Muito verde,
a gigantesca
esmeralda
reverbera ao sol
de Verão.
De "toilettes"
garridas
— arco-íris
estival —,
cinge-a densa
multidão.
Seis da tarde. E
as seis
graciosas,
esbeltas nadadoras,
tão jovens, quase
crianças!,
abalam à voz do
tiro
e à de intimas
esperanças...
As mãos atacam a
água
e os pezitos são
motores
que vão deixando
na pista,
feitas de espuma,
caprichosíssimas
flores.
Os espectadores
levantam-se,
incitam, clamam,
deliram,
enquanto as seis,
sempre a par
— ágeis
peixes-voadores —,
é também a par
que viram!
Tarde límpida,
diáfana...
Sobem mais os
aplausos
nos anéis da
arquibancada.
Pouco falta,
falta pouco,
para a meta ser
tocada.
Finalmente, uma
das seis,
num esforço de
titã,
alcança ténue
vantagem,
arrebata o ceptro
— o ceptro de
campeã!
A arquibancada
enrubesce
e até o Sol é um
grito
a saudar a
nadadora
Fulge mais e,
refulgindo,
como que vai
entornando
miríades de
áureas pétalas
sobre a vénus
vencedora!...
João Sarabando |