Nostalgia da luta
O coração vazio de
quimeras,
n'alma a noite mais triste e mais sombria;
no silêncio da cela sucumbia
esse monge, um templário de outras eras.
No seu tempo, entretanto, se dizia:
nessa quadra floral de primaveras,
lança em riste, nas pugnas mais severas,
ninguém melhor, de certo venceria!...
Das façanhas de outrora hoje bem longe,
do escudo e do montante separado,
a saudade minava o pobre monge…
A saudade – amaríssima cicuta!
à saudade das pugnas do passado,
a nostalgia acérrima da luta!
Rio de Janeiro, 1906
Domingos Magarino.
SERÕES N.º 15 – FOL. 2
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