Partimos para este trabalho com algum desconforto por sabermos que o autor
por nós escolhido para objecto de estudo é muito pouco conhecido.
Preocupava-nos, também, que pudesse ser considerado com um interesse
demasiado regional e daí, limitado. No entanto, sempre nos deu
alento a frase ouvida por quem o conheceu e admirou: Vai em frente,
João Sarabando merece!
Agora que nos apetrechámos de informação, que vasculhámos arquivos quase
esquecidos, que falámos com os seus amigos e admiradores,
partilhamos bem essa ideia: João Sarabando merece! E não estamos a
ser em nada originais ao dizê-lo, pois basta recordar as próprias
palavras do seu grande amigo Mário Sacramento: “João Sarabando é
apenas isto: o melhor homem e o mais honrado que conheci até hoje”.
Se fosse possível ainda subsistirem algumas dúvidas, perguntaríamos: Qual
o homem e autor que, nos dias de hoje, tem uma tertúlia activa com o
seu nome? Esta foi a maneira encontrada por um grupo de amigos e
admiradores, de forma espontânea, após o seu funeral, de continuar a
prestar-lhe homenagem.
João Sarabando não só merece, mas sobretudo interessa ser objecto de
estudo. Como prova de tais palavras, basta percorrer o perfil
biográfico constante do presente trabalho, para obrigatoriamente se
concluir que se trata de uma personalidade completa, que se destaca
como etnólogo, como jornalista, como cidadão activo e altruísta,
sempre ao lado das causas justas e verdadeiramente importantes.
Estamos perante uma figura de referência obrigatória para todos aqueles
que pretendam conhecer com exactidão Aveiro, a nível cultural e
político. Mas, João Sarabando é também importante para o
conhecimento da história recente do próprio país, pelo fundamental
contributo dado para a instalação e manutenção da democracia.
Esperamos que
o presente trabalho seja um contributo, embora humilde, para que se
torne mais visível e (re)conhecido João Sarabando, que bem merece. |