OS
CRAVEIROS
Na época de maior calor – fins de Junho,
Julho e Agosto – o clima de Lisboa e seus arredores presta-se melhor do
que nunca para o pegamento das estacas de craveiros.
Para se alporcarem os craveiros prepara-se, portanto, nessa época um
canteiro ensombrado com terra leve e ligeiramente húmida, porque as
estacas de craveiro apodrecem facilmente em terra encharcada.
Escolhem-se para estacas os ramos estéreis ou foliáceos, devendo
preferir-se os mais tenros. Tiram-se-lhes as folhas todas na parte que
vai ser metida na terra e reduzem-se a metade na parte que ficará fora
da terra.
Pretende-se com este corte das folhas equilibrar a absorção radicular
com a evaporação. Não tendo a estaca ainda raízes e tendo muitas folhas
estas evaporam mais água do que a estaca pode receber da terra e acaba a
planta por secar.
O corte da estaca também tem o seu preceito. Faz-se sobre um nó e
irregularmente. Em geral faz-se um golpe ao longo do caule e mete-se-lhe
dentro um bocadinho de madeira, para tornar mais fácil e rápido o
enraizamento.
Os craveiros vivem lindamente em vasos desde que estes sejam grandes,
tenham terra bem preparada e estejam em sítio iluminado.
Os alporques dos craveiros podem também ser envasados. Devem para isso
drenar-se os vasos, pondo-se-lhes no fundo sobre a parte furada uns
pequenos cacos ou carvões. Convém nestes vasos terra mais arenosa do que
argilosa à qual se junta uma terça parte de terriço vegetal e areia
calcária.
Durante o Inverno os vasos com alporques devem estar ao abrigo de
grandes humidades mas permanecer sempre ao ar livre. |