Vaz Ferreira, O convento da Feira, pelo padre Jorge de S. Paulo, Vol. XVII, pp. 36-66

O CONVENTO DA FEIRA,

PELO PADRE JORGE

DE SÃO PAULO

(◄◄◄ − Continuação do Vol. XVI, pág. 270)

CONCLUSÃO

(Na folha 36) Costumes que temos com o cura clérigos e fregueses, e câmara.

(Tem os seguintes subtítulos:)

Cura, clérigos, confrarias, abusos que tirei. (Vai da folha 36 ao verso da 38, sem grande interesse.)

(Na folha 42) Lembrança do primeiro reitor (emendado por outra letra para:) «Administrador» deste convento e mais sucessores dele.

§ 1.º O religioso que governa este convento não tem ainda verdadeiro título de reitor porquanto hão é nem nunca foi casa colegiada, somente lhe deram título de administrador das obras; posto que sempre se intitula reitor da Feira, é eleito em capítulo geral pelos votos da definição, tem mesa travessa como qualquer outro prelado das mais casas.

§ 2.º No ano de 1566 aos 30 de Abril fizeram os homens nobres desta vila petição ao capítulo em que pediam se elegesse reitor para que governasse esta igreja, porquanto des a concessão e união das igrejas de S. Nicolau e Travanca a este convento que foi no ano de 1550, era a dita igreja governada por curas sem residência de abade, somente o reitor do Porto de quando em quando acudia às obras do mosteiro; alegando juntamente na petição que o rendimento do curado sem a renda do convento bastava para sustentar ao reitor e seu companheiro e outras coisas que se podem ver na petição que está na gaveta 4.ª n.º 10.º

/ 37 / § 3.º Na sobredita petição não está despacho algum do capítulo, porém achei que quando se fez o Contrato com os fregueses que foi em 17 de Dezembro de 1566 acerca de se mudar a freguesia para o convento, se nomeia no contrato o padre João de Santa Maria por reitor desta casa (1566-67) e procurador da congregação para celebrar o contrato: e a petição dos fregueses foi a 30 de Abril do mesmo ano de 1566. De modo que combinadas as eras, foi eleito no capítulo em que se apresentou a petição o padre João de Santa Maria por reitor deste convento assim que foi o primeiro reitor dele e começou no dito ano de 1566.

(No versa da folha 42) E adverti que este mesmo padre João de Santa Maria no mesmo capítulo que foi eleito por reitor desta casa, tinha acabado de reitor do Porto; (à margem por outra letra:) «Quem o dispensou» o que colijo do dia e ano em que tomou posse da igreja de Travanca que foi aos 17 de Dezembro de 1565 como consta do instrumento da posse que está na gaveta 1.ª n.º 11.º e acabou de reitor do Porto no capítulo que se fez daí a cinco meses que foi em Maio de 1566 no qual foi eleito porque em Dezembro da mesma era se nomeia reitor no contrato dos fregueses que está na gaveta 4.ª n.º 8.º e no livro 10 foI. 7 se nomeia também por reitor desta casa; (À margem e por outra letra:) «se nomeia e quem o fez».

Primeiro reitor começou no ano de 1566

(À margem por letra diversa:)

«Primeiro Presidente ou aliás» (liga com as palavras: «Administrador 2.º» que vão notadas abaixo)

{Substitui-se a listagem com chavetas, por vezes bastante confusa e de difícil leitura, por uma tabela de fácil consulta − desde a pág. 37 até à 44 − HJCO}

N.º ANOS

NOMES

1.º 1566 - 1567

O P.e João de Santa Maria

2.º 1568 - 1569

O P.e Francisco de Sam Tiago - Administrador

3.º 1570-1571-1572

O P.e Miguel de Santa Maria

4.º 1573-1574-1575

O P.e António de Cristo

5.º 1576 - 1577

O P.e Gaspar de Cristo

6.º 1578-1579-1580

O P.e Manuel do Salvador

7.º 1581-1582-1583

O P.e Bartolomeu da Conceição que foi depois três vezes geral

8.º 1584 - 1585

O P.e António da Cruz o Velho

9.º 1586-1587-1588

O P.e Belchior da Trindade

10.º 1589-1590-1591

O P.e Pero da Assunção que foi geral três vezes

11.º 1592-1593-1594

O P.e Baltazar de Cristo Sodré que foi geral

12.º 1595-1596-1597

O P.e Álvaro de Santa Maria

13.º 1598-1599-1600

O P.e Manuel da Conceição o Couto

14.º 1601-1602-1603

O P.e António da Cruz daMarante

15.º 1604-1605-1606

O P.e Lopo das Chagas

   (Na folha 43) Por letra do reitor Manuel da Purificação Magalhães:)

16.º 1607 - 1608

O P.e Manuel da Cruz que foi geral

17.º 1609 a 1614

O P.e Paulo da Conceição    / 39 /

18.º 1615-1616-1617

O P.e Manuel da Conceição Botelho

19.º 1618-1619-1620

O P.e João de S. Paulo

20.º 1621 a 1629

O P.e Miguel do Espírito Santo que foi geral

21.º 1630-1631-1632

O P.e Manuel da Cruz 2.ª vez

22.º 1633-1634-1635

O P.e João de S. Miguel

23.º 1636-1637-1638

O P.e M.e Jorge de S. Paulo

24.º 1639-1640-1641

O P.e Pantaleão de S. Tiago

25.º 1642-1643-1644

O P.e Manuel da Cruz

26.º 1645-1646-1647

O P.e Teodósio de S. João

27.º 1648 - 1649

O P.e António da Anunciação Barreto

28.º 1650-1651-1652

O P.e Teodósio de S. João 2.ª vez (Por outra letra:) «Neste
           acabou a Administração das obras».    
/ 40 /

{Daqui em diante, desapareceu a indicação do número de ordem no A. do D. A., que na nossa versão se pode manter, sem hipótese de erro, até ao n.º 49 − HJCO}
29.º 1653-1654-1655

O P.e Paulo da Trindade 1.º reitor eleito por votos de toda a
           religião.

