É
sobretudo entre Douro e Minho que se vão procurar os troncos mestres da
nobreza portuguesa, isto é, daquelas famílias que com D. Afonso
Henriques fizeram a independência de Portugal e dilataram o seu
território
empurrando os mouros para o Sul. Não poderão fazer-nos acusação justa de
mero bairrismo, se pretendermos fixar também alguns desses troncos, e
dos mais importantes, no nosso distrito de Aveiro, pois, embora tal
pretensão favoreça o nosso sentimento regionalista, não deixa, contudo,
de processar-se nos domínios da verdade histórica, e é precisamente
nesta virtude que assenta a sua justificação.
Quando depois da queda de Coimbra em 987, o traidor Froila Gonçalves,
governando em nome dos árabes, tomou conta da região entre Douro e
Mondego, muitos dos ricos homens, que nela viviam, abandonaram suas
terras e foram
viver para entre Douro e Minho. Foi um destes Egas Erotis, grande senhor
de terras dentre Douro e Vouga. Fugiu para entre Douro e Lima, onde
adquiriu propriedades por compra e outros meios legítimos. Vivia ali sua
irmã Adosinda Erotis, casada com Froila Osoredir, pessoas gradas das
melhores famílias da região. A este seu cunhado Froila Osoredir comprou
a vila de Viaris, pela qual deu um cavalo, um vaso de prata, uma manta e
um servo comprado aos mouros. Esta compra trouxe sérias desavenças entre
os filhos de Egas Erotis e seus primos, filhos de sua tia Adosinda. Por
largos anos discutiram a propriedade daquela vila, até que foi
finalmente atribuída ao filho de Egas Erotis, Gonçalo, pelo imperador
Fernando em 1053. Reconquistada a terra dentre Douro e Vouga, logo nas
duas primeiras décadas do século XI, Egas Erotis voltou aos seus antigos
domínios daquem Douro, onde morreu.
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249 /
Egas Erotis, por alcunha o
IaIa, era casado com Eldonça
Fromarigues e deste casamento vieram-lhe os filhos Gonçalo Viegas,
Fromarigo Viegas, Pelágio Viegas e Mumadona Viegas.
Quando Afonso V conquistou Monte-Mor em 1015 ou 1016, Egas Erotis era já
falecido, mas seu filho Gonçalo Viegas, confirmado pelo rei em todos os
bens que herdara do pai e nos que adquiriu, foi ainda por ele elevado a
conde governador de Coimbra, em sucessão a Mendo Luz, no princípio com a
capital em Monte-Mor e, depois de novamente perdida esta praça, em
qualquer ponto entre Douro e Cértima. E governou largos anos esta
província, talvez até à conquista de Coimbra em 1064, pelo imperador
Fernando.
Fromarigo Viegas, casado com uma Adosinda, foi pelo mesmo tempo
governador de Lafões, como inculca o doc. de 1030, a pág. 164 do D. C.,
e foi pai do Suário Fromarigues e Gelvira Fromarigues, de que havemos de
falar adiante.
Gonçalo Viegas foi casado com D. Flâmula, neta de D. Crescinio e foram
seus filhos Pelágio Gonçalves e Fernando Gonçalves. Onde viveu o velho
Gonçalo Viegas, onde viveu seu pai Egas Erotis? Dizem os documentos que
este, depois que as terras a Sul do Douro caíram de novo em poder dos
cristãos, sob a espora de Afonso V, voltara aos seus domínios dentre
Douro e Vouga.
Se podermos fixar esses domínios que já lhe vinham de antepassados,
temos uma pista para, com grandes probabilidades de acerto, buscarmos a
zona de residência desta família. Ora os bens que Egas Erotis recebeu de
seus ascendentes e que com outros que adquiriu transmitiu aos seus
herdeiros,
estendiam-se desde Sever até à Bairrada, sendo o maior número no
concelho de Águeda. Dividiam-se estes bens em salinas e herdades-Vilas.
