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INTERNATO
DISTRITAL DE AVEIRO
RELATÓRIO
ANUAL – 1981
Mais um ano se passou com o esforço,
dedicação e amor que todos nós demos a esta Instituição, para que os
nossos pequenos se sintam o melhor possível, ainda que longe dos
seus familiares.
É do conhecimento de todos que a
tarefa de educar e fazer os homens de amanhã é bem difícil,
principalmente numa época em que a juventude tanto reivindica e até
quer prescindir dos conselhos e orientação que os próprios pais ou
os educadores acham por bem dar-lhes; e principalmente também porque
os nossos rapazes estão traumatizados por acontecimentos na sua vida
que os deixaram profundamente marcados e revoltados. É muito difícil
e duma responsabilidade tremenda!
No entanto fizemos e faremos cumprir
o que estiver ao nosso alcance para o bem deles e para que daqui
saiam com possibilidades de virem a singrar na vida.
1 – DA
EDUCAÇÃO
O número dos nossos educandos, que
frequentou as Escolas Primária, Preparatória, Secundárias, Cerci e
Conservatório, foi o seguinte, assim como o aproveitamento obtido:
|
Ensino Primário |
46 a) |
75 % |
Escolas Preparatórias |
11 |
80 % |
Escolas Secundárias |
4 |
100 % |
Cerci |
4 |
100 % |
Conservatório de Música |
1 |
100 % |
|
|
a) – Entraram de novo + 2, no
decorrer do ano.
A semelhança dos outros anos, a
Encarregada manteve estreito contacto e participou em todas as
reuniões de professores e encarregados de Educação para se manter a
par de todas as ocorrências e situações.
Foram conseguidos para os nossos
rapazes, todos os subsídios atribuídos pelo NAS E e IASE aos alunos
mais necessitados; os Serviços Municipalizados de Aveiro como já
acontece há 3 anos, forneceram, a meu pedido, a título gratuito,
passes dos autocarros a todos os nossos educandos que frequentam
estabelecimentos de Ensino em Aveiro.
Dos alunos das Escolas Secundárias
um desistiu logo no fim do 1.º Período. por não ter atingido o nível
de rendimento necessário ao prosseguimento dos seus estudos.
Da Cerci, também saiu um educando
que foi integrado familiar e profissionalmente por intermédio do
Serviço Social do Internato.
Ao terminar o período lectivo, foram
matriculados para o ano de 81/82 os seguintes educandos:
Ensino Primário .................... 11
Ciclo Preparatório
................
11
Escolas Secundárias..............
3
Cerci
.........................................
3
Conservatório de Música
.......
1
2 – DO
SERVIÇO SOCIAL
2.1 – Pedidos de Internamento
Na sequência do trabalho realizado
em anos anteriores a Técnica do Serviço Social continuou a
deslocar-se ao exterior para acompanhar os agregados familiares dos
educandos e analisar, in loco, a situação global de cada caso
proposto para internamento.
Pela acção desenvolvida concluiu-se
que dos 15 pedidos de internamento.
– 4, sem capacidade de resposta no
meio, foram deferidos, caracterizando-se 1 deles de readmissão;
– 3 não foram admitidos; 1 encontrou
a solução no meio; os dois outros estavam deslocados, obtendo 1
resposta positiva da instituição adequada;
– 3 deles foram feitos verbalmente
esclarecendo-se os interessados dos objectivos da instituição que
não respondia aos seus problemas;
– 5 aguardam na Assembleia Distrital
o despacho de Sua Ex.ª o Senhor Presidente.
|
QUADRO I – PEDIDOS DE
INTERNAMENTO |
|
|
Deferidos |
Indeferidos |
Anulados |
A decorrer |
Total |
4 |
3 |
3 |
5 |
15 |
|
|
É de salientar que os pedidos de
internamento por um lado, têm vindo a diminuir, por outro, chega-nos
ao conhecimento casos muito dramáticos que envolvem crianças com
idades inferiores à prevista nos estatutos para internamento e do
sexo feminino.
