Hiperligação para a hierarquia superior.

Alexandre Barbas

Educação como utopia

 

Alexandre Lopes Barbas nasceu em 6 de Dezembro de 1884, em Rio Torto, concelho de Gouveia. Através de pequenas notas autobiográficas, informa:

“Passei três anos pelo seminário, tirei o curso de teologia, para obedecer à minha Santa Mãe e, durante esse tempo, mais acesa foi a minha luta contra a religião vaticanista.” [1]“Fui para Lisboa em 1909. Ali fiz em o curso liceal num ano e, em 1910, matriculei-me no Curso Superior de Letras, que venci com a maior independência. Para fazer face às despesas ordinárias e mais exigências sociais fui professor no Colégio Universo …. Mais tarde, fui nomeado professor da Tutoria da Infância, onde estive até 1916. Mantive nessa casa uma revista “A Tutoria”, com a colaboração de Magalhães Lima, Aurélio da Costa Ferreira, João de Barros, José Caldas, Trindade Coelho, Adolfo Coelho, etc.”[2] Alguns anos depois, informa que colaborara clandestinamente n “O Combate”, desde 1904, e enquanto seminarista. Revela que o Vice-Reitor Mendes dos Santos, após um rigoroso inquérito, chegou à conclusão de que o lobo que comentava os assuntos do seminário não estava os seminaristas. E ele teve dificuldades em conter o riso. [3]

Barbas ao longo dos anos vai apurando o seu sentido crítico em relação à Igreja Católica, como instituição temporal marcada por uma opção de classe. Questiona o clero pelo pecado e pelos escândalos em que cai. Analisa a Igreja como uma instituição condicionadora da vontade de emancipação dos trabalhadores, que sob a ameaça da perdição se submetem aos ditames da classe burguesa ou aristocrática.

 

1 – “A Tutoria” e a defesa dos Jovens e Crianças

Em 1910, no estertor da monarquia, Alexandre Barbas escreve em O Combate sobre a prostituição social, em que o tema central é a hipocrisia social[4] Nessa altura, existem, diz O Combate, 20000 crianças desamparadas em Lisboa, muitas mulheres desamparadas e na miséria e morrem por dia 4 tuberculosos. E tudo por culpa dos monárquicos. [5] Em 1 de Janeiro de 1911 o Governo Provisório cria uma comissão de protecção de menores. É uma reorganização idealizada pelo Padre António de Oliveira (Diniz, 2007), onde se separava os delinquentes de menor de idade dos mais velhos.

Para Barbas, a obra da Tutoria faz-se através da protecção dos jovens que vagueiam por Lisboa, sujeitos a todo o tipo de perigos. Após explicitar bem a falta de recursos, sugere ao Ministro a criação de delegados que teriam como função observar e examinar os jovens que vagueiam pelas ruas de Lisboa a qualquer hora da noite, encaminhando-os para A Tutoria que se encarregará da sua educação profissional, preparando-os para um futuro construído e suportado pelo trabalho qualificado.

Ao falar da Educação moral, diz que deve ser diferente da religiosa, criticando aí o espírito jesuítico e elegendo como valores morais a cultivar a lealdade e a dedicação. O importante é instruir para corrigir e nunca castigar corporalmente. Para isso, o educador tem de estar atento para fazer do castigo um acto educativo. [6]

Em Outubro de 1912 nasce a revista pedagógica “A Tutoria”, onde é o chefe de redacção. Dando conta que a publicidade propicia a criminalidade juvenil[7], pede ao Ministro da Justiça que marque limites à actividade dos repórteres. [8]

No início de 1916, reclamam-se para “ A Tutoria” vitórias como a adopção legal de algumas das ideias defendidas nas suas páginas, como são a Biblioteca Infantil, o semi-internato, assim como a Lei n.º 540 de 19 de Maio de 1916, que reorganizava o sistema. [9] Frisa-se que os jovens não estão já sujeitos ao mau humor dos polícias, pois trazem-nos à Tutoria. Relatam-se crimes que na realidade não são dos jovens que os praticam ou melhor executam, mas dos seus exploradores. Dá conta que o semi-internato já está em funcionamento, que em 18 de Novembro de 1915 é regulado pelo decreto n.º 2053, sendo feita publicação deste em A Tutoria acompanhada de um texto, em que Barbas·, que descreve as experiências que realizou e o justificam. [10]

Num primeiro artigo, nega a existência da criminalidade infantil, afirmando que os jovens são simplesmente vítimas, a quem falta a educação que lhes “discipline a vontade e vigie os instintos”, e ainda o trabalho que “preocupe o seu espírito, levando-o(s) a desenvolver e a concentrar a sua actividade”. Agora, diz, substitui-se “a punição do criminoso pelo estudo analítico das suas causas para se eliminarem, pela observação metódica dos factores concomitantes para se transformarem.”[11]

Fundamenta-se nas considerações pedagógicas de Eduardo Roehrich que diz que os processos de educação se inserem na “arte de criar e estabelecer relações naturais e artificiais entre uma determinada individualidade e o mundo exterior, de maneira a dirigir o seu pensamento e a sua vontade para a perfeição moral.” Associa-lhe a ideia de que o homem primitivo está sempre em nós, como afirma André Lefébre, junta-lhe o coeficiente de maldade, que é a engrenagem social das cidades como locais de luta encarniçada pela existência.[12] Roerich vai ser a grande inspiração de Barbas para a questão dos castigos na sala de aula (pág. 219-225). Muito marcado por Rousseau e Herbart, preconiza o uso da educação directa por acção do educador. Feita a sua reinserção social plena, e procurando proteger os menores, Alexandre Barbas propôs que no final, os menores recebessem o processo. [13]

Não caindo numa ingenuidade excessiva acerca dos progenitores dos menores abandonados, numa análise rigorosa do comportamento dos pais, vai-nos informar que, quando os menores são presos, ninguém aparece a reclamá-los. Os pais só o fazem quando os vêem já com alimentação certa e sem os encargos pesados de os educarem. Propõe por isso uma análise rigorosa do comportamento dos pais. [14]

Continuará pelo estudo das classes sociais, que são a dos que trabalham e a dos que nada produzem. Não distinguirá por isso trabalho intelectual e trabalho manual, afirmando que não existem marcos entre uns e outros. Temos assim uma Utopia que vai beber tanto a Proudhon, como a Marx, mas a base sólida é o Cristianismo, onde se vão procurar os mártires que se irmanam para criar um mundo novo: uma República.

