Acesso à hierarquia superior.

N.º 13

Publicação Semestral da Junta Distrital de Aveiro

Junho de 1972 

ANTOLOGIA AVEIRENSE

Ferreira de Castro (das suas recordações de menino e moço)

Por João da Silva Correia

Escritor

 

Já de certa feita ouvimos a Ferreira de Castro, em roda de cavaco entre amigos, que não guardava saudades dos seus tempos infantis e juvenis. Pareceu-nos que nem todos os circunstantes se aperceberam da espécie de acrimónia do autor de «A Selva», em tão estreita confidência. Olhos no chão, alguns; incrédulos, outros, acabaram todos por dar a mão à palmatória, quanto à asserção do nosso grande escritor hodierno. Sim! Era bem de ver! Quem, como ele, à roda dos treze anos, era logo despejado naquele mundo hostil do Amazonas, à sorte e à mercê, sem mais arrimo que os próprios braços, e sem mais direitos cívicos do que o de morrer onde melhor quisesse, desde que não conseguisse sobreviver àquele sol em brasa que inoculava a morte, como prémio mor dos grandes sacrifícios e grandes provações a vencer, ou por elas ser vencidos.

Clicar para ampliar.
Ferreira de Castro na Ilha da Madeira (1967)

Não havia mais alternativas – viver, se pudesse ser, ou morrer, se tivesse que ser. Estas ridentes perspectivas, imbuídas de um silêncio sepulcral, sem princípio nem fim, tanto podiam ser a antecâmara da morte, como a antecâmara da vida, como quase equivalente condenação. Quanta vez, à recordação da sua aldeia natal, e da triste velhinha sua Mãe, se teria escondido, o futuro grande escritor, para chorar, na certeza de que, em Ossela, também ela sofreria, embora sem saber da verdadeira colónia penal em que ele fora cair, mesmo que sem libelo prévio.

Como se tanto não bastasse, em tão insólita via-sacra, havia ainda a praga dos peles-vermelhas – os parintintins – como por ali se lhes chamava – e a respeito dos quais tantas histórias terrificantes havia lido, em revistas brasileiras emprestadas por condiscípulos seus amigos, na escola régia, em Santo António de Ossela. Essas histórias eram totalmente ilustradas, por quadradinhos, a toda a superfície da página. Por baixo de cada quadradinho, a respectiva legenda; de maneira que, legendas e gravuras se completavam, no todo homogéneo da história. O que, então, tanto fizera vibrar o menino, apavorava-o agora. É que os paratintins sabiam como que voar, na brenha compacta, sem dar senha de presença pelo mínimo ruído. A caça do branco, seta empeçonhada sempre em riste, sabiam disfarçar-se por detrás de um tronco ou moiteira, na brenha. E quando a vítima se precatasse, logo estava varada do peito às costas, sem ter tempo, sequer, para dar um ai! De que servia o rifle ali à mão, se o índio não dava nota da proximidade, até bem perto do desventurado seringueiro?! / 14 /

Pois é... os paratintins... Tal como brasas solapadas na cinza da lareira, o infante de Ossela não conseguia disfarçar o verdadeiro pavor de que andava tomado. Sem poder deslindar-se de tão urgente preocupação, ao simples zunido de um mosquito, logo tomava o rifle, até mesmo sem ainda ter aprendido capazmente a manejá-lo. Inúmeras vezes, sem conseguir vencer tão penosas mortificações, discernia para consigo: «Há-de ser experiência terrível, isso de ser varado por uma seta, sem qualquer espécie de transição, entre a vida e a morte!»

Assim dobavam os dias e as horas, ao desachego das alegrias, para o nosso pequeno osselense, ainda e sempre mal acadimado, naquele estranhamente agreste mundo!

E então, malucava consigo mesmo:

Quando calhasse, qualquer dos seringueiros doutras zonas do «Paraíso», que, de raro em raro, por ali passavam, viria dar consigo morto, num lago de sangue. Tira boi e tira vaca, flecha arrancada da arca do peito, levá-lo-iam a enterrar naquele chão adusto, debaixo daquele chão plúmbeo – sem uma lágrima de piedade, e sem um adeus para todo o sempre – a um bafo de maldição que superava o mundo e as suas leis humanas.