30.º 1656-1657-1658

O P.e Gaspar de Santa Maria Cabral - 2.º reitor

31.º 1659-1660-1661

O P.e Inácio da Assunção - 3.º reitor

32.º 1662-1663-1664

O P.e António da Madre de Deus Chichorro - 4.º reitor

33.º 1665-1666-1667

O P.e João dos Mártires - 5.º reitor

     (No verso da folha 43)

34.º 1668-1669-1670

O P.e Manuel da Purificação Magalhães 1670- 6.º reitor

35.º 1671-1672-1673

O P.e Jacinto da Conceição 1673 - 7.º reitor

36.º 1674-1675-1676

O P.e João do Evangelista que foi geral 1676 - 8.º reitor

37.º 1677-1678-1679

O P.e António de Santa Margarida - 9.º reitor

38.º 1680-1681-1682

(Riscado: «o P.e Bento da Esperança») 1681 O P.e  Bento da
 Esperança - 10.º reitor

       (Por diversas letras:)

39.º 1683-1684-1685

O P.e Francisco das Chagas - 11.º reitor

40.º 1686-1687-1688

O P.e M.e Silvestre de Santo Isidoro - 12.º reitor   / 41 /

41.º 1689-1690-1691

O P.e Francisco do Espírito Santo Sintra - 13.º reitor

42.º 1692-1693-1694

O P.e João da Graça - 14.º reitor

43.º 1695-1696-1697

O P.e Manuel de Santo Agostinho - 15.º reitor

44.º 1698-1699-1700

O P.e Manuel Jerónimo da Anunciação - 16.º reitor

45.º 1701-1702-1703

O P.e Francisco do Evangelista - 17.º reitor

46.º 1704 a 1708

O P.e Manuel da Anunciação do Porto - 18.º reitor

47.º 1709-1710-1711

O P.e António da Esperança do Porto - 19.º reitor

48.º 1712-1713-1714

O P.e Brás da Purificação - 20.º reitor

49.º 1715-1716-1717

O P.e C. Manuel dos Anjos - 21.º reitor

(Por letra do reitor Crispiniano:) « Vai continuando esta sucessão a fl. 66»

(Na folha 66) (Por letra do reitor Crispiniano:) «Continua a sucessão dos reitores»

(Por letra do padre Jorge de S. Paulo, mas riscado depois:) Tabuada de todos os caseiros que pagam a este convento.   / 42 /
(Por letra do reitor Crispiniano:) Continua-se a sucessão dos reitores que começa a fl. 42
 

50.º 1718-1719-1720

O P.e Preg. Diogo da Anunciação

51.º 1721-1722-1723

O P.e Preg. Jerónimo de S. Bernardo

52.º 1724-1725-1726

O M. R.do cónego preg. geral Crispim da Madre de Deus
     Crispiniano

{Daqui em diante, torna-se difícil indicar o número de ordem − HJCO}

     (Com outra tinta e talvez por outra letra.)

  1727-1728-1729

No primeiro ano o P.e P. António de S. Bento de Braga. Este renunciou: e se fez vigário reitor o P. Manuel dos Anjos de S. Varão, o qual também renunciou no 3.º ano, e foi eleito 2.º vigário reitor o P. P. Sebastião de S. António natural de Anadia que acabou o triénio.

    (Por outras letras:)

  1730-1731-1732

O P.e João de S. Bernardo natural de Guimarães

  1733 a 1736

O P.e P. Domingos da Esperança natural de Matosinhos o qual na 3.ª visita do seu triénio foi para o Porto e ficou seu vice reitor governando mais um ano que houve suptutoria por se furtar a arca dos votos e (riscado:) «só veio fazer comp.º»

1737-1738-1739

O P.e P. José da Anunciação Evangelista natural da cidade do
          Porto.

    (No verso da folha 66)

  1741-1741-1742

O R.do P.. Simão Santa Teresa de Jesus, que renunciou no 1.º ano e se elegeu vigário reitor no 2.º ano o R.do P.e José de Santo António até o fim.     / 43 /

  1743-1744-1745

O R.do cónego Manuel da Visitação que renunciou e acabou o triénio o P.e Sebastião de Santa Ana Torres.

  1746

O R. P. Tomás de Santa Maria de Braga

  1747 a 1751

O R. C. Paulo da Assunção do Alentejo

  1752-1753-1754

O R. C. Egídio de Santa (nome que não leio) de Soure

  1755-1756-1757

O R. C. Pedro de S. Joaquim de (nome que não leio) de
      Soure

  1758 a 1767

O R. C. M.e Manuel de Santo António de Lamego

  1768 a 8bro de 71

O R. C. Manuel de Santo Albino do Porto

  de Dezembro de 71 até 8bro de 75

O R. C. José de Santo António Leigal do Porto

  de 15 de 8bro até 11 de Julho de 76

O R. C. vice reitor Teodoro de Santa Clara de Lisboa

  1776

entrou o R. C. R.ez Domingos da Santa Rosa de Encourados

  1777 a 1780

O P.e M.e Vicente de S. Carlos Lisboa, de Lisboa

  2 de Janeiro de 1780 até 1786

 O R. C. Joaquim José Lopes da Costa do Porto

  de 1786 até

O R. C. Gregório Luís Frutuoso do Porto

  de 1789 até 1790

O R. C. José da Madre de Deus Barreto do Douro

  1790 a 1792

O R. C. António de Pádua Correia de Sousa do (?)

