Já de certa feita ouvimos a Ferreira
de Castro, em roda de cavaco entre amigos, que não guardava
saudades dos seus tempos infantis e juvenis. Pareceu-nos que nem
todos os circunstantes se aperceberam da espécie de acrimónia do
autor de «A Selva», em tão estreita confidência. Olhos no chão,
alguns; incrédulos, outros, acabaram todos por dar a mão à
palmatória, quanto à asserção do nosso grande escritor hodierno.
Sim! Era bem de ver! Quem, como ele, à roda dos treze anos, era
logo despejado naquele mundo hostil do Amazonas, à sorte e à
mercê, sem mais arrimo que os próprios braços, e sem mais
direitos cívicos do que o de morrer onde melhor quisesse, desde
que não conseguisse sobreviver àquele sol em brasa que inoculava
a morte, como prémio mor dos grandes sacrifícios e grandes
provações a vencer, ou por elas ser vencidos. |
Ferreira de Castro na Ilha da
Madeira (1967) |
Não havia mais alternativas – viver,
se pudesse ser, ou morrer, se tivesse que ser. Estas ridentes
perspectivas, imbuídas de um silêncio sepulcral, sem princípio nem
fim, tanto podiam ser a antecâmara da morte, como a antecâmara da
vida, como quase equivalente condenação. Quanta vez, à recordação da
sua aldeia natal, e da triste velhinha sua Mãe, se teria escondido,
o futuro grande escritor, para chorar, na certeza de que, em Ossela,
também ela sofreria, embora sem saber da verdadeira colónia penal em
que ele fora cair, mesmo que sem libelo prévio.
Como se tanto não bastasse, em tão
insólita via-sacra, havia ainda a praga dos peles-vermelhas –
os parintintins – como por ali se lhes chamava – e a respeito dos
quais tantas histórias terrificantes havia lido, em revistas
brasileiras emprestadas por condiscípulos seus amigos, na escola
régia, em Santo António de Ossela. Essas histórias eram totalmente
ilustradas, por quadradinhos, a toda a superfície da página. Por
baixo de cada quadradinho, a respectiva legenda; de maneira que,
legendas e gravuras se completavam, no todo homogéneo da história. O
que, então, tanto fizera vibrar o menino, apavorava-o agora. É que
os paratintins sabiam como que voar, na brenha compacta, sem dar
senha de presença pelo mínimo ruído. A caça do branco, seta
empeçonhada sempre em riste, sabiam disfarçar-se por detrás de um
tronco ou moiteira, na brenha. E quando a vítima se precatasse, logo
estava varada do peito às costas, sem ter tempo, sequer, para dar um
ai! De que servia o rifle ali à mão, se o índio não dava nota da
proximidade, até bem perto do desventurado seringueiro?!
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Pois é... os paratintins... Tal como
brasas solapadas na cinza da lareira, o infante de Ossela não
conseguia disfarçar o verdadeiro pavor de que andava tomado. Sem
poder deslindar-se de tão urgente preocupação, ao simples zunido de
um mosquito, logo tomava o rifle, até mesmo sem ainda ter aprendido
capazmente a manejá-lo. Inúmeras vezes, sem conseguir vencer tão
penosas mortificações, discernia para consigo: «Há-de ser
experiência terrível, isso de ser varado por uma seta, sem qualquer
espécie de transição, entre a vida e a morte!»
Assim dobavam os dias e as horas, ao
desachego das alegrias, para o nosso pequeno osselense, ainda e
sempre mal acadimado, naquele estranhamente agreste mundo!
E então, malucava consigo mesmo:
Quando calhasse, qualquer dos
seringueiros doutras zonas do «Paraíso», que, de raro em raro, por
ali passavam, viria dar consigo morto, num lago de sangue. Tira boi
e tira vaca, flecha arrancada da arca do peito, levá-lo-iam a
enterrar naquele chão adusto, debaixo daquele chão plúmbeo – sem uma
lágrima de piedade, e sem um adeus para todo o sempre – a um bafo de
maldição que superava o mundo e as suas leis humanas.