*

Aconteceu que, aquando desta mais recente visita de Ferreira de Castro ao Brasil, lêssemos nos jornais portugueses, contra o que julgávamos saber, que, no regresso a Portugal, viria ele pelo norte do Brasil, a fim de visitar o Amazonas, mas em especial o Seringal «Paraíso». Quedei atónito: o nosso ideal literário fora visitarmos o «Inferno Verde da Amazónia», embora numa visita-relâmpago, para nos ambientarmos. Tal fim em vista, contudo, só podíamos fazê-lo na companhia do próprio autor da «Selva», para podermos deter a exactidão dos seus passos por tão dolorosas paragens. Não me surpreendeu a resposta do grande Escritor e querido Mestre e Amigo, já que, por prescrição médica, tinha que poupar-se a emoções de maior, como não podia deixar de ser essa sua vontade de voltar a ter diante dos olhos o Gólgota da sua meninice e da sua adolescência, a padecer uma odisseia sem par, com a simples finalidade de tornar os ricos ainda mais ricos, pelo preço incomensurável dos pobres ainda mais pobres!

Indagámos de Ferreira de Castro, sobre as notícias insertas nos jornais portugueses, em telegramas do Rio de Janeiro. Confirmou o que já me havia dito pessoalmente. Quando não, teríamos tomado um avião que nos levasse ao Pará, a Manaus, ou aonde fosse, para, em cinco ou seis dias de compenetração espiritual, procurar detectar e tomar as nossas notas ombro a ombro com o egrégio romancista nosso conterrâneo. Nada de ficção; pretendíamos, muito simplesmente, focar a realidade, e, com ela, um drama já ultrapassado pelas circunstâncias, mas que, nem por isso, deve ser desdenhado pela insensibilidade de uns, e a ignorância de outros. Capacitados de que só mesmo na companhia do glorioso autor de «A Selva», lograríamos produzir o livro ambicioso que trazíamos em mente e do qual desistimos. Daqueles projectos, em suma, que jamais podemos realizar, e que, frequentemente, nem sequer lograríamos realizar à proporção condigna do Mestre dos Mestres.

*

Em determinada ccasião, fomos, como inúmeras vezes temos feito, passar um bocado de tempo com o nosso Amigo, na Pensão Suíça (Macieira de Cambra). Em dado momento, por proposta não nos lembramos de quem, fomos a calcante até Rôge, a contemplar, por mais aquela vez, os rendilhados de cantaria, do cruzeiro e do templo. Deambulávamos por ali, quando Ferreira de Castro, apontando um outeiro ali a um quilómetro escasso, nos informou de que lá tinha ido, uns dias antes, comprar foguetes. Vêem aqueles pardieiros encardidos, que pejam a encosta do outeiro? Pois em cada um deles – pode-se dizer – é uma oficina de pirotecnia.

Mas... foram comprar foguetes?! – estranhou um dos do grupo.

– É certo! Comprar foguetes...

– Para que queriam os foguetes?!...

– Para queimar, claro está!

– E quem os queimava?

