Meus sonhos
Os sonhos que sonhei são sonhos mortos,
Minha pobre alma é como um campo
santo,
Tantas cruzes! Deixai correr o pranto,
Vós todos que ides na ilusão absortos.
De chorar tenho os olhos semi-mortos,
Se como vos amei também, e tanto!
Poverinho do Amor, como o pobre Anto,
A nau guiei a inantigíveis portos!
Alguém há de descer a estes abrolhos
Em que vivo, a fechar triste, os meus olhos
Na beatífica paz destes meus ermos...
Doce visão do Amor e da Bondade,
E que ajudaste, irmã da caridade,
A bem morrer os meus sonhos enfermos!
S. Paulo - Brasil.
Raul do Valle
|