TARRAFO – crónicas de um alferes na Guiné, 2.ª ed., 2013, 158 págs.

Acerca da versão electrónica

Na capa da publicação apresenta-se uma espécie de sumário em dois breves parágrafos, onde é fornecida uma ideia geral sobre aquilo que o leitor tem à sua disposição. Diz-nos ele:

«Este livro comporta, desde o início da sua escrita, muitas histórias de guerra [colonial], páginas escorrendo nervos, gritos, sangue e lágrimas, chagas, cicatrizes, feridos e mortes. Retrata a guerra em toda a sua violência e brutalidade, por vezes, ao pormenor, com esta originalidade: era escrito na sequência dos acontecimentos. São as crónicas/reportagens na hora. O que foi uma novidade no jornalismo, quando começou a ser publicado no “Jornal da Bairrada” (1964). Era uma ousadia, um desafio quase inocente.

Mas a este livro, o primeiro sobre a guerra colonial, foi acrescentada uma outra história, única em toda a literatura da guerra. Após alguns dias sobre a colocação da obra numa única livraria, a Vieira da Cunha, em Aveiro, era incluído no número dos livros proibidos. Havia de ser censurado e recolhido pela PIDE.»

Na versão impressa, encontram-se as anotações a lápis, feitas pelos revisores que censuraram o livro, que na versão electrónica não são reproduzidas. Se o quiséssemos fazer, passaríamos a ter uma versão à base de imagens das folhas, e não um texto de fácil leitura, idêntico a tantos outros fornecidos na Internet em formato HTML. Para ficarmos com uma ideia de como se encontra o original revisado pelos censores, apenas nos limitaremos a umas breves notas sobre aquilo se encontra na versão fac-similada publicada em 2013.

Tirando isto, esta versão electrónica é idêntica a outras que temos apresentado nas páginas do site «Aveiro e Cultura», ou seja, os cabeçalhos com o nome do autor funcionam como um botão interactivo, que, tal como o botão de final de página, permite voltar ao índice do livro.

Para leitura, ou se escolhe o capítulo que interessa, ou, então, poderá fazer-se como se tivéssemos o original impresso: ir clicando nos botões inferiores [seguinte] e ler tudo desde o começo até ao fim.

Que o trabalho que nos deu a reconversão para formato electrónico vos possa ser útil, fornecendo-nos uma vaga ideia do que foi a epopeia de uma geração de portugueses que, em vão, defenderam  territórios de língua Portuguesa, onde a vida se fazia normalmente, tal como na pequena parcela de terra situada à cabeça da Europa, sem distinção de raças e de credos.

Oxalá os habitantes destes territórios, entregues de bandeja a interesses que nada têm a ver com o das populações, voltem a encontrar a mesma paz e o mesmo nível de vida que tinham quando conviviam com todos os que, após o 25 de Abril de 1974, foram obrigados a regressar a território europeu, deixando bens, amigos e saudades de uma vida passada.

Aveiro, 10 de Junho de 2021

Henrique J. C. de Oliveira

 

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