Alexandre Lopes Barbas nasceu em 6 de Dezembro de 1884, em Rio
Torto, concelho de Gouveia. Através de pequenas notas
autobiográficas, informa:
“Passei três anos pelo seminário, tirei o curso de teologia, para
obedecer à minha Santa Mãe e, durante esse tempo, mais acesa foi a
minha luta contra a religião vaticanista.”
“Fui
para Lisboa em 1909. Ali fiz em o curso liceal num ano e, em 1910,
matriculei-me no Curso Superior de Letras, que venci com a maior
independência. Para fazer face às despesas ordinárias e mais
exigências sociais fui professor no Colégio Universo …. Mais tarde,
fui nomeado professor da Tutoria da Infância, onde estive até 1916.
Mantive nessa casa uma revista “A Tutoria”, com a colaboração de
Magalhães Lima, Aurélio da Costa Ferreira, João de Barros, José
Caldas, Trindade Coelho, Adolfo Coelho, etc.”
Alguns anos depois, informa que colaborara
clandestinamente n “O Combate”, desde 1904, e enquanto seminarista.
Revela que o Vice-Reitor Mendes dos Santos, após um rigoroso
inquérito, chegou à conclusão de que o lobo que comentava os
assuntos do seminário não estava os seminaristas. E ele teve
dificuldades em conter o riso.
Barbas ao longo dos anos vai apurando o seu sentido crítico em
relação à Igreja Católica, como instituição temporal marcada por uma
opção de classe. Questiona o clero pelo pecado e pelos escândalos em
que cai. Analisa a Igreja como uma instituição condicionadora da
vontade de emancipação dos trabalhadores, que sob a ameaça da
perdição se submetem aos ditames da classe burguesa ou
aristocrática.
1 –
“A Tutoria” e a defesa dos Jovens e Crianças
Em 1910, no estertor da monarquia, Alexandre Barbas escreve em O
Combate sobre a prostituição social, em que o tema central é a
hipocrisia social
Nessa altura, existem, diz O Combate, 20000 crianças
desamparadas em Lisboa, muitas mulheres desamparadas e na miséria e
morrem por dia 4 tuberculosos. E tudo por culpa dos monárquicos.
[5]
Em 1 de Janeiro de 1911 o Governo Provisório cria uma comissão de
protecção de menores. É uma reorganização idealizada pelo Padre
António de Oliveira (Diniz, 2007), onde se separava os delinquentes
de menor de idade dos mais velhos.
Para Barbas, a obra da Tutoria faz-se através da protecção dos
jovens que vagueiam por Lisboa, sujeitos a todo o tipo de perigos.
Após explicitar bem a falta de recursos, sugere ao Ministro a
criação de delegados que teriam como função observar e examinar os
jovens que vagueiam pelas ruas de Lisboa a qualquer hora da noite,
encaminhando-os para A Tutoria que se encarregará da sua
educação profissional, preparando-os para um futuro construído e
suportado pelo trabalho qualificado.
Ao falar da Educação moral, diz que deve ser diferente da religiosa,
criticando aí o espírito jesuítico e elegendo como valores morais a
cultivar a lealdade e a dedicação. O importante é instruir para
corrigir e nunca castigar corporalmente. Para isso, o educador tem
de estar atento para fazer do castigo um acto educativo.
Em Outubro de 1912 nasce a revista pedagógica “A Tutoria”, onde é o
chefe de redacção. Dando conta que a publicidade propicia a
criminalidade juvenil,
pede ao Ministro da Justiça que marque limites à actividade dos
repórteres.
No início de 1916, reclamam-se para “ A Tutoria” vitórias como a
adopção legal de algumas das ideias defendidas nas suas páginas,
como são a Biblioteca Infantil, o semi-internato, assim como a Lei
n.º 540 de 19 de Maio de 1916, que reorganizava o sistema.
Frisa-se que os jovens não estão já sujeitos ao mau humor dos
polícias, pois trazem-nos à Tutoria. Relatam-se crimes que na
realidade não são dos jovens que os praticam ou melhor executam, mas
dos seus exploradores. Dá conta que o semi-internato já está em
funcionamento, que em 18 de Novembro de 1915 é regulado pelo decreto
n.º 2053, sendo feita publicação deste em A Tutoria
acompanhada de um texto, em que Barbas·, que descreve as
experiências que realizou e o justificam.
Num primeiro artigo, nega a existência da criminalidade infantil,
afirmando que os jovens são simplesmente vítimas, a quem falta a
educação que lhes “discipline a vontade e vigie os instintos”, e
ainda o trabalho que “preocupe o seu espírito, levando-o(s) a
desenvolver e a concentrar a sua actividade”. Agora, diz,
substitui-se “a punição do criminoso pelo estudo analítico das suas
causas para se eliminarem, pela observação metódica dos factores
concomitantes para se transformarem.”
