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COM 89 ANOS, EM LISBOA

Faleceu o escritor

Domingos Carvalho

Faleceu a 29 de Agosto de 2008, em Lisboa, o escritor alentejano Domingos Martins Carvalho, com 89 anos.

Nasceu em Figueira dos Cavaleiros, Ferreira do Alentejo, em 1919, mas foi viver muito cedo para Alvalade-Sado, no concelho de Santiago do Cacém. Trabalhou desde muito jovem e arduamente na área do comércio, tendo começado como caixeiro-viajante, depois como agente comercial.

Aos 20 anos, participando na luta clandestina contra o fascismo, foi preso com outros camaradas e espancado com extrema violência. Voltaria a ser preso em 1959 e desta vez sujeito à tortura do sono e julgado no tribunal plenário, após uma participação muito empenhada nas campanhas eleitorais de Arlindo Vicente e Humberto Delgado.

Como escritor, nunca o Alentejo da juventude deixou de estar presente na sua memória. As gentes, a paisagem, o modo de viver, as falas, a dignidade da luta por melhores condições de vida transparecem nos primeiros livros que escreveu, Joio sem Trigo, 1954, Charneca do Monte Agreste (poemas), 1955, e Sementes do Terço (contos), 1956. A denúncia amarga da exploração e opressão a que os trabalhadores rurais, no Alentejo, eram então sujeitos, levou a polícia política a proibir as obras.

Até perto do final da sua vida exerceu uma cidadania activa e empenhada, com participação no movimento cooperativista e mutualista, designadamente, nos corpos gerentes da Caixa Económica Operária e da Casa do Alentejo.

Domingos de Carvalho era pai do escritor Mário de Carvalho.     (Extraído de um jornal)

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