Eram as salinas situadas em Aveiro, em Sá e em Eixo. (Eu penso que a
este tempo ainda o leito do Vouga era bastante fundo para por ele
subirem as marés até muito acima de Eixo. Só desta maneira se explicam
as salinas «in Exso», a que se refere o doc. da pág. 230 do D. C. e as
de Alquerubim mencionadas a pág. 262). Depois vinham
as vilas de Loure, Lamas, Cristelo, Arrábel-Valongo, Fermentões,
Pedaçães, Serém, Jafafe, Segadães, Fermentelos,
Paradela-Recardães e um casal em Águeda – o casal de Lausato, de que
nasceu a vila actual – parte de Bolfiar, Cederim e Paradela do Vouga.
Além destas, havia outras ao Sul do Douro e até além
deste rio, mas estas foram adquiridas em grande parte pelos herdeiros de
Egas Erotis, sendo poucas as que pertenceram a este. Pode dizer-se que a
grande massa de propriedade da família estava situada na zona protegida
pelo Castro Marnel que a esse tempo tinha ainda erguidas as suas
muralhas,
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250 /
com grande poder defensivo. Era a civitas Marneli,
citcunscrição administrativa e militar, a cuja defesa presidia o monte
fortificado do Marnel (Doc. Med., pág. 250).
O imperador Fernando foi, sob algum aspecto, no século
XI, o que D. João
II foi no século XV. Rei habilíssimo, conseguiu transmudar a antipatia
com que foi recebido, ao subir ao trono, por virtude da sua qualidade de
sangue real navarro, em forte movimento de apoio e cooperação. Foi
grande a transformação social. Sem perseguir os velhos condes,
governadores de províncias com tal independência, que o poder do rei foi
em muitas conjunturas quase nominal, Fernando cautelosa e prudentemente
dividiu estas províncias em pequenas circunscrições, se é que não
aproveitou as já existentes, e pôs à sua frente mordomos e juízes seus,
escolhidos entre as famílias gradas dessas mesmas províncias,
descendentes dos antigos povoadores ou vindas daquela burguesia que
começava a crescer em volta dos mosteiros e dos lugares fortificados. O
imperador conheceu, logo de início, o sentimento nacionalista da gente
de aquém Minho; alcançou-o na sua natureza e na sua extensão.
Apercebeu-se de que se não tratava propriamente de um anseio de
liberdade política completa com quebra dos laços de obediência e
respeito aos reis de Leão: pretendiam apenas uma vida própria, separada
das das outras províncias, em que os mordomos, juízes, alcaides e todas
as outras autoridades que representavam o poder real fossem escolhidos
dentre os seus, não viessem de outras províncias, sobretudo da Galiza. O
sentimento de independência de Portugal afirmou-se sempre muito mais
intensamente contra esta província do que contra as outras.
Fernando, longe de contrariar este sentimento, foi ao seu encontro,
ajudou-o e esta foi a grande razão do seu triunfo. São muitos os
mandantes, mordomos, juízes, do
Minho à Bairrada e todos eles pertencentes a famílias portuguesas, que não faziam parte da nobreza. Simples
Milites. Só havia
três infanções pelo mesmo imperador nomeados.
As duas grandes famílias da alta nobreza dominantes em Portugal, a de Mumadona e Gonçalo Muniz, iam perdendo pouco a pouco o seu prestígio. O
Conde Mendo Nunes, representante daquela, foi respeitado por Fernando,
mas ele não era mais o que fora seu avô, o Conde Gonçalo Mendes, o
protector de Guimarães que sempre viveu em suas terras e entre os seus
homens. Mendo Nunes, falecido em 1053,
vivia na corte e vinha de quando a quando visitar o seu condado – «ad
multis vero dievos surrexit dux Menindus Nunnes in terram Portugalense»
– diz o doc. de fls. 234 do D. C. O filho deste conde, o Conde Nuno
Mendes, morto no Cávado
em luta contra o rei, tem vida apagada e foi o último conde desta
família.
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251 /
Podia mencionar aqui as ricas famílias
portuguesas então dominantes se o
permitissem os propósitos do Arquivo de Aveiro, sensatamente limitados
ao distrito. Também essa menção alongaria este artigo e roubaria espaço a matérias de mais interesse. Volto, pois, ao velho Gonçalo
Viegas.
