Costa e Melo, A Ria a preto e branco, Aveiro, Câmara Municipal de Aveiro, 1998, 190 páginas.

Amostragem fotográfica

19. Os cones começam a ganhar formatura um pouco anárquica, já que os dois palheiros mostram o «aqui é meu» de donos diferentes.

20. O branco, em cones sucessivos com a vida de o pegadas ciclópicas nas vertentes redondas e a silhueta pequenina do moço a marcar presença de contraste, até parece ter seduzido o «velho» redondo de um moinho, para o acompanhar no bailado estático a que o negro do céu e do chão dão magia.

21. É o findar da tarefa este par de seios, de que um está já agasalhado para os frios e chuvas do Inverno e o outro, a aguardar vez, ostentando ainda a beleza da velha escada, a sua sombra e o início da subida da bajunça, a caminho do cume.

22... de outro ângulo e aproveitando o jogo branco das nuvens no céu escuro, graças ao filtro, começa a adivinhar-se o pesadelo de morte que as marinhas do Inverno em breve são.

23... para quê palavras, quando o virado de um barco, o claro de outro e o negro de um terceiro, integrados na calma serena da Ria, sua oficina, dizem tudo?

24. Três gerações, uma bicicleta e um cão, uma família completa no «solar» de um moliceiro.

25. Tarefas domésticas e sesta acabada.

26. A legenda diz tudo da saborosa sátira em tempo de eleições do tempo negro...

27. Os esteiros são, por vezes, palco de suores em que o emaranhado das cordas sufoca o trabalhador e o não deixa fugir para menos árduas tarefas.

28. A construção naval no estaleiro do velho Tobias, no Canal de S. Roque, a marcar a sequência de destinos com avoenga salgada.

29. A entreajuda na regeneração da oficina degradada.

30. Por entre os cordames, as roldanas, as águas e uma pirâmide simbólica, a vigiar, há, no cabaz que voa, um sinal de faina que faz parta de Ria e do Mar que a alimenta e tem por filha!

31. No paredão da Barra o Adeus dos que ficam e dos que vão para os gelos do bacalhau, em contraste com a indiferença da chupeta que só espera ir, um dia, também.

32.  No paredão, a ansiedade da espera não libertou um Pai ou um Irmão, da obrigação de poupar os sapatos...

33. Saias à espera de calças.

35 imagens
de um total de 85,
o bastante para dar
uma ideia do conteúdo.

34. Há qualquer coisa de mítico nestes cruzamentos de cordame a convergirem no destino dos que vão e nas esperanças brancas dos que ficam.

35.  Não há outra legenda que não seja: «À vollta cá te espero.»

 

 

 

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