2.2 – Movimento de Internados
Os rapazes que se iniciaram
profissionalmente vieram a manifestar de forma progressiva e
acentuada, ao longo do ano, a vontade de sair do Internato.
Essa manifestação raramente se
traduziu em comportamento exemplar, bem pelo contrário, por atitudes
e gestos negativos.
Dos 7 educandos que saíram, 3 tinham
atingido o limite de idade, 2 a pedido de familiares, que trataram
da sua integração sócio-profissional e 2 por não quererem
/ 74 / permanecer no IDA. A
estes foi devidamente preparada a reinserção familiar, social e
profissional.
Entraram 2 menores: 1 a pedido do
Comandante da G. N. R. de Aveiro, outro, readmitido, a pedido de sua
mãe.
A mobilidade da população do IDA
variou entre 74 e 69 elementos.
|
QUADRO 2 – MOVIMENTO DE
INTERNADOS |
|
|
|
|
Encontram-se em experiência de
integração 8 educandos.
3 – SAÚDE
Neste campo luta-se com dificuldades
grandes em prestar assistência célere e eficiente aos nossos rapazes,
principalmente nas consultas de especialidades.
Dr. Manuel Soares mostra-se
disponível sempre que solicitado. prestando óptima colaboração e
orientação.
Os Centros de Saúde de S. Bernardo e
Infantil de Coimbra apoiam-nos na medida do possível e o Centro de
Saúde de Aveiro atende, quando necessário, os nossos rapazes para
vacinação.
Resta referir o Hospital Distrital.
Somos socorridos pelo Banco de Urgência e temos acesso a várias
consultas de especialidades. Porém não a todas. Refiro como exemplo
a de otorrino, consulta por nós tão solicitada (ao longo do ano
ficamos com 5 rapazes propostos para intervenção cirúrgica 2 dos
quais foram já atendidos). O Hospital não tem contrato com a Caixa
de Previdência a nível desta e doutras especialidades e todos os
nossos educandos são utentes. Só por boa vontade de funcionários e
do próprio médico tenho obtido as consultas necessárias. O mesmo se
passa nos Serviços de Radiologia e Análise onde temos sido atendidos
por ter conseguido uma autorização pessoal dos médicos responsáveis.
Em Estomatologia nem por meio do Banco de Urgência temos acesso às
marcações de consultas, que estão sempre canceladas.
Ainda a este nível e porque o Dr.
Pires que uma vez por outra consultava gratuitamente os rapazes mais
necessitados, agora se recusa a fazê-lo, dirigi-me aos S. M. S.
(Serviços Médico Sociais). Aí há marcações 2 vezes por ano, podendo
nós inscrever apenas um número limitado de rapazes. Para os outros
resta-nos dirigir aos serviços todos os dias às 8 horas afim de
conseguir obter alguma vago. Esta situação é incomportável com a
estrutura do IDA.
Torna-se pois urgente a tomada de
medidas, no que respeita à saúde dos nossos rapazes, como lá foi
referido no relatório do ano passado.
|
QUADRO 3 – CONSULTAS |
|
|
H.D.A. |
C.S.A. |
C.A.M.J.C. |
C.S.M.S.B |
Urgência |
Especialidade |
15 |
50 |
60 |
7 |
3 |
|
|
4 –
ASSISTÊNCIA RELIGIOSA
27 rapazes frequentaram a catequese
durante o ano lectivo 1980/81. 15 foram preparados doutrinalmente no
IDA por 2 Monitores que se esmeraram no seu trabalho afim de que
alguns fizessem a 1.ª Comunhão Solene. Isto porque as idades e o
número elevado proposto para a frequência na Paróquia levou de
imediato a uma rejeição, por parte do Pároco, de alguns deles.
Foi-lhe pedido, então, apoio pelas Monitoras. Não o negou mas foi
demasiado escasso, sentindo-se as senhoras muito entregues ao seu
próprio método, orientação e capacidade.
8 fizeram a Comunhão Solene, sendo 5
deles preparados no IDA.