Preocupar-se-á também com a mendicidade infantil.[15] 

Infelizmente, Alexandre Barbas vai dizer que “ a assistência entre nós é uma perfeita mentira”. [16]  De partida para Beja, em Outubro de 1916, fala do apoio a dar aos órfãos dos soldados que morrerem na Guerra. Convocando para este desígnio as instituições criadas pela Lei de 27 de Maio. Como era quem fazia a Revista, esta morre quando parte.

 

2 - Pedagogia Social – A Revolta do Cavador

Alexandre Barbas publica a partir de 3 de Outubro de 1914 em O Combate um folhetim com o título “Revolta do Cavador”, onde assume uma posição clara em defesa dos trabalhadores, fazendo ainda a sua doutrinação no sentido da sua emancipação. [17] Equacionava a exploração dos trabalhadores rurais pela sua subjugação a todos os proprietários locais através do mercado de trabalho. [18]

Em Beja, Alexandre Barbas n’ O Porvir”, a propósito do professor de teologia, dirá que este: “falando acerca da imutabilidade de Deus, nos afirmava em plena aula, em pose magistral, – “Isto de orações e missas é uma perfeita comédia, mas não devemos dizer isto lá fora que em tal caso desaparece o nosso ganha-pão”. – Esta confissão tão franca dum professor sobressaltou todo o curso, não pela novidade que levava a muitos seminaristas, mas pelo cinismo impudente, que ela revestira”.[19]

Alexandre Barbas é na Guarda um homem empenhado na elevação do nível intelectual da classe operária. Colabora por isso com conferências de carácter educativo e económico, interessando-os e preparando-os para a resolução do problema social, como o explicita o Lusitano. A convite da Direcção da Associação 1º de Maio, em Janeiro de 1922 fala sobre a Revolução Russa, o figurino dos modelos avançados, embora diga que cometeu o erro de transformar os servos russos em pequenos proprietários, um entrave à marcha do regime moscovita, fazendo-o falhar.[20]

Em 28 de Janeiro de 1922, o Lusitano, diz-nos que falou da falência histórica do bolchevismo por falta de treino e preparação e que esta “Provou que os bolchevistas russos, acima de tudo, são patriotas, defendem o seu solo e trabalham pelo engrandecimento da sua Pátria” (pág. 2). Contudo, informa que ele é apenas um devotado republicano, caluniado pelos inimigos da República.

Em 25 de Maio de 1929, Alexandre Barbas volta a colaborar com “O Porvir”, sendo tratado por distinto e querido amigo[21] com um artigo sobre “Os inimigos da Maçonaria”, que são não só os padres, mas também e precisamente os monárquicos, progressistas e regeneradores, que se infiltraram na Maçonaria para agora, em 1929, dizerem que a “Maçonaria é uma instituição anacrónica, inútil e dissolvente”. [22]

Em 1931, Alexandre Barbas analisa a situação dos trabalhadores agrícolas no sul, que vivem do seu salário, tendo muitos dias sem trabalho, recorrem à esmola.

“A causa desta situação está no regímen da grande propriedade que a República ainda não teve a coragem de modificar.”[23]. Como corolário deste raciocínio preconiza o fim das grandes herdades pois está convencido de que foram talhadas através de roubalheiras, extorsões, falperras[24].

Quando fala de eleições em 1931, acredita que as eleições vão resolver o problema da República. Em 1932, vendo os perigos em que está a República, critica os oportunismos que fizeram a sua inoperância no combate ao analfabetismo.[25]

 

3 – Investigação  

Em 1914, com a sua dissertação de licenciatura sobre O Concílio de Trento, afirma que história é um dos ramos mais instrutivos das ciências sociais. Deve poder interpretar qualquer acontecimento que tenha afectado “a vida de qualquer povo, relacionando-o com o meio que lhe deu novo aspecto, e com os indivíduos que o doutrinaram” (Barbas, 1914, págs. 10-11). É a ciência do raciocínio, onde o historiador se esforça por encontrar a verdade e a cultura serve para a descobrir, transformando-a numa ciência de cultura intelectual, pois junta a história com a cronologia, a geografia, a etnografia, a filologia, arqueologia, epigrafia, paleografia e um etc. Infere daí uma estratégia pedagógica para as primeiras classes dos liceus, onde, o ensino da história “seria apenas a descrição da nossa grandeza como povo livre, que tão cedo conquistou pelas armas a sua independência, das virtudes dos nossos antepassados que glorificaram o nosso nome, da acção valorosa que a plebe teve na formação e desenvolvimento da nossa nacionalidade” (Barbas, 1914, pág. 14).

Propõe então que nas classes seguintes, as dos mais velhos, o emprego do “método sincrónico, que estuda paralelamente os fenómenos sociais dos diferentes povos, dentro de cada período, dando-nos assim a conhecer o mesmo facto através dos países cultos, as suas variações através das sociedades”.

Passa por isso em revista muitos acontecimentos que mostram a indisciplina e perversão das práticas da Igreja, definindo as cruzadas como expedições sanguinárias, explicando esta se tinha transformado “numa feira da ladra”, onde “se traficava com a graça de Cristo, com as dignidades eclesiásticas, e com as mulheres” (Barbas, 1914, pág. 18). Estavam criadas as condições da revolta, que passa primeiro pela discussão religiosa, mas, para surpresa de todos, um dia:

“O proletariado rural, que todos julgavam incapaz de uma revolta por ser grande o peso que lhe vergava a cabeça, por ser esmagadora a miséria que o torturava, reclama o seu posto neste duelo que se está travando em volta da corte pontifícia, para ter direito aos despojos dos vencidos. E também descreveram com traços de lágrimas a situação asfixiante, em que labutavam, os pobres camponeses” (pág. 43).

Não acreditava que a religião pudesse ser libertadora, pois Lutero recomendava obediência aos poderes temporais. Para ele, esta “será sempre mais ou menos opressora e despótica, tendo em pouca conta os interesses imperiosos dum grande factor da civilização, o operariado” (pág. 45).