Fundamenta-se nas considerações pedagógicas de Eduardo Roehrich que
diz que os processos de educação se inserem na “arte de criar e
estabelecer relações naturais e artificiais entre uma determinada
individualidade e o mundo exterior, de maneira a dirigir o seu
pensamento e a sua vontade para a perfeição moral.” Associa-lhe a
ideia de que o homem primitivo está sempre em nós, como afirma André
Lefébre, junta-lhe o coeficiente de maldade, que é a engrenagem
social das cidades como locais de luta encarniçada pela existência.
Roerich vai ser a grande inspiração de Barbas para a questão dos
castigos na sala de aula (pág. 219-225). Muito marcado por Rousseau
e Herbart, preconiza o uso da educação directa por acção do
educador. Feita a sua reinserção social plena, e procurando proteger
os menores, Alexandre Barbas propôs que no final, os menores
recebessem o processo.
Não caindo numa ingenuidade excessiva acerca dos progenitores dos
menores abandonados, numa análise rigorosa do comportamento dos
pais, vai-nos informar que, quando os menores são presos, ninguém
aparece a reclamá-los. Os pais só o fazem quando os vêem já com
alimentação certa e sem os encargos pesados de os educarem. Propõe
por isso uma análise rigorosa do comportamento dos pais.
Continuará pelo estudo das classes sociais, que são a dos que
trabalham e a dos que nada produzem.Não distinguirá por isso trabalho intelectual e
trabalho manual, afirmando que não existem marcos entre uns e
outros. Temos assim uma Utopia que vai beber tanto a Proudhon, como
a Marx, mas a base sólida é o Cristianismo, onde se vão procurar os
mártires que se irmanam para criar um mundo novo: uma República.
Preocupar-se-á também com a mendicidade infantil
Infelizmente, Alexandre Barbas vai dizer que “ a assistência entre
nós é uma perfeita mentira”.
De
partida para Beja, em Outubro de 1916, fala do apoio a dar aos
órfãos dos soldados que morrerem na Guerra. Convocando para este
desígnio as instituições criadas pela Lei de 27 de Maio. Como era
quem fazia a Revista, esta morre quando parte.
Alexandre Barbas publica a partir de 3 de Outubro de 1914 em O
Combate um folhetim com o título “Revolta do Cavador”, onde
assume uma posição clara em defesa dos trabalhadores, fazendo ainda
a sua doutrinação no sentido da sua emancipação.
Equacionava a exploração dos trabalhadores rurais pela sua
subjugação a todos os proprietários locais através do mercado de
trabalho.
Em Beja, Alexandre Barbas n’ O Porvir”, a propósito do professor de
teologia, dirá que este: “falando acerca da imutabilidade de Deus,
nos afirmava em plena aula, em pose magistral, – “Isto de orações e
missas é uma perfeita comédia, mas não devemos dizer isto lá fora
que em tal caso desaparece o nosso ganha-pão”. – Esta confissão tão
franca dum professor sobressaltou todo o curso, não pela novidade
que levava a muitos seminaristas, mas pelo cinismo impudente, que
ela revestira”.
Alexandre Barbas é na Guarda um homem
empenhado na elevação do nível intelectual da classe operária.
Colabora por isso com conferências de carácter educativo e
económico, interessando-os e preparando-os para a resolução do
problema social, como o explicita o Lusitano. A convite da
Direcção da Associação 1º de Maio, em Janeiro de 1922 fala sobre a
Revolução Russa, o figurino dos modelos avançados, embora diga que
cometeu o erro de transformar os servos russos em pequenos
proprietários, um entrave à marcha do regime moscovita, fazendo-o
falhar.
Em 28 de Janeiro de 1922, o Lusitano, diz-nos que falou da
falência histórica do bolchevismo por falta de treino e preparação e
que esta “Provou que os bolchevistas russos, acima de tudo, são
patriotas, defendem o seu solo e trabalham pelo engrandecimento da
sua Pátria”(pág. 2). Contudo, informa que ele é apenas um
devotado republicano, caluniado pelos inimigos da República.
Em 25 de Maio de 1929, Alexandre Barbas volta a colaborar com “O
Porvir”, sendo tratado por distinto e querido amigo
com um artigo sobre “Os inimigos da Maçonaria”, que são não só os
padres, mas também e precisamente os monárquicos, progressistas e
regeneradores, que se infiltraram na Maçonaria para agora, em 1929,
dizerem que a “Maçonaria é uma instituição anacrónica,
inútil e dissolvente”.
Em 1931, Alexandre Barbas analisa a situação dos trabalhadores
agrícolas no sul, que vivem do seu salário, tendo muitos dias sem
trabalho, recorrem à esmola.
“A causa desta situação está no regímen da
grande propriedade que a República ainda não teve a coragem de
modificar.”.
Como corolário deste raciocínio preconiza o fim das grandes herdades
pois está convencido de que foram talhadas através de roubalheiras,
extorsões, falperras.
