A estação fica um pouco
afastada da cidade que se vê logo depois das Quintãs cercada por uma
linda paisagem: campos cheios de verdura, todos cultivados, planos,
floridos e alegres, com povoações muito airosas de casas brancas, a ria
com os seus inumeros canais, as salinas e os barcos, até á Gafanha e ao
mar, que se avista por traz da cinta de areia.
O carro da estação à cidade
custa 100 reis cada pessoa. Para Ilhavo ha sempre carros a 100 reis cada
passageiro também. Fretado, 500 a 700 reis para a cidade, 800 a 1:500
reis para Ilhavo. O mesmo para Eixo. O mesmo para Angeja, ou Cacia.
Esgueira fica ao nascente da linha, depois de Aveiro, antiga vila, de
agradavel aspecto. Antes de chegar á cidade a linha passa por Arada a
poente e S. Bernardo a nascente, logares populosos, agrícolas, de
terrenos férteis.
Ao fim da rua da Estação
(Avenida Almirante Reis) vê-se o quartel de cavalaria 8 e infanteria 24.
O edificio é um dos melhores do paiz.
Entra-se depois na rua do Gravito, passa-se ao Mercado
Manuel Firmino, junto do qual fica o Hotel Central. Duas pontes sobre um
braço da ria, estabelecem a ligação com a outra parte da cidade. A'
direita, quem sobe as pontes, fica, em frente do cais, o Hotel Cisne
(Boa Vista) sobre a estrada da Barra. Em frente ás pontes, o Largo Luiz
Cipriano e do lado direito a redacção e oficinas d'A
Liberdade;
subindo a rua da Costeira e Praça da Republica ou Largo Municipal, com a
estatua ao grande tribuno José Estevam, a estação dos correios e
telegrafos, o Liceu, o Teatro e os Paços do Concelho, com tribunal e
cadeia.
Junto do edificio do Correio
as Conservatorias do Registo Civil e Predial.
Ao cimo da Costeira, a egreja da
Misericordia,
templo de construção solida e elegante, onde há algumas esculturas como
a do
Senhor Ecce-Homo
de grandissimo
valor. A fachada do templo tem merecimento. Junto fica o Hospital num
mau edificio sem nenhumas condições de higiene, sustentado pela
Mizericordia, mas muito pobre. Espera-se a conclusão do novo edificio,
num ponto retirado da cidade, feito com sacrificios e cuja construção
tem sido muito demorada por falta de meios.
Segue a rua Direita, e no
mesmo sentido, entre o Teatro e Paços do Concelho, uma rua nova que
conduz á Praça Marquez de Pombal hoje o melhor local da cidade em frente
ao edificio do Governo Civil e repartições publicas. O edificio do
Liceu, que se vê no Largo Municipal, é bom e deve-se a José Estevam. A
estatua do grande orador e liberal é um trabalho muito perfeito. No
pedestal enumeram-se os seus feitos militares nas campanhas da
Liberdade, combatendo contra o absolutismo miguelista na defeza do
Porto, os seus discursos mais notáveis, que são verdadeiros monumentos
da oratória parlamentar, os serviços prestados a Aveiro e as datas do
seu nascimento e da sua morte.
Jose Estevam era filho de
Luis Cipriano Coelho de Magalhães que foi um homem dos mais considerados
do seu tempo e um grande liberal.
A casa onde nasceu o grande
tribuno pode ver-se ainda na rua José Estevam, ao lado direito de quem
chega ás pontes, subindo.
Os restos de José Estevam, bem como de seu pae Luiz
Cipriano Coelho de Magalhães estão depositados num simples jazigo de
família, no
Cemiterio Publico,
onde se podem ver também as campas de outros soldados das campanhas
constitucionais e um pequeno monumento encerrando as cabeças dos
Martires enforcados nas calçadas do Porto pelas suas ideias liberais e
que foram espetados deante da casa das familias nesta cidade.