  1792-1793-1794

O R. P. M.e Alexandre Cartas de Magalhães de Lisboa

  1795-1796-1797

O R. C. José Camelo Cotrim

  1798-1799-1800

Joaquim José Loureiro, de Braga   / 44 /

      (Na folha 67)

  1801-1802-1803

O R. C. Custódio José de Araújo e Silva, da Póvoa de Lanhoso

  1804-1805-1806

O R. C. Joaquim Feliciano de Abreu do Pico de Regalados

  1807-1808-1809

O R. C. Joaquim de Azevedo dos Arcos de Ponte de Lima

  1810-1811-1812

O R. C. José Duarte Coelho, de Vila do Conde

  1813-1814-1815

O R. C. António Rodrigues de Sousa Vale de Valongo do Porto

  1816-1817-1818

O R. C. José Duarte Coelho de Amorim, de Vila do Conde

  1819-1820-1821

O R. C. Tomás de Aquino Pereira de Sá Farinha da freguesia do Barreiro do pé do Porto

  1822-1823-1824

O R. C. João Paulo Carneiro de Sá Barbosa Bezerra de Vila do Conde

      (No verso da folha 67)

  1825-1826-1827

O R. C. Manuel da Silva Cerqueira, de Braga

  1828-1829-1830

O R. C. João Nunes de Matos, do Porto

(Falta nesta lista o último reitor, António Baptista da Silva, de Braga, que serviu de 1831 até à extinção dos conventos.)   / 45 /

(Na folha 44) Lembrança para os arrendamentos das três igrejas e do que se gasta em sua arrecadação.

(Tem os subtítulos: S. Nicolau, Travanca e Nogueira. Vai até o verso da folha 46, onde há um acrescento da letra do reitor Inácio da Assunção, 1659-61.)

(Na folha 47) Os encargos e ordinários que se pagam de todas estas três igrejas.

(Tem os subtítulos: Sam Nicolau encargos velhos, Encargos novos, Igreja de Travanca encargos velhos, Encargos novos, Igreja de Nogueira encargos velhos e Encargos novos. Vai até à folha 48 cujo verso está em branco).

(Na folha 49) Inventário das igrejas de Nogueira e Travanca.

(Ocupa a folha 49 e o verso. Tem no baixo da folha 49 a seguinte nota:) «Até a visitação de 1638 estão cumpridos
                todos os mandados de visitação
                         João da Costa Borges.»

(No folha 50) Inventário da sacristia deste convento. (Vai até à folha 51)

(No verso da folha 51 estão colados dois pedaços de papel evidentemente cortados de outro livro. Diz o primeiro:)

«Está nesta nossa casa um calix grande de prata com sua patena, uns castiçais de prata, umas galhetas de prata, com sua salva também de prata, tudo metido numa caixa de coiro preto que o snr. D. António Pereira mandou fazer para Nossa Senhora do Castelo, e eu o mandei fazer vivendo no Porto por mo ele encomendar o quisesse mandar fazer, e para que se saiba que não é deste mosteiro esta prata senão de Nossa Senhora do Castelo deixei esta lembrança neste livro visitando esta casa hoje 27 de Abril de 1616
P.e da Assunção, reitor geral» (reitor da Feira 1589-91).

(Nota de outra letra antes da assinatura:) «Já tudo foi para o Castelo». / 46 /

(Diz o segundo papel:)

«Deu a senhora condessa (entrelinhado:) = D. Maria de Gusmão = para esta igreja e a esta casa um alampadário grande de prata, e autro maís pequeno, deu mais uns castiçais de prata grandes, e outros mais pequenos (três palavras riscadas) com condição que sirva esta prata toda nas confrarias dela, e que sendo o caso que este mosteiro em algum tempo se mudar daqui fique sempre a prata para serviço da igreja, e assim me pediu (ilegível) em lembrança posto para que sempre (ilegível) dessa tenção o que fiz hoje 27 de Abril de 1616. P.e da Assunção, reitor geral» (reitor da Feira 1589-91).

(Na folha 52) Inventário da prata desta casa e de quem nola deu

Três alampadários de prata para os três altares do cruzeiro com suas cobertas de bertangil.

Oito castiçais de prata em que entram dois pequenos (entrelinhado por outra letra:) «estes foram para o Castelo que eram da ermida» e dois pequeninos para pivetes. (Entrelinhado por outra letra:) «estes se encorporaram nos cálices novos por serem tão pequenos que não cabiam neles os pivetes».

Uma cruz grande de prata com suas campainhas.

Um turíbulo; uma naveta com sua colher tudo de prata.

Umas galhetas com seu prato tudo de prata (por outra letra:) «estas foram para o Castelo».

Outras galhetas mais pequenas com seu prato, tudo de prata.

Dais cálices dourados com suas patenas tudo de prata (à margem por outra letra:) «um foi para o Castelo».

(Riscado:) «Outros dois cálices sem serem dourados com suas patenas prata».

Outra cálix com o pé de latão que foi o que nos deram os fregueses que fizeram o contrato da mudança da freguesia (à margem:) «está em Campos».

Uma cruz com as aspas de prata e o pé de cobre que é da freguesia.

Uma caldeira nova com seu trissope tudo de prata.

Um cofre de prata que está no caixão (por outra letra:) «que é de prata de guadamecim está na arca».

Outro cofre de tartaruga que está no sacrário.

