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97
Ir aos Arcos saber novas...
Velho costume de Aveiro...
"Antes que os jornais cheguem,
Já se lá sabe primeiro!"
98
Ir aos arcos, ao trabalho...
Contratar ricas horinhas.
Pontes e pontos de encontro!
"Haja fretes ou marinhas!"
99
Cavacas e ovos moles...
Doces delícias de Aveiro...
Cavacas por São Gonçalo,
Ovos moles, o ano inteiro!
100
A Ria e o seu moliço,
Ovos moles e moliceiros...
Motivos! Quantos, castiços,
Nos remetem para Aveiro!?
101
Quem a Aveiro vem e passa
Espelha-se em luz, na cidade...
Por muito que mais esqueça,
Aprende a sentir "saudade"!
102
Casario de Aveiro,
Luzidio que te vejo!
São réstias de nevoeiro?
Ou é do teu azulejo?
103
Quando todo um bairro inteiro
Vai perdendo em tradição,
Mais perde toda a Aveiro:
Alma, força e União!
104
Quando ao poder convém
Tirar a Aveiro tarimba,
Bem lhe esfrangalha
o que tem Entre Porto e Coimbra! |
105
Recantos são e tão belos...
Lá não vai o moliceiro!
Se o Poder amasse a Ria,
Ganhava mais que dinheiro!
106
Quem de Aveiro vai ao mar
Quantas "Gafanhas" bem conta!
Se às voltas da Ria andar,
Nas voltas, a "Baixa" encontra!
107
O Povo... quer moliceiro,
Da cidade à Foz do Vouga.
Ninguém o ouve em Aveiro!
Não há poder... que o ouça!
108
Na Praça, o José Estêvão
Aponta e lembra, em pedestal:
"Deve ouvir a Voz do Povo
Quem tem o poder local!"
109
Servir o poder ao Povo
Requer estofo e estima;
Fazer muito e dizer pouco;
Andar abaixo e acima!
110
Quem retém gentes de Aveiro?
Povo, Terra, Ria e Mar...
Não saiba, quem poder tem,
Onde se pode chegar?
111
Quem, de Aveiro, lembra lugres?
Que barcos, salinas, canais?
Quem lembra heróis do nosso mar
Sabe a razão do "ser Arrais!"
112
"Um farol monumental
Avisa a Barra de Aveiro.
Quem o subir na espiral
Avista a Ria no inteiro!"
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