CIUDAD RODRIGO
Nas margens do Rio de Águeda, sobre uma elevada colina,
ergue-se Ciudad Rodrigo, cujo recinto foi declarado Conjunto
Histórico-Artístico. Dista 304 Km de Madrid, 89 de Salamanca e 27 da
fronteira portuguesa. A sua estação de caminho de ferro situa-se na
linha internacional Paris-Hendaya-Salamanca-Fuentes de Oñoro-Lisboa. A
via rápida IP-5 ligá-Ia-á directamente a Aveiro.
Ciudad Rodrigo e a sua região fazem parte da zona serrana
de Salamanca. Segundo a tradição, trata-se da antiga Miróbriga da época
romana. Depois da Reconquista, foi repovoada pelo Conde Don Rodrigo
González Girón, cujo nome, embora nem todos os historiadores estejam de
acordo, ostenta.
Fernando II de Leão reedificou a cidade, fortificando-a.
Durante algum tempo, nela residiu o rei Juan II.
Com uma população de cerca de 14 mil habitantes, conserva
em grande parte o ambiente senhorial dos seus mais ilustres filhos:
Francisco Montejo, conquistador do Yucatán o Cozumel, e o poeta
Cristóbal de Castellejo, paladino da métrica tradicional castelhana
frente às inovações italianizantes de Garcilaso, Boscán, etc.
No rio Águeda se reflectem as suas muralhas
–
parte do séc. XII e o restante do séc. XVIII
–,
perfeitamente conservadas, que delimitam o conjunto urbano.
É uma das cidades que melhor conserva o ambiente medieval feito
história, em casas com belos brasões, praças com pórticos e ruelas
serpenteantes de exótico sabor.
O aqueduto, a ponte, o cornijamento do seu monumento heráldico e
vestígios das estradas para Salamanca e para a Estremadura testemunham a
época romana.
A catedral foi edificada pelo mesmo rei que ergueu as muralhas, Fernando
II. Sobre a sua estrutura românica foram acrescentados elementos
posteriores. A fachada principal, com a sua airosa torre, é de transição
para o gótico. A marca bizantina aparece na porta dos Apóstolos. Quanto
aos seus edifícios religiosos, a cidade oferece exemplos de grande
valia, como as antigas igrejas de S. Isidoro, Santo André, S. Cristóvão
e a de Santa Marina. Na igreja-convento das clarissas conservam-se
vários sepulcros do século XVI.
Entre os edifícios civis cabe destacar a Casa Consistorial
–
na praça principal
–
obra do século XVI e dotada de esplêndidos pórticos e "Ioggia", o
palácio de Montarco, do século XV; o do marquês de los Autares, do XVI;
e ainda, já posteriores, os palácios del Aguila e dei Cañon.
Durante as guerras entre Pedro I e seu irmão Enrique de Trastâmara,
Ciudad Rodrigo manteve-se fiel ao partido deste último, que,
impressionado pela sua lealdade, a dotou de um magnífico alcázar
(fortaleza)
–
século XIV
–
para a salvaguardar de qualquer eventualidade guerreira.
Como todas as fortificações fronteiriças, o castelo foi o principal
protagonista de numerosos acontecimentos bélicos. Daí partiu, em 1385, o
rei de Castela contra Portugal
–
e também foi ponto de partida, em 1661, do duque de Osuna noutra
campanha militar.
Durante a Guerra da Sucessão, Ciudad Rodrigo foi conquistada pelo
arquiduque de Áustria frente às tropas napoleónicas. Em 1812, a cidade,
após o cerco levado a efeito pelo duque de Wellington, que lhe valeu o
título de duque de Ciudad Rodrigo, ficou, definitivamente, em poder
espanhol.
É célebre em Ciudad Rodrigo a filigrana "charra", de ouro e prata,
trabalho artesanal de primoroso estilo.
porta de Espanha para Aveiro
Europeu
|