Duas doações significativas
1. ESPÓLIO DE JOSÉ ESTÊVÃO
Por doação de 18 de Março de
1993, a Câmara Municipal de Aveiro é detentora de um pequeno mas valioso
espólio, que pertenceu a José Estêvão Coelho de Magalhães, um dos
maiores aveirenses da nossa história. Trata-se de quatro peças: – a
espada de oficial do Exército, o bicórneo da farda de gala, a cama de
campanha e uma pequena urna de mármore que guardou o seu coração durante
vários anos, após a sua morte.
A doação ficou a dever-se a duas bisnetas de José Estêvão, D. Maria da
Conceição Magalhães Sottomayor e D. Joana Magalhães de Mota Van-Zeller,
que assim demonstraram não apenas um acto de renúncia mas também o
espírito de dedicação à Cidade de Aveiro; por sua vez, a Câmara
Municipal assumiu a responsabilidade de manter e expor em local
apropriado tão significativo espólio, como gratidão a Alguém que
entregou a vida à defesa dos interesses de Aveiro e da sua região e à
causa da liberdade e do progresso do País.
2. MUSEU DA REPÚBLICA
A ideia de instalar em
Aveiro um museu dedicado à República partiu do desejo manifestado
outrora à Câmara Municipal de Aveiro pelo Prof. Doutor António Pedro
Vicente, filho de um ilustre republicano, natural da Bairrada - o Dr.
Arlindo Vicente que, em 1958, foi candidato à Presidência da República
pela "Frente Democrática Nacional", acabando por desistir a favor do
General Humberto Delgado.
O acervo está disponível e é
constituído por um conjunto de inúmeras peças de variado tipo, que, na
sua riqueza iconográfica, testemunham a propaganda republicana, a
proclamação do novo Regime e os primeiros anos da sua história.
Uma
parte considerável dessas peças já esteve exposta em Aveiro, em 1985,
por motivo da comemoração do 75.º aniversário do "Cinco de Outubro",
sendo então editado o respectivo catálogo pela Edilidade.
A Câmara Municipal aceitou a
proposta do doador que, entretanto, apenas põe duas condições: – que o
futuro Museu da República tenha o nome do Dr. Arlindo Vicente e que o
edifício seja somente destinado a esse fim.
O Prof. Doutor António Pedro
Vicente justificou a escolha de Aveiro não apenas pela ampla tradição
liberal da Cidade mas também por se tratar da capital do Distrito onde
nasceram e viveram várias gerações dos seus antepassados.
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