Quando fala de eleições em 1931, acredita que as eleições vão
resolver o problema da República.
Em 1932, vendo os perigos em que está a República,
critica os oportunismos que fizeram a sua inoperância no combate ao
analfabetismo.
3
–
Investigação
Em 1914, com a sua dissertação de licenciatura sobre O Concílio
de Trento, afirma que história é um dos ramos mais instrutivos
das ciências sociais. Deve poder interpretar qualquer acontecimento
que tenha afectado “a vida de qualquer povo, relacionando-o com o
meio que lhe deu novo aspecto, e com os indivíduos que o
doutrinaram” (Barbas, 1914, págs. 10-11). É a ciência do raciocínio,
onde o historiador se esforça por encontrar a verdade e a cultura
serve para a descobrir, transformando-a numa ciência de cultura
intelectual, pois junta a história com a cronologia, a
geografia, a etnografia, a filologia,
arqueologia, epigrafia, paleografia e um etc.
Infere daí uma estratégia pedagógica para as primeiras classes dos
liceus, onde, o ensino da história “seria apenas a descrição da
nossa grandeza como povo livre, que tão cedo conquistou pelas armas
a sua independência, das virtudes dos nossos antepassados que
glorificaram o nosso nome, da acção valorosa que a plebe teve na
formação e desenvolvimento da nossa nacionalidade” (Barbas, 1914,
pág. 14).
Propõe então que nas classes seguintes, as dos mais velhos, o
emprego do “método sincrónico, que estuda paralelamente os
fenómenos sociais dos diferentes povos, dentro de cada período,
dando-nos assim a conhecer o mesmo facto através dos países cultos,
as suas variações através das sociedades”.
Passa por isso em revista muitos acontecimentos que mostram a
indisciplina e perversão das práticas da Igreja, definindo as
cruzadas como expedições sanguinárias, explicando esta se tinha
transformado “numa feira da ladra”, onde “se traficava com a graça
de Cristo, com as dignidades eclesiásticas, e com as mulheres”
(Barbas, 1914, pág. 18). Estavam criadas as condições da revolta,
que passa primeiro pela discussão religiosa, mas, para surpresa de
todos, um dia:
“O proletariado rural, que todos julgavam incapaz de uma revolta por
ser grande o peso que lhe vergava a cabeça, por ser esmagadora a
miséria que o torturava, reclama o seu posto neste duelo que se está
travando em volta da corte pontifícia, para ter direito aos despojos
dos vencidos. E também descreveram com traços de lágrimas a situação
asfixiante, em que labutavam, os pobres camponeses” (pág. 43).
Não acreditava que a religião pudesse ser libertadora, pois Lutero
recomendava obediência aos poderes temporais. Para ele, esta “será
sempre mais ou menos opressora e despótica, tendo em pouca conta os
interesses imperiosos dum grande factor da civilização, o
operariado” (pág. 45).
Dezasseis anos depois, o concílio cria o Index para definir
através dele a doutrina dogmática e impor uma guerra santa que seria
exercida pelos familiares do Santo Ofício. Barbas mostra como o
Concílio diminuiu a liberdade religiosa dos povos, centralizando o
seu poder em Roma, falando aqui de Frei Bartolomeu dos Mártires e da
sua vontade de afirmar a igreja portuguesa. Fundam-se então ordens
marcadas pela intolerância e a Igreja funda uma milícia, a Companhia
de Jesus. Barbas sublinha que a escola e o confessionário eram a
forma de combater o protestantismo, onde o professor é um director
espiritual. Quanto a Portugal, considera que a Inquisição trazida em
1536 pela Contra-Reforma foi contra os interesses da Pátria
pois impediu a conservação do “nosso grandioso domínio colonial”.
Dizendo que se não tivemos a matança de S. Bartolomeu, tivemos o
descalabro de Álcacer-Kibir. Terminava assim a análise da degradação
da religião operada pela Contra-Reforma.
Por isso, defendendo a tolerância e a crença num Deus, está mais à
esquerda, pois considerava o operariado um grande factor de
civilização, já que com ele se resolvem as contradições entre a
Igreja e o Capital, que a inquina e desvia da sua Missão.
Alexandre Barbas inicia a sua carreira de
professor Liceal em 1915 no Liceu Gil Vicente.altou no
dia 1 de Maio de 1915, mostrando uma opção política clara pela
classe proletária. Acumulou estas funções com a de professor da
Tutoria Central da Infância. Era fácil acumular os dois lugares pois
a distância entre eles era de algumas centenas de metros.