A festa, realizada no dia de Corpo
de Deus, foi toda ela singeleza, encanto, alegria e participação
total das crianças, familiares e pessoal da Instituição.
Para 1981/82 foram inscritos na
Paróquia 25 rapazes. 5 continuam a cargo de uma Monitora.
Dada a falta de resposta à
Instituição por parte da Paróquia diligenciou-se junto dos
Missionários Combonianos, em Aradas, que pronta e simpaticamente
aceitaram vir ao IDA estar, conversar, ensinar, transmitir amizade
em palavras, música, slides, filmes.
Os nossos rapazes estão encantados e
têm participado positivamente.
5 – O
QUOTIDIANO
Na Instituição os dias repetem-se
com as mesmas tarefas a cumprir, deveres, diferentes diversões, o
espírito que se deseja sempre de família. E em duas épocas do ano se
irmanam mais os nossos rapazes na participação do dia-a-dia: férias
grandes e Natal.
As férias são organizadas de modo a
que cada um passe um período determinado de tempo na família, na
Instituição e na praia. Uma vez mais recorreremos à Escola Primária
da Barra – «o Hotel de 5 Estrelas» para as férias balneares.
Colaboração eficiente, amizade, humilde entre o grupo de adultos e
cada um dos rapazes saldou-se numa quase perfeita família, unida e
feliz.
/ 75 /
Também no Natal transparece em cada
rosto uma alegria nova, uma renovada esperança. E há frenesim nas
canções que se ensaiam, limpezas realizadas, estreia do vestuário,
conversação que mantêm na ânsia da chegada do dia grande. 18 de
Dezembro é mais cor, brinquedos, mimos, alegria. A participação é de
todos mas com realce, este ano, para o Pároco de Cacia e um grupo de
jovens que divertiram com canções, danças e ilusionismo e um dos
nossos educandos que, de improviso, abriu triunfalisticamente, com
trompetes e tambores, a festa.
6 – DAS
ACTIVIDADES ADMINISTRATIVAS
O custo de vida subiu e
consequentemente aumentaram as despesas, embora todas as aquisições
feitas para o Internato sejam as absolutamente necessárias e
imprescindíveis e procurando sempre os armazéns ou fábricas para que
o seu fornecimento se torne mais económico.
Este ano também a conservação da
casa, caldeiras, depósitos e electrodomésticos ficou bastante
dispendiosa porque estão em funcionamento há quase dez anos e há que
as reparar.
Por outro lado o ano agrícola foi
mau e o abastecimento que a quinta nos dá foi seriamente afectado.
Tivemos que, a conselho do Senhor Eng.º Barros da Cruz acabar com o
pomar que, apesar de todos os anos ser tratado com produtos por ele
indicados foi invadido pela lagarta de duas cabeças que tornou ocos
os troncos e ramos das macieiras dando como resultado uma produção
mínima. Para que o bicho desapareça, esse terreno vai ser semeado a
batatas durante peta menos dois anos. Os pessegueiros também foram
arrancados a conselho do mesmo Senhor Eng. por a produção ser nula
já há anos, e aí serem se meadas batatas e feijões.
Há ainda o terreno que fica no
exterior da quinta onde sempre se tem semeado batatas porque também
deu pouco rendimento – um terço da produção do ano passado – vamos
mudar para feijão durante dois anos a fim de a terra descansar.
Estas foram as modificações que a
quinta sofreu para termos no futuro um melhor rendimento.
A produção referente a este ano foi
a seguinte:
Abóboras
....................................... 500 kg.
Alhos
.................................................
55 »
Batatas
.........................................
4134 »
Cebolas
..........................................
450 »
Ervilhas
...........................................
150 »
Favas
...............................................
205 »
Feijões
.............................................
435 »
Tomates
................................... .......
118 »
Alfaces
...............................................
80 pés
Hortaliças
.......................................
3257
»
Cebolo de plantar
..............................
40
molhos
Grêlos
....................................... ....... 414 »
Pepinos
...............................................
71
Frutas
Maçãs
....................................... .........425 kg.