– Eu! Pois quem havia de ser?! Sempre lhe digo: uma das coisas que bastante me calhou, ainda que com os meus oito ou dez anos, foi deitar foguetes. Quando havia festas, logo eu me abeirava do fogueteiro. Ele já me conhecia. E, então, complacente, deixava-me deitar os foguetes que muito bem me apetecia, mas escalando ele os intervalos. Quando não, os foguetes não davam para meia missa, dada a sofreguidão com que eu me entusiasmava, até sem dar por isso! Disse-me, certa ocasião, numa procissão da primeira comunhão, em Ossela: «Calma! Calma, meu homem! Isto aqui não é sangria desatada! Queres levar a banca à glória, ou quê?!» Mas ainda quanto ao foguetório de Rôge: logo ao estrondo dos primeiros foguetes, sai-me de lá da lura o vendedor dos foguetes, a correr, desaustinado: «Alto! Alto lá! Quem é que lança os foguetes?!» Apontei-me a mim próprio. «Tem licença?» «Pois não tenho! Mas é preciso licença?» «Pois é! Não / 15 / sabia?» «Bem! Eu não sabia! Mas se assim é, fique lá com os foguetes!» Não Senhor! Eu deito os foguetes! Não lhe levo cinco réis por isso!» «Nada! Não Senhor! Eu comprei os foguetes, para ser eu próprio a queimá-los. Assim... leve lá os foguetes, faça o favor! Caso arrumado!» «Pois então» – diz o vendedor dos foguetes – «queira esperar uns instantes, que eu vou buscar a demasia, pelos foguetes que me entrega...» Tive um trabalhão para conseguir que o homenzinho do Senhor aceitasse o meu alvitre. Ele concordou por fim, embora pesaroso. E abanou a cabeça, em sinal de reprovação, acrescentando logo: «Cá por mim, estava tudo bem; mas, aqui na vizinhança, há uns trinca-espinhas que desadoram ver camisa lavada no corpo de outrem... Tenho muita pena!»

*

Noutro ano a seguir, o nosso encontro foi nas Taipas, ali, porta a porta com a cidade de Guimarães. Há uns anos que mantemos com Ferreira de Castro o hábito de irmos almoçar com ele, em cada estio que ele vem trabalhar no vasto remanso de Entre-Douro-e-Minho, isolando-se com os seus queridos papéis, das tantas às tantas, irrevogavelmente.

Refeição terminada, propôs Ferreira de Castro irmos à piscina para vermos os outros nadar e rir, a espaços desencontrados. Fiquei contente com a ideia. É um espectáculo sempre velho e sempre novo, que muito aprecio. Em tardes de canícula desenfreada, parece mesmo que partilhamos do prazer dos jovens que chapinham na linfa benfazeja. Estabelece-se, de facto, esse milagroso contágio, mediante o qual chegamos a quinhoar da maravilhosa frescura dos nadadores, em plena euforia. Para mais, o vasto estrado que acomodava os mirones, com grande profusão de cadeiras e mesas, era recoberto por hospitaleiras glicínias, via-se que, por sua vez, gozosas e agradecidas. Café ou cerveja no papo, consultei o relógio, de esconso.

Como grande romancista que é, e com as correspondentes faculdades de observação e dedução sempre em jogo, Ferreira de Castro comentou:

– As horas vão rodando, pois não é, João da Silva Correia? Sabe? Tinha uma surpresa para si e os seus, mas, ao que vejo, vai-se tornando tarde demais e eu não quero detê-los, à conta de tão pouco.

Palavras não eram ditas, quando, botando os olhos à assistência, o autor de «Terra Fria», deparando com Senhora do seu conhecimento, em fila próxima, tratou de perguntar-lhe:

– Não veio seu Marido, minha Senhora?

– Veio, sim, Senhor Ferreira de Castro. Deve estar lá fora, ao pé da portaria.

– Não sabe se ele trouxe...

Ela não deixou terminar, esclarecendo desde logo:

– Trouxe, sim, Senhor Ferreira de Castro. / 16 /

– Bem: muito obrigado! Vou-me ao seu encontro. Debandámos, em chusma, para a portaria. Ali, apresentou-nos o Senhor de muito boa presença, de cabelos quase que por completo encanecidos, de distinto porte e afável trato. Encostado à parede, e próximo de si, um papagaio de enormes proporções, quase da altura do dono, armado em tela oleada de cores berrantes, e muito boas estruturas em cana da índia, ligadas entre si por barbante de não sei quantos fios, compasso muito bem orçado, do qual partia a cauda, também soberbamente proporcionada, de molde a manter o equilíbrio do aparelho em pleno voo, sem o risco de picar a terra e espatifar-se, como tanto acontece com papagaios empiricamente delineados.

Entretanto, Ferreira de Castro chama-me a atenção para as altas qualidades do papagaio:

– Já reparou, João, na robustez evidente desta bela máquina de voar? Completa, pesa muito próximo dos dois quilos e oitocentos gramas. Vai já ver a presteza com que sobe e toma altura, e logo entra a serenar.

