PALAVRAS DE ABERTURA
Este número do BOLETIM
MUNICIPAL DE AVEIRO é, por coincidência, o último que se publica antes
do termo do actual mandato do Executivo Camarário. O Presidente,
primeiro responsável da Autarquia, terá, por isso, uma palavra a dizer
aqui, que mais não será que uma simples abertura.
Sempre entendi, no
desempenho das funções que a maioria dos Aveirenses me confiou, que a
função pública de gerir ou administrar uma Câmara pode e deve ser
considerada como um serviço de Cultura, tomado em sentido amplo, mas
verdadeiro. Servir o Homem, responsabilizando-se pelo bem-estar e pelo
progresso das populações, é uma manifestação pragmática daquela Cultura
que se vai adquirindo pelo estudo, pela experiência, pelo senso comum e
pelo contacto social.
Ao longo das páginas das
diversas edições do Boletim Municipal, depreende-se, mais ou menos
claramente, como a Cultura, de facto, tem estado subjacente às
actividades da Câmara, na sua sincera aspiração de salvaguardar ou pôr
em evidência monumentos seculares, de obstar ao desaparecimento de
edifícios de valor histórico ou artístico, de recolher pinturas, peças
cerâmicas ou líticas que se considerem de interesse, de entusiasmar
jovens e adultos a estudarem e tornarem conhecida a nossa história e as
nossas artes tradicionais, de subsidiar e encorajar grupos folclóricos,
bandas musicais, coros polifónicos, agrupamentos culturais e outras
associações ou manifestações congéneres.
Fez-se pouco? Talvez. Todos
desejaríamos mais e melhor. Mas deu-se resposta na medida do possível,
dentro dos nossos condicionalismos.
Numa urbe e num concelho que
não pára de crescer e de se desenvolver, mesmo desmedidamente,
ultrapassando projectos e planos directores, tem sido uma das nossas
preocupações «humanizar a cidade», isto é, dar alternativas aos
Aveirenses de se sentirem cada vez mais realizados como homens e como
mulheres, proporcionando-lhes condições de estabelecerem entre
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de uma autêntica comunidade social, ou de formarem pequenas comunidades
dentro da comunidade maior.
Julgamos que o Boletim
Municipal é credor de uma boa quota-parte na realização deste
desideratum, não só estando aberto à publicação de artigos e
estudos, mas também informando e mesmo divulgando aquelas notícias que
se enquadram dentro dos parâmetros que lhe foram traçados desde o início
da sua publicação.
Nesta altura, expresso
pessoalmente o meu louvor e a minha gratidão ao Vereador do Pelouro da
Cultura, que tomou directamente o encargo do Boletim Municipal, aos seus
imediatos colaboradores e a todos os que contribuíram para que a revista
fosse uma consoladora realidade. Faço votos. por que continue a
editar-se, para bem da Cultura, para bem de Aveiro.
José Girão Pereira
Presidente da Câmara Municipal de Aveiro |