No mesmo cemiterio foi
sepultado o corpo do desditoso administrador de Cabeceiras de Basto,
João Augusto de Mendonça Barret, natural de Aveiro e que ali foi morto
pelos revoltosos monarquicos em Julho de 1912.
Na Praça Marquez de Pombal ha
a egreja das Carmelitas que tem magnificas talhas e o palacete dos
antigos viscondes de Almeidinha onde hoje está instalado um colegio para
meninas.
O
edificio das repartições publicas
nada tem que o
recomende. Uma grande casa posta em branco. E’, contudo, um edificio
amplo e limpo.
O
governo civil
fica no
primeiro andar á direita de quem sobe a escadaria. No 2.º andar, a
repartição das Obras Publicas. No rez do chão, a Fazenda Distrital
(Inspecção de Finanças).
Na rua, á esquerda do edificio, fica a egreja da antiga
Sé, e ao cabo da mesma rua, á direita, o
Jardim Publico
onde ha uma alameda aprazivel e que tem bonitas vistas sobre Verdemilho
e sobre a Gafanha e a ria.
Em frente do jardim, a
poente, o edificio em construção para o hospital e parque do srs. Barões
de Cadoro, (Carlos Faria).
No jardim ha
Water closet
municipal. Pedem-se as chaves ao jardineiro.
Perto, fica o antigo convento de Santo Antonio, donde
ainda hoje sai a procisão da Cinza. Dentro da quinta de Santo Antonio há
uma pequena
praça de touros
para corridas por amadores que comporta apenas 800 pessoas.
No jardim toca musica, aos domingos e quintas-feiras, a
banda do 24 de infantaria. Nos meses de maio, junho e Julho,
principalmente, o jardim é concorridissimo, juntando-se nele tudo quanto
ha de elegante em Aveiro. Dão-se festivais noturnos, iluminações com
balões venezianos, dansas e cansões pelos
ranchos de tricanas
etc.
Saindo do jardim pelo largo de Santo Antonio, encontra-se
o
edificio dos Asilos,
vasto e higiénico, que, embora modesto, é digno de ser visitado pelo
asseio que nele existe e pela boa educação que ali é ministrada aos
internados. O Azilo-Escola de Aveiro,
Secção Barbosa de Magalhães,
para que concorrem todas as camaras do distrito e onde são admitidas
creanças de todos os concelhos, pode considerar-se modelar na sua
educação, orientada num sentido moral e inteiramente pratico. Do azilo
teem saído muitos rapazes que hoje são bons comerciantes e industriais
honestos e trabalhadores.
Todos de lá saem sabendo um oficio e o proprio director
do Azilo, sr. padre Lourenço da Silva Salgueiro, é o primeiro a cuidar
de arranjar colocações aos seus discipulos. A educação neste Azilo foi
sempre rasgadamente liberal. Ha tambem o Azilo para raparigas,
Secção José Estevam,
que está instalado noutro local e que presta também muitos serviços.
Em parte do edificio está aquartelado um
batalhão do 24
e instalada a
séde do regimento.
Encontra-se depois o
Largo de Camões
(antigo largo
do Espirito Santo), onde ha um chafariz antigo. Para sul segue a estrada
de Ilhavo e Vagos e a de Oliveira do Bairro, Anadia. Neste largo fica a
séde do vice-consulado de Espanha.
Voltando novamente para a cidade toma-se á direita, pela
rua Miguel Bombarda e encontra-se a
egreja de S. Domingos,
com um magnífico cruzeiro e portico artistico. Ha um tumulo nessa egreja
que se diz ser de D. Catarina de Athaide, a
Natercia
de Camões. Tem havido grandes controversias sobre esse assunto. A'
esquerda fica o antigo convento de
Santa Joana e egreja de Jesus.