Com efeito, foi maravilhoso na subida!...

E já Ferreira de Castro se me aproxima de novo, a segurar a guita do papagaio, com entusiasmo:

– Veja lá, João! Mas segure bem a guita, não vá ele esgueirar-se! Aqui tem! Isto apenas com duzentos e vinte metros de fio. Se lhe déssemos muito mais, o menos que podia acontecer era estalar a trela e o papagaio esgueirar-se.

*

Duma outra vez que fôramos almoçar com Ferreira de Castro, em Entre-os-Rios: Ao apearmo-nos, frente à entrada do Hotel, nas Termas de S. Vicente, reparámos que havia por ali música e foguetes, a troco não sei de quê. No grupo, Ferreira de Castro e Esposa; eu e minha Mulher, e uma das nossas filhas, e também uma Senhora nossa conterrânea que estava hospedada no hotel e que, lobrigando-nos, se aproximou muito amavelmente, em cumprimentos. O nosso grande Amigo pediu licença de ir ver não sei o quê. Tivemos um pressentimento jocoso do que iria fazer Ferreira de Castro. E disse então para a Senhora D. Helena Muriel:

– Já adivinhei do que foi tratar seu Marido, Senhora D. Helena...

– Eu também já adivinhei – riu ela, por sua vez.

Vimos Ferreira de Castro chegar junto do fogueteiro e dizer-lhe qualquer coisa que, aí, não lográmos adivinhar.

Clicar para ampliar.
Casa natal de Ferreira de Castro, em Ossela (Oliveira de Azeméis).

*

Haverá quem, não por espírito de verrina – bem sabemos – mas pelo esmero de chamar as coisas pelo devido nome, faça a injustiça de considerar que resvalamos à puerilidade de relatarmos Ferreira de Castro a lançar foguetes ou a levantar papagaios até pouco abaixo da Lua. Ou entendemos bem pouco do mundo e da vida, ou os quesitos submetidos a tribunal não têm consistência de maior em desfavor do egrégio romancista desavindo com estultos preconceitos, sem saudades dos tempos infantis, e de adolescente, e de jovem. Ao rol de proveitos e desproveitos, e à proporção de cada qual dos melhores talvez por vinte dos piores, é a falência a caminho! Enquanto isto, este e aquele dos nossos leitores atira-nos, possivelmente, a luva à cara, pela verdade intrínseca expendida ao Deus dará, olhos fechados aos resultados.

Se nos entregarmos ao pelourinho, por esse dize tu, direi eu, de mexericos de campanário, ainda pior!

Diz-se do velho Henry Ford, que todos os dias dava a sua volta de bicicleta, maior ou menor, isto aos setenta e muitos anos de vida; e de Einstein que não passava um dia sem arrancar uns trinados do seu violino. Gandi passeava com frequência pelas ruas de Bombaim, embrulhado na sua túnica, de roca ao peito e uma cabra pela trela. De Churchill sabemos que não se detinha com vagar em qualquer lado; fosse em vila, cidade, campo ou montanha, desde que por perto não tivesse à disposição um campo de Golf, para bater meia dúzia de tacadas. Luís XIV de França, uma redonda nulidade como rei, ao mesmo tempo que era exímio relojoeiro. E do grande condutor de orquestra que se chamou Toscanini, consta que ao mais leve prenúncio de dores de dentes, logo se metia no primeiro avião de Nova Iorque para Roma, em demanda do seu dentista predilecto. Era fácil nomear mais muito distintos entre os distintos, em condições semelhantes.

*

Feito balanço entre os bons e os maus dias que todos fruímos ou padecemos na vida (sempre em mais baixa percentagem os primeiros do que os segundos), olhos postos na ampulheta do destino que nos mede avaramente os dias e as horas, tudo nos resta afundido no turbilhão dos séculos, tanto à margem dos milhares como dos milhões, com a criatura humana invadida pelo terror do destino irreparável da sepultura ou do nada. E verifica-se então que se inverteram conceitos e intenções, como refúgio do que nunca teve princípio nem terá fim.