No Conselho Escolar, Alexandre Barbas tem uma
intervenção muito discreta.. Como
professor de Português, reúne sob a presidência do reitor, Corrêa
Mendes, com Câmara Reis e Damião Peres. Trocam impressões,
assentando que a base da lição oral deve ser a explicação do trecho
e a sua leitura. Ponderam ainda acerca da substituição do exercício
árido e mecânico do ditado pela redacção de pequenos trechos. Mas,
Alexandre Barbas dissentiu da opinião geral e mostrou-se partidário
dos ditados. Concordaram todos em reservar semanalmente uma aula
para leitura de livros escolhidos. Como nota Eduarda Dionísio (2006,
pág. 136) trata-se de temas e problemas ainda agora pertinentes no
ensino do português.
No Liceu Gil Vicente encontrou um ambiente intelectual estimulante.
Fruto da dinâmica republicana, Sobral Cid criou em 11 de Setembro de
1914, pelo Decreto n.º 859 o liceu de S. Vicente, rapidamente
rebaptizado de Gil Vicente. Seguiu-se logo em 26 de Setembro,
através do Decreto n.º 897, a criação legal de condições da educação
experimental dos alunos. Pretendia-se habituá-los a uma prática de
um método de estudo e trabalho que os preparasse para qualquer
carreira profissional.
Quando Alexandre Barbas vai para o Liceu de Beja em 1916, a direcção
da Diocese local estava vaga e o ambiente era bem anticlerical. Como
é tempo de guerra e o preço das subsistências sobe desmesuradamente,
há numerosas notícias sobre conflitos entre trabalhadores e patrões,
e alguns com trabalhadores do Algarve. Na argumentação republicana,
há um apelo ingénuo para que os lavradores transijam, pois assim se
poupa nas despesas de deslocação das autoridades para manter a
ordem.
Em Abril de 1917 passa a estar em Comissão de Serviço pois foi
provido como professor do Liceu da Guarda. A sua transferência já
era conhecida em Beja em 27 de Janeiro, dando O Porvir, onde
colaborou, conta do prestígio que goza na cidade.
Na hora de partida de Beja, vai falar da importância das eleições
municipais para o PRP.
É com júbilo que em 3 de Março de 1917, O Combate informa que
Alexandre Barbas tomou posse como professor efectivo do Liceu da
Guarda através de procuração enviada ao seu director, acrescentando
ainda que é um professor distinto, jornalista vigoroso, carácter
nobre e um cidadão com qualidades que o valorizam e glorificam.
Sairá da Guarda em 1928, mas na sua ficha biográfica nada se diz
sobre o seu percurso posterior. Esconde-se algo e fica-se à espera
de algo e isso tem a ver com o momento político que se vive. É o de
retrocesso da vivência democrática e espoletar de muitas
perseguições. É isso que Barbas nos revela em 1932 quando já está na
Horta.
Pouco mais de um ano depois de ter vindo para
a Guarda, para combater o Sidonismo, funda na Guarda o jornal O
Cinco de Outubro. Escreve no primeiro número só há um partido a
fortalecer: a República. Combate assim o clientelismo que enfraquece
assim o ideal republicano.
Mais tarde, no último congresso do Partido
Republicano Radical antes do 28 de Maio, Alexandre Barbas é eleito
membro substituto do seu Directório (Martins Júnior, 1927, pág.
627). Deve ter sido realizado em 31 de Janeiro de 1925 em Coimbra.
Este protagonismo tem custos pessoais elevados pois Barbas (pág. 36)
diz:
“É má sina a minha, em qualquer solavanco da vida, tenho lobrigado
cónegos, umas vezes denunciando, outras caluniando. Veja a minha boa
fé. Durante o tempo que estive na Guarda, dei entrada na minha casa
a um padre, quase meu patrício, cónego de fresca data, que anda
quase sempre agarrado às pernas do bispo Matoso, o qual me saiu pior
que os outros. É natural que seja até o paizinho da local, do número
1275 da “Guarda”.
“Pouca gente conhece os motivos, porque S. Ex.ª saiu da Guarda,
porque foi posto fora do Liceu de Santarém e porque se encontra no
lugar que actualmente ocupa”.
Que V. Reverendíssima, insinuação mais canalha?”
Mal
chegou a Santarém, viu no Liceu uma paz podre que gerava anomalias
pedagógicas e científicas que se alteraram quando em 1928 foram
transferidos para este liceu, David Pacheco, Alexandre Barbas,
António Meliço Silvestre e José Torres, “republicanos que vivem para
a República e não da República”. A ocasião propícia para os
republicanos mostrarem a sua força é o fim do ano lectivo, quando
reúne o Conselho Escolar para apreciar a qualidade do serviço dos
professores provisórios – os cónegos. Por isso,
em
30 de Outubro de 1929, os alunos do Liceu de Santarém no novo
Regulamento dos Alunos do Liceu, têm o direito de:
a) Reclamar
junto do Director de Classe ou na sua ausência junto do Reitor,
sobre qualquer assunto passado na aula, e que implique excesso de
trabalho, extensão demasiada de matéria, infracção da
neutralidade do ensino em matéria religiosa, etc.”
