Na capa da publicação
apresenta-se uma espécie de sumário em dois breves parágrafos, onde é
fornecida uma ideia geral sobre aquilo que o leitor tem à sua
disposição. Diz-nos ele:
«Este livro comporta, desde
o início da sua escrita, muitas histórias de guerra [colonial], páginas
escorrendo nervos, gritos, sangue e lágrimas, chagas, cicatrizes,
feridos e mortes. Retrata a guerra em toda a sua violência e
brutalidade, por vezes, ao pormenor, com esta originalidade: era escrito
na sequência dos acontecimentos. São as crónicas/reportagens na hora. O
que foi uma novidade no jornalismo, quando começou a ser publicado no
“Jornal da Bairrada” (1964). Era uma ousadia, um desafio quase inocente.
Mas a este livro, o primeiro
sobre a guerra colonial, foi acrescentada uma outra história, única em
toda a literatura da guerra. Após alguns dias sobre a colocação da obra
numa única livraria, a Vieira da Cunha, em Aveiro, era incluído no
número dos livros proibidos. Havia de ser censurado e recolhido pela
PIDE.»
Na versão impressa,
encontram-se as anotações a lápis, feitas pelos revisores que censuraram
o livro, que na versão electrónica não são reproduzidas. Se o
quiséssemos fazer, passaríamos a ter uma versão à base de imagens das
folhas, e não um texto de fácil leitura, idêntico a tantos outros
fornecidos na Internet em formato HTML. Para ficarmos com uma ideia de
como se encontra o original revisado pelos censores, apenas nos
limitaremos a umas breves notas sobre aquilo se encontra na versão
fac-similada publicada em 2013.
Tirando isto, esta versão
electrónica é idêntica a outras que temos apresentado nas páginas do
site «Aveiro e Cultura», ou seja, os cabeçalhos com o nome do autor
funcionam como um botão interactivo, que, tal como o botão de final de
página, permite voltar ao índice do livro.
Para leitura, ou se escolhe
o capítulo que interessa, ou, então, poderá fazer-se como se tivéssemos
o original impresso: ir clicando nos botões inferiores
[seguinte]
e ler tudo desde o começo até ao fim.
Que o trabalho que nos deu a
reconversão para formato electrónico vos possa ser útil, fornecendo-nos
uma vaga ideia do que foi a epopeia de uma geração de portugueses que,
em vão, defenderam territórios de língua Portuguesa, onde a vida
se fazia normalmente, tal como na pequena parcela de terra situada à
cabeça da Europa, sem distinção de raças e de credos.
Oxalá os habitantes destes
territórios, entregues de bandeja a interesses que nada têm a ver com o
das populações, voltem a encontrar a mesma paz e o mesmo nível de vida
que tinham quando conviviam com todos os que, após o 25 de Abril de
1974, foram obrigados a regressar a território europeu, deixando bens,
amigos e saudades de uma vida passada.
Aveiro, 10 de Junho de 2021
Henrique J. C. de Oliveira
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