Nostalgia da luta

O coração vazio de quimeras,
n'alma a noite mais triste e mais sombria;
no silêncio da cela sucumbia
esse monge, um templário de outras eras.

No seu tempo, entretanto, se dizia:
nessa quadra floral de primaveras,
lança em riste, nas pugnas mais severas,
ninguém melhor, de certo venceria!...

Das façanhas de outrora hoje bem longe,
do escudo e do montante separado,
a saudade minava o pobre monge…

A saudade – amaríssima cicuta!
à saudade das pugnas do passado,
a nostalgia acérrima da luta!

Rio de Janeiro, 1906

Domingos Magarino.

SERÕES N.º 15 – FOL. 2
 

 

03-07-2020