Um vaso de prata dourada (em entrelinha de outra letra:) «por dentro» que serve da comunhão (à margem por / 47 / outra letra:) «tem cobertura que lhe fez o padre reitor Manuel da Purificação (1668-70)

Uma custódia formosíssima de duas peças (por outra letra:) «Na sua correição vide infra nesta mesma página *»

Um relicário de muito preço que tem o Santo Lenho.

Uma alcatifa tecida de oiro que serve para a adoração da sexta feira: e uma almofada de veludo preto para o mesmo ministério.

Tudo isto está na casa da prata onde estão o túmulo de veludo preto bronzeado e a tumba de sexta feira. Estão mais dois caixões em que está a prata e outras coisas.

Nesta casa está também a livraria, o cartório em os armários: Alguns livros ficam na cela do padre reitor e outros estão na cela do padre Manuel da Cruz (reitor 1607-08 e 1630-32 e depois geral).

(No fim da tolha 52 por outras letras:) «* A respeito da custódia grande vide a fls. 288.)
«E também fs. 55 § 8.
Cunha»

(A meio do verso da folha 52).

§ 2.º Na mesma foI. 51 verso está outra lembrança do mesmo padre geral (Pero da Assunção, reitor da Feira 1589-91) que a senhora condessa D. Maria de Gusmão que hoje vive e viva muitos anos, deu a esta casa dois alampadários de prata um grande outro meão e os quatro castiçais dois grandes e outros mais pequenos (palavras apagadas) com as condições ibi ditas: Isto é o que deu da prata.

§ 3.º Deu mais uma alcatifa de oiro e seda, e a almofada de veludo preto, e o pano preto de damasco, e os dois pavilhões do sacrário; e a toalha de pontas formosíssimas, e o véu de ombros de setim branco golpeado, toalhas para os altares, corporais, guardas, sanguinhos: reformou a ermida de São Francisco e estofou o mesmo santo que custou tudo alguns doze mil réis: deu também para esta casa os moinhos de Pombos que custaram mais de 100$000 com o descâmbio com a capela de Fernão de Magalhães como adiante diremos no título da fazenda. Deu também o cofre de prata que está no caixão e o de tartaruga que está no sacrário. Deu mais a renda para as três alampadas como dissemos a foI. 32 e outras muitas coisas que erat longum recensere.

(§§ 4.º e 5.º já transcritos) (Na folha 53)

§ 6.º A caldeira e hissope de prata se deu de esmola a esta casa sendo eu reitor dela (1636-38) e custou com feitio vinte e sete mil e tantos reis. / 48 /

(Por outra letra:)

«No ano de 1638 o padre Miguel do Espírito Santo (reitor 1621-29 e depois geral) a deu.»

§ 7.º Gaspar Lopes, de Campos que morreu na Índia mandou quarenta mil reis para que a senhora condeça os gastasse em alguma obra da ermida de Nossa Senhora de Campos: destes 40$000 reis se fizeram dois castiçais compridos lisos, e um cálix pequeno de prata com sua patena e as galhetas de prata pequenas com seu prato, e um frontal de chamalote de lã, e uma vestimenta de catalufa sem alva nem amicto. Tudo isto se deu no meu último ano que foi 1638.

§ 8.º A custódia, cruz grande, dois cálices, turíbulo, naveta, vaso da comunhão, tudo se comprou com o dinheiro do convento. (À margem:) «Da renda da casa».

§ 9.º O frontal de tela se deu de esmola a esta casa no meu segundo ano e custou quarenta mil reis. O veu de ombros também deu a snr.ª condessa no meu segundo ano e custou sete mil e tantos reis: 1637 anos.

§ 10.º Da ermida de S. Francisco e do santo custou a reparação mais de dez mil reis: e reformou-se no meu 3.º ano de 1638, (à margem e por outra letra:) «à custa da senhora condessa.»

§ 11.º O conde de Santa Cruz havia muitos anos que devia para as obras desta casa trezentos e dez mil reis: teve espírito de os pagar no meu 3.º ano de 1638 (nota no fim do período em duas linhas de outra letra:) «foi pelas diligências que este padre fez para isso; e pelo que aponta abaixo».

§ 2.º Ganhamos na renda que arrecadamos com o que se gastava em casa alguns quarenta mil reis. E entendo que nos fes Deus estas mercês pelo muito que se tratou neste triénio do culto divino, e a muita esmola que se fez à portaria e pessoas honradas.

 
A caldeira e hissope 27$000
frontal 40$000
de Gaspar Lopes 40$000
na ermida 10$000
  —————
  117$000
o veu de ombros 007$000
do conde de Santa Cruz 310$000
gasto da renda 040$000
  —————
  307$000
  117$000
Soma o que veio este triénio
   a esta casa sem se esperar
474$000
   
 

/ 49 / [Vol. XVII - N.º 65 - 1951]

(No fim da tolha houve uma linha escrita com outra tinta mais preta, mas foi cortada com tesoira.)

(No verso da tolha 53) (Por letra do reitor Manuel da Purificação Magalhães, 1668-70)

O P.e Manuel da Purificação sendo reitor desta casa no 2.º ano que foi o de 1669 achou dois cálices de prata na sacristia, um que era de Nossa Senhora de Campos muito pequeno e quebrado por quatro partes na copa e outro pouco maior e muito delgado que parecia de folha de Flandres, e um vaso do Snr. sem cobertura. Achou por mais acertado fundir esta prata e mandou fazer três cálices que não pôde doirar por lhe faltar dinheiro e fez a cobertura do vaso do Snr. de uma patena que não tinha serventia e o mandou doirar: e fez um vaso grande de lavatório para a comunhão para quinta feira maior quando andavam dando lavatório por um púcaro de barro. Passou toda esta obra de uns setenta e sete e tantos mil reis e deixou esta memória para os vindoiros para que não imaginem que se alienaram os cálices velhos. Também fundiu o sino pequeno que havia 20 anos que estava quebrado: e fez o frontal do altar mor de damasco branco por não haver nenhum na igreja e ser tão necessário para as festas de Nossa Senhora e domingos do Senhor. Quem lhe suceder no lugar espera ele de seu bom zelo que doire estes cálices acima, porque o merecem por serem bem feitos e grossos, feitos para esse efeito.

