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Eu sou
devedor à terra
E a terra me está devendo.
A terra paga-me em vida,
Eu pago à terra em morrendo
(Cantiga popular alentejana)
Seja a vida boa ou má,
Haja paz, ou haja guerra,
Se a terra tanto me dá,
Eu sou devedor à terra.
Mas, se à terra me dou todo,
Se a trato e a defendo,
Vendo as coisas desse modo,
A terra me está devendo.
Se a rego com o meu suor
E ela, em contrapartida,
Me dá riqueza maior,
A terra paga-me em vida,
Nesta relação aberta
Com a terra, vou vivendo.
Para a conta bater certa,
Eu pago à terra em morrendo.
15 de Dezembro de 2013
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