Logo depois da conquista de Monte-Mor por Afonso
V, deu este o governo
da província ao seu general – Conde Mendus Luz. Aquela praça pouco tempo
esteve em poder dos cristãos, porque os mouros reconquistaram o
terreno perdido até ao Cértima, aproximadamente. Nesta altura, o
Conde Mendus Luz passou a governar a Terra de Santa Maria, e Gonçalo
Viegas governou a região entre esta e a
nova linha divisória dos mouros. Entre esta linha e o Vouga,
constituiu-se o velho Julgado de Vouga. Para o Norte deste rio ainda não
pude descobrir até onde chegava o poder de Gonçalo Viegas, isto é, o
limite Sul da Terra de Santa Maria. É certo que Gonçalo Viegas firma
muitos documentos relativos a actos e contratos, no território da sua circunscrição ao Sul
do Vouga.
Dissemos que a maior parte da riqueza
fundiária de Gonçalo Viegas
estava situada na – «Civitas Marneli». Esta propriedade tinha sido
herdada de seu pai, Egas Erotis. Se este vivia nas suas terras antes de
fugir à invasão de Almançor, se a elas voltou quando foram recuperadas
quinze ou vinte anos depois, de supor é que tivesse no Marnel a sua habitação. E como governador de terra, que sofria com frequência as
algaras Mouriscas, de necessidade era que vivesse sob protecção das
muralhas que defendiam a mesma terra.
No MarneI, pois, deviam ser seus Paços. No princípio do século
XV, ainda
as muralhas do MarneI estavam de pé, ao menos as da Alcáçova pequena, no
Cabeço que hoje chamamos da Mina. Mas também as da Alcáçova grande – no
Cabeço Redondo, tinham ainda, aqui e ali, restos de panos, que defendiam
o seu antigo contorno. Dentro destas subsistia ainda naquela data um
local com o nome de Paço. E este nome conservou indubitavelmente a
memória das casas onde viveu a autoridade mandante no local. Considerando
estes
factos, já facilmente compreendemos porque o Livro Velho de Linhagens
e o Nobiliário do Conde D. Pedro chamavam
ao nosso D. Gonçalo Viegas – D. Gonçalo Viegas do Marnel). (Livros de
Linhagens, págs. 176 e 289). E também os documentos do mosteiro de
Pedroso chamavam Fernando Gonçalves e Pelágio Gonçalves do Marnel, aos
filhos de D. Gonçalo Viegas.
Vamos deixar o que dizem os livros de Linhagens sobre estes fidalgos do
Marnel, para seguirmos documentos lidos como autênticos, publicados
uns pelos D. C. e outros referidos na Beneditina Lusitana.
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252 /
Fernando Gonçalves do MarneI casou com Ilduara Arias, filha de Arias
Eitás (D. C., pág. 244) de que lhe vem a filha Elvira Fernandes. Esta
Elvira Fernandes casou com D. Mem Viegas, filho de D. Egas Gomes de
Sousa e neto de D. Gomes Echigues.
Gomes Echigues era um dos três infanções entre os quais o Imperador
Fernando dividiu o governo de Portugal. Eram os outros, Godinho
Viegas e Mendo Gonçalves, este, filho de Gonçalo Transtamires. Todos
nados e criados em Portugal. Gomes Echigues serviu o Imperador Fernando,
como seu filho Egas Gomes de Sousa serviu o rei Garcia, de 1066
a 1071, e seu irmão Afonso VI; no governo das terras que lhe estavam
confiadas sucedeu-lhe o filho D. Mem Viegas, que governou durante toda a
vida de D. Teresa. O seu casamento com Elvira Fernandes do Marnel ligou
assim as duas famílias Senhores do Marnel e a dos Sousas dentre Tâmega e
Sousa. D. Gonçalo de Sousa, filho de Mem Viegas e Elvira Fernandes,
mordomo de Afonso Henriques, casado com uma sobrinha do rei – Urraca
Sanches, filha de sua irmã Teresa Afonso, foi o homem de maior nobreza
do nosso rei e talvez o que maior serviço lhe prestou. E foi a dentro
de Portugal independente o tronco da poderosa família que marcou, através dos séculos, posição dominante na orientação dos seus
destinos. Glória para o distrito de Aveiro, maior
ainda para o velho Castro do Marnel, ter visto nascer e viver dentro das
suas muralhas aquela fidalguia que, com D. Teresa e Afonso Henriques,
fez e sustentou a independência de Portugal.
