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Aveiro e arredores em 1912 (19)

 

A estação fica um pouco afastada da cidade que se vê logo depois das Quintãs cercada por uma linda paisagem: campos cheios de verdura, todos cultivados, planos, floridos e alegres, com povoações muito airosas de casas brancas, a ria com os seus inumeros canais, as salinas e os barcos, até á Gafanha e ao mar, que se avista por traz da cinta de areia.

O carro da estação à cidade custa 100 reis cada pessoa. Para Ilhavo ha sempre carros a 100 reis cada passageiro também. Fretado, 500 a 700 reis para a cidade, 800 a 1:500 reis para Ilhavo. O mesmo para Eixo. O mesmo para Angeja, ou Cacia. Esgueira fica ao nascente da linha, depois de Aveiro, antiga vila, de agradavel aspecto. Antes de chegar á cidade a linha passa por Arada a poente e S. Bernardo a nascente, logares populosos, agrícolas, de terrenos férteis.

Ao fim da rua da Estação (Avenida Almirante Reis) vê-se o quartel de cavalaria 8 e infanteria 24. O edificio é um dos melhores do paiz.

Entra-se depois na rua do Gravito, passa-se ao Mercado Manuel Firmino, junto do qual fica o Hotel Central. Duas pontes sobre um braço da ria, estabelecem a ligação com a outra parte da cidade. A' direita, quem sobe as pontes, fica, em frente do cais, o Hotel Cisne (Boa Vista) sobre a estrada da Barra. Em frente ás pontes, o Largo Luiz Cipriano e do lado direito a redacção e oficinas d'A Liberdade; subindo a rua da Costeira e Praça da Republica ou Largo Municipal, com a estatua ao grande tribuno José Estevam, a estação dos correios e telegrafos, o Liceu, o Teatro e os Paços do Concelho, com tribunal e cadeia.

Junto do edificio do Correio as Conservatorias do Registo Civil e Predial.

Ao cimo da Costeira, a egreja da Misericordia, templo de construção solida e elegante, onde há algumas esculturas como a do Senhor Ecce-Homo de grandissimo valor. A fachada do templo tem merecimento. Junto fica o Hospital num mau edificio sem nenhumas condições de higiene, sustentado pela Mizericordia, mas muito pobre. Espera-se a conclusão do novo edificio, num ponto retirado da cidade, feito com sacrificios e cuja construção tem sido muito demorada por falta de meios.

Segue a rua Direita, e no mesmo sentido, entre o Teatro e Paços do Concelho, uma rua nova que conduz á Praça Marquez de Pombal hoje o melhor local da cidade em frente ao edificio do Governo Civil e repartições publicas. O edificio do Liceu, que se vê no Largo Municipal, é bom e deve-se a José Estevam. A estatua do grande orador e liberal é um trabalho muito perfeito. No pedestal enumeram-se os seus feitos militares nas campanhas da Liberdade, combatendo contra o absolutismo miguelista na defeza do Porto, os seus discursos mais notáveis, que são verdadeiros monumentos da oratória parlamentar, os serviços prestados a Aveiro e as datas do seu nascimento e da sua morte.

Jose Estevam era filho de Luis Cipriano Coelho de Magalhães que foi um homem dos mais considerados do seu tempo e um grande liberal.

A casa onde nasceu o grande tribuno pode ver-se ainda na rua José Estevam, ao lado direito de quem chega ás pontes, subindo.

Os restos de José Estevam, bem como de seu pae Luiz Cipriano Coelho de Magalhães estão depositados num simples jazigo de família, no Cemiterio Publico, onde se podem ver também as campas de outros soldados das campanhas constitucionais e um pequeno monumento encerrando as cabeças dos Martires enforcados nas calçadas do Porto pelas suas ideias liberais e que foram espetados deante da casa das familias nesta cidade.

No mesmo cemiterio foi sepultado o corpo do desditoso administrador de Cabeceiras de Basto, João Augusto de Mendonça Barret, natural de Aveiro e que ali foi morto pelos revoltosos monarquicos em Julho de 1912.