No edificio do convento estão hoje instaladas as escolas centrais do
sexo masculino e a
Escola Distrital para o Magisterio Primario
(ensino
normal). A egreja de Jesus é uma preciosidade do mais subido
merecimento. Todo o templo é revestido de talha dourada. com explendidos
azulejos. A capela-mor, então, é unica no paiz, sendo a sua talha
riquissima. Ha paramentos e alfaias do culto de muito valor e que podem
admirar-se no
MUZEU
de arqueologia, que fica junto, instalado nas salas que pertenceram ao
colegio do convento e que foi fechado com a proclamação da Republica e
consequente extinção das ordens religiosas.
No côro do rez do chão da
egreja fica o tumulo da princeza Santa Joana, filha de D. Afonso V e que
viveu neste convento. E' também uma obra explendida, em marmore imbutido.
O muzeu, que encerra muitas preciosidades dignas de
demorada atenção, foi organisado pelo distinto arqueologo e critico de
arte sr. Marques Gomes, tendo merecido esse trabalho os mais rasgados
elogios de quantos intendidos o teem apreciado. Ha ainda digno de ver-se
o precioso portico da
Capela do Senhor das Barrocas,
perto do quartel de cavalaria 8, na estrada de Aveiro a Esgueira.
A cidade, a não ser o trafego da praça do Peixe, o
movimento dos canais da ria e as
tricanas
lindissimas, cuja graça e cujo donaire só se apreciam bem, nos dias de
festa e nos domingos, pouco mais tem que ver.
Ha alguns estabelecimentos bons, cujos anuncios
publicamos. No Largo do Comercio, junto aos Arcos, ergue-se um obelisco
construido pelo
Club dos Galitos
quando do
centenario de José Estevam. A
Escola Industrial Fernando Caldeira
fica perto,
também, vendo-se das pontes, á beira da ria e junto ao
Club Mario Duarte.
Neste braço da ria que
atravessa a cidade, teem-se dado festas grandiosas. As iluminações e
serenatas que aí se fazem são sempre encantadoras.
Passeios
nos arredores
Para se fazer uma ideia do
que é a ria de Aveiro e a vida desta região, sem egual no paiz, da sua
paisagem, da sua atividade e da sua riqueza, convem dar um passeio de
barco, ou pelo menos um passeio de carro ou automóvel até
á Barra
que fica a 7 kilometros de
distancia da cidade. A estrada acompanha o canal das Piramides e segue
pela beira de um dos principais braços da ria até á ponte da Gafanha.
A paisagem tem um aspecto
originalissimo e belo. Veem-se as salinas ou marinhas de sal, cheias de
agua no inverno, brilhantes como o sal branco, fino e purissimo se é no
verão; ao longe as serras entre neblinas arroxeadas, cobertas de neve do
inverno, e um grande numero de povoações todas muito densas e pitorescas
de Aveiro até Ilhavo e Vista-Alegre.
Na ria andam a toda a hora inumeros barcos, quasi sempre
á vela. Dos barcos da ria de Aveiro, os principais são os
moliceiros
muito curiosos pelo seu feitio, parecendo andarem sempre com a borda
debaixo de agua e destinados á apanha e transporte das algas; os
mercanteis ou saleiros, barcos de bordo alto, espaçosos, para transporte
de sal e grandes cargas e um sem numero de tipos de bateiras para pesca,
pescado, conduções etc.
Ha tambem algumas lanchas a
gazolina e a vapor e muitos barcos particulares, alguns elegantes e
muito velozes.
Passando a ponte em frente á
qual fica a cale da Vila, a Ilha de Sama e praia e mata de S. Jacinto,
entra-se na
Gafanha
A Gafanha é uma povoação
recente, hoje muito rica e populosa, construida sobre as areias que o
braço tenaz e resistente do homem transformou em terras produtivas.