O jornal comenta que estas recomendações não
se faziam antes por os cónegos e padres não queriam que se dissesse
que se serviam das funções pedagógicas para “insuflarem as suas
doutrinas religiosas”.
Em fins de 1929, o Ministério da Instrução
ordenou que o coronel Cardoso dos Santos proceda a um inquérito em
todos os serviços do Liceu. Diz-se que este dá garantias de
seriedade e de imparcialidade reclamada pelos “distintos professores
encanecidos no ensino e com uma importante folha de serviços à
instrução”.
O Dr. Pereira de Magalhães é o único
republicano que faz o jogo de Ginestal Machado, por ser aspirante a
deputado e ser da “panelinha do fabricador de eleições em
tempos normais” pois: “Os professores do Liceu dividiram-se há muito
em dois grupos: - 1º com sete professores representa a parte
reaccionária do corpo docente; o outro com 6 professores representa
a corrente moderna, desempoeirada, irrequieta, ultra-republicana do
mesmo corpo.” Era indicado em primeiro lugar como principal causador
da confusão o Dr. Alexandre Barbas, seguido do Dr. Meliço Silvestre,
Boavida Justino, indicado como democrático, B. Gracias, Torres, e
Feijão. Antes
do fim do ano, a sindicância chegou ao seu termo, com a entrega do
relatório do sindicante ao ministro da Instrução. Deseja-se então em
Santarém “um parecer rápido de quem de direito que ponha fim à
situação criada a funcionários que, pela sua honorabilidade e
prestígio dos seus nomes, estão acima de todas as suspeitas”.
É
importante para a cidade já que os comerciantes se alegram com o
regresso dos estudantes no dia 8, quarta-feira. Querem que animem as
suas ruas com “massas” frescas.
Os professores em causa foram logo em 1 de
Fevereiro de 1930 substituídos por “categorizados professores
provisórios”, que eram os cónegos, dizendo-se que com
“aprazimento da cidade”, felicitando-se o reitor, Soares Parente,
pelo rápido desfecho da situação, onde é exonerado o vice-reitor,
Boavida Justino, que é substituído por Rui da Silva Leitão.
o
Em fins de Março de 1930, o Cardeal Cerejeira
tem pouca gente a recebê-lo em Santarém e os alunos do liceu
dividem-se em dois grupos, um orientado pelo presidente da Academia,
recebeu-o filialmente e atapetou-lhe com as capas o caminho até ao
seminário de modo humilde e respeitoso. Os outros mantiveram-se
sentados. No fim, deu-lhes as suas bênçãos, mas estes aclamaram a
República e a Pátria Livre.
Unindo integralistas com republicanos, Diogo
Almeida, em “O Correio” de Celorico da Beira, defende estes,
descrevendo-os como:” Professores com culto pela profissão,
trabalhadores e inteligentes, que não desejam consentir que o ensino
secundário seja barcaça de inúteis, capa de incompetentes,
estimulador do peso morto, para a sociedade, da legião dos roedores
orçamentais.”
Farto de tanto conflito, Soares Parente, deixa
a reitoria do Liceu Sá da Bandeira, “por ter sido colocado como
professor do Liceu Camões, a seu pedido.”
Em 1931, a liderança passa a ser do Vice-Reitor, Ruy da Silva
Leitão, professor do Liceu desde 1911, que é nomeado reitor.
Mais tarde, escreve-se:
“Liceu Sá da Bandeira
Por motivo da sindicância feita ao Liceu Sá da
Bandeira em Santarém, foram aplicadas as seguintes penalidades:
professores Alexandre da Costa Ferreira,
David Ferreira Pacheco, Alexandre Barbas, António Meliço Silvestre e
José Menezes Torres, 120 dias de suspensão e transferidos
respectivamente para os liceus de Portalegre, Faro, Horta, Bragança
e José Falcão de Coimbra; professores Bernardino Gracias e Boavida
Justino, 15 dias de suspensão.”
Em 31 de Dezembro de 1933, Ruy da Silva Leitão vai falar dos
problemas da instalação do Liceu de Santarém que está a rebentar
pelas costuras.
Como veremos, na Horta, tudo vai ser diferente para Barbas,
obtendo-se resultados educativos mais satisfatórios porque o
ambiente escolar é saudável e propício ao sucesso escolar e é
recebido com muita gentileza pelos alunos.
Infelizmente, como sinal deste tempo político, pelo decreto n.º
20314, passam a poder “ser temporariamente afastados do serviço,
reformados, aposentados ou demitidos os funcionários que, por
manifestações a que se tenham entregado, no exercício das suas
funções, ou fora dele, demonstrem espírito de oposição à política
nacional, ordeira e reformadora, do Governo da República, não dando
suficientes garantias do leal cumprimento dos deveres do seu cargo”
(Amaral, 1933, págs. 33-34).