Na Praça Marquez de Pombal ha a egreja das Carmelitas que tem magnificas talhas e o palacete dos antigos viscondes de Almeidinha onde hoje está instalado um colegio para meninas.

O edificio das repartições publicas nada tem que o recomende. Uma grande casa posta em branco. E’, contudo, um edificio amplo e limpo.

O governo civil fica no primeiro andar á direita de quem sobe a escadaria. No 2.º andar, a repartição das Obras Publicas. No rez do chão, a Fazenda Distrital (Inspecção de Finanças).

Na rua, á esquerda do edificio, fica a egreja da antiga Sé, e ao cabo da mesma rua, á direita, o Jardim Publico onde ha uma alameda aprazivel e que tem bonitas vistas sobre Verdemilho e sobre a Gafanha e a ria.

Em frente do jardim, a poente, o edificio em construção para o hospital e parque do srs. Barões de Cadoro, (Carlos Faria).

No jardim ha Water closet municipal. Pedem-se as chaves ao jardineiro.

Perto, fica o antigo convento de Santo Antonio, donde ainda hoje sai a procisão da Cinza. Dentro da quinta de Santo Antonio há uma pequena praça de touros para corridas por amadores que comporta apenas 800 pessoas.

No jardim toca musica, aos domingos e quintas-feiras, a banda do 24 de infantaria. Nos meses de maio, junho e Julho, principalmente, o jardim é concorridissimo, juntando-se nele tudo quanto ha de elegante em Aveiro. Dão-se festivais noturnos, iluminações com balões venezianos, dansas e cansões pelos ranchos de tricanas etc.

Saindo do jardim pelo largo de Santo Antonio, encontra-se o edificio dos Asilos, vasto e higiénico, que, embora modesto, é digno de ser visitado pelo asseio que nele existe e pela boa educação que ali é ministrada aos internados. O Azilo-Escola de Aveiro, Secção Barbosa de Magalhães, para que concorrem todas as camaras do distrito e onde são admitidas creanças de todos os concelhos, pode considerar-se modelar na sua educação, orientada num sentido moral e inteiramente pratico. Do azilo teem saído muitos rapazes que hoje são bons comerciantes e industriais honestos e trabalhadores.

Todos de lá saem sabendo um oficio e o proprio director do Azilo, sr. padre Lourenço da Silva Salgueiro, é o primeiro a cuidar de arranjar colocações aos seus discipulos. A educação neste Azilo foi sempre rasgadamente liberal. Ha tambem o Azilo para raparigas, Secção José Estevam, que está instalado noutro local e que presta também muitos serviços.

Em parte do edificio está aquartelado um batalhão do 24 e instalada a séde do regimento.

Encontra-se depois o Largo de Camões (antigo largo do Espirito Santo), onde ha um chafariz antigo. Para sul segue a estrada de Ilhavo e Vagos e a de Oliveira do Bairro, Anadia. Neste largo fica a séde do vice-consulado de Espanha.

Voltando novamente para a cidade toma-se á direita, pela rua Miguel Bombarda e encontra-se a egreja de S. Domingos, com um magnífico cruzeiro e portico artistico. Ha um tumulo nessa egreja que se diz ser de D. Catarina de Athaide, a Natercia de Camões. Tem havido grandes controversias sobre esse assunto. A' esquerda fica o antigo convento de Santa Joana e egreja de Jesus. No edificio do convento estão hoje instaladas as escolas centrais do sexo masculino e a Escola Distrital para o Magisterio Primario (ensino normal). A egreja de Jesus é uma preciosidade do mais subido merecimento. Todo o templo é revestido de talha dourada. com explendidos azulejos. A capela-mor, então, é unica no paiz, sendo a sua talha riquissima. Ha paramentos e alfaias do culto de muito valor e que podem admirar-se no

MUZEU de arqueologia, que fica junto, instalado nas salas que pertenceram ao colegio do convento e que foi fechado com a proclamação da Republica e consequente extinção das ordens religiosas.