(Não há folha 54. Na folha 55) Inventário dos dois dormitórios (riscado:) «e livraria»

Dormitório do padre reitor.

(Por outra letra:) − Cela do padre reitor:

Uma barra.
dois colchões.
um cobertor de papa.
chumaço de travesseiro.
cadeiras, de coiro três.
uma banca.
Estantes, duas.
− Cela do padre Teodósio de S. João (reitor 1645-47) uma barra, um colchão e um enxergão, um cobertor de papa. Chumaço de travesseiro e almofada. Uma cadeira de pau. Uma mesa de pau pequena. Uma estante.
/ 50 /

− Cela do padre Francisco das Chagas. Uma barra, um colchão e um enxergão, um cobertor de papa; chumaço de travesseiro e almofada. Cadeiras duas, uma delas de coiro, outra de pau. Uma estante.

(No verso da folha 55) − Cela do padre procurador. um leito; um colchão, e um enxergão. um cobertor de papa. Chumaço de travesseiro. Cadeiras três, de pau. uma mesa de pé, pequena.

− Dormitório grande:

− Cela do padre Manuel da Cruz (reitor 1607-08 e 1630-32). Uma barra; um colchão e um enxergão. Um cobertor de papa. Cadeiras duas. uma banca, uma estante; um escabelo.
− Uma cela para hospedes. Com um leito, digo barra, colchão e enxergão, e dois cobertores, Chumaço de travesseiro.
− Outra cela com uma barra. e uma cadeira.

− Outra cela, com uma barra, e uma banca; um colchão, um enxergão, dois cobertores de papa, velhos, e mais um leito velho.

− Cela de André da Glória, um colchão, e um enxergão, chumaço de travessseiro. Um cobertor de papa, e duas cobertas velhas. Uma banca. Um leito. Um banco.

Pantaleão de S. Tiago, reitor (1639-41)

Teodoro de S. João (reitor 1645-47 e 1650-52).

(Na folha 56) Lembrança das terras que se meteram no sítio deste convento e na cerca.

§ 1.º Em S. Martinho de Argoncilhe junto às Vendas de Grijó tinha esta igreja um casal de Aldris em que morava João Fernandes e tinha praso dele: pagava dez alqueires de trigo: dez de meado e duas galinhas como consta do tombo velho folhas 26 e pagava de lutuosa outro tanto: de modo que pela renda que pagava valia este casal mais de sessenta mil reis, e hoje valerá muito mais. Este casal (Palavras apagadas, talvês: descambiou João Lopes) no ano de 1559 pelo padre reitor do Porto Diogo da Purificação e seus deputados a quem estavam cometidos os negócios deste novo convento: e foi o descâmbio com Amador Nunes morador na sua quinta da Boa Vista junto à Feira, e sua mulher Violante Caldeira a quem deram o dito casal por troca de um terreiro que estava defronte da porta do Espírito Santo com sua laranjeira, e de um campo que estava assim da dita ermida e de uns campos das calçadas que eram herdades e dízimo a dinheiro / 51 / a Deus o que consta da escritura do descâmbio que está na gaveta 4.ª n.º 13.º

§ 2.º No ano de 1608, sendo reitor o padre Manuel da Cruz (1607-08 e 1630-32) fundou a torre deste convento tomando um pedaço da estrada com licença da câmara: e por este mesmo lugar vinha o cano da água para o chafariz da vila; quando a câmara lhe concedeu esta licença foi com condição que fizesse outro cano, (apagado:) ada para a serventia e caminho do povo para Arrifana: foi necessário ao dito padre reitor comprar a António Fernandes e a Gaspar Correia terra bastante para tudo isto o que me disse o mesmo padre reitor que lhe parece custou alguns dez mil reis: O contrato deste caminho está na gaveta 4.ª n.º 14.º

§ 3.º No ano de 1583 fizemos contrato com o licenciado Cristóvão Coelho como consta do livro primeiro foI. 83 pelo qual nos dava o sítio em que morava e o quintal e as casas em que morava Manuel de Oliveira e Grácia Álvares sua mulher e era praso do dito licenciado com condição de lhe darmos 60 alqueires de pão em sua vida a saber dez de trigo e cinquenta meados e uma obrigação de missas como se verá as foI. 23 deste livro. (No verso da folha 56) O sítio deste licenciado (que morreu vinte anos depois do contrato) começa des o canto da horta que está defronte de Bartolomeu Pinto e vai correndo toda a horta até a porta do carro. Considera-se agora quanto valem duzentos alqueires de trigo e mil alqueires de pão meado que montariam nos vinte anos; o trigo a dois tostões e a segunda a tostão são cento e quarenta mil reis além da obrigação de missas, como se verá no lugar apontado, (por outra letra:) «que quere dizer esta consideração?»

