Talvez já tenha manifestado mais vezes a ideia/princípio de que é de
todo inadmissível que, no meu país, europeu, hoje, se passe fome e que o
número de pessoas vivendo abaixo do limiar da miséria se conte aos
milhões. Mas, mesmo que esteja sendo repetitivo, não me incomodo
absolutamente nada, pois o importante é gritar o inconcebível facto aos
quatro ventos.
É da maior importância
ajudar, ainda que modestamente, a não consentir, que as constantes e
diversificadas manobras de diversão encomendadas por aqueles que nos
governam – sub-repticiamente ou às escancaras sugeridas pelo alto poder
financeiro – aos engravatadinhos da publicidade e do marketing, façam de
nós um rebanho de mansos carneiros.
Nos tempos do “António
da Calçada” era de certo modo vulgar ouvir-se falar do princípio dos
três “efes” (Fátima, fados e futebol) como o ópio do povo... Pensem bem:
alguma vez se falou tanto de futebol dos seus inúmeros
campeonatos/torneios e das suas estrelas; do fado das suas cantadeiras e
dos seus sucessos; de Fátima e do seu templo e dos seus peregrinos?
Todos os dias aparecem
novos casos de somenos importância, logo empolados, abrindo noticiários
e dando primeiras páginas, desaparecendo nos dias seguintes, sendo
substituídos por outros e outros numa sequência vertiginosa,
alienando-nos. Entretanto, os grandes casos de corrupção, de fraude, de
burla, de tráfico de tudo e mais alguma coisa, de pedofilia, de fuga ao
fisco, etc., etc., etc... vão ficando em nada de nada.
É evidente que muitos
mais exemplos se poderiam juntar ao acima dito, mas julgo que estes são
suficientemente ilustrativos, mais ainda se lhes juntarmos o resultado
das três eleições havidas e a palhaçada que foram as campanhas
eleitorais que as precederam.
Nestas campanhas todos
os partidos falaram das questões sociais como a grande causa nacional,
sendo óbvias as insanáveis diferenças de visão de uns para os outros
sobre o mesmo assunto. Também aqui, as manobras de diversão e os engodos
foram o prato forte, e os mansos flagelados lá foram, com sempre,
afagando os seus algozes.
Tem sido dito e
parafraseado ao longo dos anos, a maior parte das vezes por gente pouco
recomendável, que “cada povo tem o governo que merece”...
Em suma, é preciso
denunciar todas as manobras dos ”senhores da guerra”, por mais
camuflados que elas e eles estejam. É preciso estar de atalaia, sempre.
Abre os olhos Zé...
Luís Jordão
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