No côro do rez do chão da egreja fica o tumulo da princeza Santa Joana, filha de D. Afonso V e que viveu neste convento. E' também uma obra explendida, em marmore imbutido.

O muzeu, que encerra muitas preciosidades dignas de demorada atenção, foi organisado pelo distinto arqueologo e critico de arte sr. Marques Gomes, tendo merecido esse trabalho os mais rasgados elogios de quantos intendidos o teem apreciado. Ha ainda digno de ver-se o precioso portico da Capela do Senhor das Barrocas, perto do quartel de cavalaria 8, na estrada de Aveiro a Esgueira.

A cidade, a não ser o trafego da praça do Peixe, o movimento dos canais da ria e as tricanas lindissimas, cuja graça e cujo donaire só se apreciam bem, nos dias de festa e nos domingos, pouco mais tem que ver.

Ha alguns estabelecimentos bons, cujos anuncios publicamos. No Largo do Comercio, junto aos Arcos, ergue-se um obelisco construido pelo Club dos Galitos quando do centenario de José Estevam. A Escola Industrial Fernando Caldeira fica perto, também, vendo-se das pontes, á beira da ria e junto ao Club Mario Duarte.

Neste braço da ria que atravessa a cidade, teem-se dado festas grandiosas. As iluminações e serenatas que aí se fazem são sempre encantadoras.

 

Passeios nos arredores

Para se fazer uma ideia do que é a ria de Aveiro e a vida desta região, sem egual no paiz, da sua paisagem, da sua atividade e da sua riqueza, convem dar um passeio de barco, ou pelo menos um passeio de carro ou automóvel até

 

á Barra

que fica a 7 kilometros de distancia da cidade. A estrada acompanha o canal das Piramides e segue pela beira de um dos principais braços da ria até á ponte da Gafanha.

A paisagem tem um aspecto originalissimo e belo. Veem-se as salinas ou marinhas de sal, cheias de agua no inverno, brilhantes como o sal branco, fino e purissimo se é no verão; ao longe as serras entre neblinas arroxeadas, cobertas de neve do inverno, e um grande numero de povoações todas muito densas e pitorescas de Aveiro até Ilhavo e Vista-Alegre.

Na ria andam a toda a hora inumeros barcos, quasi sempre á vela. Dos barcos da ria de Aveiro, os principais são os moliceiros muito curiosos pelo seu feitio, parecendo andarem sempre com a borda debaixo de agua e destinados á apanha e transporte das algas; os mercanteis ou saleiros, barcos de bordo alto, espaçosos, para transporte de sal e grandes cargas e um sem numero de tipos de bateiras para pesca, pescado, conduções etc.

Ha tambem algumas lanchas a gazolina e a vapor e muitos barcos particulares, alguns elegantes e muito velozes.

Passando a ponte em frente á qual fica a cale da Vila, a Ilha de Sama e praia e mata de S. Jacinto, entra-se na

 

Gafanha

A Gafanha é uma povoação recente, hoje muito rica e populosa, construida sobre as areias que o braço tenaz e resistente do homem transformou em terras produtivas.

A Gafanha é um exemplo admiravel de atividade e economia e demonstra bem como toda a duna, desde que haja adubos que a fertelisem e braços que a trabalhem, é capaz de produzir. Os terrenos na Gafanha estão muito divididos e atingem já um preço elevadissimo. As casas são pequenas. Os caminhos são na propria areia, havendo apenas as estradas macdamisadas de Aveiro á Barra, da Gafanha a Ilhavo e de Ilhavo á Costa Nova. A Gafanha é, contudo, uma terra feliz, de tipos loiros fortes, queimados do sol, onde não ha miseria.