Dezasseis anos depois, o concílio cria o Index para definir através dele a doutrina dogmática e impor uma guerra santa que seria exercida pelos familiares do Santo Ofício. Barbas mostra como o Concílio diminuiu a liberdade religiosa dos povos, centralizando o seu poder em Roma, falando aqui de Frei Bartolomeu dos Mártires e da sua vontade de afirmar a igreja portuguesa. Fundam-se então ordens marcadas pela intolerância e a Igreja funda uma milícia, a Companhia de Jesus. Barbas sublinha que a escola e o confessionário eram a forma de combater o protestantismo, onde o professor é um director espiritual. Quanto a Portugal, considera que a Inquisição trazida em 1536 pela Contra-Reforma foi contra os interesses da Pátria pois impediu a conservação do “nosso grandioso domínio colonial”. Dizendo que se não tivemos a matança de S. Bartolomeu, tivemos o descalabro de Álcacer-Kibir. Terminava assim a análise da degradação da religião operada pela Contra-Reforma.

Por isso, defendendo a tolerância e a crença num Deus, está mais à esquerda, pois considerava o operariado um grande factor de civilização, já que com ele se resolvem as contradições entre a Igreja e o Capital, que a inquina e desvia da sua Missão.

 

4 – O professor do Ensino Liceal

Alexandre Barbas inicia a sua carreira de professor Liceal em 1915 no Liceu Gil Vicente. [26] Faltou no dia 1 de Maio de 1915, mostrando uma opção política clara pela classe proletária. Acumulou estas funções com a de professor da Tutoria Central da Infância. Era fácil acumular os dois lugares pois a distância entre eles era de algumas centenas de metros.

No Conselho Escolar, Alexandre Barbas tem uma intervenção muito discreta. [27]. Como professor de Português, reúne sob a presidência do reitor, Corrêa Mendes, com Câmara Reis e Damião Peres. Trocam impressões, assentando que a base da lição oral deve ser a explicação do trecho e a sua leitura. Ponderam ainda acerca da substituição do exercício árido e mecânico do ditado pela redacção de pequenos trechos. Mas, Alexandre Barbas dissentiu da opinião geral e mostrou-se partidário dos ditados. Concordaram todos em reservar semanalmente uma aula para leitura de livros escolhidos. Como nota Eduarda Dionísio (2006, pág. 136) trata-se de temas e problemas ainda agora pertinentes no ensino do português.

No Liceu Gil Vicente encontrou um ambiente intelectual estimulante. Fruto da dinâmica republicana, Sobral Cid criou em 11 de Setembro de 1914, pelo Decreto n.º 859 o liceu de S. Vicente, rapidamente rebaptizado de Gil Vicente. Seguiu-se logo em 26 de Setembro, através do Decreto n.º 897, a criação legal de condições da educação experimental dos alunos. Pretendia-se habituá-los a uma prática de um método de estudo e trabalho que os preparasse para qualquer carreira profissional.

Quando Alexandre Barbas vai para o Liceu de Beja em 1916, a direcção da Diocese local estava vaga e o ambiente era bem anticlerical. Como é tempo de guerra e o preço das subsistências sobe desmesuradamente, há numerosas notícias sobre conflitos entre trabalhadores e patrões, e alguns com trabalhadores do Algarve. Na argumentação republicana, há um apelo ingénuo para que os lavradores transijam, pois assim se poupa nas despesas de deslocação das autoridades para manter a ordem. [28]

Em Abril de 1917 passa a estar em Comissão de Serviço pois foi provido como professor do Liceu da Guarda. A sua transferência já era conhecida em Beja em 27 de Janeiro, dando O Porvir, onde colaborou, conta do prestígio que goza na cidade. [29] Na hora de partida de Beja, vai falar da importância das eleições municipais para o PRP.

É com júbilo que em 3 de Março de 1917, O Combate informa que Alexandre Barbas tomou posse como professor efectivo do Liceu da Guarda através de procuração enviada ao seu director, acrescentando ainda que é um professor distinto, jornalista vigoroso, carácter nobre e um cidadão com qualidades que o valorizam e glorificam.

Sairá da Guarda em 1928, mas na sua ficha biográfica nada se diz sobre o seu percurso posterior. Esconde-se algo e fica-se à espera de algo e isso tem a ver com o momento político que se vive. É o de retrocesso da vivência democrática e espoletar de muitas perseguições. É isso que Barbas nos revela em 1932 quando já está na Horta. 

Pouco mais de um ano depois de ter vindo para a Guarda, para combater o Sidonismo, funda na Guarda o jornal O Cinco de Outubro. Escreve no primeiro número só há um partido a fortalecer: a República. Combate assim o clientelismo que enfraquece assim o ideal republicano.[30]

Mais tarde, no último congresso do Partido Republicano Radical antes do 28 de Maio, Alexandre Barbas é eleito membro substituto do seu Directório (Martins Júnior, 1927, pág. 627). Deve ter sido realizado em 31 de Janeiro de 1925 em Coimbra[31].

Este protagonismo tem custos pessoais elevados pois Barbas (pág. 36) diz:

“É má sina a minha, em qualquer solavanco da vida, tenho lobrigado cónegos, umas vezes denunciando, outras caluniando. Veja a minha boa fé. Durante o tempo que estive na Guarda, dei entrada na minha casa a um padre, quase meu patrício, cónego de fresca data, que anda quase sempre agarrado às pernas do bispo Matoso, o qual me saiu pior que os outros. É natural que seja até o paizinho da local, do número 1275 da “Guarda”.

“Pouca gente conhece os motivos, porque S. Ex.ª saiu da Guarda, porque foi posto fora do Liceu de Santarém e porque se encontra no lugar que actualmente ocupa”.

Que V. Reverendíssima, insinuação mais canalha?”

 Mal chegou a Santarém, viu no Liceu uma paz podre que gerava anomalias pedagógicas e científicas que se alteraram quando em 1928 foram transferidos para este liceu, David Pacheco, Alexandre Barbas, António Meliço Silvestre e José Torres, “republicanos que vivem para a República e não da República”. A ocasião propícia para os republicanos mostrarem a sua força é o fim do ano lectivo, quando reúne o Conselho Escolar para apreciar a qualidade do serviço dos professores provisórios – os cónegos. Por isso,  em 30 de Outubro de 1929, os alunos do Liceu de Santarém no novo Regulamento dos Alunos do Liceu, têm o direito de:

a) Reclamar junto do Director de Classe ou na sua ausência junto do Reitor, sobre qualquer assunto passado na aula, e que implique excesso de trabalho, extensão demasiada de matéria, infracção da neutralidade do ensino em matéria religiosa, etc.”