A Horta é então um local muito aberto em
termos intelectuais. Verifica-se que tudo é diferente de Santarém,
onde as obras estão sempre atrasadas, havendo em diversos anos uma
diminuição da frequência de alunos. Vive-se assim no liceu da Horta
uma dinâmica de melhoria continuada das condições pedagógicas.
,
esta solidariedade seguimentoFala-se de escutismo como actividade lúdica e
desportiva: uma escola de educação moral ao ar livre.
O filho, Orbílio Neves Barbas matricula-se na
terceira classe e os colegas são muito simpáticos pois o apresentam
como “inteligente filho do sr. Dr. Alexandre Barbas, nosso ilustre
professor.”
Vai
discursar na festa do primeiro de Dezembro, onde valoriza a
importância da liberdade como elemento fundamental da vida.
Um ano depois, escolhido pelo Director de a “Mocidade Académica”,
Barbas faz o editorial do aniversário, onde escreverá:
“A mocidade diz rebeldia, diz futuro, diz
liberdade”.
Como Alexandre Barbas está bem integrado, é
eleito presidente da assembleia-geral da Academia Faialense.
Em
1933, durante as férias da Páscoa, é o Presidente de Honra de uma
Excursão Académica à Ilha de S. Jorge.
O último dia de aulas de Alexandre Barbas na
Horta é a 21 de Junho de 1933, quando, por indicação do Reitor, e
cumprindo uma determinação do Ministro da Instrução, realiza uma
conferência sobre as colónias. O Correio da Horta falará
desta conferência
e “Telégrafo” anuncia que será sobre “A
Importância Internacional do “Acto Colonial Português” e para
aumentar o interesse pelo assunto diz que haverá comentários aos
discursos do Sr. Ministro das Colónias.
Tudo corre bem a Barbas, que é considerado:
“Sábio professor, correcto cidadão, atraía a nossa simpatia pelo seu
porte fino e carácter leal.
Era como professor que mais o admirávamos. Animava os alunos, com
tanta vivacidade como se tratasse dum assunto de interesse próprio.
Nunca o vimos repreender um aluno. Mesmo que para isso se
apresentasse ocasião. S. Ex.ª fazia reflectir o académico mas nunca
repreendia.
Maravilhoso método de formar cidadãos, que só
S. Ex.ª sabia aplicar com proficiência.”
Também, o conselho de Directores de Classe em 26 de Junho exara em
acta que o seu serviço docente foi classificado de muito bom
atendendo às notáveis e patrióticas conferências de 1 de Dezembro de
1932 e 21 de Junho de 1933.
Curiosamente, os vigários da Covilhã foram em
fins de 1932 a Santarém para o amesquinhar e isso é considerado por
Serra Frazão uma vileza. Nas
páginas de O Raio, um santareno escreverá:
“Foi aquele mesmo espírito sectário que evitou a vinda de várias
secções dos trabalhadores da Covilhã, aos quais os escalabitanos
esperavam de braços abertos…
Foi o mesmo espírito tacanho que, sabendo que o Dr. Alexandre Barbas
goza nesta cidade de imorredoiras amizades e simpatias, pretendeu
atingir a sua honra e prestígio de homem livre, com algumas linhas
de insulsa prosa, sabendo que tal periódico só poderia chegar às
mãos de santarenos, trazido a ocultas e distribuído de graça. ...”
Em 8 de Janeiro, Alexandre Barbas promete
responder. Curiosamente, os vigários só após a publicação das
Epístolas se incomodaram com o “tratado de amizade celebrado na
Covilhã em 20 de Maio de 1926” para
afrontar Alexandre Barbas, que escreve: “Que espírito mau vos levou
a Santarém, que espírito mau vos meteu no meio do operariado da
Covilhã, que estais a desunir, a desnortear em benefício dos
industriais.”
Provocado no “Notícias de Beja”, O Porvir publicará a
resposta de Barbas em 20 de Fevereiro de 1932. Barbas prova que a
Câmara Eclesiástica da Guarda e reverendo arcipreste do Fundão
intrujaram o “Notícias de Beja”.
uma semana, O Porvir republica uma notícia saída em 17 de
Setembro de 1929 em “O Povo” que confirma as afirmações de Barbas.
Quanto à religiosidade, frisa que o Faial é a ilha menos
reaccionária dos Açores e a que menos despesa faz com a alimentação
dos padres.
No 1º de Maio fez uma conferência sobre
“Disciplina Operária”.
Escreve ainda sobre enorme progresso da União Soviética, dando-lhe
um afirmativo louvor: “Selvagens, estes bolchevistas!”, contrariando
assim
a imprensa situacionista açoriana.
Mais tarde, conclui: “que os papas estão mais afastados do
verdadeiro espírito do cristianismo, do que os filósofos russos,
como Tolstoi e Lenine.”
Em 30 de Julho de 1933, está em Aldeia de Joanes a gozar férias e
pouco depois ficamos também a saber que a Cooperativa Operária da
Horta lhe editou a conferência aí realizada: “A Questão Social e a
Disciplina Operária”.
