Zé Portugal
João Evangelista Campos
Há,
ainda, muita gente que conheceu o Zé Portugal, alfaiate-costureiro (como
ele, a si próprio se reclamava), que teve a sua oficina na Rua de
Coimbra. Mais tarde, para a Avenida Central (hoje do Dr. Lourenço
Peixinho) transferiu a sua oficina e anexou-lhe um estabelecimento de
camisa ria que, ainda hoje, existe e é explorado por suas filhas.
Era um profissional muito competente e especializado na
confecção de fardas e fatos de cerimónia.
É minha convicção de que parte das pessoas que o hajam
conhecido não saibam que ele tinha a sua veia poética, e era um
aveirense dos de quatro costados.
Depois de eu já ter publicado no "Litoral" algumas das
ACHEGAS PARA A HISTORIOGRAFIA AVEIRENSE, o Zé Portugal, para me
demonstrar o interesse que tinha pelo que se passava na nossa cidade,
ofereceu-me alguns dos seus trabalhos poéticos, feitos anteriormente à
publicação das minhas ACHEGAS, oferta que recebi com muito interesse e
guardei com muito carinho, aguardando oportunidade de, deles, dar
conhecimento público.
Por gentileza dos responsáveis pelo Boletim Municipal de
Aveiro e do Assessor Cultural da C.MA, tenho, agora, possibilidade de
dar a conhecer ao público, que se interessa pela história da nossa
terra, as referidas poesias; e faço-o com muito prazer, e julgo prestar,
desta forma, homenagem a um cidadão que, modesto embora, soube aliar à
sua veia poética o amor à sua terra.
Nas quadras Da Gente do meu Bairro, o Zé Portugal
aprecia e elogia as qualidades da gente simples da Beira-Mar; no poema
Recordando – Revivendo, conta costumes e factos passados na nossa
cidade; e no Do meu mundo, descreve, com muito conhecimento, o
trabalho árduo dos salineiros.
Afastando-se dos assuntos referentes a Aveiro, mostra-nos
em Aos bem instalados na vida os seus bons sentimentos e a sua
alma bem formada.
Seguem-se os versos:
[na pág.
seguinte]
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