O jornal comenta que estas recomendações não se faziam antes por os cónegos e padres não queriam que se dissesse que se serviam das funções pedagógicas para “insuflarem as suas doutrinas religiosas”.[32]

Em fins de 1929, o Ministério da Instrução ordenou que o coronel Cardoso dos Santos proceda a um inquérito em todos os serviços do Liceu. Diz-se que este dá garantias de seriedade e de imparcialidade reclamada pelos “distintos professores encanecidos no ensino e com uma importante folha de serviços à instrução”. [33]

O Dr. Pereira de Magalhães é o único republicano que faz o jogo de Ginestal Machado, por ser aspirante a deputado e ser da “panelinha do fabricador de eleições em tempos normais” pois: “Os professores do Liceu dividiram-se há muito em dois grupos: - 1º com sete professores representa a parte reaccionária do corpo docente; o outro com 6 professores representa a corrente moderna, desempoeirada, irrequieta, ultra-republicana do mesmo corpo.” Era indicado em primeiro lugar como principal causador da confusão o Dr. Alexandre Barbas, seguido do Dr. Meliço Silvestre, Boavida Justino, indicado como democrático, B. Gracias, Torres, e Feijão. [34] Antes do fim do ano, a sindicância chegou ao seu termo, com a entrega do relatório do sindicante ao ministro da Instrução. Deseja-se então em Santarém “um parecer rápido de quem de direito que ponha fim à situação criada a funcionários que, pela sua honorabilidade e prestígio dos seus nomes, estão acima de todas as suspeitas”. [35] É importante para a cidade já que os comerciantes se alegram com o regresso dos estudantes no dia 8, quarta-feira. Querem que animem as suas ruas com “massas” frescas. [36]

Os professores em causa foram logo em 1 de Fevereiro de 1930 substituídos por “categorizados professores provisórios”, que eram os cónegos, dizendo-se que com “aprazimento da cidade”, felicitando-se o reitor, Soares Parente, pelo rápido desfecho da situação, onde é exonerado o vice-reitor, Boavida Justino, que é substituído por Rui da Silva Leitão. [37]

Um aluno não identificado vai dizer que o aluno que se afirmou como presidente da Academia não é representativo dos alunos, fazendo-nos intuir que recebeu ordens dos seus superiores, o Reitor e Ginestal Machado durante a reunião dos alunos, manipulando-os e deixando-se manipular. Diz ainda que existe medo no liceu, explicando assim as votações dos alunos, afirmando que a regulamentação interna do liceu é mais própria de um colégio jesuíta do que de um liceu republicano.[38]

Em fins de Março de 1930, o Cardeal Cerejeira tem pouca gente a recebê-lo em Santarém e os alunos do liceu dividem-se em dois grupos, um orientado pelo presidente da Academia, recebeu-o filialmente e atapetou-lhe com as capas o caminho até ao seminário de modo humilde e respeitoso. Os outros mantiveram-se sentados. No fim, deu-lhes as suas bênçãos, mas estes aclamaram a República e a Pátria Livre. [39]

Unindo integralistas com republicanos, Diogo Almeida, em “O Correio” de Celorico da Beira, defende estes, descrevendo-os como:” Professores com culto pela profissão, trabalhadores e inteligentes, que não desejam consentir que o ensino secundário seja barcaça de inúteis, capa de incompetentes, estimulador do peso morto, para a sociedade, da legião dos roedores orçamentais.” [40]

Farto de tanto conflito, Soares Parente, deixa a reitoria do Liceu Sá da Bandeira, “por ter sido colocado como professor do Liceu Camões, a seu pedido.”[41]

Em 1931, a liderança passa a ser do Vice-Reitor, Ruy da Silva Leitão, professor do Liceu desde 1911, que é nomeado reitor.

Mais tarde, escreve-se:

 “Liceu Sá da Bandeira

Por motivo da sindicância feita ao Liceu Sá da Bandeira em Santarém, foram aplicadas as seguintes penalidades: professores Alexandre da Costa Ferreira[42], David Ferreira Pacheco, Alexandre Barbas, António Meliço Silvestre e José Menezes Torres, 120 dias de suspensão e transferidos respectivamente para os liceus de Portalegre, Faro, Horta, Bragança e José Falcão de Coimbra; professores Bernardino Gracias e Boavida Justino, 15 dias de suspensão.” [43]

Em 31 de Dezembro de 1933, Ruy da Silva Leitão vai falar dos problemas da instalação do Liceu de Santarém que está a rebentar pelas costuras.

Como veremos, na Horta, tudo vai ser diferente para Barbas, obtendo-se resultados educativos mais satisfatórios porque o ambiente escolar é saudável e propício ao sucesso escolar e é recebido com muita gentileza pelos alunos.

Infelizmente, como sinal deste tempo político, pelo decreto n.º 20314, passam a poder “ser temporariamente afastados do serviço, reformados, aposentados ou demitidos os funcionários que, por manifestações a que se tenham entregado, no exercício das suas funções, ou fora dele, demonstrem espírito de oposição à política nacional, ordeira e reformadora, do Governo da República, não dando suficientes garantias do leal cumprimento dos deveres do seu cargo” (Amaral, 1933, págs. 33-34).