Voltemos agora ao irmão de Fernando Gonçalves: ao Pelágio Gonçalves.
Este filho de Gonçalo Viegas acompanhou o pai e o irmão no governo de
suas terras durante os reinados de Afonso V, morto em 1027, de Bermudo
III e Fernando. Eles confirmam em numerosos documentos desta época
relativos a elas. O reinado de Bermudo foi perturbado por várias
incursões dos mouros e também pelas arrancadas feitas pelos cristãos
sobre territórios do domínio mourisco. Montemor-o-Velho que fora
conquistado por Afonso V em 1015 ou 1016, perdera-se, pouco depois, para
ser reconquistado por Gonçalo Transtamires em 1034 e em seguida de novo
perdido. Em 1045 fizeram os mouros grande incursão em Terra de Santa
Maria, sendo derrotados em Cesar pelo rei Bermuda. – Esta data, que nos
é dada pela Chronica Gothorum, deve estar errada, porque em 1045 já
não vivia Bermudo, falecido em 1035. – É possível que a era MLXXXIll
tenha um X a mais.
Em 1047, Pelágio Gonçalves com sua mulher Goto Soares, comprou uma
herdade em Pedroso. O documento é
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253 /
confirmado por seu irmão Fernando Gonçalves e por seu tio Fromarigo
Viegas, por alcunha O Saci, (D. C.. pág. 218). Em 1049, num documento
em que o imperador Fernando confirma certos privilégios ao mosteiro de
Guimarães, o velho Gonçalo Viegas do Marnel confirma ao lado de muitos
outros senhores de Portugal, (D. C., pág. 227). Em 1050 Gonçalo Viegas e
sua mulher Flâmula fazem inventário de seus bens (D. C., pág. 230). Em
1055 o imperador Fernando põe termo definitivo à questão entre os filhos
de Egas Erotis e os de sua irmã Adosinda sobre a propriedade de Viariz,
a requerimento de Gonçalo Viegas.
Esta família foi grande protectora do mosteiro da Vacariça. A mulher de
Pelágio Gonçalves – Goto Soares, seu cunhado Recemundus Mamelis,
fizeram-lhes avultadas doações.
Infere-se assim da documentação que foi grande o prestígio desta família
durante o reinado de Fernando. Depois, porém, que este conquistou Coimbra
em 1064 e confiou o
governo de todo o território entre o Douro e Mondego, de
Lamego até ao mar, a Sisenando, tudo se modificou. Os largos poderes
confiados a este homem tinham forçosamente de chocar-se com os da velha
família do MarneI e com os
das famílias dominantes na Terra de Santa Maria. Sisenando
depois de expulsar os mouros de toda a terra que lhe foi
confiada, permitiu que fosse apresada pelos cristãos e desta maneira se
operou um movimento de presúria entre o Douro e Mondego, semelhante ao
que, dois séculos antes, se processou entre Minho e Douro, por ordem do
rei Afonso III. Os documentos guardaram informações abundantes deste
movimento.
Sisenando parece ter ultra passado os limites da propriedade dos árabes,
pois contestou os direitos de alguns senhores de terras, mesmo na parte
que já a antes da tomada de Coimbra estava sob o domínio cristão. É
assim que Pelágio Gonçalves faz em 1077 inventário de seus bens, depois
de ter reclamado alguns de Sisenando, conforme lhe tinham sido
reconhecidos pelo imperador Fernando, por intermédio dos mordomos que
este tinha então governando a Terra de Santa Maria, Diogo Tructesindes
e seu filho Mendo Dias. E Pelágio Gonçalves esclarece o assunto dizendo
que Sisenando era «suo inimico». (D. C.. pág. 334).