Ferreira de Castro situa-se em quadrante de credor de uma infância abruptamente banida desde a idade dos treze anos. Nem foguetes, nem papagaios, nem despreocupação infantil, nem quase nada do muito que ficou a débito ao partir de um mundo que considerava mau, para um outro muito pior, e que ele considerava vantajoso sobre vantajoso. / 17 /

A infância ficou a dever-lhe, a adolescência ficou a dever-lhe, a mocidade ficou a dever-lhe.

Pela lei das compensações, é justo, é equitativo, é justíssimo que lhe caibam agruras pelo menos em parte mínima das grandes alegrias que perdeu e às quais não renunciou de todo em todo – depois do grande nome que conquistou e da grande consideração universal que conquistou.

Santiago de Riba-UI, Maio de 1972.

_______________________________

NOTAS

– José Maria Ferreira de Castro nasceu em Ossela (Oliveira de Azeméis) a 24 de Maio de 1898. Foram seus pais José Eustáquio Ferreira de Castro e D. Maria Rosa Soares de Castro.

– Bem como seus três irmãos mais novos, fica órfão de pai aos oito anos de idade.

– Na escola primária da aldeia, onde leccionava o professor Alfredo Francisco Portela, veio a obter, em Julho de 1910, aprovação no exame da 4.ª classe.

– A 6 de Janeiro de 1911 sai de Leixões com rumo ao Brasil.

– Durante vinte e oito dias permanece em Belém do Pará sob a protecção dum osselense a quem fora recomendado; mas o protector, querendo libertar-se do estorvo, «despacha» Ferreira de Castro para o seringal Paraíso, perdido na selva amazónica.

– Foi aqui que o modesto empregado de armazém tentou os primeiros voos literários; publica várias crónicas e contos em jornais da região, e prepara o primeiro romance a que dá o título de «Criminoso por ambição».

– Após quatro anos de vida na selva, abandona o seringal Paraíso e regressa a Belém do Pará, onde o conterrâneo o ignora definitivamente. Segue-se um período de profunda miséria, empregando-se a colar cartazes nas paredes e a trabalhar num barco de cabotagem. Colabora no «Jornal dos Novos» e consegue uma tipografia que publique o primeiro romance, em fascículos, que o próprio autor distribui. Funda o semanário «Portugal» e vê melhorar a sua vida material.

– Em 1920 regressa a Portugal, onde conhece momentos da maior dificuldade. Passa a colaborar em dezenas de jornais e revistas, vendo a sua vida melhorar consideravelmente. Publica «Êxito Fácil», «Sangue Negro», «A Boca da Esfinge», «A Metamorfose», «Sendas de lirismo e de Amor», «A Morte Redimida», «A Peregrinação do Mundo Novo», etc.

– Em 1928 publica «Emigrantes», obra de grande êxito em Portugal e no estrangeiro; em 1930 aparece «A Selva», obra de renome mundial e traduzida em inúmeras línguas.

– Ferreira de Castro publica depois inúmeras obras, conquistando fama mundial. O seu nome é sugerido para o Prémio Nobel da literatura. Um grupo de democratas convida-o, em 1958, para apresentar a sua candidatura à Presidência da República; o notável romancista recusa o convite, declarando não se julgar com as condições requeridas pela função.

– Em 1966, aquando das comemorações do cinquentenário literário de Ferreira de Castro, a sua terra natal homenageia-o, descerrando na Praceta D. Maria I, próximo aos Paços do Concelho, um monumento ao emigrante.

– Ferreira de Castro doou a casa dos Salgueiros, onde nasceu, à Câmara Municipal. Ali funciona um pequenino museu, com recordações do laureado escritor, que é extraordinariamente visitado.

– Sabe-se que Ferreira de Castro tenciona construir muito brevemente, próximo à casa onde nasceu, um edifício destinado a uma biblioteca.

A. M.

 

páginas 13 a 17

Menu de opções

Página anterior

Página seguinte