*
Aconteceu que, aquando desta mais
recente visita de Ferreira de Castro ao Brasil, lêssemos nos jornais
portugueses, contra o que julgávamos saber, que, no regresso a
Portugal, viria ele pelo norte do Brasil, a fim de visitar o
Amazonas, mas em especial o Seringal «Paraíso». Quedei atónito: o
nosso ideal literário fora visitarmos o «Inferno Verde da Amazónia»,
embora numa visita-relâmpago, para nos ambientarmos. Tal fim em
vista, contudo, só podíamos fazê-lo na companhia do próprio autor da
«Selva», para podermos deter a exactidão dos seus passos por tão
dolorosas paragens. Não me surpreendeu a resposta do grande Escritor
e querido Mestre e Amigo, já que, por prescrição médica, tinha que
poupar-se a emoções de maior, como não podia deixar de ser essa sua
vontade de voltar a ter diante dos olhos o Gólgota da sua meninice e
da sua adolescência, a padecer uma odisseia sem par, com a simples
finalidade de tornar os ricos ainda mais ricos, pelo preço
incomensurável dos pobres ainda mais pobres!
Indagámos de Ferreira de Castro,
sobre as notícias insertas nos jornais portugueses, em telegramas do
Rio de Janeiro. Confirmou o que já me havia dito pessoalmente.
Quando não, teríamos tomado um avião que nos levasse ao Pará, a
Manaus, ou aonde fosse, para, em cinco ou seis dias de compenetração
espiritual, procurar detectar e tomar as nossas notas ombro a ombro
com o egrégio romancista nosso conterrâneo. Nada de ficção;
pretendíamos, muito simplesmente, focar a realidade, e, com ela, um
drama já ultrapassado pelas circunstâncias, mas que, nem por isso,
deve ser desdenhado pela insensibilidade de uns, e a ignorância de
outros. Capacitados de que só mesmo na companhia do glorioso autor
de «A Selva», lograríamos produzir o livro ambicioso que trazíamos
em mente e do qual desistimos. Daqueles projectos, em suma, que
jamais podemos realizar, e que, frequentemente, nem sequer
lograríamos realizar à proporção condigna do Mestre dos Mestres.
*
Em determinada ccasião, fomos, como
inúmeras vezes temos feito, passar um bocado de tempo com o nosso
Amigo, na Pensão Suíça (Macieira de Cambra). Em dado momento, por
proposta não nos lembramos de quem, fomos a calcante até Rôge, a
contemplar, por mais aquela vez, os rendilhados de cantaria, do
cruzeiro e do templo. Deambulávamos por ali, quando Ferreira de
Castro, apontando um outeiro ali a um quilómetro escasso, nos
informou de que lá tinha ido, uns dias antes, comprar foguetes. Vêem
aqueles pardieiros encardidos, que pejam a encosta do outeiro? Pois
em cada um deles – pode-se dizer – é uma oficina de pirotecnia.
Mas... foram comprar foguetes?! –
estranhou um dos do grupo.
– É certo! Comprar foguetes...
– Para que queriam os foguetes?!...
– Para queimar, claro está!
– E quem os queimava?
– Eu! Pois quem havia de ser?!
Sempre lhe digo: uma das coisas que bastante me calhou, ainda que
com os meus oito ou dez anos, foi deitar foguetes. Quando havia
festas, logo eu me abeirava do fogueteiro. Ele já me conhecia. E,
então, complacente, deixava-me deitar os foguetes que muito bem me
apetecia, mas escalando ele os intervalos. Quando não, os foguetes
não davam para meia missa, dada a sofreguidão com que eu me
entusiasmava, até sem dar por isso! Disse-me, certa ocasião, numa
procissão da primeira comunhão, em Ossela: «Calma! Calma, meu homem!