Peras
...................................................
89 »
Laranjas
...............................................
40 »
Carnes
Coelho
..................................................
40 kg.
Frangos
................................................
68 »
Porco
................................................
1135 »
Bonsucesso, 22 de Fevereiro de 1982.
A Directora,
Maria do Rosário Reis
* * *
CASA DA CRIANÇA
DE ALBERGARIA-A-VELHA
RELATÓRIO DAS
ACTIVIDADES DURANTE O ANO DE 1981
A Casa da Criança continua a cumprir
a missão específica para que foi criada: – Acolher, educar e recrear
as crianças durante o trabalho das mães.
Com a evolução da vida moderna, cada
vez mais a mulher tem necessidade de trabalhar fora do lar. Essa
necessidade, se em muitos casos é de ordem económica, pode ser
também por desejo de realização profissional e pessoal, ou até pela
instabilidade da vida actual.
A Casa da Criança não só responde a
estas necessidades procurando supletivamente substituir a mãe, como
educar e promover a integração da criança em grupos, preparando-a
para a sua futura inserção na vida social do País.
DO
FUNCIONAMENTO DA CASA: –
A confirmação do acima exposto é-nos dada pela frequência e
constantes pedidos de admissão. Isto, apesar da existência de 2
Jardins Infantis particulares e duma classe Infantil no Colégio.
A Casa continua a ser frequentada
por crianças de todos os estratos sociais, sendo as mensalidades
calculadas
/ 76 / segundo o rendimento
familiar. Parece-nos bastante positiva a existência das
mensalidades, responsabilizando os pais e levando-os a
interessarem-se e a participarem na vida da Casa.
As crianças estão divididas por
grupos etários, tendo cada grupo uma responsável, o que permite
melhor acompanhamento.
A CRECHE recebe crianças dos 3 meses
aos 3 anos. A idade limite da passagem do grupo não é rígida.
Depende da evolução e desenvolvimento da criança.
A alimentação é feita de acordo com
as regras da moderna dietética infantil.
Dos 3 meses aos 2 anos estão no
Berçário e dos 2 aos 3 anos noutra sala com uma responsável.
JARDIM
INFANTIL (3 aos 6 anos) –
As crianças estão distribuídas em 2 salas e as actividades a que se
entregam durante o dia são correspondentes às idades e ao
desenvolvimento psíquico e psicológico.
Nas visitas a Instituições
similares, temos verificado que esta Casa da Criança não se acha de
modo algum atrasada ou em situação de inferioridade perante elas.
ACTIVIDADES
– Além das actividades diárias e normais numa Casa da Criança, temos
procurado proporcionar outras como: passeios para Jardins Públicos
ou matas, o que permite às crianças exteriorizar melhor a sua
natural vivacidade e respirar ar menos poluído.
Sempre que nesta Vila há
espectáculos ou festas infantis, as crianças desta casa a elas
assistem.
Nas festas principais como Natal,
Carnaval e Páscoa, organizámos uma festazinha, o que muito agrada
não só às crianças como aos pais.
Como de costume, terminámos o Ano
Escolar com um passeio, desta vez ao Palácio de Cristal no Porto e à
Casa do Gaiato de Paço de Sousa.
Temos procurado melhorar sempre os
serviços desta Casa, introduzindo actividades que correspondem às
necessidades sentidas. Este ano pareceu-nos que a ginástica seria a
mais necessária. Numa reunião de pais lançámos a ideia, que foi
muito bem acolhida e participada, pois que os pais pagam (80$00
mensais) à professora que 2 vezes por semana vem dar a ginástica.
OBRAS
– Este ano a Casa foi beneficiada com grandes obras interiores de
que estava bastante carecida. A cozinha foi pintada. alguns móveis
foram substituídos e outros sofreram beneficiações e o pavimento foi
alcatifado com plastificado. Esta divisão carece ainda dum
frigorífico e dum fogão, pois o existente é pequeno para as
necessidades, além de ter o forno totalmente avariado, devido aos
longos anos de trabalho.
