Eis a luta: de frente, em luminosa arena
Os fracos e os heróis, o tigre real e a corça,
A manopla esmagando os ossos á pequena
E alva mão infantil, inexperta e sem força.
Acima disso a glória, e todos os seus loiros
Pr'a quem for mais cruel, para quem for mais forte,
Quem não saiba vencer resvale em sorvedoiros
De apodos e labéos, em procura da morte.
É belo. O coração – Fata no alto o proclama:
Quando invencivelmente o sentimento o impila
Ou para o amor – chiméra, ou para a ideia – chama,
Conte que a Força o espreita, e que a força o aniquila.
O teu domínio, Flor, esse encantado império
Que ao longe se entrevê e nos deslumbra o olhar,
Fica perdido além, nas regiões do mistério
E a quem quer atingi-lo é necessário voar.
Tu; que a garra, Psichê, contrapões tuas asas
De águia, voa, remonta, embriaga-te de luz,
Que a vitória afinal é pedestal de brasas
E o sonho, as ilusões à fumaça reduz.
Tu, se queres, vilão, estátuas de oiro, escuta:
Primeiro, indaga bem teu instinto o que quer,
Depois, sê mais vilão e arroja-te na luta
Que os triunfos serão teus... a Glória é uma mulher.
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