Alexandre Barbas encontra em Aveiro alguns dos
que com ele estiveram em Santarém. É o caso de Alexandre Fernandes
da Costa Feijão. Está ainda Apolinário José Leal a quem foi dada por
finda a sua comissão de serviço em Santarém.
Teve de certo a protecção de José Tavares, que na nota necrológica o
evoca com emoção e muita saudade, afirmando-se amigo verdadeiro e
firme.
No liceu de Aveiro, vai ter menos protagonismo
porque havia diversos professores de destaque e o professor modelar,
que marcou os jovens e a Escola, foi Agostinho da Silva. Barbas fala
numa palestra cultural, realizada em 12 de Dezembro de 1936 sobre a
necessidade de colonizar Angola. Argumenta que já não é terra para
degredados
Quando
a Sociedade de Geografia de Lisboa promoveu a Semana das Colónias em
1940 colabora em Aveiro como docente liceal.
Mas, fazia parte da afirmação do regímen celebrar o “Duplo
Centenário da Fundação de Portugal e da Restauração da sua
Independência” (Sousa, 1940).
O Liceu Passos Manuel foi o liceu derradeiro
onde trabalhou nas diversas tarefas que definem o dia-a-dia da
profissão. Pela análise do Livro de Actas do Conselho Pedagógico e
Disciplinar,
a que Barbas pertenceu nalguns dos anos finais da sua carreira de
professor liceal, não vemos condições para pudesse intervir para
resolver problemas pedagógicos. Alexandre Barbas volta aí a
encontrar Soares Parente.
Quando saiu da vida activa em Novembro de 1949,
viu-se na campanha de Norton de Matos que o inimigo principal do
regímen era já o PCP.
Em 1957, um ano antes da sua morte, publica um livro que o regime
fascista irá colocar no Index. Deixou-nos assim como testamento, um
conjunto de crónicas sobre a sociedade portuguesa já visadas pela
Censura do Estado Novo. Nelas, rebela-se contra a interpretação
errónea da fé que leva à morte uma mulher no hospital da Guarda por
actuação das enfermeiras católicas, que impedem um aborto necessário
para a salvar.
Criticará a existência do Estado do Vaticano e o bispo Manuel Vieira
de Matos que justifica a monstruosidade de milhares de crianças
nascerem fadadas para a miséria, enquanto outras, minoria
revoltante, nascem destinadas para a abastança (pág. 31-34).
Falará dos pecados variados das mulheres católicas e das reuniões em
que berram hipocritamente “em defesa dos santos costumes cristãos
contra a conspiração judaico-maçónica, anti-portuguesa e anti-cristã”
(pág. 175-181).
Acusará os padres de educarem mal os fiéis, convencendo-os a
acreditarem em superstições como a bruxaria (pág. 55-60).
Avisa a Igreja Católica contra Hitler, exemplificando com Mussolini,
Pimenta de Castro e Sidónio Pais que prenderam republicanos e
pedreiros livres, mas que não se ficaram por aí (pág. 146-150).
Criticará os critérios pelos quais se escolhem os santos (pág.
67-70). Parte daí para a análise da Religiosidade Popular,
concluindo que não tem base séria os que dizem que a grande maioria
do país é católica apostólica romana. Conclui que o povo é explorado
por um clero que não deixa marca da sua pregação.
Criticará as Licistas, senhoras católicas da fina aristocracia,
propõe-lhes que à sua sigla acrescentem um R para esta fique a ser a
Liga Internacional Católica Feminina de Recreio. Denuncia ainda a
bondade pontifícia que as deixa dormir até tarde, pois lhes permite
comungar nas missas entre as 18 e as 24 horas. Mostra assim que há
uma religião para pobres e uma religião para gente abastada.
Mais adiante ao falar da Rerum Novarum, mostra como a Igreja
sempre jogou com o poder, e qualquer que ele fosse, para o dominar e
fazer a seguir o que pretendia para explorar o proletariado a favor
do capital agora e antes da Revolução Francesa, a favor a
Aristocracia, dentro do Feudalismo (Barbas, 1957, págs. 121-125).
Por isso, pouco mais adiante, fala do proletariado e da Primeira
Internacional, como a sua organização, fundada em 1864 e
inevitavelmente de Karl Marx, da Comuna em 1871 e da política de
repressão que se lhe seguiu. Falará da Segunda Internacional,
fundada em 1889, como uma reorganização do proletariado. Bom sabedor
das vicissitudes porque esta passou, divide a sua história em três
partes, uma de 1889 a 1896, outra, a 2ª parte, que vai de 1896 a
1904 e a última de 1904 a 1914.
