ABERTURA
Mercê de variadas
circunstâncias, que involuntariamente atrasaram a edição deste número, o
Boletim Municipal de Aveiro está finalmente nas mãos dos leitores. Há
mais de dez anos que ele iniciou a tarefa de ser portador de estudos,
investigações, reflexões, análises, notas históricas ou biográficas,
simples notícias... tudo o que possa interessar a Aveiro e que não saia
fora dos parâmetros do Pelouro da Cultura, de cujos Serviços
directamente depende.
Ao folhear as páginas deste
Boletim, que abarca o segundo semestre de 1992 e os primeiros seis meses
de 1993, logo se depara, no início, com a alusão a uma data que não
podia esquecer-se: o terceiro centenário da beatificação da Padroeira de
Aveiro. É um facto que não nos era permitido olvidar, uma vez que a
Filha de El-Rei D. Afonso V escolheu a nossa Terra para viver e morrer.
Nessas palavras vai a expressão do nosso agradecimento, a juntar ao
preito da nossa devoção e à atitude da nossa admiração pela "mui
excelente Princesa e mui virtuosa Senhora".
Todavia, em lugar próprio,
anotámos as principais efemérides, já celebradas no período a que nos
reportamos ou a celebrar no ano em curso; assim, entre outros,
recordamos os centenários do nascimento do Dr. Francisco Ferreira Neves
e do Dr. António Gomes da Rocha Madahil, da inauguração do farol da
Barra de Aveiro e da criação da Escola Industrial; os cinquentenários da
morte do Dr. Francisco Manuel Homem Christo e do Dr. Lourenço Simões
Peixinho; e ainda o 75.0 aniversário do falecimento de José Reinaldo
Rangel de Quadros Oudinot e do início do traçado da avenida que
projectou a nova concepção urbana de Aveiro.
Não desejamos que estas
palavras iniciais sejam apenas uma "abertura", como o correr de uma
cortina ou o franquear de uma porta. No exame da paisagem ou no percurso
pelas laudas escritas, o leitor terá experimentados guias: Severim
Marques na influência da ria no nosso folclore, Marques Gomes e Mons.
Aníbal Ramos na procissão das cinzas, João Evangelista Campos nos versos
do alfaiate Zé de Portugal, Dr. Manuel dos Santos Oliveiros na expansão
do gabão de Aveiro, e Dr. Manuel Ferreira Rodrigues na fundação e nos
inícios da nossa Escola Industrial e Comercial. O novo edifício da
Biblioteca Municipal, cuja inauguração se fez com relevo, não necessita
de qualquer cicerone, porque se encontra, de portas abertas, bem no
centro da cidade.
Por Aveiro continuamos esta
tarefa gratificante. Aos colaboradores dirigimos a nossa sincera
gratidão, expressa no tradicional "Bem hajam" tão ao jeito do povo
português.
Aveiro, 30 de Junho de 1993.
O Vereador do Pelouro da
Cultura
assinatura omitida na versão
digital
(Prof. Celso dos Santos)
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