz de Campanha N.º 2.º da Guerra Peninsular, e Guarda Mor do
Sal, e da Alfandega nesta Cidade d'Aveiro
Certefico em como estando residente nesta cidade há seis annos tenho
ouvido dizer a m.tas Pessoas que o sr. Francisco Joaquim de Castro era
amante de El Rei Nosso Senhor, o Serenissimo Senhor D. Miguel Primeiro;
e tanto assim, q entrando amotinado n'esta cid.e o Rebelde B.am de Ca.res
Nº 10, no dia 3 de Maio de 1828 elle poucos dias depois se vio
obrigado a refugiar-se para Lisboa:
Outrosim certefico, que entrando nesta cid.e a Columna da Esquerda do
Exzercito Rialista no dia 30 de Junho do dito anno; á qual eu me reuni
na
sua entrada; eu o vi, e sube que elle a tinha acompanhado e feito
serviços;
asim como observei que o respectivo Comandante da dita Columna, o Tenente Corunel=Guedes=do
8.º Regm.to de Cavelaria, fazia d'elle
confidencia, ouvindo o em couzas tocantes ao Real Serviço, e á Boa Cauza;
o que certefico por esta me ser pedida. Aveiro, 18 de Setembro de 1831.
(a) Luiz Antonio de Figrdº Mello, e Gouvea
Neste documento está lançado o termo do reconhecimento
da letra e da assinatura, feito em 19 de Setembro de 1931, em
Aveiro, pelo tabelião Francisco .José Martins Raposo.
DOCUMENTO N.º 8
(Lugar das armas nacionais)
40 reis
Attesto Eu Fr. Jõão Chrisostomo Supprior, e Vigario... neste Convento
de S. Domingos de Aveiro e mais Padres abaixo assignados pelo q. sabemos, e nos consta, q.
Francisco Joaquim de Castro da Quinta da
Oliveirinha Termo da Villa de Eixo tem mostrado sentimentos de
Chatolico, e Religioso pelo termos visto nesta cidade onde costuma vir
com a sua familia pela semana santa asistir com reverencia, e devoção
aos Misterios q. aqui se celebrão da Morte, e Paixão de N. Sñr Jesus
Christo como tambem pela asis-tencia do Sacrificio da Missa em ocazioens,
e aqui se acha, assim como tambem como he sabido é constante n'esta cidade ter elle
dado sobejas
provas de afeição, e aderencia a Realeza e legitimidade a ella do Senhor D. Miguel Primeiro vendo-se por
isso abrigado a desamparar a
sua caza e família sofrendo graves encomodos, e prejuizos durante a
rebelião de 1828 e acompanhando final.nte a Cavalaria quando veio
fazer reclamar nesta cidade, o manifesto direito ao Trono do Senhor D,
Miguel primeiro. E por ser tudo isto verdade passamos a presente, e
sendo necessario juramos in verbo sacerdotis.
S. Domingos de Aveiro 5 de Outubro de 1831
(aa) Fr João Chrisostomo Fr. Joaquim
Xavier de Campos
Supprior e Vigº...
Prezbº
Fr. joaq.m Manoel Fr. João Ribeiro Guima.es
Fr. João Severino de S.tª Maria
Este atestado tem a letra e as assinaturas reconhecidas pelo
tabelião Francisco José Martins Raposo, e o reconhecimento foi
feito em Aveiro, em 5 de Outubro de 1831.
/ 125 /
DOCUMENTO N.º 9
Diz o Morgado Manoel Maria da Rocha Colmieiro filho legitimo q. ficou
de
Salvador da Rocha Tavares Per.ª Corte Rial, e de Sua Molher D. Angelica
Violante Colmieiro Coutinho moradores q. forão na Freg.ª da Villa do Var,
que perciza p.ª sertidão o Asento de seo Batismo tudo comforme constar do
liuro de asentos poriço
I. P.
(Uma rubrica ilegível) P.
e V. S. Seja Servido
mandar passar a d.ª sertidão.
Jurou ser para cauza civel
Camara 14 de Abril de 1820
Ulrich
E. R. M.ce
José Henrique Ulrich Offecial Maior dos livros findos nesta cidade do
Porto
certefico em como revendo os livros da freguezia de Ovar em hum delles a
folhas vinte e tres verso se acha o asento seguinte:
Manoel filho legitimo de Salvador da Rocha Tavares Pereira Corte Real e
de Donna Angelica Violante de Souza Colmieiro Coutinho da Praça
netto paterno de Manoel Alberto da Rocha Tavares Pereira Corte Real e de
Donna Brites Margarida Pacheco Soares dahi e materno de Xavier Francisco
de Souza Colmieiro Coutinho e de Donna Roza Margarida Fortunata de Souza
Frazão da villa de Esgueira do Bispado de Aveiro nasceo em o primeiro de
Julho de mil sete centos e noventa e foi baptizado solenemente pelo reverendo vigário João de Sequeira Monterrozo e Mello aos doze do dito
sendo
Padrinho o Avo materno e Madrinha João António da Rocha Tavares Pereira Corte Real com reliquia de Nossa Senhora da Conceição de Esgueira era
ut supra João de Sequeira Monterrozo// Francisco da Costa// Antonio da
Silva// E não se continha mais em o dito asento.
Porto 14 de Abril de 1820 e Eu José Henrique Ulrich a sobscrevy e assignei.
José Henrique Ulrich
Desta 180
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