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Boletim n.º 9 - Ano V - 1987

Informativo


No mês de Fevereiro iniciou a sua publicação o «Informativo», cuja periodicidade pretende ser mensal. Coordenado pelo Gabinete de Imprensa da Câmara Municipal, a sua maqueta é da responsabilidade do Gabinete de Design da mesma Câmara.

O Presidente da Edilidade, Dr. José Girão Pereira, nas palavras de abertura, escreveu o seguinte, sob o título «Razão de ser»:

– «Conforme determina a lei, as deliberações dos órgãos autárquicos, bem como as decisões dos respectivos titulares, destinadas a ter eficácia externa, serão obrigatoriamente publicadas em boletim da Autarquia, quando exista, ou em edital afixado nos lugares de estilo, durante 5 dos 10 dias subsequentes à tomada da deliberação ou decisão.

O Executivo Municipal tem dado cumprimento do preceito legal transcrito, servindo-se da via edital, procedimento que, no entanto, enferma de alguns inconvenientes, dada a circunstância de nem todos os Munícipes lerem os editais, sempre afixados nos lugares do estilo.

A Câmara Municipal, através do Pelouro da Cultura vem publicando o BOLETIM MUNICIPAL, publicação semestral de índole cultural e informativa que, dada a sua periodicidade, não pode, como é óbvio, atingir o fim que a lei contempla.

Assim, em reunião ordinária desta Câmara Municipal, foi deliberado por unanimidade mandar proceder à publicação de um Boletim Mensal para aquele efeito, coordenado pelo Gabinete de Imprensa da Câmara Municipal de Aveiro.

Para além daquelas deliberações, o Boletim Municipal passará a inserir o que se afigurar de interesse no nosso Município.

Pretende-se, ainda, que o Boletim Informativo Mensal seja um instrumento válido no sentido de publicitar o que de importante diga respeito à nossa Autarquia, cuja finalidade primeira visa a prossecução dos interesses das populações.

No primeiro número que vem a público, o Presidente da Câmara Municipal de Aveiro dirige uma palavra de saudação a todos os Munícipes e expressa-lhes firme vontade de tudo continuar a fazer em benefício da nossa Terra e das nossas Gentes».

 

I Congresso da Agricultura Portuguesa

 

De 20 a 22 de Fevereiro realizou-se, na cidade de Aveiro, o I Congresso da Agricultura Portuguesa, sob o tema «Agricultura Portuguesa na Europa». A iniciativa pertenceu à Confederação dos Agricultores Portugueses (C.A.P.), com o apoio do Ministério da Agricultura, Pescas e Alimentação, da Câmara Municipal de Aveiro, da Universidade de Aveiro, da Região de Turismo da «Rota da luz» e de outras Entidades. Debateram os diversos assuntos cerca de um milhar de participantes de todo o País que compreendia técnicos, investigadores, comerciantes, industriais, dirigentes cooperativos e das associações dos trabalhadores rurais, além dos agricultores e empresários agrícolas.

A primeira sessão foi presidida pelo Presidente da Assembleia da República, que estava ladeado pelo Ministro e Secretário de Estado da Agricultura, Presidente e Secretário-geral da CAP, Governador Civil, Presidente da Câmara e Bispo de Aveiro.

Na sessão de encerramento, presidida pelo Primeiro-Ministro, estiveram presentes os Ministros Álvaro Barreto e Valente de Oliveira, respectivamente titulares das / 43 / Pastas da Agricultura e do Planeamento e Administração Territorial, Secretários de Estado, Deputados pelo Círculo de Aveiro, outras autoridades civis e religiosas e militares e, ainda, o Vice-Presidente da Comissão das Comunidades Europeias, Andriessen, o Presidente do Comité Económico e Social, Alphonse Margot, e o Presidente das Organizações Profissionais Agrícolas, Hans Kjeeldsen.

A mais saliente e esperada conclusão destas jornadas é que o individualismo dos agricultores tem de acabar de vez. A modernização da agricultura portuguesa só se pode fazer desde que o associativismo seja uma força indestrutível, já que a integração na CEE exige o reforço nas diversas formas associativas, com vista a uma melhor adaptação às estruturas e maior informação, tendo em vista a construção de uma economia agrícola produtiva.

A experimentação agrícola foi considerada também fundamental para a modernização da nossa agricultura, sendo essencial que ela seja objectiva e tenha como determinante o sentido económico das práticas que aconselha e executada nas condições reais da cultura.

O Primeiro-Ministro Prof. Cavaco Silva, ao encerrar os trabalhos, considerando o momento de viragem que actualmente se vive em Portugal, afirmou ser «essencial a criação de uma nova geração de agricultores com preparação profissional, dinâmica e aberta à inovação e à técnica». Por isso o Governo tem como prioridade «o apoio aos jovens agricultores», sendo encorajante «verificar que, na sua maioria, os agricultores frequentam cursos nos centros de formação profissional agrícola e que cerca de 40% do valor dos projectos agrícolas candidatos a apoio comunitário foram apresentados por jovens agricultores».

         O Primeiro-Ministro fez um rápido balanço da nossa adesão à CEE, tendo afirmado que se registou maior subida do investimento em 1986 e que «na agricultura, como noutros domínios, os portugueses estão a demonstrar plena capacidade para aproveitar os fundos comunitários».

A terminar a sua intervenção, o Primeiro-Ministro garantiu que o Governo «aposta totalmente e sem condições no desenvolvimento da agricultura e no apoio aos agricultores».

 

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