Isto aqui não é sangria desatada! Queres levar a banca à glória, ou
quê?!» Mas ainda quanto ao foguetório de Rôge: logo ao estrondo dos
primeiros foguetes, sai-me de lá da lura o vendedor dos foguetes, a
correr, desaustinado: «Alto! Alto lá! Quem é que lança os
foguetes?!» Apontei-me a mim próprio. «Tem licença?» «Pois não
tenho! Mas é preciso licença?» «Pois é! Não
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sabia?» «Bem! Eu não sabia! Mas se assim é, fique lá com os
foguetes!» Não Senhor! Eu deito os foguetes! Não lhe levo cinco réis
por isso!» «Nada! Não Senhor! Eu comprei os foguetes, para ser eu
próprio a queimá-los. Assim... leve lá os foguetes, faça o favor!
Caso arrumado!» «Pois então» – diz o vendedor dos foguetes – «queira
esperar uns instantes, que eu vou buscar a demasia, pelos foguetes
que me entrega...» Tive um trabalhão para conseguir que o homenzinho
do Senhor aceitasse o meu alvitre. Ele concordou por fim, embora
pesaroso. E abanou a cabeça, em sinal de reprovação, acrescentando
logo: «Cá por mim, estava tudo bem; mas, aqui na vizinhança, há uns
trinca-espinhas que desadoram ver camisa lavada no corpo de
outrem... Tenho muita pena!»
*
Noutro ano a seguir, o nosso
encontro foi nas Taipas, ali, porta a porta com a cidade de
Guimarães. Há uns anos que mantemos com Ferreira de Castro o hábito
de irmos almoçar com ele, em cada estio que ele vem trabalhar no
vasto remanso de Entre-Douro-e-Minho, isolando-se com os seus
queridos papéis, das tantas às tantas, irrevogavelmente.
Refeição terminada, propôs Ferreira
de Castro irmos à piscina para vermos os outros nadar e rir, a
espaços desencontrados. Fiquei contente com a ideia. É um
espectáculo sempre velho e sempre novo, que muito aprecio. Em tardes
de canícula desenfreada, parece mesmo que partilhamos do prazer dos
jovens que chapinham na linfa benfazeja. Estabelece-se, de facto,
esse milagroso contágio, mediante o qual chegamos a quinhoar da
maravilhosa frescura dos nadadores, em plena euforia. Para mais, o
vasto estrado que acomodava os mirones, com grande profusão de
cadeiras e mesas, era recoberto por hospitaleiras glicínias, via-se
que, por sua vez, gozosas e agradecidas. Café ou cerveja no papo,
consultei o relógio, de esconso.
Como grande romancista que é, e com
as correspondentes faculdades de observação e dedução sempre em
jogo, Ferreira de Castro comentou:
– As horas vão rodando, pois não é,
João da Silva Correia? Sabe? Tinha uma surpresa para si e os seus,
mas, ao que vejo, vai-se tornando tarde demais e eu não quero
detê-los, à conta de tão pouco.
Palavras não eram ditas, quando,
botando os olhos à assistência, o autor de «Terra Fria», deparando
com Senhora do seu conhecimento, em fila próxima, tratou de
perguntar-lhe:
– Não veio seu Marido, minha
Senhora?
– Veio, sim, Senhor Ferreira de
Castro. Deve estar lá fora, ao pé da portaria.
– Não sabe se ele trouxe...
Ela não deixou terminar,
esclarecendo desde logo:
– Trouxe, sim, Senhor Ferreira de
Castro.
/ 16 /
– Bem: muito obrigado! Vou-me ao seu
encontro. Debandámos, em chusma, para a portaria. Ali,
apresentou-nos o Senhor de muito boa presença, de cabelos quase que
por completo encanecidos, de distinto porte e afável trato.
Encostado à parede, e próximo de si, um papagaio de enormes
proporções, quase da altura do dono, armado em tela oleada de cores
berrantes, e muito boas estruturas em cana da índia, ligadas entre
si por barbante de não sei quantos fios, compasso muito bem orçado,
do qual partia a cauda, também soberbamente proporcionada, de molde
a manter o equilíbrio do aparelho em pleno voo, sem o risco de picar
a terra e espatifar-se, como tanto acontece com papagaios
empiricamente delineados.
Entretanto, Ferreira de Castro
chama-me a atenção para as altas qualidades do papagaio:
– Já reparou, João, na robustez
evidente desta bela máquina de voar? Completa, pesa muito próximo
dos dois quilos e oitocentos gramas. Vai já ver a presteza com que
sobe e toma altura, e logo entra a serenar.
