ABERTURA
Dando satisfação ao
propósito que nos compromete, preparámos e fizemos sair mais um número
do Boletim Municipal de Aveiro, que sempre desejámos fosse uma
publicação de índole cultural e informativa. Este não foge à regra, como
o leitor pode facilmente observar.
Nas primeiras páginas,
fala-se da naturalidade de Fernão de Oliveira, o primeiro gramático
português. Considerado como nascido em Aveiro, Mons. João Gaspar é de
opinião que o lugar da Gestosa, da freguesia do Couto do Mosteiro (Santa
Comba Dão), foi a sua terra natal, embora o diga gerado em Aveiro e o
considere justamente como filho de famílias e pais aveirenses. Ao ler
este artigo, ficamos com a certeza de que não perdemos um aveirense,
embora outra povoação possa ganhar um filho ilustre... se as premissas
aduzidas forem consistentes.
A Dra. Inês Amorim,
assistente da Faculdade de Letras do Porto, brinda-nos com um trabalho
de investigação sobre a Alfândega de Aveiro. Trata-se de um tema acerca
do qual pouco se tem reflectido. Desde já continuamos a garantir à
autora ter à sua disposição as colunas do Boletim, que se verá
enriquecido com a sua colaboração.
É já do nosso convívio João
Evangelista de Campos. Este conhecido aveirense ocupa o tempo, trazendo
à ribalta coisas que outrora fizeram a vida da Cidade e que hoje fazem
parte da sua história. O autor ajuda-nos a não perdermos a nossa
identidade e a sermos mais aveirenses. Para quem tiver a incumbência de
organizar o futuro museu municipal é utilíssima a "achega" que ele nos
deixa. Não se esqueçam os acordos assinados, que até parece serem letra
morta...
Julgámos de interesse
transcrever uma página do "Diário de Aveiro" sobre a recuperação de
azulejos, a que se lançaram os Serviços da Cultura. É um trabalho
apreciável este que se fica a dever não apenas ao empenho dos
responsáveis desta Câmara e deste Pelouro, mas também a alguns
funcionários que nele têm posto o seu cuidado, senão mesmo o seu
carinho.
Por fim, recordam-se uns tantos acontecimentos ocorridos durante o
segundo semestre de 1991, que pensámos realçar; sem pretender
menosprezar nenhum deles, sobrelevou-se entre todos, pelo seu próprio
valor, pela forma como decorreu e pela aura internacional que adquiriu,
a II Bienal de Cerâmica Artística. Nela investimos com determinação, com
verbas orçamentais e com pessoal; merecem uma palavra de gratidão, quer
as entidades e empresas que nos apoiaram, quer as pessoas – funcionários
municipais e outras – que, colaborando e dando-se as mãos, tiveram a
alegria de ver o mérito do seu trabalho.
Agradecemos a quem
generosamente subscreveu os artigos e teimamos em informar que as portas
estão abertas a quem, desejando ser útil a Aveiro e aos Aveirenses,
queira dar a conhecer as suas reflexões, dentro da finalidade do
Boletim.
Aveiro, Dezembro de 1991
O Vereador do Pelouro da
Cultura,
Assinatura omitida na versão
digital
(Prof. Celso dos Santos)
|