são exames prescritos a pessoas
aparentemente saudáveis e sem nenhuma queixa específica, com o
objetivo de detetar precocemente alguma patologia. Este é um motivo
muito frequente de consulta e cerca de 99,2 % dos adultos
portugueses acredita que deve fazer exames de rotina ao sangue e
à urina anualmente.
É
importante perceber que todos os exames de "rotina" acarretam
consequências, nomeadamente falsos diagnósticos e
exposição a radiação. Para além disto, podem conduzir à deteção
de alterações que não teriam qualquer impacto na vida da pessoa e
que apenas vão gerar preocupação, ansiedade e recurso a cadeias de
exames e até mesmo intervenções terapêuticas desnecessárias. É
fundamental avaliar o risco e o benefício dos exames pedidos
para cada situação em concreto.
Qual
é então o problema? Vejamos um exemplo:
Quando é que devemos fazer exames?
Os exames estão indicados na presença de queixas específicas,
fatores de risco ou alterações encontradas ao exame objetivo que
justifiquem estudo adicional. É importante ter em consideração que
benefício é que nos vai trazer aquele exame e de que forma o
resultado encontrado vai alterar a nossa forma de atuação.
Faz
sentido manter um acompanhamento regular no Médico de Família
de forma a abordar a prevenção da doença, realizar exame objetivo e
avaliar a presença fatores de risco. Sempre que se justifique, esta
avaliação pode e deve ser complementada com exames complementares de
diagnóstico.
É
fundamental acima de tudo adotar um estilo de vida saudável,
com alimentação cuidada, prática de exercício físico e evicção de
hábitos prejudiciais. Se fizer sentido, acompanhem as receitas
saudáveis de cada edição do jornal bem como as caminhadas semanais
da USF Moliceiro.
Dr.ª Inês Osório
Interna de Medicina Geral e Familiar
Fonte: Estudo da Faculdade de Medicina da
Universidade do Porto sobre a utilização dos serviços de saúde em
Portugal