AGROVOUGA/89
No Recinto Municipal de Feiras e Exposições decorreu, de
9 a 17 de Setembro, a AGROVOUGA/89 – Feira Nacional do Bovino Leiteiro e
Mostra Agrícola, Industrial e de Artesanato. A inauguração presidiu o
Ministro da Agricultura e Pescas, estando presentes o Governador Civil
do Distrito, o Presidente da Câmara Municipal de Aveiro, outros Autarcas
e diversas autoridades locais.
Ao mesmo tempo, desenrolou-se um programa multifacetado,
com colóquios, esclarecimentos, concursos e exibição de grupos
folclóricos e musicais. Diariamente foi publicado um jornal da Agrovouga,
que teve nove edições. Respigamos da primeira edição as «Reflexões»
assinadas pelo Dr. José Girão Pereira:
Apesar do crescimento anual e implantação da Agrovouga,
temos que reconhecer que esta não é a feira que desejávamos. E isto
porque falharam as previsões no que respeita à erradicação de certos
males, nomeadamente a peripneumonia, que continuam a afectar o gado
bovino. De facto, tinha-nos chegado a ser oficialmente garantido que,
este ano, poderíamos realizar a Agrovouga na sua plenitude, isto é
incluindo o Concurso Nacional da Vaca Leiteira e o Concurso Pecuário
Regional da Espécie Bovina, com animais ao vivo, o que não acontecerá.
Isto leva-nos a ter alguma preocupação com o futuro da Agrovouga,
certame em que esta Câmara sempre tanto «apostou», nunca lhe regateando
apoios e melhoramentos – e isto porque já está praticamente provado que
os males epidémicos e/ou endémicos que atacam os bovinos não terão (se
chegarem a ter...) uma cura definitiva nos tempos mais próximos.
Esta quase certeza obriga-nos a repensar, e certamente a
adiar, a «surpresa» que preparámos desde há cerca de um ano – e que
consistia em «abrir as portas» da Agrovouga aos países da CEE e todos os
outros que mostrassem interesse em se fazer representar. Mesmo assim,
ainda estamos esperança dos em que alguns deles nos «visitem» em 1990,
assim dando maior brilho à 15.ª Agrovouga.
Por outro lado, a presença do cavalo e das actividades
que o envolvem contribuem para, de certo modo, compensar as falhas do
programa do sector bovino. E o cavalo já conquistou uma destacada
posição em Aveiro, cujas características geográficas lhe são
especialmente favoráveis.
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De qualquer modo, aí temos a XIV Agrovouga que, apesar de
tudo, reúne muitos aspectos de interesse para os industriais, os
comerciantes e o público em geral.
Também o Prof. Celso dos Santos escreveu no mesmo jornal:
A XIV AGROVOUGA – Feira Nacional do Bovino Leiteiro, que,
a partir de hoje, durante nove dias animará a Recinto Municipal de
Feiras e Exposições, não pode ainda este ano revestir-se de todas
aquelas características que a projectaram a nível nacional e, até certo
ponto, internacional – aspecto este que pretendemos implantar logo que
as circunstâncias o permitam sem restrições.
São de facto, circunstâncias alheias ao nosso querer, de
índole puramente sanitária e cuja solução naturalmente nos transcende,
que não permitem que se realize, com animais ao vivo, o Concurso
Nacional da Vaca Leiteira, que não deixará, contudo, de se realizar,
recorrendo aos sofisticados meios tecnológicos actuais.
Numerosas cabeças de gado bovino estarão presentes no
certame, que será amplamente animado pelo cavalo e que apresentará
também ovinos e caprinos em razoável quantidade, assim diversificando
uma feira-exposição que conquistou os seus "pergaminhos» ao longo dos
anos.
Há que salientar ainda a parte técnica, com colóquios e
debates que sempre contribuem para mais passos em frente no que respeita
à evolução dos diversificados aspectos que envolvem variados sectores
integrantes de um certame deste género.
Finalmente, não pode deixar de ser referido o leilão de
gado bovino com o qual, como é já tradição, se animará o último dia da
XIV Agrovouga – que não será a feira óptima mas sim a possível e,
afinal, suficientemente expressiva quanto a valores regionais (e não
só).
O Engº Técnico Agrário Carlos dos Santos teceu entretanto as seguintes
considerações:
Aí está mais uma AGROVOUGA, a XlV, e que é,
simultaneamente, a Feira Nacional do Bovino Leiteiro, e já importante
Mostra Agrícola, Industrial e de Artesanato – enfim, um certame de
prestígio regional e local, cujo actual êxito se deve a já catorze anos,
mais longos do que esse número aparenta, pelo esforço, dedicação,
alegrias e até desgostos a que se obrigaram um grupo de homens teimosos,
exigentes e confiantes, dos quais já poucos se mantêm na luta pela
continuidade e melhoria deste empreendimento, luta em que o autor destas
linhas participou desde a primeira hora.
Este ano, quando tudo parecia apontar para a normalização
das actividades da AGROVOUGA, nomeadamente em dois dos seus sectores
mais importantes (o Concurso Pecuário Regional e o Concurso Nacional da
Vaca Leiteira), foi prejudicada por condições de carácter sanitário, o
que nos colocou perante situações cujas resoluções nos transcendem
totalmente.