§ 4.º No ano de 1574 se contratou António Rodrigues com o padre reitor Miguel de Santa Maria (1570-72) de nos dar o seu campo (que é o que vai da porta do carro até à eira) com uma certa obrigação de missas e enquanto ele vivesse lhe daríamos trinta alqueires de pão: e lhe faríamos uma capela a nossa custa; o que se pode ver das foI. 28 deste livro: de modo que comeu trinta alqueires alguns seis anos que a tostão são dezoito mil reis: e nos obrigamos a fazer-lhe uma capela perfeita de ratábulo e tudo de mais porte que deve custar bom dinheiro: e o campo confessa ele na escritura que valia sessenta e cinco cruzados que são vinte e seis mil reis. Veja-se o § 12.º

§ 5.º Des a terra da eira até parte do bacelo venderam ao padre reitor Bartolomeu da Conceição (1581-83) António de Aguiar e sua mulher Madalena Soares por vinte e cinco mil reis livres e com os mais gastos montou alguns vinte e sete mil reis. Este António de Aguiar morava em Fijô, / 52 / e foi pai de Estêvão de Aguiar que curou esta igreja muitos anos.

§ 6.º Des a parte do bacelo e pomar novo, indo correndo pelo pomar velho até a vinha que entesta com a porta do pinhal nos deram o conde D. Diogo fundador e a condessa D. Ana de Meneses; com a obrigação que está apontada neste livro às foI. 18.

§ 7.º No tombo velho fol. 10 v.º se diz que Gonçalo Anes alfaiate trazia um pequeno (de) chão desta igreja de que pagava um frangão e diz à margem: este chão está agora metido na cerca: e no livro décimo a fol. 50 se diz que Agostinho Martins largara aos padres um campo da igreja, que devia ser este chão do tombo velho.

(Na folha 57)

§ 8.º Des a porta do pinheiro para baixo estão uns campos de Baptista de Almeida, e de António Jorge e de João Álvares que tudo se vendeu em tempo do padre reitor João de Santa Maria (1566-67) e custou nove mil e quinhentos reis o que consta do livro 1.º foI. 7.

§ 9.º Também no livro 10.º foI. 50 se diz que vendera Agostinho Martins uma terra que se meteu dentro na cerca por dois mil e quinhentos reis.

§ 10.º No princípio da calçada que vai para o adro onde estava antigamente uma cruz vivia Vicente João alfaiate em umas casas suas com um enchido, foram necessárias as casas para fazerem o caminho mais largo e desimpedido, e por isso as comprou o padre reitor António da Cruz (de Amarante, 1601-04) no ano de 1602 por quatorze mil reis o que consta do livro 7.º foI. 1.ª

§ 11.º Esta casa pagava um alqueire de milho e uma galinha a João Carvalho de uma terra que traziamos na cerca: o dito João Carvalho vendeu este foro por dois mil reis ao padre reitor Manuel da Conceição Couto (1598-1600) no ano de 1599. Consta do livro 5.º foI. 51.

§ 12.º No campo que nos deu António Rodrigues para a cerca tinha parte nele a confraria de Nossa Senhora de Campos e se pagava de foro à dita confraria meio tostão. No ano de 1568 comprou o padre reitor Francisco de Sam Tiago (1568-69) este foro à dita confraria por dois mil e quinhentos reis, o que consta do livro 6.º foI. 30.

(Na folha 58) Lembrança das propriedades que este mosteiro tem por prasos de vidas.

(Ocupa esta tolha, o verso e a folha 59 / 53 /

(Na folha 60) Lembrança da terra que esta casa tem por arrendamento

(Ocupa esta folha 60 e o verso.)

(Na folha 61) Lembrança dos foros que este mosteiro tem obrigação de pagar

(Ocupa esta folha 61 e poucas linhas do verso).

(Na folha 62) Lembrança dos moinhos de Travanca e da Azenha de junto a Picalhos e de quem no-la deu.

(Ocupa esta folha 62, o verso e metade da folha 63.)

(A meio da folha 63) (Por letra do reitor António da Anunciação Barreto, 1648-49:)

Lembrança dos oficiais e criados.

Estando súbdito nesta casa não havia partido de médico por se lhe haver levantado por respeitos particulares de quem governava sem outra causa; achei agora no livro da despesa (sem haver outro assento) que se lhe deram estes anos trinta alqueires de segunda, e queixando-se o médico que não era partido conveniente, o propus aos padres que assentaram se lhe dessem quarenta alqueires, visto que nos sangra quando há necessidade, porque o barbeiro António Gomes que despedi por não querer fazer as barbas aos hóspedes do hábito e ser muito mau sangrador por haver dado (No verso da folha 6) nas artérias a duas pessoas não convinha que nos servisse, e como o que tomei de Milheirós de Poiares ficava longe para as pressas, pareceu conveniente dar ao médico os 40 alqueires de partido, visto o sangrar-nos; comecei-lhos a dar em 5 de Maio de 1649. (Entrelinhado por letra do reitor Inácio da Assunção, 1659-61:) «Entrou em Fevereiro de 660 o médico da vila Calheiros com o mesmo partido de 40 alqueires de terçado.»

(Continua letra do reitor Barreto:) Barbeiro

O barbeiro António Gomes que despedi por não querer fazer a barba aos hóspedes do hábito na rasoura, e querer que por isso se lhe acrescentasse o partido, é também muito mau sangrador, por haver dado nas artérias a algumas pessoas, como foi Manuel Ferreira que morreu disso; por esta razão tomei com o mesmo partido (que são vinte alqueires de pão meado) a António Borges / 54 / de Milheirós de Poiares, que começou a servir em Janeiro de 1649. Fez-se-lhe a primeira paga em Janeiro de 1650.

(Por letra do reitor Inácio da Assunção, 1659-61:) «Entrou a servir o barbeiro pelo S. João Baptista de 659 com o partido de vinte alqueires João Rodrigues desta vila.»