A Horta é então um local muito aberto em termos intelectuais. Verifica-se que tudo é diferente de Santarém, onde as obras estão sempre atrasadas, havendo em diversos anos uma diminuição da frequência de alunos. Vive-se assim no liceu da Horta uma dinâmica de melhoria continuada das condições pedagógicas. Em Fevereiro de 1932, os alunos através do Baile de Carnaval apoiam a Caixa Escolar, tendo esta solidariedade seguimento. Fala-se de escutismo como actividade lúdica e desportiva: uma escola de educação moral ao ar livre. [44]  Em Maio de 1933, já o grupo de escuteiros n.º 43 tem uma nova sede. [45]

O filho, Orbílio Neves Barbas matricula-se na terceira classe e os colegas são muito simpáticos pois o apresentam como “inteligente filho do sr. Dr. Alexandre Barbas, nosso ilustre professor.” [46] Vai discursar na festa do primeiro de Dezembro, onde valoriza a importância da liberdade como elemento fundamental da vida. [47]

Um ano depois, escolhido pelo Director de a “Mocidade Académica”, Barbas faz o editorial do aniversário, onde escreverá:

“A mocidade diz rebeldia, diz futuro, diz liberdade”. [48]

Como Alexandre Barbas está bem integrado, é eleito presidente da assembleia-geral da Academia Faialense. [49] Em 1933, durante as férias da Páscoa, é o Presidente de Honra de uma Excursão Académica à Ilha de S. Jorge. [50]

O último dia de aulas de Alexandre Barbas na Horta é a 21 de Junho de 1933, quando, por indicação do Reitor, e cumprindo uma determinação do Ministro da Instrução, realiza uma conferência sobre as colónias. O Correio da Horta falará desta conferência[51] e “O Telégrafo” anuncia que será sobre “A Importância Internacional do “Acto Colonial Português” e para aumentar o interesse pelo assunto diz que haverá comentários aos discursos do Sr. Ministro das Colónias.[52] Tudo corre bem a Barbas, que é considerado:

“Sábio professor, correcto cidadão, atraía a nossa simpatia pelo seu porte fino e carácter leal.

Era como professor que mais o admirávamos. Animava os alunos, com tanta vivacidade como se tratasse dum assunto de interesse próprio.

Nunca o vimos repreender um aluno. Mesmo que para isso se apresentasse ocasião. S. Ex.ª fazia reflectir o académico mas nunca repreendia.

Maravilhoso método de formar cidadãos, que só S. Ex.ª sabia aplicar com proficiência.” [53] Também, o conselho de Directores de Classe em 26 de Junho exara em acta que o seu serviço docente foi classificado de muito bom atendendo às notáveis e patrióticas conferências de 1 de Dezembro de 1932 e 21 de Junho de 1933. [54]

Curiosamente, os vigários da Covilhã foram em fins de 1932 a Santarém para o amesquinhar e isso é considerado por Serra Frazão uma vileza. [55] Nas páginas de O Raio, um santareno escreverá:

“Foi aquele mesmo espírito sectário que evitou a vinda de várias secções dos trabalhadores da Covilhã, aos quais os escalabitanos esperavam de braços abertos…

Foi o mesmo espírito tacanho que, sabendo que o Dr. Alexandre Barbas goza nesta cidade de imorredoiras amizades e simpatias, pretendeu atingir a sua honra e prestígio de homem livre, com algumas linhas de insulsa prosa, sabendo que tal periódico só poderia chegar às mãos de santarenos, trazido a ocultas e distribuído de graça. ...” [56]

Em 8 de Janeiro, Alexandre Barbas promete responder. Curiosamente, os vigários só após a publicação das Epístolas se incomodaram com o “tratado de amizade celebrado na Covilhã em 20 de Maio de 1926” [57] para afrontar Alexandre Barbas, que escreve: “Que espírito mau vos levou a Santarém, que espírito mau vos meteu no meio do operariado da Covilhã, que estais a desunir, a desnortear em benefício dos industriais.” [58]

Provocado no “Notícias de Beja”, O Porvir publicará a resposta de Barbas em 20 de Fevereiro de 1932. Barbas prova que a Câmara Eclesiástica da Guarda e reverendo arcipreste do Fundão intrujaram o “Notícias de Beja”. [59] Passada uma semana, O Porvir republica uma notícia saída em 17 de Setembro de 1929 em “O Povo” que confirma as afirmações de Barbas. [60]

Quanto à religiosidade, frisa que o Faial é a ilha menos reaccionária dos Açores e a que menos despesa faz com a alimentação dos padres.[61] No 1º de Maio fez uma conferência sobre “Disciplina Operária”.[62] Escreve ainda sobre enorme progresso da União Soviética, dando-lhe um afirmativo louvor: “Selvagens, estes bolchevistas!”, contrariando assim a imprensa situacionista açoriana.[63]. Mais tarde, conclui: “que os papas estão mais afastados do verdadeiro espírito do cristianismo, do que os filósofos russos, como Tolstoi e Lenine.” [64]

Em 30 de Julho de 1933, está em Aldeia de Joanes a gozar férias e pouco depois ficamos também a saber que a Cooperativa Operária da Horta lhe editou a conferência aí realizada: “A Questão Social e a Disciplina Operária”. [65]

Em 5 de Outubro de 1933, já em Aveiro vai falar dos males que prejudicaram a República e como o facto de não terem sido discutidos a prejudicou irremediavelmente.

Alexandre Barbas encontra em Aveiro alguns dos que com ele estiveram em Santarém. É o caso de Alexandre Fernandes da Costa Feijão. Está ainda Apolinário José Leal a quem foi dada por finda a sua comissão de serviço em Santarém.[66] Teve de certo a protecção de José Tavares, que na nota necrológica o evoca com emoção e muita saudade, afirmando-se amigo verdadeiro e firme.

No liceu de Aveiro, vai ter menos protagonismo porque havia diversos professores de destaque e o professor modelar, que marcou os jovens e a Escola, foi Agostinho da Silva. Barbas fala numa palestra cultural, realizada em 12 de Dezembro de 1936 sobre a necessidade de colonizar Angola. Argumenta que já não é terra para degredados [67] Quando a Sociedade de Geografia de Lisboa promoveu a Semana das Colónias em 1940 colabora em Aveiro como docente liceal.[68] Mas, fazia parte da afirmação do regímen celebrar o “Duplo Centenário da Fundação de Portugal e da Restauração da sua Independência” (Sousa, 1940).

O Liceu Passos Manuel foi o liceu derradeiro onde trabalhou nas diversas tarefas que definem o dia-a-dia da profissão. Pela análise do Livro de Actas do Conselho Pedagógico e Disciplinar[69], a que Barbas pertenceu nalguns dos anos finais da sua carreira de professor liceal, não vemos condições para pudesse intervir para resolver problemas pedagógicos. Alexandre Barbas volta aí a encontrar Soares Parente.