A Gafanha é um exemplo
admiravel de atividade e economia e demonstra bem como toda a duna,
desde que haja adubos que a fertelisem e braços que a trabalhem, é capaz
de produzir. Os terrenos na Gafanha estão muito divididos e atingem já
um preço elevadissimo. As casas são pequenas. Os caminhos são na propria
areia, havendo apenas as estradas macdamisadas de Aveiro á Barra, da
Gafanha a Ilhavo e de Ilhavo á Costa Nova. A Gafanha é, contudo, uma
terra feliz, de tipos loiros fortes, queimados do sol, onde não ha
miseria.
Constitue hoje uma freguezia
autonoma, produz admiravelmente feijão, ervilha, batata, milho, couve,
hervas, pastos, horta etc. Os principais e melhores adubos para estas
terras arenosas e soltas são os moliços, pela quantidade de lama que
trazem e que melhora os terrenos dando-lhes a coesão que falta á areia
fina abandonada pelo mar.
Ao lado direito sobre a ria
ficam alguns estabelecimentos de séca do bacalhau. Em Aveiro e Ilhavo ha
hoje umas 5 parcerias ou sociedades de pesca de bacalhau no Banco da
Terra Nova. Em frente á cale da vila houve estaleiro para construção e
reparação de navios de vela.
Na Barra, as duas praias do
Farol e do
Forte
esta com poucas casas, onde se vê ainda a antiga
fortaleza e a torre de sinais. Realisa-se aqui uma festa muitíssimo
concorrida na ultima segunda-feira de setembro. E' o local onde deve vir
a ser construida a Estação de Piscicultura de que a ria tanto necessita
para o seu repovoamento. Na
ponte das portas de agoa
ha uma
corrente fortissima. E’ por aí que passam todas as águas da ria da Costa
Nova e Mira.
Da torre do Forte descortina-se um panorama
surpreendente. Ao norte fica a praia de S. Jacinto, importante pelas
suas pescas maritimas. Nos terrenos alagadiços em volta do forte, de S.
Jacinto e da Costa Nova ha grandes bancos de
birbigão, lingueirão de canudo,
alguma ameijoa e outros mariscos. A ostra, que houve já em quantidade,
desapareceu. A pesca do birbigão faz-se com rêde e encinho, nas aguas
profundas, ou á mão, nos bancos de areia, que a maré deixa a descoberto
na vasante. A apanha do lingueirão de canudo é muito divertida. O
molusco está numa toca na areia e faz-se vir á superficie lançando-lhe
sal no orificio. E' preciso uma grande agilidade para o apanhar quando
ele chega ao de cima pois, senão, escapa-se imediatamente, enterrando-se
novamente no solo a grande profundidade. O
mexilhão
cria-se nas pedras do paredão, perto da ponte das portas de agua.
O Farol
A praia chamada do Farol é
muito frequentada na epoca balnear e uma das melhores de Portugal em
condições higienicas. E’ um verdadeiro sanatorio, principalmente para as
creanças que lá colhem optimos resultados.
As casas são muito limpas e
quasi todas completamente mobiladas. As rendas variam entre 7 a 30:000
reis por mez. Não há população piscatoria. E’ uma praia onde todas as
familias se conhecem e que se encontra em excelentes condições para ser
explorada como estancia de luxo. Pensa-se em a dotar com alguns
melhoramentos. Hoje tem apenas uma casa de assembleia e tenis. O Farol
que se pode visitar todos os dias, com licença do faroleiro chefe, com
excepção dos dias de festa local, é um dos melhores da nossa costa,
iluminado a petroleo com lanterna de grande alcance composta de lentes
com rotação por aparelho de relojoaria. O seu movimento produz uma serie
de clarões e eclipses de luz branca, sendo um eclipse maior que os
outros. A torre tem 60 metros de altura e uma escadaria em caracol de
perto de 300 degraus. Está solidamente construida.