Contudo, a dinâmica que o certame já conquistou, levou a
que instituições oficiais, entidades privadas e grandes empresas
(nacionais e algumas estrangeiras) estejam presentes na XIV AGROVOUGA,
ocupando todo o espaço disponível, tanto nos pavilhões como no espaço
exterior. O que para nós representa um incentivo e nos incute confiança
para prosseguir na realização do certame.
Mais ainda: apesar das condições adversas com que fomos
fIagelados este ano, queremos crer que a XV AGROVOUGA – Feira Nacional
do Bovino Leiteiro conseguirá atingir todas as suas finalidades e, mais
ainda, vamos tentar que o certame seja ainda mais animado, com a
presença de representações
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oficiais estrangeiras, cujos contactos já iniciados, deverão prosseguir
e ser concretizados.
No próprio dia da inauguração da AGROVOUGA/89,
divulgaram-se os resultados do X Concurso Nacional da Vaca Leiteira.
Para o efeito, um júri percorreu o país, classificando os animais nos
seus próprios locais e estábulos. Registamos seguidamente a respectiva
classificação que foi definida após análise cuidada e segundo critérios
bem concretos:
1.ª classe – 1.ª secção:
1.ª – vaca n.º 5304669, de Afonso S. Paisana, Caneças;
2.ª – n.º 5304702,
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de J.M. Arriaga Cunha, Sintra; 3.ª – n.º 6895714, de Paulus Heemskerk,
Ferreira do Alentejo.
1.ª classe – 2.ª secção:
1.ª – n.º 1231436, de Joaquim Freitas Pereira, Penafiel;
2.ª – n.º 6453246, de Carolina A. Fernandes, Beja; 3.ª – n.º 1735146, de
Joaquim Freitas Pereira, Penafiel.
1.ª classe – 3.ª secção:
1.ª – n.º 5393891 – de J.M. Arriaga Cunha, Sintra; 2.ª –
n.º 5319772 – de J.M. Arriaga Cunha, Sintra; 3.ª – n.º 3284831 – de
Joaquim F. Afonso, Pombal.
2.ª classe – 1.ª secção:
1.ª – n.º 5304664 – de Afonso S. Paisana, Caneças; 2.ª –
n.º A174466, de Joaquim F. Pereira, Penafiel; 3.ª – A174459, de Joaquim
F. Pereira, Penafiel.
2.ª classe – 2.ª secção:
1.ª – n.º 1231436, de Joaquim F. Pereira, Penafiel; 2.ª –
n.º 3344267, de António M.B. Sousa, Figueira da Foz; 3.ª – n.º 1735146,
de Joaquim F. Pereira, Penafiel.
2.ª classe – 3.ª secção:
1.ª – n.º 5303891, de J.M. Arriaga Cunha, Sintra; 2.ª –
n.º 3284831, de Joaquim F. Afonso, Pombal; 3.ª – n.º 5319772, de J.M.
Arriaga, Sintra.
3.ª classe:
– Direcção Regional de Agricultura (DRA de Entre Douro e
Minho):
1.ª – n.º 1231436, de Joaquim F. Pereira, Penafiel; 2.ª –
n.º 1735146, de Joaquim F. Ferreira, Penafiel.
– DRA de Trás-os-Montes:
1.ª – n.º 2214604, de Guedes Carmo Silva, Mirandela; 2.ª
– n.º 2214601, de Guedes Carmo Silva, Mirandela.
– DRA Beira Litoral:
1.ª – n.º 3344267, de António M.B. Sousa, Figueira da
Foz; 2.ª – n.º
2214601, de Joaquim F. Afonso, Pombal.
– DRA Beira Interior:
1.ª – n.º 4184339, da Escola Superior de Agricultura,
Castelo Branco; 2.ª – n.º 4150597, de Firmino Matos Nogueira, S. Vicente
da Beira.
– DRA Ribatejo e Oeste:
1.ª – n.º 5303891, de J.M. Arriaga Cunha, Sintra; 2.ª –
n.º 5319772, J.M. Arriaga Cunha, Sintra.
– DRA Alentejo:
1.ª – n.º 6453246, de Carolina A. Fernandes, Beja; 2.ª –
n.º 6734225, de Hendrik Roelofsen, Montemor-o-Novo.
– DRA Algarve:
1.ª – n.º 7012934, de Manuel Gil F. Lapa, Vila Real de
St.º António; 2.ª – n.º 7069418, da Sociedade Agrícola Vilamoura,
Quarteira.
– DRA Beira Litoral (prémio destinado à vaca com melhor
produção convertida a 3,5% de gordura):
– vaca n.º 3344267, de António B. Sousa, Figueira da Foz.
– Direcção Geral de Pecuária (prémio de alta
produtividade a uma vaca de cada região agrária):
– DRA Entre Douro e Minho - n.º 1385576, da Sociedade
Agrícola da Quinta do Mosteiro, Grijó;
– DRA Beira Litoral - n.º 3102256, de Albano T. Almeida,
Oliveira de Azeméis;
– DRA Ribatejo e Oeste - n.º 5255251, de J.M. Arriaga
Cunha, Sintra;
– DRA Alentejo - n.º 6094625, de Carolina B. Fernandes,
Beja.
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