Quando saiu da vida activa em Novembro de 1949[70], viu-se na campanha de Norton de Matos que o inimigo principal do regímen era já o PCP.

 

6 – Balanço Final

Em 1957, um ano antes da sua morte, publica um livro que o regime fascista irá colocar no Index. Deixou-nos assim como testamento, um conjunto de crónicas sobre a sociedade portuguesa já visadas pela Censura do Estado Novo. Nelas, rebela-se contra a interpretação errónea da fé que leva à morte uma mulher no hospital da Guarda por actuação das enfermeiras católicas, que impedem um aborto necessário para a salvar.

Criticará a existência do Estado do Vaticano e o bispo Manuel Vieira de Matos que justifica a monstruosidade de milhares de crianças nascerem fadadas para a miséria, enquanto outras, minoria revoltante, nascem destinadas para a abastança (pág. 31-34). [71] Falará dos pecados variados das mulheres católicas e das reuniões em que berram hipocritamente “em defesa dos santos costumes cristãos contra a conspiração judaico-maçónica, anti-portuguesa e anti-cristã” (pág. 175-181).

Acusará os padres de educarem mal os fiéis, convencendo-os a acreditarem em superstições como a bruxaria (pág. 55-60).[72] Avisa a Igreja Católica contra Hitler, exemplificando com Mussolini, Pimenta de Castro e Sidónio Pais que prenderam republicanos e pedreiros livres, mas que não se ficaram por aí (pág. 146-150).

Criticará os critérios pelos quais se escolhem os santos (pág. 67-70). Parte daí para a análise da Religiosidade Popular, concluindo que não tem base séria os que dizem que a grande maioria do país é católica apostólica romana. Conclui que o povo é explorado por um clero que não deixa marca da sua pregação.

Criticará as Licistas, senhoras católicas da fina aristocracia, propõe-lhes que à sua sigla acrescentem um R para esta fique a ser a Liga Internacional Católica Feminina de Recreio. Denuncia ainda a bondade pontifícia que as deixa dormir até tarde, pois lhes permite comungar nas missas entre as 18 e as 24 horas. Mostra assim que há uma religião para pobres e uma religião para gente abastada.

Mais adiante ao falar da Rerum Novarum, mostra como a Igreja sempre jogou com o poder, e qualquer que ele fosse, para o dominar e fazer a seguir o que pretendia para explorar o proletariado a favor do capital agora e antes da Revolução Francesa, a favor a Aristocracia, dentro do Feudalismo (Barbas, 1957, págs. 121-125).

Por isso, pouco mais adiante, fala do proletariado e da Primeira Internacional, como a sua organização, fundada em 1864 e inevitavelmente de Karl Marx, da Comuna em 1871 e da política de repressão que se lhe seguiu. Falará da Segunda Internacional, fundada em 1889, como uma reorganização do proletariado. Bom sabedor das vicissitudes porque esta passou, divide a sua história em três partes, uma de 1889 a 1896, outra, a 2ª parte, que vai de 1896 a 1904 e a última de 1904 a 1914.

No modelo político de Alexandre Barbas, a Igreja Católica, a Plutocracia ou a Aristocracia, unem-se para organizarem um Estado, em que a primeira organiza a ideologia, que justifica pelo exemplo de Cristo a exploração dos operários através de salários insuficientes, dando-lhes como compensação o céu onde se juntarão todos em Hossanas ao Senhor. E para a Plutocracia ficaria uma vida fácil na vida terrena pois “O catolicismo é uma escola de submissão a todos os despotismos” (pág. 157).

Aconselhando os operários, escreve: “Para exigires trabalho, … vai filiar-te na Associação Profissional e, unido, aos teus camaradas, luta com fé e persistência, e vencerás” (pág. 159).

No final da vida, falará da JAC, Juventude Agrária Católica pois duma reunião em Fátima saiu uma pobre gente a gritar “Morra o Comunismo, viva o Bolchevismo; viva o Bolchevismo, morra o Comunismo.” Quanto ao apostolado no meio rural, diz que este é um luxo, mais valendo fazer o da: “Piedade da velhice, piedade da infância.

Explica que o desprestígio da Igreja Católica afastou a classe média que lhe fornecia muitos jovens por falta de “confiança na igreja, na insignificância da força persuasiva dos orientadores dos Seminários, na diminuição lenta da fé teologal.” Assim das centenas que entram na Barca de S. Pedro, poucos chegam ao fim e mesmos estes acabam por “sacudir o peso da batina, por não terem lá dentro a chama que ilumina os apóstolos de uma doutrina.” Concordemos ou não, a realidade mostrou nos últimos 50 anos que tinha razão. Nota-se em Alexandre Barbas, a defesa de uma Igreja comprometida com o proletariado, embora, paradoxalmente, não o ache digno de assumir os seus postos de comando.

Em todo o caso, a defesa da pureza da fé faz dele um provável católico no caso de a Igreja Católica não se assumir como Igreja dos Senhores. Fica-nos em qualquer caso, esta ideia como hipótese de um trabalho sobre a religiosidade e o anticlericalismo, feito com base nos desvios doutrinários e comportamentais dos Padres como protagonistas da Igreja Católica.

Podemos ainda optar por uma análise microeconómica semelhante à de Ekelund, Hébert, Tollison, Anderson e Davidson em 1996, estudando os diversos aspectos da Igreja como conquista de mercados e lançamento de novos produtos para maximizar os lucros. Também alguns ao sustentar a Igreja ganham legitimidade para se assumirem como elementos imprescindíveis na exploração dos outros, sendo a religião a estrutura que teologicamente torna natural a exploração dos outros.

De facto, o percurso profissional de Alexandre Barbas explicita uma pedagogia social que mostra como a religião impediu a República de promover a emancipação das classes populares. Por isso, como último desejo, Alexandre Barbas dirá em 1957 (pág. 188) que não crê na ressurreição dos mortos, mas admite que se levantaria como o Lázaro bíblico para castigar quem lhe recusasse enterro civil, profanando-lhe a memória.

 

Aires Antunes Diniz

 

Referências

 

Constantino do Amaral Jr. – Anuário do Professor, Tipografia do Correio da Horta, Faial, Açores, 1933.

Alexandre Barbas – O Concílio de Trento e A Civilização Moderna, composto e impresso no Centro Tipográfico Colonial, Largo da Abegoaria, 27 e 28, Lisboa, 1914.