(Por letra do reitor António da Madre de Deus Chichorro, 1662-64:) «Ao licenciado Lopo Soares d'Albergaria aceitamos por letrado nesse ano de 662 por ser muito necessário e com conselho dos deputados e lhe prometemos de partido vinte alqueires de segunda terçado que se lhe hão de começar a dar no S. Miguel seguinte de 662. Quando tive uma causa com a condessa (D. Joana) se pôs contra nós declarado inimigo pelo que o tirei e advirta-se que a condessa não tem dado o que é obrigada, para ornato da capela porque lhe tira puxando pelos testamentos para este fim e para a obrigar ao mais que nos deve parou com a causa e o certo é que nos mesmos (entrelinhado:) «pes» pelos particulares de cada um são os de que a casa fazemos o pior dado, os reverendos padres reitores o conhecerão.»

(Na folha 64) Rol em suma de toda a renda deste convento até o ano de 1639

(Ocupa toda a folha)

(No verso da folha 64 duas linhas da letra do reitor Anunciação Barreto, 1659-61)

(Na folha 64) Taboada das freguesias e lugares onde nos pagam a renda

(Ocupa toda a folha)

(As folhas 68 a 78 estão em branco.)

(De folhas 79 a 256 seguem apontamentos de foros com algumas notas de reitores posteriores ao padre Jorge de São Paulo, 1636-38. Só tem interesse os que seguem.)

(Na folha 103) (Por letra do reitor Crispiniano, 1724-26)

«Lembrança para os nossos vindoiros:

Em tempo que foi reitor desta casa o padre mestre Manuel dos Anjos (1715-17 e 1728) que demandou a Sebastião Leitão Coelho (irmão de D. Ana de Viveiros Freire, mãe dos bastardos do último conde da Feira D. Fernando) filho que ficou de Feliciano Leitão e a sua mulher D. Teresa por rendas decursas a este convento de que fez assinado do importe delas, e juntamente fez reconhecimento  / 55 / ao tombo do mesmo convento da renda que era obrigado a pagar assim das terras do Farinheiro, como do Sobreiro e leira da Cruz a qual está ao canto da cerca deste convento aonde está uma cruz e a dita leira fica da parte de cima do caminho para a parte de cima a qual leira está embebida nas terras do dito Sebastião Leitão no mesmo sítio da estrada para cima por informação que deu Pascoal Tri da Piedade, e outros, e o assento que foi de Manuel Gomes está onde antigamente estava uma porta na estrada que vai para Justas junto de uma fonte pertencente ao mesmo Sebastião Leitão que fica contígua às casas donde mora o dito Sebastião Leitão tudo defronte da nossa cerca; e no praso que se fez ao dito Feliciano Leitão na era de mil seiscentos setenta e oito o qual se achará no livro de porta intitulado livro dos prasos e arrendamentos feito no último ano do padre Jorge de S. Paulo (reitor 1636-38) a foI. 147 e foI. 151 se verá a hipoteca que o sobredito fez da venda de 10 a 40 alqueires de trigo a saber na leira da Cruz e mais terras e assento que foi de Manuel Gomes o que tudo Sebastião Leitão e sua mulher D. Teresa reconheceu como consta da sentença apensa ao tombo tirada do processado nas notas de João de Oliveira Magalhães no ano de 1717»

(Na folha 257) Lembrança das coisas perdidas para o tombo.

(Segue por letra do reitor Crispiniano, 1724-26:)

«No ano de 1705, sendo reitor deste convento o padre pregador geral Manuel da Anunciação (1704-08) se fez o tombo, que hoje se acha no cartório; porém é de advertir: que o padre João dos Anjos de Melres foi o que assistiu às medições, e demarcações dele. E sobre ter para isso pouca inteligência morreu antes de assinar os autos das ditas medições, por cujo respeito vindo do colégio de Coimbra para este convento o padre pregador Crispim da Madre de Deus (reitor 1724-26) o dito padre reitor o obrigou a que assinasse os ditos autos de apegação para o juiz do tombo os haver de sentenciar: como de facto assim se fez. Sendo que Vindo para este mesmo convento o mesmo padre pregador geral Crispim da Madre de Deus para reitor dela no ano de 1724, achou que o tombo apegado pelo dito padre João dos Anjos estava mui diminuto nas medições nele conteúdas; e assim se adverte, que quando suceda haver alguma dúvida, que primeiro se governem pelos títulos antigos; e pelas suas confrontações; por / 56 / quanto os caseiros pela sua renitência foram muito diminutos nas ditas medições. Mais (No verso da folha 257) se adverte que a maior parte dos caseiros deste convento repugnavam a dar as terras à medição por quererem ser obrigados ordinariamente: muitos deles já foram convencidos: cujas sentenças se acham no cartório; e agora é necessário tombarem-se as terras: e reformarem-se; as que estão tombadas: levando consigo o procurador do tombo os títulos delas: para que na forma das suas confrontações se possam medir: porque os títulos antigos não tem medição: a cujo defeito se deve atender com se governarem pelas confrontações.»

(Na folha 258) (Por letra do reitor Manuel dos Anjos de São Varão, 1715-17 e 1728:)

«Lembrança de um ofício de nove lições com sua missa cantada».

(Sem interesse)

(A folha 259 em branco. Na folha 260) Lembrança do legado de Gaspar Lopes.

Gaspar Lopes, de Campos, morreu nas partes da Índia, era filho de Pero Lopes, de Campos, deixou em seu testamento que se comprasse fazenda para todos os sábados se dizer uma missa em Nossa Senhora de Campos pelas almas de seus pais e avós e por sua tenção, o que consta de seu testamento que está em poder da senhora condessa D. Maria de Gusmão. Este legado ainda não está aceito em capítulo, nem em visitação.