Duas salas foram completamente
remodeladas, e as restantes também foram pintadas na medida das
necessidades.
NECESSIDADES
MAIS PREMENTES: – O
fogão, como acima referimos e a pintura exterior do edifício,
sobretudo as janelas e portas que se encontram bastante
deterioradas.
CONCLUSÃO:
– Sendo as crianças o nosso mais valiosos património e a esperança
dos anos futuros, a sua educação deve merecer-nos todos os cuidados.
Uma Casa da Criança exige de quem
nela trabalha uma doação total e o esquecimento do espírito
mercenário.
De nossa parte esperamos ter
cumprido neste espírito a nossa missão, procurando fazer felizes as
crianças da nossa terra.
Albergaria-a-Velha, aos 15 de
Fevereiro de 1982.
A Encarregada-Geral.
Maria Margarida Correia Tavares
* * *
CASA DA
CRIANÇA DE ÁGUEDA
RELATÓRIO DE ACTIVIDADES DURANTE
O ANO DE 1981
CONSIDERAÇÕES GERAIS:
– A Casa da Criança de Águeda deu assistência a 101 crianças com
idades compreendidas entre os 3 anos e a idade escolar.
Na sua maioria os pais das crianças,
que frequentam a Casa da Criança trabalham, daí a recorrerem a este
estabelecimento de assistência. Outros há que o fazem pelo facto de
ser benéfico no desenvolvimento psico-social da criança o contacto
com outras crianças e com técnicas de educação.
O ano de 1981 trouxe à Casa da
Criança, especificamente às suas crianças, aquilo que elas mereciam:
uma carrinha, que as transportasse na ida para a Casa da Criança e
no regresso a casa.
Esta carrinha foi adquirida por uma
Comissão de Pais que junto do Concelho Aguedense e nos seus
Concelhos limítrofes fizeram o seu peditório.
Mais uma vez a escola do Magistério
Infantil de Coimbra escolheu esta Instituição para estágio de alunas
do 3.º ano daquela escola.
Em número de duas estagiárias,
iniciaram o estágio em Outubro de 1980 e terminaram em Julho de
1981. Em Outubro de 1981 a Escola do Magistério Infantil de
/ 77 / Coimbra decidiu acabar
com o tempo de estágio nesta Instituição, em virtude de não existir
nenhuma Educadora de Infância no quadro, que pudesse auxiliar as
estagiárias durante o seu estágio.
A Casa da Criança iniciou o ano com
um défice de pessoal, face às crianças a que dá assistência.
Assim como não consegue dar resposta
aos inúmeros pedidos de pais que pretendem que os filhos frequentem
esta Instituição.
ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS AO
LONGO DE 1981: – Durante
o ano de 1981 por duas vezes crianças desta Instituição se
deslocaram a Coimbra ao Portugal dos Pequeninos. Da primeira vez
foram as crianças dos 5 anos aos 6 anos, que, aproveitando a
deslocação ao Portugal dos Pequeninos, visitaram também a
Radiodifusão Portuguesa – Zona Centro.
Da segunda vez, a deslocação foi
apenas ao Portugal dos Pequeninos e desta vez foi feita pelas
crianças dos 4 aos 5 anos.
Em Julho as crianças entre os 3 e 5
anos foram várias vezes passar os dias ao rio onde tomaram o seu
banho.
Este ano iniciou-se mais uma
actividade: A educação física. Esta foi conseguida através da Casa
do Povo de Águeda. E assim, 2 vezes por semana, as crianças têm
educação física, pagando cada criança uma pequena mensalidade de
20$00.
Também em 1981 e através de
contactos estabelecidos com a direcção da Empresa Cinematográfica de
S. Pedro, SARL foram concedidas a esta Instituição 10 bilhetes para
a sessão Infantil da manhã de domingo. E assim das 68 crianças que
frequentam a secção do jardim infantil, cada domingo vão 10 crianças
acompanhadas por uma funcionária.
No Natal efectua-se uma festa com a
distribuição de prendas. Nesta festa participaram os pais das
crianças num lanche convívio.