Alexandre Barbas – Epístolas ao snr. Bispo-Auxiliar da Guarda – Cauterização dum Tumor Clerical, 1932, Empresa Tipográfica Faialense, Largo do Infante D. Henrique, Horta.

Alexandre Barbas – Contas do Meu Rosário, Lisboa, 1957.

Aires Antunes Diniz – Father António de Oliveira – pedagogics as a legal Utopia, Comunicação ao ISCHE 29, Hamburgo, 25 a 28 de Julho de 2007.

Eduarda Dionísio – Liceu Gil Vicente: Um arranque invulgar quando e onde, Escola Secundária de Gil Vicente, Núcleo Museológico, 2006.

Robert B. Ekelund, Robert F. Hébert, Robert D. Tollison, Gary M. Anderson, and Audrey B. Davidson - Sacred Trust: The Medieval Church as an Economic Firm, Oxford University Press, Oxford, 1996.

André Lefèvre, La Philosophie, Paris, C. Reinwald, segunda edição, 1884.

Ruy Silva Leitão – Liceu de Sá da Bandeira, in Boletim da Junta Geral do Distrito de Santarém, Ano III, nos 37 a 42, Julho a Dezembro de 1933, págs. 121-130, Santarém.

Martins Júnior – O Presidente Landrú na República da Calábria, Edição de Autor, J. Rodrigues & Cª, Lisboa, 1927.

Édouard Roherich – Philosophie de l’Éducation. Essai de Pédagogie Générale. Félix Alcan, Éditeur, 1910.

Justiniano Baltazar de Sousa – Duplo Centenário da Fundação de Portugal e da Restauração da sua Independência, Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, série 58ª, n.º 11 e 12, Novembro e Dezembro de 1940, págs. 493-501.

José Tavares – Necrologia – Alexandre Barbas, Labor, revista de ensino liceal, Novembro de 1958, pág. 134.


 


[1] O Raio, ano X, Covilhã, 15 de Janeiro de 1933, n.º 538, pág. 2, colunas 1 e 2.

[2] O Raio, ano X, Covilhã, 12 de Março de 1933, n.º 546, pág. 2, colunas 1 e 2.

[3] O Porvir, Semanário Republicano, Beja, 14 de Janeiro de 1933, ano XXVI, n.º 1371, pág. 2, coluna 1 e 2.

[4] O Combate, 5 de Fevereiro de 1910, 5º ano, n.º 247, pág. 2, coluna 4 e 5.

[5] O Combate, 29 de Janeiro de 1910, 5º ano, n.º 244, pág. 2.

[6]A Tutoria”, Maio de 1913, ano I, n.º 8, págs. 123-125.

[7]A Tutoria”, Novembro de 1912, ano I, págs. 41-43.

[8]A Tutoria”, Fevereiro de 1913, ano I, n.º 5, págs. 76.

[9]A Tutoria”, Julho de 1916, ano IV, n.º 1, págs. 1-2.

[10]A Tutoria”, Novembro de 1915, ano III, n.º 11, págs. 8-12.

[11]A Tutoria”, Outubro de 1912, ano I, págs. 5-8.

[12]A Tutoria”, Novembro de 1912, ano I, págs. 21-23.

[13]A Tutoria”, Janeiro de 1914, ano II, n.º 4, pág. 53-54.

[14]A Tutoria”, Setembro de 1913, ano I, n.º 12, pág. 190-194.

[15]A Tutoria”, Setembro e Outubro de 1915, ano III, n.º 9 e 10, págs.8-9 e 11-12 respectivamente.

[16]A Tutoria”, Setembro de 1915, ano III, n.º 9, págs. 8-9.

[17] O Combate, 10 de Outubro de 1914, 11º ano, n.º 469, pág. 2.

[18] O Combate, 3 de Outubro de 1914, 10º ano, n.º 468, pág. 2.

[19] O Porvir, Semanário Republicano, Beja, 25 de Maio de 1929, ano XXIII, n.º 1185, pág. 1, coluna 2.

[20] Lusitano, Pela Pátria, Pela República, sábado, 28 de Janeiro de 1922, pág. 2.

[21] O Porvir, Semanário Republicano, Beja, 25 de Maio de 1929, ano XXIII, n.º 1186, pág. 1, coluna 2.

[22] O Porvir, Semanário Republicano, Beja, 1 de Junho de 1929, ano XXIII, n.º 1187, pág. 1, coluna 1 e 2.

[23] O Porvir, Semanário Republicano, Beja, 10 de Janeiro de 1931, ano XXIV, n.º 1271, pág. 1, coluna 1 e 2.

[24] Significa roubalheira e pulhice.

[25] O Raio, ano IX, Covilhã, 7 de Fevereiro de 1932, n.º 484, pág. 1, colunas 2 a 4.

[26] Arquivo da Escola Secundária Manuel de Arriaga, requerimento ao Reitor com data de 15 de Abril e guardado no Processo Individual de Alexandre Barbas.

[27] Arquivo do Núcleo Museológico da Escola Secundária Gil Vicente, conforme livro de Actas do Conselho do Conselho Escolar, págs. 22-25, reuniões de 5 e 10 de Julho de 1915.

[28] O Porvir, Semanário Republicano, Beja, 2 de Junho de 1917, ano XIII, n.º 582, pág. 1, coluna 3.

[29] O Porvir, Semanário Republicano, Beja, 27 de Janeiro de 1917, ano XII, n.º 564, pág. 1, coluna 4.

[30] O Cinco de Outubro, ano 1, n.º 1, 20 de Novembro de 1918, pág. 1.

[31] In http://maltez.info/ acesso em 2 de Janeiro de 2008.

[32] A Voz Republicana, Órgão Democrata – Anticlerical, 6ª série, Director e Editor, Dias Martins, Entroncamento, Meia Via, Redactor em Lisboa, Manuel Alpedrinha, n.º 63, 30 de Outubro de 1929, pág. 3, coluna 3.

[33] Correio da Extremadura, Santarém, 39º ano, 16 de Novembro de 1929, n.º 2011, pág. 2, coluna 4.

