EXPOSIÇÃO «AVEIRO ANTIGO
E SUA EVOLUÇÃO»
No Salão Cultural do
Município realizou-se, de 5 a 14 de Outubro, a exposição de fotografias
de António Campos Graça, à qual se deu o nome de «Aveiro Antigo e sua
evolução». Produto de meio século de trabalho e dedicação, a colecção
exibida mereceu a admiração e o encómio do público aveirense, que se
mostrou muito interessado em conhecer, rever e reviver imagens de
antanho, cujos elementos característicos referenciam a identidade da
cidade.
Verdadeira maravilha, «este
espólio constitui um valioso contributo fotográfico e documental para a
história da própria cidade e sobretudo para todos os aveirenses, amantes
da sua terra, – assim definiu Francisco da Encarnação Dias, presidente
da Assembleia Municipal, ao deixar por escrito o seu parecer no livro
dos visitantes. Recordando lugares e edifícios de outras décadas, diria
uma jovem que a mostra significava uma «exposição instrutiva
principalmente para os mais novos, porque lhes permitia ver desde o
Aveiro antigo e comparar com o actual».
Elísio de Oliveira, depois
de cuidadosa e interessadamente percorrer os diversos expositores, pôde
deixar a seguinte reflexão: – «É bom poder recuar aos tempos que nos
precederam e que criaram o ambiente actual da cidade de Aveiro; é
/ 74 /
bom descer a esse tempo e ver as nossas raízes, que nos individualizaram
e caracterizaram».
Efectivamente, António
Campos Graça, tornou-se conhecido pelo seu passatempo favorito: captar
pela fotografia pormenores e quadros citadinos, além de coleccionar
imagens obtidas por outros fotógrafos amadores, seus amigos. Assim, ao
longo dos anos, conseguiu juntar uma documentação que passou a ser
motivo de cobiça. «É Um trabalho que só com muita paciência e muito amor
a esta terra foi conseguido... e tudo quanto for feito para o preservar
nunca será demais; é uma bela lição de aveirismo» – escreveu o Dr. Amaro
Neves. Por sua vez, o Dr. Orlando de Oliveira havia de dizer:
– «Esta exposição é a prova
cabal do real valor de António Graça como homem, como
artista-coleccionador e como aveirense; demonstra o acrisolado amor que
ele tem à sua terra alavariense e documenta o muito que Aveiro lhe
deve».
Ao rememorarmos a exposição
«Aveiro Antigo e sua evolução», recortámos, a esmo, diversos testemunhos
de alguns das muitas centenas de pessoas que a visitaram. O Padre
Sebastião António Rendeiro, chefe da Redacção do "Correio do Vouga",
haveria de registar que «a história de Aveiro não se pode fazer sem esta
preciosa riqueza de António Campos Graça»; e rematava: – «São documentos
de alto valor – um património que deve ser guardado e venerado», João
Sarabando, por seu lado, augurou: – «Oxalá não tarde a criação do Museu
da Cidade de Aveiro; nele ficariam devidamente resguardadas estas e
outras preciosidades, respeitantes à urbe».
António Campos Graça, quis
que o fruto do seu trabalho não se perdesse, mas que tal espólio se
guardasse para proveito de Aveiro. Consequentemente, nas vésperas de
encerrar a exposição, acordou com a Câmara Municipal de Aveiro, por
intermédio do Vereador da Cultura, a forma de confiar à Edilidade a sua
colecção de fotografias. E assim aconteceu.
Mais ainda. Os Serviços de
Cultura lançaram-se à edição de um catálogo da exposição, posteriormente
publicado; esta iniciativa também significou a homenagem ao homem que
despendeu o melhor da sua vida, recolhendo e preservando imagens da sua
terra, como a viu e amou.
Não terminamos melhor esta
notícia senão com transcrição das palavras do Dr. David Cristo, no livro
dos visitantes: – «Trata-se de uma valiosíssima mostra, devida à
devotação e arte do aveirense, distinto expositor. Importantíssima para
os aveirógrafos. Esta iniciativa impõe um testemunho de agradecimento
dos aveirenses a António Campos Graça».
|