VIANA DO CASTELO
Perto de Espanha, do aeroporto de Pedras Rubras, fácil de
alcançar por estrada, implantada no caminho entre Fátima e Santiago de
Compostela, construída à beira-Atlântico e à margem do rio Lima, rodeada
de montes onde o clima e a pureza do ar são fontes de saúde, Viana do
Castelo é sinfonia de beleza, terra ideal para longas férias ou curtas
estadias.
Actualmente capital do distrito mais setentrional do
País, o sítio onde, em 1258, D. Afonso III estabeleceu a vila chamava-se
Adro. Nas Inquirições impõe-lhe aquele monarca o nome de Viana, já
anterior. Nas Inquirições de D. Dinis apelidam-na de Viana de Riba do
Minha e, numa carta de D. Afonso V, de Viana de cerca de Caminha.
Noutros diplomas Viana da Foz do Lima, Viana do Minho, Viana do Lima,
Viana de Caminha.
A presença da ocupação humana nos mais recuados tempos
pré-históricos está abundantemente representada no subsolo da maior
parte da cidade e nos terrenos dos arrabaldes, até longa distância, quer
pela orla marítima quer pelas margens do rio.
Na foz do Lima, ao demolir-se o alicerce do antigo Cais
do Fortim, apareceram uma anforeta púnica e um pedaço de calabre de
cairo, testemunhos de ali ter estado um navio cartaginês. Também foram
encontrados, na região, restos de vila romana e de edifícios romanos
dotados de certo luxo.
Com sério fundamento arqueológico, diz a tradição ter
Viana suas origens no castro de Santa Luzia – a “Cidade Velha”.
... E ainda muito antes de Viana ser do Castelo já
existia uma irmanação (ainda hoje não efectiva mas desde há séculos
bastante afectiva) entre Aveiro e Viana do Castelo. De facto, há
notícias de que em 1504 havia na Terra Nova colónias de pescadores
aveirenses e vianenses. E não é menos curioso o facto de Aveiro e Viana
terem sido irmãs em aventuras e desventuras, das quais aqui evocaremos
apenas duas.
Durante anos, no século XVII, nenhum barco de Aveiro ou
de Viana pescou na Terra Nova – e isto porque Filipe II de Espanha,
quando mandou organizar a chamada Armada Invencível, requisitara todas
as embarcações com um mínimo de condições de adaptação a tarefas de
guerra – e lá foram por água abaixo até os barcos de pesca... Só no
século XIX a pesca do bacalhau voltaria a ser feita por barcos
portugueses.
Em 1931, por iniciativa da Empresa de Pesca de Aveiro,
três navios (o Santa Mafalda, o Santa Joana e o Santa Isabel) partiram
da Terra Nova para a Gronelândia, acompanhados pelo navio Santa Luzia da
Empresa de Pesca de Viana. Aconteceu que as condições de navegação do
Santa Luzia não eram as melhores, pelo que o Santa Mafalda teve de lhe
passar um cabo, rebocando-o durante quase três dias, até que, numa
tempestade, o cabo rebentou. De então para diante, cada navio viajou
isolado – só vindo a saber-se a sorte de cada um quando regressaram a
Portugal.
No entanto, o resultado da pescaria foi tão bom que, a
partir dessa época, a frota portuguesa iniciava a campanha na Terra Nova
e seguia, depois, para os mares da Gronelândia.
Do monte de Santa Luzia, junto ao Santuário, o horizonte
não tem fim. Lá em baixo, ao lado da velha cidade, espraia-se o
movimento do velho porto e dos estaleiros construindo barcos para o
mundo.
um abraço de séculos de
aventura e mar
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