Constitue hoje uma freguezia autonoma, produz admiravelmente feijão, ervilha, batata, milho, couve, hervas, pastos, horta etc. Os principais e melhores adubos para estas terras arenosas e soltas são os moliços, pela quantidade de lama que trazem e que melhora os terrenos dando-lhes a coesão que falta á areia fina abandonada pelo mar.

Ao lado direito sobre a ria ficam alguns estabelecimentos de séca do bacalhau. Em Aveiro e Ilhavo ha hoje umas 5 parcerias ou sociedades de pesca de bacalhau no Banco da Terra Nova. Em frente á cale da vila houve estaleiro para construção e reparação de navios de vela.

Na Barra, as duas praias do Farol e do

 

Forte

esta com poucas casas, onde se vê ainda a antiga fortaleza e a torre de sinais. Realisa-se aqui uma festa muitíssimo concorrida na ultima segunda-feira de setembro. E' o local onde deve vir a ser construida a Estação de Piscicultura de que a ria tanto necessita para o seu repovoamento. Na ponte das portas de agoa ha uma corrente fortissima. E’ por aí que passam todas as águas da ria da Costa Nova e Mira.

Da torre do Forte descortina-se um panorama surpreendente. Ao norte fica a praia de S. Jacinto, importante pelas suas pescas maritimas. Nos terrenos alagadiços em volta do forte, de S. Jacinto e da Costa Nova ha grandes bancos de birbigão, lingueirão de canudo, alguma ameijoa e outros mariscos. A ostra, que houve já em quantidade, desapareceu. A pesca do birbigão faz-se com rêde e encinho, nas aguas profundas, ou á mão, nos bancos de areia, que a maré deixa a descoberto na vasante. A apanha do lingueirão de canudo é muito divertida. O molusco está numa toca na areia e faz-se vir á superficie lançando-lhe sal no orificio. E' preciso uma grande agilidade para o apanhar quando ele chega ao de cima pois, senão, escapa-se imediatamente, enterrando-se novamente no solo a grande profundidade. O mexilhão cria-se nas pedras do paredão, perto da ponte das portas de agua.

 

O Farol

A praia chamada do Farol é muito frequentada na epoca balnear e uma das melhores de Portugal em condições higienicas. E’ um verdadeiro sanatorio, principalmente para as creanças que lá colhem optimos resultados.

As casas são muito limpas e quasi todas completamente mobiladas. As rendas variam entre 7 a 30:000 reis por mez. Não há população piscatoria. E’ uma praia onde todas as familias se conhecem e que se encontra em excelentes condições para ser explorada como estancia de luxo. Pensa-se em a dotar com alguns melhoramentos. Hoje tem apenas uma casa de assembleia e tenis. O Farol que se pode visitar todos os dias, com licença do faroleiro chefe, com excepção dos dias de festa local, é um dos melhores da nossa costa, iluminado a petroleo com lanterna de grande alcance composta de lentes com rotação por aparelho de relojoaria. O seu movimento produz uma serie de clarões e eclipses de luz branca, sendo um eclipse maior que os outros. A torre tem 60 metros de altura e uma escadaria em caracol de perto de 300 degraus. Está solidamente construida.

Nos dias de tempestade, a parte superior da torre afasta-se da vertical perto de 50 centimetros segundo dizem os intendidos. Junto do Farol fica o sinal sonoro ou sirene, vulgarmente conhecido pela Ronca da Barra, para os dias de nevoeiro. O som, que se ouve a mais de 15 kilometros, em terra, é produzido pela acção do ar, comprimido fortemente pelo vapor, numa enorme palheta de aço. A vista da varanda superior é uma maravilha, estendendo-se até ao Bussaco, Cabo Mondego e Leixões. O mar, a ria, a Gafanha, Aveiro e arredores e toda a planice, até á serra do cabo Mondego, tem um aspecto estraordinariamente belo e imponente.

Veem-se as praias da Costa Nova, Vagueira e Mira, ao sul; S. Jacinto, Torreira, Furadouro, Esmoriz etc., ao norte. Avista-se Ilhavo, Estarreja, Feira e Oliveira de Azemeis.