Pelo Carnaval, a convite do
Infantário, as crianças foram todas fantasiadas com as educadoras
jogar o Carnaval, onde passaram a tarde e lancharam. Esta festa teve
lugar do Infantário de Águeda. As crianças ficaram radiantes e
felizes com esta festa.
Ao longo de 1981 efectuaram-se 2
reuniões de Pais para tratar de assuntos relacionados com as
actividades desenvolvidas pelas crianças desta Instituição.
OBRAS FEITAS NA CASA DA CRIANÇA:
– Foi ampliado o dormitório com a aplicação de um tecto falso e seu
alcatifamento; Vedação de umas escadas, que dão para o primeiro
andar, para o dormitório ficar mais aconchegado e ser mais fácil o
seu aquecimento. Mais se fez na secção do Infantário: alcatifar os
corredores e uma sala.
ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DA CASA:
– A Casa da Criança funciona com: 1 Encarregada-Geral; 2 monitoras;
3 serventes; 1 cozinheira e 1 ajudante de cozinha.
Com a entrada em funcionamento da
carrinha, o quadro do pessoal da Casa da Criança, alargou-se a 1
motorista.
O horário adoptado pela Instituição
é o mesmo dos anos anteriores, ou seja, abertura às 7,30 horas e
encerramento às 19 horas. Salientamos que este é o horário que mais
convém à grande maioria dos pais.
O pessoal é distribuído por duas
secções que esta Casa tem: a secção de Infantário e a secção de
Jardim de Infância.
Na secção de jardim de infância, com
a frequência de 68 crianças com idades compreendidas entre os 2 anos
e a idade escolar, trabalham 4 funcionárias. É de realçar que nesta
secção as crianças estão divididas por 4 salas de actividades. Numa
sala com crianças dos 2 aos 3 anos. Outra com as crianças dos 3 aos
4 anos. E outra com crianças de 4 anos. E ainda outras com crianças
dos 5 aos 6 anos.
Estas salas funcionaram com o apoio
das educadoras estagiárias.
A secção de Infantário com 16
crianças desde os 3 meses até aos 2 anos, funciona com uma
funcionária, sendo ajudada por outra nas horas das refeições. No
final do ano existiam 13 crianças com a idade compreendida a partir
dos 3 meses até aos 2 anos, e 88 desta idade até aos 5 anos.
Na cozinha trabalha uma cozinheira
auxiliada quando necessário pela ajudante de cozinha.
A supervisionar estas duas secções e
a cozinha está a Encarregada-Geral.
Esta Instituição encerrou para
férias no mês de Agosto.
NECESSIDADES MAIS PREMENTES DA
CASA DA CRIANÇA: – Será a
garagem para abrigar a carrinha da chuva, que se está a deteriorar.
De grande necessidade é a pintura de
todas as paredes do interior da Casa, que se encontram muito feias.
O salão interior, que serve de
recreio tem os tacos a levantar.
Esperamos, que esta Casa continue a
atender todas as mães, que trabalham e não têm quem lhes tome conta
dos seus filhos, e lhes dê aquilo que muitos deles não têm em suas
casas.
Águeda, 15 de Janeiro de 1981.
A Encarregada-Geral.
Alice Diniz Carvalho Antunes Neves
/ 78 /
CASA DA
CRIANÇA DE MEALHADA
RELATÓRIO DE
ACTIVIDADES DURANTE O ANO DE 1981
O ano de 1981 decorreu de acordo com
os problemas da vida actual, que exige cada vez mais o trabalho da
mulher (mãe) fora do lar, impondo à sociedade a existência de
Estabelecimentos de Assistência à criança.
A Casa da Criança da Mealhada exige
de todo o pessoal muitos deveres e obrigações que nem sempre se
podem cumprir correctamente, mas sempre dentro das possibilidades
existentes a fim de procurar que as crianças, em idade pré-escolar
se sintam felizes e ao mesmo tempo evitar que fiquem na rua, ou
entregues a vizinhos.