Com efeito, foi maravilhoso na
subida!...
E já Ferreira de Castro se me
aproxima de novo, a segurar a guita do papagaio, com entusiasmo:
– Veja lá, João! Mas segure bem a
guita, não vá ele esgueirar-se! Aqui tem! Isto apenas com duzentos e
vinte metros de fio. Se lhe déssemos muito mais, o menos que podia
acontecer era estalar a trela e o papagaio esgueirar-se.
*
Duma outra vez que fôramos almoçar
com Ferreira de Castro, em Entre-os-Rios: Ao apearmo-nos, frente à
entrada do Hotel, nas Termas de S. Vicente, reparámos que havia por
ali música e foguetes, a troco não sei de quê. No grupo, Ferreira de
Castro e Esposa; eu e minha Mulher, e uma das nossas filhas, e
também uma Senhora nossa conterrânea que estava hospedada no hotel e
que, lobrigando-nos, se aproximou muito amavelmente, em
cumprimentos. O nosso grande Amigo pediu licença de ir ver não sei o
quê. Tivemos um pressentimento jocoso do que iria fazer Ferreira de
Castro. E disse então para a Senhora D. Helena Muriel:
– Já adivinhei do que foi tratar seu
Marido, Senhora D. Helena...
– Eu também já adivinhei – riu ela,
por sua vez.
Vimos Ferreira de Castro chegar
junto do fogueteiro e dizer-lhe qualquer coisa que, aí, não lográmos
adivinhar.
Casa natal de Ferreira de Castro, em
Ossela (Oliveira de Azeméis).
*
Haverá quem, não por espírito de
verrina – bem sabemos – mas pelo esmero de chamar as coisas pelo
devido nome, faça a injustiça de considerar que resvalamos à
puerilidade de relatarmos Ferreira de Castro a lançar foguetes ou a
levantar papagaios até pouco abaixo da Lua. Ou entendemos bem pouco
do mundo e da vida, ou os quesitos submetidos a tribunal não têm
consistência de maior em desfavor do egrégio romancista desavindo
com estultos preconceitos, sem saudades dos tempos infantis, e de
adolescente, e de jovem. Ao rol de proveitos e desproveitos, e à
proporção de cada qual dos melhores talvez por vinte dos piores, é a
falência a caminho! Enquanto isto, este e aquele dos nossos leitores
atira-nos, possivelmente, a luva à cara, pela verdade intrínseca
expendida ao Deus dará, olhos fechados aos resultados.
Se nos entregarmos ao pelourinho,
por esse dize tu, direi eu, de mexericos de campanário, ainda
pior!
Diz-se do velho Henry Ford, que
todos os dias dava a sua volta de bicicleta, maior ou menor, isto
aos setenta e muitos anos de vida; e de Einstein que não passava um
dia sem arrancar uns trinados do seu violino. Gandi passeava com
frequência pelas ruas de Bombaim, embrulhado na sua túnica, de roca
ao peito e uma cabra pela trela. De Churchill sabemos que não se
detinha com vagar em qualquer lado; fosse em vila, cidade, campo ou
montanha, desde que por perto não tivesse à disposição um campo de
Golf, para bater meia dúzia de tacadas. Luís XIV de França, uma
redonda nulidade como rei, ao mesmo tempo que era exímio relojoeiro.
E do grande condutor de orquestra que se chamou Toscanini, consta
que ao mais leve prenúncio de dores de dentes, logo se metia no
primeiro avião de Nova Iorque para Roma, em demanda do seu dentista
predilecto. Era fácil nomear mais muito distintos entre os
distintos, em condições semelhantes.
*
Feito balanço entre os bons e os
maus dias que todos fruímos ou padecemos na vida (sempre em mais
baixa percentagem os primeiros do que os segundos), olhos postos na
ampulheta do destino que nos mede avaramente os dias e as horas,
tudo nos resta afundido no turbilhão dos séculos, tanto à margem dos
milhares como dos milhões, com a criatura humana invadida pelo
terror do destino irreparável da sepultura ou do nada. E verifica-se
então que se inverteram conceitos e intenções, como refúgio do que
nunca teve princípio nem terá fim.
