VENDAS
NOVAS
UMA DAS VILAS MAIS IMPORTANTES DO ALENTEJO
A origem de Vendas Novas remonta ao ano de 1530 em que foram construídas
ali duas estalagens da mala-posta. Reinando D. João V, este soberano
mandou que se construísse um palácio – para que os príncipes de Portugal
e Espanha que iam consorciar-se, pudessem pernoitar no trajecto de ida e
volta à fronteira. Essa construção data do ano de 1729 e desde então
começou a animar-se o ermo onde se estava formando a Vendas Novas
actual.
Mais tarde, a rede de caminho de ferro que se ia construindo no pais
atingiu Vendas Novas no seu traçado para Vila Real de Santo António; foi
depois implantado o ramal que liga Vendas Novas ao Setil e que
representa a única ligação existente entre o norte e o sul de Portugal.
Criadas estas condições de comunicação elas proporcionaram, naturalmente,
a consolidação dum importante aglomerado populacional. Assim, a sua
natureza e local de. privilégio tornaram-na centro obrigatório
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265 / de passagem a todos quantos do sul seguem para o norte, ou de
Lisboa se dirigem para o sul ou para o estrangeiro. Tem presentemente
uma população de 10.896 habitantes e 1.600 fogos.
A sua industria corticeira é das mais importantes, com um centro
operário de elevado valor, na projecção económica do País. A vila de
Vendas Novas é progressiva por excelência. Tem um
centro militar importante; no palácio mandado construir por D. João V está instalada a
Escola Prática de Artilharia.
Com o auxílio dos seus benfeitores e do Estado, conseguiu-se dotar esta
povoação com o Hospital Dr. Custódio Cabeça, hoje um dos mais modernos e
modelares estabelecimentos
hospitalares onde, além das duas grandes enfermarias para ambos os
sexos, possui a sua maternidade e uma impecável sala de operações que
desenvolve uma notável acção cirúrgica.
A grande aspiração de Vendas Novas é alcançar a sua emancipação
administrativa, para fazer face ao seu natural desenvolvimento. Em abono
da sua razão salienta que das dezoito freguesias que compõem o concelho,
de Montemor-o-Novo, é superior de longe a qualquer delas, não só populacionalmente, mas também sob o aspecto militar e comercial. O seu
centro militar e ferroviário é de primeira classe. |