NOVA SEDE DA JUNTA DE
FREGUESIA DA GLÓRIA
No dia 14 de Maio, foram inauguradas as novas instalações
da Junta de Freguesia da Glória, num edifício recuperado e doado pela
Câmara Municipal de Aveiro àquele órgão autárquico, sito na Rua de Mário
Sacramento. O acto contou com a presença, entre outras individualidades,
do Presidente da Assembleia Municipal, Francisco da Encarnação Dias, do
Presidente da Edilidade, Dr. José Girão Pereira, do Presidente da
Assembleia de Freguesia, José Carlos Miranda Calisto, Presidente da
Junta de Freguesia, Fernando Tavares Marques, Governador Civil do
Distrito, Dr. Sebastião Dias Marques, e Vigário Geral da Diocese, Mons.
João Gonçalves Gaspar.
A cerimónia teve início com a assinatura do instrumento
de doação do referido edifício, deliberada em sessão camarária de 24 de
Abril e aprovada em reunião da Assembleia Municipal de 9 de Maio. O acto
realizou-se na sala das sessões, completamente cheia de pessoas, e a
respectiva escritura foi lida pelo Director dos Serviços Administrativos
da Câmara Municipal, Alfredo José Alves Rodrigues.
Na sua intervenção, que se seguiu, o Presidente da Junta
de Freguesia disse:
– «Com a simplicidade e a alegria das coisas importantes,
na vida das pessoas como na das comunidades, estamos hoje aqui a
festejar a inauguração da nova casa dos cidadãos da Freguesia da Glória,
do Município de Aveiro.
Este facto seria, só por si, motivo de júbilo, não fora
também a reabilitação deste magnífico edifício que honra a cidade a que
todos nos devotamos.
Para nós, autarcas desta Freguesia, este dia representa a
concretização de um sonho, a que se segue agora o desafio de tornar este
espaço apetecível ao cidadão e aberto a todas as suas iniciativas
válidas.
Da nossa parte, o que podemos garantir é o nosso
propósito de colaborar com todos quantos entendem útil a nossa
intervenção e também a de começar a pensar na concretização de outros
projectos que afectam a nossa Autarquia.
É esta, de resto, a maneira de estar na vida da
generalidade dos autarcas presentemente preocupados e insatisfeitos,
sempre à espera de resolver cada dia os pequenos ou os grandes problemas
da nossa sociedade.
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Vai longe o tempo em que as Juntas de Freguesia quase se
limitavam a passar certidões e atestados. De meros figurantes
integrantes do «parafuso mais ferrugento da engrenagem política da
Nação», como alguém disse, as Freguesias e respectivas Juntas passaram a
ser, quantas vezes, protagonistas de todo um progresso do nosso país,
sendo minha opinião que o processo de regionalização que, quer se queira
quer se não queira, será uma exigência que a muito curto prazo, vai
determinar um crescente poder de intervenção das nossas autarquias.
A Junta, a que me honro presidir, está ciente das
crescentes responsabilidades que sobre si como sobre outros impendem e
assegura, enquanto tiver esse encargo, que tudo fará para melhorar a
qualidade de vida dos seus concidadãos.
Não quereria terminar as minhas palavras sem deixar aqui
o meu agradecimento pelo apoio e pelo empenho que o Sr. Presidente da
Câmara pôs na consecução deste objectivo. O seu dinamismo e a sua
imaginação foram o fermento. A sua visão do futuro fez o resto».
Por seu turno, o Presidente da Câmara congratulou-se pelo
acto festivo, dizendo que a inauguração da sede da Junta de Freguesia
lhe proporcionava «a ocasião para falar sobre o poder local, qual o
futuro das freguesias, quais os meios financeiros, as suas atribuições e
dificuldades». O Dr. Girão Pereira, na continuação sublinharia ainda a
boa solução da não demolição do edifício porque – disse – «no plano de
urbanização o mesmo estava previsto ser demolido»; e, prosseguindo,
acentuou: – «Este espaço vai ser um local de debate e não apenas de
serviço burocrático; será um espaço aberto à comunidade». Depois de
exemplificar as suas palavras com a referência ao centro de dia para os
idosos, o Presidente da Edilidade manifestou o voto de que as pessoas
façam viver o edifício da Junta e se empenhem para que a população viva
cada vez melhor.
Nas suas palavras, o Dr. Girão Pereira também fez várias
considerações quanto ao poder local, lembrando que há necessidade de
«reflectir o poder local, de melhorar a sua qualidade, pois nos últimos
anos ele tem sido o poder da humildade; de momento, ele encontra-se numa
fase de transição, sendo essencial que intervenha no campo social,
cultural e de desenvolvimento económico».
A finalizar, o responsável da Câmara Municipal poria em
relevo o papel da comunidade e dos cidadãos para a resolução dos
problemas locais. «É preciso – afirmou – que os cidadãos conscientes,
serenos, civicamente bem formados e politicamente bem preparados, sejam
cada vez mais capazes de assumirem os destinos das suas localidades; no
entanto, é imprescindível também que as Juntas de Freguesia assumam cada
vez mais competências e mais participação na gestão das pequenas
comunidades».
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O Governador Civil de Aveiro, encerrando a sessão,
proferiu palavras de incentivo, recordando que o poder local deve
desenvolver também uma actividade de dimensão social e que é salutar
numa crítica ponderada dos cidadãos de forma a não estorvar mas a
melhorar a acção dos órgãos locais na resolução dos problemas que
afectam as populações. Integradas no meio em que estão inseridas – disse
o Dr. Sebastião Marques – as autarquias representam naturalmente, por si
e por força do mandato popular, os interesses e as aspirações das
freguesias e dos concelhos.
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