Do Farol á Costa Nova está-se construindo uma estrada pelo meio do areal que deve trazer a esta praia um grande movimento. Na praia do Farol tem logar o famoso banho santo na noite de S. João a que concorre muita gente das aldeias afastadas de Aveiro. Na epoca balnear ha diligencia. Cada pessoa 100 reis, de Aveiro.

 

A Costa Nova do Prado

é a praia de Aveiro e Ilhavo. A sua disposição sobre uma lomba de areia, á beira da ria é unica em Portugal. A ria, em frente á praia, é baixa e não tem perigos nem mesmo com ventos fortes. Isso faz com que seja o divertimento predilecto de quantos procuram a Costa Nova nos mezes de agosto, setembro e outubro. Ha inumeros barcos de todos os tamanhos e feitios em que toda a gente barqueia. A’ noute, em dias calmos, fazem-se serenatas e iluminações.

O reflexo da lua na agua, em noites serenas, é delicioso. As casas são quasi todas de madeira, havendo algumas construções novas. A população piscatoria é grande. Na praia ha quatro companhas de pesca. As rendas das casas regulam entre 5 a 20:000 reis mensais. Todos os anos, em setembro, se realisam na Costa Nova festas desportivas, regatas, iluminações etc.

No ultimo domingo de setembro ha uma festa muito concorrida por gente de Aveiro, Ilhavo, Vagos e arredores. No mez de outubro a Costa Nova enche-se com o povo da Bairrada que para ali vem a banhos.

Entre a Costa Nova e a Gafanha (da Encarnação) ha os barcos da carrera, até ás 9 horas da noute, a 10 reis cada pessoa. Da Gafanha a

 

Ilhavo

boa estrada passando pela mata do Estado, Carreira de Tiro militar e areais, onde pastam manadas de gado bravo. Com essa estrada entronca uma outra que atravessa a Gafanha e se liga á de Aveiro á Barra. Essa estrada tem excelentes vistas sobre llhavo, Aveiro e salinas da ria.

Passando por Ilhavo, pode visitar-se a Fabrica de Porcelana da Vista Alegre que fica perto, junto da qual ha uma capela com esculturas preciosissimas, o largo da feira dos 13, teatro etc., e a Ponte da Agua Fria (ponte de Vagos) sitios muito apraziveis. (Ilhavo, Vista Alegre e Vagos, ver descrições).

De llhavo a Aveiro ha estrada boa com algumas pequenas ladeiras, mas com vistas lindas. Passa-se a Verdemilho, localidade onde viveu Joaquim José de Queiroz, de Eça de Queiroz, ministro do reino com Saldanha, e onde se efectuaram importantes reuniões dos liberais de Aveiro, quando das lutas entre o absolutismo miguelista. Romaria importante da Senhora das Dôres no 2.º domingo de setembro e Quinta da Boa-Vista.

Toda a região é muito fertil, rica e populosa.

In: Almanaque ilustrado d'A Liberdade para 1913.

 
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(19) – Este texto acerca de Aveiro foi extraído do Almanaque da Liberdade para 1913, publicado em 1912 por iniciativa de um aveirense importante na época, o Dr. Alberto Souto (1888-1961), pessoa que exerceu diversos cargos na cidade. Para referir apenas os mais importantes, deixando de lado a sua variada participação em publicações da época, foi director do jornal "A Liberdade", 33 anos director do Museu Regional, director da Biblioteca Pública, e presidente da Câmara Municipal de Aveiro. Para mais informações acerca, não só do autor, mas também da publicação de onde extraímos o texto reproduzido, consulte-se o que acerca do almanaque e do autor é dito num espaço da Internet intitulado «Aveiro e Cultura», alojado nos servidores do AEJE (Agrupamento de Escolas José Estêvão). O texto aqui publicado está reproduzido com a grafia da época. [Nota de Henrique J. C. de Oliveira]

 

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