[34] Voz Republicana, Órgão Democrata – Anticlerical, 6ª série, Director e Editor, Dias Martins, Entroncamento, Meia Via, Redactor em Lisboa, Manuel Alpedrinha, n.º 70-71, 15 Janeiro de 1930, págs. 3, colunas 1 a 4.

[35] Correio da Extremadura, Santarém, 39º ano, 28 de Dezembro de 1929, n.º 2017, pág. 1, coluna 4.

[36] Correio da Extremadura, Santarém, 39º ano, 4 de Janeiro de 1930, n.º 2018, pág. 3, coluna 3.

[37] Correio da Extremadura, Santarém, 39º ano, 15 de Fevereiro de 1930, n.º 2024, pág. 2, colunas 3 e 4.

[38] Voz Republicana, Órgão Democrata – Anticlerical, 6º série, Director e Editor, Dias Martins, Entroncamento, Meia Via, Redactor em Lisboa, Manuel Alpedrinha, n.º 73, 14 Fevereiro de 1930, págs. 2, colunas 2 a 5, pág. 3, coluna 1.

[39] Voz Republicana, Órgão Democrata – Anticlerical, 6ª série, Director e Editor, Dias Martins, Entroncamento, Meia Via, Redactor em Lisboa, Manuel Alpedrinha, n.º 76, 30 Março de 1930, págs. 1, coluna 5.

[40] Voz Republicana, Órgão Democrata – Anticlerical, 6ª série, Director e Editor, Dias Martins, Entroncamento, Meia Via, Redactor em Lisboa, Manuel Alpedrinha, n.º 76, 30 Março de 1930, págs. 2, coluna 1 a 3.

[41] Correio da Extremadura, Santarém, 40º ano, 16 de Agosto de 1930, n.º 2050, pág. 1, coluna 3.

[42] Foi mal transcrito. É na realidade Alexandre Fernandes da Costa Feijão.

[43] Correio da Extremadura, Santarém, 41º ano, 19 de Setembro de 1931, n.º 2107, pág. 1, coluna 1.

[44] Mocidade Académica, Quinzenário do Liceu Manuel de Arriaga, Horta, 31 de Janeiro de 1932, n. 8, pág., coluna 3 e pág. 3, coluna 3.

[45] O Telégrafo, ano XXXIX, 23 e 24 de Maio de 1933, nºs 10174/5

[46] Mocidade Académica, Quinzenário do Liceu Manuel de Arriaga, Horta, 3 de Novembro de 1931, n. 2, pág. 1, coluna 3.

[47] Mocidade Académica, Quinzenário do Liceu Manuel de Arriaga, Horta, 7 de Dezembro de 1931, n. 4, pág. 1, colunas 2 e 3.

[48] Mocidade Académica, Quinzenário do Liceu Manuel de Arriaga, Horta, 20 de Outubro de 1932, n. 21, pág. 1, colunas 1 e pág. 2, coluna 1.

[49] Mocidade Académica, Quinzenário do Liceu Manuel de Arriaga, Horta, 21 de Novembro de 1932, n. 23, pág. 4, coluna 2.

[50] Mocidade Académica, Quinzenário do Liceu Manuel de Arriaga, Horta, 31 de Março de 1933, n. 33, pág. 1, colunas 1 e 2.

[51] Correio da Horta, Faial, Açores, n.º 392, 20 de Junho de 1933, pág. 4, coluna 3.

[52] O Telégrafo, ano XXXIX, 20 de Junho de 1933, n.º 10194, pág. 1.

[53] Mocidade Académica, Quinzenário do Liceu Manuel de Arriaga, Horta, 16 de Julho de 1933, n. 38, pág. 1, coluna 3.

[54] Arquivo da Escola Secundária Manuel de Arriaga, Folha de Informação para Registo Biográfico, onde existe a indicação de ser conforme “nota exarada numa cópia desta folha em 16-2-934”.

[55] O Porvir, Semanário Republicano, Beja, 14 de Janeiro de 1933, ano XXVI, n.º 1371, pág. 2, coluna 1 e 2.

[56] O Raio, ano X, Covilhã, 27 de Novembro de 1932, n.º 531, pág. 1, colunas 4 e 5.

[57] Notícias da Covilhã, ano XIII, n.º 681, 30 de Outubro de 1932, pág. 1, coluna 2.

[58] O Raio, ano X, Covilhã, 12 de Março de 1933, n.º 546, pág. 2, colunas 1 e 2.

[59] O Porvir, Semanário Republicano, Beja, 5 de Março de 1932, ano XXV, n.º 1327, pág. 1, colunas 1 e 2 e pág. 2, colunas 2 e 3.

[60] O Porvir, Semanário Republicano, Beja, 12 de Março de 1932, ano XXV, n.º 1328, pág. 2, colunas 4 e 5.

[61] O Porvir, Semanário Republicano, Beja, 16 de Abril de 1932, ano XXV, n.º 1332, pág. 2, coluna 1 e 2.

[62] Correio da Horta, Faial, Açores, n.º 355, 3 de Maio de 1933, pág. 1, coluna 3.

[63] O Raio, ano IX, Covilhã, 31 de Janeiro de 1932, n.º 483, pág. 1, colunas 2 e 3.

[64] O Raio, ano X, Covilhã, 26 de Março de 1933, n.º 548, pág. 3, colunas 1 e 2.

[65] O Raio, ano XI, Covilhã, 3 de Setembro de 1933, n.º 573, pág. 3, colunas 4 e 5.

[66] Anuário do Liceu de José Estêvão, 1933-1934, Aveiro, 1934, pág. 19.

[67] A Voz Académica, Director Mário Sacramento, Aveiro, Liceu de José Estêvão, 15 de Fevereiro de 1937, ano III, pág. 3, colunas 3 e 4.

[69] Trata-se de um órgão instituído pelo decreto-lei n.º 27084 de 14 de Outubro de 1936.

[70] Arquivo da Escola Secundária Passos Manuel, Folhas de Vencimento respeitantes aos anos de 1948 e 1949.

[71] Publicado em O Raio, ano X, Covilhã, 8 de Janeiro de 1933, n.º 537, pág. 2, colunas 2 e 3 com o título Sentença de um Bispo, com dedicatória aos vigários da Covilhã.

[72] Publicado em O Raio, ano X, Covilhã, 28 de Maio de 1933, n.º 559, pág. 3, colunas 1 e 2.

 

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