Nos dias de tempestade, a parte superior da torre
afasta-se da vertical perto de 50 centimetros segundo dizem os
intendidos. Junto do Farol fica o sinal sonoro ou sirene, vulgarmente
conhecido pela
Ronca da Barra,
para os dias de nevoeiro. O som, que se ouve a mais de 15 kilometros, em
terra, é produzido pela acção do ar, comprimido fortemente pelo vapor,
numa enorme palheta de aço. A vista da varanda superior é uma maravilha,
estendendo-se até ao Bussaco, Cabo Mondego e Leixões. O mar, a ria, a
Gafanha, Aveiro e arredores e toda a planice, até á serra do cabo
Mondego, tem um aspecto estraordinariamente belo e imponente.
Veem-se as praias da Costa
Nova, Vagueira e Mira, ao sul; S. Jacinto, Torreira, Furadouro, Esmoriz
etc., ao norte. Avista-se Ilhavo, Estarreja, Feira e Oliveira de Azemeis.
Do Farol á Costa Nova está-se
construindo uma estrada pelo meio do areal que deve trazer a esta praia
um grande movimento. Na praia do Farol tem logar o famoso banho santo na
noite de S. João a que concorre muita gente das aldeias afastadas de
Aveiro. Na epoca balnear ha diligencia. Cada pessoa 100 reis, de Aveiro.
A Costa
Nova do Prado
é a praia de Aveiro e Ilhavo.
A sua disposição sobre uma lomba de areia, á beira da ria é unica em
Portugal. A ria, em frente á praia, é baixa e não tem perigos nem mesmo
com ventos fortes. Isso faz com que seja o divertimento predilecto de
quantos procuram a Costa Nova nos mezes de agosto, setembro e outubro.
Ha inumeros barcos de todos os tamanhos e feitios em que toda a gente
barqueia. A’ noute, em dias calmos, fazem-se serenatas e iluminações.
O reflexo da lua na agua, em
noites serenas, é delicioso. As casas são quasi todas de madeira,
havendo algumas construções novas. A população piscatoria é grande. Na
praia ha quatro companhas de pesca. As rendas das casas regulam entre 5
a 20:000 reis mensais. Todos os anos, em setembro, se realisam na Costa
Nova festas desportivas, regatas, iluminações etc.
No ultimo domingo de setembro
ha uma festa muito concorrida por gente de Aveiro, Ilhavo, Vagos e
arredores. No mez de outubro a Costa Nova enche-se com o povo da
Bairrada que para ali vem a banhos.
Entre a Costa Nova e a
Gafanha (da Encarnação) ha os barcos da carrera, até ás 9 horas da noute,
a 10 reis cada pessoa. Da Gafanha a
Ilhavo
boa estrada passando pela
mata do Estado, Carreira de Tiro militar e areais, onde pastam manadas
de gado bravo. Com essa estrada entronca uma outra que atravessa a
Gafanha e se liga á de Aveiro á Barra. Essa estrada tem excelentes
vistas sobre llhavo, Aveiro e salinas da ria.
Passando por Ilhavo, pode visitar-se a Fabrica de
Porcelana da Vista Alegre que fica perto, junto da qual ha uma capela
com esculturas preciosissimas, o largo da feira dos 13, teatro etc., e a
Ponte da Agua Fria
(ponte de
Vagos) sitios muito apraziveis. (Ilhavo, Vista Alegre e Vagos, ver
descrições).
De llhavo a Aveiro ha estrada boa com algumas pequenas
ladeiras, mas com vistas lindas. Passa-se a
Verdemilho,
localidade onde viveu Joaquim José de Queiroz, de Eça de Queiroz,
ministro do reino com Saldanha, e onde se efectuaram importantes
reuniões dos liberais de Aveiro, quando das lutas entre o absolutismo
miguelista. Romaria importante da Senhora das Dôres no 2.º domingo de
setembro e Quinta da Boa-Vista.
Toda a região é muito fertil,
rica e populosa.
In:
Almanaque ilustrado d'A Liberdade para 1913.
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