Em 1981 esta Casa da Criança
funcionou com o seguinte pessoal:
1 – Encarregada-Geral
1 – Monitora
1 – Cozinheira
3 – Serventes
1 – Jardineiro
Afigura-se extremamente necessário
uma monitora para o Sector da Creche.
Foi instaurado um processo
disciplinar à cozinheira por motivo de desobediência e agressão na
face a uma criança de dez meses de idade, motivo pelo qual deu
entrada uma nova cozinheira especializada. Primeiramente permaneceu
a título de contrato a prazo e mais tarde foi admitida no quadro.
FREQUÊNCIA DA CASA
O ano de 1981 entrou em actividade
em Janeiro com crianças de ambos os sexos, sendo da Secção da
Creche, do Jardim de Infância.
SECÇÃO DA CRECHE
A Secção compreende crianças entre
os 3 meses e 3 anos de idade e subdivide-se em 2 grupos;
1.º – é o berçário
2.º – é dos 2 aos 3 anos
Esta Secção funciona apenas com uma
funcionária (servente) a tempo inteiro, sendo auxiliada por outra
quando necessário (servente que também auxilia na cozinha e em
limpezas).
Na Creche nota-se muito a falta de
uma monitora devidamente qualificada por motivo de ser a idade que
requer mais cuidados e preocupações para o bom desenvolvimento e
psicologia das crianças, motivo pelo qual o pessoal existente não
corresponde de modo algum a estas exigências.
JARDIM DE INFÂNCIA
A Secção do Jardim de Infância é
subdividida em 2 grupos;
O 1.º é dos 3 aos 4 anos. O 2.º é
dos 4 aos 6 anos.
Cada um dos grupos está entregue a
uma unidade de pessoal:
O 1.º a uma servente
O 2.º a uma monitora
De facto e dada a falta de pessoal
técnico, o trabalho torna-se muito mais difícil para o pessoal
existente, visto não ter especialização e ser exigido um trabalho
muito sério e adequado às crianças e suas idades.
ALIMENTAÇÃO
Procura-se que a alimentação das
crianças corresponda às normas exigidas pela dietética infantil.
SAÚDE
No aspecto da saúde começará a
funcionar nesta Casa da Criança o consultório médico com visitas de
um médico do Centro de Saúde local uma vez por mês, logo que sejam
concluídas as obras de construção em curso.
FÉRIAS
A Casa da Criança encerrou para
férias de pessoal durante o mês de Julho.
FESTAS
No Natal a Casa da Criança já se
encontrava encerrada para obras, mas dentro das possibilidades da
altura fizemos uma pequena festa com as crianças e familiares
seguida de um lanche e distribuição de brinquedos e guloseimas.
/ 79 /
OBRAS FEITAS NA CASA
Durante o ano de 1981, foi elaborada
uma empreitada da qual constava a revisão de todo o edifício e de
acrescento destinado a uma lavandaria e duas salas. Também fazia
parte:
– Pintura interior e exterior
– Reparação de estuques
– Reparação da instalação eléctrica
– Reparação de madeiras
– Colocação de alcatifas plásticas
em quase todos os compartimentos do edifício.
MATERIAIS FORNECIDOS
– Convectores eléctricos
– Cilindro eléctrico para
aquecimento de água
– Tecido para batas de pessoal
– Tecido para bibes
– Tecido para lençóis
– Tecido para colchas
– Cobertores
NECESSIDADES MAIS PREMENTES
– Material didáctico variado
– Pessoal especializado
– Mobiliário
– Cortinas
– Persianas
– Fritadeira eléctrica
– Reparação de baloiços
– Reparação de camas da secção da
Creche
– Substituição do fogão existente
– Vedação dos terrenos anexos ao
edifício
Esperamos que as obras sejam
concluídas o mais rápido possível e estamos com esperanças de que no
novo ano se continue a cumprir cada vez melhor a missão que nos foi
confiada pelos pais e pela Assembleia Distrital.
Mealhada, 19 de Março de 1982.
A Encarregada-Geral.
Silvina de Paiva Macedo Simões |