O período que decorre da morte do rei Fernando em 1065 e a ocupação do
trono de todos os seus estados por seu filho Afonso VI, isto é, aquele
período em que reinou em
Galiza e Portugal o rei Garcia, é muito obscuro. Não encontro os
senhores do MarneI ao lado do rei Garcia, e
não estando também com Sisenando amigo e partidário de Afonso VI,
persuado-me de que viveram um pouco afastados
/
254 / das
convulsões políticas e em franco declínio de poder pessoal.
Com a subida ao trono de Afonso VI, a hábil política centralizadora de
seu pai com o respeito dos particulares sentimentos de cada província,
sofreu rude golpe. As províncias viram-se governadas por homens que
lhe eram estranhos, alguns nascidos além fronteiras de Espanha. E foi a
compressão do secular sentimento de vida separada, de governo da terra
por gente nascida e criada nela, embora dentro do maior respeito pelo
rei comum, que transformou esse sentimento em ânsia de liberdade
completa, de independência política, administrativa e religiosa. Já foi,
porventura, uma reacção desse sentimento que forçou Afonso VI a separar
os governos da Galiza e Portugal, que antes tentara ter sob o governo
único do Conde Raimundo; foi-o seguramente contra Teresa, quando esta
tentou com seu marido ou amante Conde de Trava, colocar os portugueses
na dependência e obediência dos galegos. Durante este longo período que
abrange as últimas três décadas do século XI e três primeiras
do século XII, os descendentes de Gonçalo Pelágio multiplicam-se como
proprietários, sem outra categoria de nobreza que não fosse a de
simples milites e sem outro prestígio que não fosse o que lhe vinha da
condição material de sua fortuna. Do Marnel, cujas muralhas continuaram
de pé, não eram mais senhores (D. M., 250). As famílias em que o
decorrer de dois séculos se subdividiu a do primeiro fidalgo do Marnel
Egas Erotis, eram numerosas entre Douro e Mondego, e mesmo para além
Douro. Por hoje só falarei em mais uma – de Fromarigo Viegas, filho de
Egas Erotis.
Fromarigo, casado com Adosinda, foi, como disse, governador de Alafões
ou parte desta região em tempo de Afonso V e talvez mesmo de Fernando. Suário Fromarigues e Gelvira Fromarigues foram dois de seus filhos. Esta
professou, aquele casou com Elvira Nunes. Não foi o fundador de Grijó,
mas foi o seu grande protector, o que o transformou num grande mosteiro,
e foi à volta deste que a sua família se desenvolveu. Vida longa, serviu
o imperador Fernando, seu filho Afonso VI e ainda D. Teresa.
Aparece-nos confirmado em vários documentos destes reis. Foi um dos mais
ricos senhores de Santa Maria.
Fromarigo teve numerosa descendência. Conto-lhe dez
filhos – Nuno – Sueiro – Paio – Pedro – Ero – Maior – Adosinda – Ermesinde
– Todo – Salvador.
Estes são os Soares, antepassados dos mesmos Soares que ainda hoje
povoam a
Terra de Santa Maria.
Suário Fromarigues morreu em
1110 com numerosos companheiros que sob seu comando iam a Santarém.
Deram
neles os mouros de surpresa quando descansavam. A Crónica
/ 255 / dos Godos perpetuou a memória destes portugueses heróis da
reconquista. Era MC.XLVIII. Factum est magnum
infortunium super christianos qui ibant ad Sanctarem in loco qui dicitur
Vatalandi ... lbique mortuus fuit Suarius Fromarigis pater Domni Nuno
Suariz, qui erat dux super eos.
É com profundo respeito e fundado orgulho que olho os desmantelados restos de muralhas que ainda teimam em afrontar o tempo
no alto do Monte MarneI; TAMBÉM ALI NASCEU PORTUGAL.
AUGUSTO SOARES DE SOUSA
BAPTISTA |