Ferreira de Castro situa-se em
quadrante de credor de uma infância abruptamente banida desde a
idade dos treze anos. Nem foguetes, nem papagaios, nem
despreocupação infantil, nem quase nada do muito que ficou a débito
ao partir de um mundo que considerava mau, para um outro muito pior,
e que ele considerava vantajoso sobre vantajoso.
/ 17 /
A infância ficou a dever-lhe, a
adolescência ficou a dever-lhe, a mocidade ficou a dever-lhe.
Pela lei das compensações, é justo,
é equitativo, é justíssimo que lhe caibam agruras pelo menos em
parte mínima das grandes alegrias que perdeu e às quais não
renunciou de todo em todo – depois do grande nome que conquistou e
da grande consideração universal que conquistou.
Santiago de Riba-UI, Maio de 1972.
_______________________________
NOTAS
– José Maria Ferreira de Castro
nasceu em Ossela (Oliveira de Azeméis) a 24 de Maio de 1898. Foram
seus pais José Eustáquio Ferreira de Castro e D. Maria Rosa Soares
de Castro.
– Bem como seus três irmãos mais
novos, fica órfão de pai aos oito anos de idade.
– Na escola primária da aldeia, onde
leccionava o professor Alfredo Francisco Portela, veio a obter, em
Julho de 1910, aprovação no exame da 4.ª classe.
– A 6 de Janeiro de 1911 sai de
Leixões com rumo ao Brasil.
– Durante vinte e oito dias
permanece em Belém do Pará sob a protecção dum osselense a quem fora
recomendado; mas o protector, querendo libertar-se do estorvo,
«despacha» Ferreira de Castro para o seringal Paraíso, perdido na
selva amazónica.
– Foi aqui que o modesto empregado
de armazém tentou os primeiros voos literários; publica várias
crónicas e contos em jornais da região, e prepara o primeiro romance
a que dá o título de «Criminoso por ambição».
– Após quatro anos de vida na selva,
abandona o seringal Paraíso e regressa a Belém do Pará, onde o
conterrâneo o ignora definitivamente. Segue-se um período de
profunda miséria, empregando-se a colar cartazes nas paredes e a
trabalhar num barco de cabotagem. Colabora no «Jornal dos Novos» e
consegue uma tipografia que publique o primeiro romance, em
fascículos, que o próprio autor distribui. Funda o semanário
«Portugal» e vê melhorar a sua vida material.
– Em 1920 regressa a Portugal, onde
conhece momentos da maior dificuldade. Passa a colaborar em dezenas
de jornais e revistas, vendo a sua vida melhorar consideravelmente.
Publica «Êxito Fácil», «Sangue Negro», «A Boca da Esfinge», «A
Metamorfose», «Sendas de lirismo e de Amor», «A Morte Redimida», «A
Peregrinação do Mundo Novo», etc.
– Em 1928 publica «Emigrantes», obra
de grande êxito em Portugal e no estrangeiro; em 1930 aparece «A
Selva», obra de renome mundial e traduzida em inúmeras línguas.
– Ferreira de Castro publica depois
inúmeras obras, conquistando fama mundial. O seu nome é sugerido
para o Prémio Nobel da literatura. Um grupo de democratas convida-o,
em 1958, para apresentar a sua candidatura à Presidência da
República; o notável romancista recusa o convite, declarando não se
julgar com as condições requeridas pela função.
– Em 1966, aquando das comemorações
do cinquentenário literário de Ferreira de Castro, a sua terra natal
homenageia-o, descerrando na Praceta D. Maria I, próximo aos Paços
do Concelho, um monumento ao emigrante.
– Ferreira de Castro doou a casa dos
Salgueiros, onde nasceu, à Câmara Municipal. Ali funciona um
pequenino museu, com recordações do laureado escritor, que é
extraordinariamente visitado.
– Sabe-se que Ferreira de Castro
tenciona construir muito brevemente, próximo à casa onde nasceu, um
edifício destinado a uma biblioteca.
A. M.
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