No modelo político de Alexandre Barbas, a Igreja Católica, a
Plutocracia ou a Aristocracia, unem-se para organizarem um Estado,
em que a primeira organiza a ideologia, que justifica pelo exemplo
de Cristo a exploração dos operários através de salários
insuficientes, dando-lhes como compensação o céu onde se juntarão
todos em Hossanas ao Senhor. E para a Plutocracia ficaria uma vida
fácil na vida terrena pois “O catolicismo é uma escola de submissão
a todos os despotismos” (pág. 157).
Aconselhando os operários, escreve: “Para exigires trabalho, … vai
filiar-te na Associação Profissional e, unido, aos teus camaradas,
luta com fé e persistência, e vencerás” (pág. 159).
No final da vida, falará da JAC, Juventude Agrária Católica pois
duma reunião em Fátima saiu uma pobre gente a gritar “Morra o
Comunismo, viva o Bolchevismo; viva o Bolchevismo, morra o
Comunismo.” Quanto ao apostolado no meio rural, diz que este é um
luxo, mais valendo fazer o da: “Piedade da velhice, piedade da
infância.
Explica que o desprestígio da Igreja Católica afastou a classe média
que lhe fornecia muitos jovens por falta de “confiança na igreja, na
insignificância da força persuasiva dos orientadores dos Seminários,
na diminuição lenta da fé teologal.” Assim das centenas que entram
na Barca de S. Pedro, poucos chegam ao fim e mesmos estes acabam por
“sacudir o peso da batina, por não terem lá dentro a chama que
ilumina os apóstolos de uma doutrina.” Concordemos ou não, a
realidade mostrou nos últimos 50 anos que tinha razão. Nota-se em
Alexandre Barbas, a defesa de uma Igreja comprometida com o
proletariado, embora, paradoxalmente, não o ache digno de assumir os
seus postos de comando.
Em todo o caso, a defesa da pureza da fé faz dele um provável
católico no caso de a Igreja Católica não se assumir como Igreja
dos Senhores. Fica-nos em qualquer caso, esta ideia como hipótese de
um trabalho sobre a religiosidade e o anticlericalismo, feito com
base nos desvios doutrinários e comportamentais dos Padres como
protagonistas da Igreja Católica.
Podemos ainda optar por uma análise microeconómica semelhante à de
Ekelund, Hébert, Tollison, Anderson e Davidson em 1996, estudando os
diversos aspectos da Igreja como conquista de mercados e lançamento
de novos produtos para maximizar os lucros. Também alguns ao
sustentar a Igreja ganham legitimidade para se assumirem como
elementos imprescindíveis na exploração dos outros, sendo a religião
a estrutura que teologicamente torna natural a exploração dos
outros.
De facto, o percurso profissional de Alexandre Barbas explicita uma
pedagogia social que mostra como a religião impediu a República de
promover a emancipação das classes populares. Por isso, como último
desejo, Alexandre Barbas dirá em 1957 (pág. 188) que não crê na
ressurreição dos mortos, mas admite que se levantaria como o Lázaro
bíblico para castigar quem lhe recusasse enterro civil,
profanando-lhe a memória.
Aires Antunes Diniz
Constantino do Amaral Jr. – Anuário do Professor, Tipografia
do Correio da Horta, Faial, Açores, 1933.
Alexandre Barbas – O Concílio de Trento e A Civilização Moderna,
composto e impresso no Centro Tipográfico Colonial, Largo da
Abegoaria, 27 e 28, Lisboa, 1914.
Alexandre Barbas – Epístolas ao snr. Bispo-Auxiliar da Guarda –
Cauterização dum Tumor Clerical, 1932, Empresa
Tipográfica Faialense, Largo do Infante D. Henrique, Horta.
Alexandre Barbas – Contas do Meu Rosário, Lisboa, 1957.
Aires Antunes Diniz – Father António de Oliveira – pedagogics as a
legal Utopia, Comunicação ao ISCHE 29, Hamburgo, 25 a 28 de
Julho de 2007.
Eduarda Dionísio – Liceu Gil Vicente: Um arranque invulgar quando
e onde, Escola Secundária de Gil Vicente, Núcleo Museológico,
2006.
Robert B. Ekelund, Robert F. Hébert, Robert D. Tollison, Gary M.
Anderson, and Audrey B. Davidson - Sacred Trust: The Medieval
Church as an Economic Firm, Oxford University Press, Oxford,
1996.
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edição, 1884.
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Julho a Dezembro de 1933, págs. 121-130, Santarém.
Martins Júnior – O Presidente Landrú na República da Calábria,
Edição de Autor, J. Rodrigues & Cª, Lisboa, 1927.
Édouard Roherich – Philosophie de l’Éducation. Essai de Pédagogie
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Justiniano Baltazar de Sousa – Duplo Centenário da Fundação de
Portugal e da Restauração da sua Independência, Boletim da
Sociedade de Geografia de Lisboa, série 58ª, n.º 11 e 12,
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O
Combate,
29 de Janeiro de 1910, 5º ano, n.º 244, pág. 2.
In http://maltez.info/ acesso em 2 de Janeiro de 2008.
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