(Na folha 261) Lembrança do legado de Domingos Godinho

Domingos Godinho marido de Isabel do Carvalhal instituiu uma capela e morgado com obrigação de mandarem os herdeiros desta capela dizer neste convento todos os anos cinquenta missas pagas a tostão: a qual obrigação se porá em execução por morte da dita Isabel do Carvalhal sua mulher: Deste legado não há nenhum traslado neste convento, nem eu soube disto senão acaso nestes últimos dias: procure-se a verba de seu testamento e a instituição do morgado.

(Segue uma explicação escrita e assinada pelo reitor João Evangelista, 1674-76 e uma nota à margem de outra letra. Sem interesse.) (Na folha 261) Formas das procurações quando se tratarem negócios da casa. / 57 /

(O resto da folha em branco. No verso fórmula de apresentação de vigário por outra letra).

(Na folha 264) Forma da expedição e apresentação dos curas.

(Segue por outras letras. Sem interesse.)

(Na folha 265) Cartório desta casa por livros, forais, e gavetas.

(Por letra do reitor António da Anunciação Barreto, 1648-49:)

O P.e Mestre Jorge de Sam Paulo (reitor 1636-38), a quem a religião deve muito pelas memórias que deixou nas casas em que foi reitor, deixou posto este título e o cartório na forma dele; por descuido se devia perder tudo, porque quando entrei nesta casa por reitor, nem cartório havia, nem gavetas; assim andei ajuntando os papeis que pude achar, e mandei fazer o cartório que pus na cela dos reitores, e fazendo inventário dos papeis os meti nas 4 gavetas primeiras, e os distribuí na forma que abaixo vão. Advirta quem buscar papeis pelas alegações deste livro que se variaram, pelo descuido de quem quer que deixou perder o cartório, que eu não digo que seria o reitor, por me não porem outras cotas tão discretas como as que se veem neste livro, mais por imitar (se homem pudera) que por notar, e se não achar neste meu alfabeto o papel que buscar, creia que se perdeu, com muitos que faltam. (Nota por letra do reitor lnácio da Assunção, 1659-61:) «em outra repartição fica em 8 de Março de 662.»

Gaveta primeira

N.º 1.º − O juramento que deu a magestade deI rei D. João o 4.º no ano de 1648 sobre o milagre que fez o nosso venerando padre António da Conceição na saude do sr. infante D. Afonso.

N.º 2.º − Uma carta do cabido do Porto com o traslado de outra de sua magestade para lhe mandarmos o cômputo das rendas deste mosteiro.

(No verso da folha 265)

N.º 3.º − Bulas da pensão de Roge; segundas bulas e um traslado da mesma com o mesmo n.º 3.º

N.º 4.º −  Uma executorial das bulas da anexação da nossa igreja de Nogueira da Regedoira. / 58 /

N.º 5.º − Bulas da união da igreja de Nogueira da Regedoira.

N.º 6.º − Bulas de Carregosa.

N.º 7.º − Bula e executorial da erecção desta igreja em mosteiro, segunda e 3.ª bula do mesmo com o dito n.º 7.º

N.º 8.º  − Bula da pensão de Arrifana com um traslado da mesma, com o mesmo n.º 8-º

N.º 9 − Bula de Travanca anexa a este mosteiro.

N.º 10 − Executorial sobre a igreja de Travanca.

N.º 11 − Executorial para que a igreja de Sam Nicolau desta vila com sua anexa Travanca, sejam erectas em mosteiro colegiado.

N.º 12 − Bula executorial da união de Travanca por uma vez em vida do abade Tristão Pinto.

N.º 13 − Bula da confraria do Rosário.

N.º 14 − Indulgências para o dia de. Sam Nicolau nesta igreja, e de Sam Sebastião na misericórdia desta vila.

N.º 15 − Outra bula de indulgências para esta igreja de Sam Nicolau.

N.º 16 − Letras da terça parte dos frutos que tivemos na igreja de Carregosa.

N.º 17 − Indulgência da confraria do nome de Jesus.

(Na folha 266)

N.º 18 − Altar privilegiado.

N.º 19 − Recibos de quindénios.

N.º 20 − Indulgências que houve nesta igreja em dia de S. Policarpo e Santa Maria Salomé.

N.º 21 − Súplica que se fez ao papa Nicolau 3.º (1274-81. É evidente engano. Foi o papa Júlio 3.º, 1550-53, que pôs o fiat a 15 de Setembro de 1553.) sobre a erecção deste mosteiro com o fiat de sua santidade.

N.º 22 − Registo do cartório da sé do Porto sobre a igreja de Nogueira da Regedoira.

(Na folha 267) Gaveta segunda

N.º 1.º − Padrão de vinte mil reis de juro da capela de D. João Pereira.

N.º 2.º − Padrão de vinte (entrelinha de outra letra:) «e cinco» mil reis de juro da capela de D. Margarida da Silva.

N.º 3.º − Licença del rei para esta casa poder comprar mil cruzados de fazenda. Segunda provisão com o mesmo n.º 3.º  / 59 /

N.º 4.º − Autos das demandas que houve com o abade de Arrifana e prior de Roge.

N.º 5.º − Instrumento do contrato de D. Margarida da Silva com esta casa.

N.º 6º − Despedida dos curas que tem esta casa.

N.º 7.º − Traslado dos privilégios que temos registados na câmara desta vila.

N.º 8.º − Três provisões para se comprar madeira para as obras desta casa pelos preços ordinários sem se poderem alterar.

N.º 9.º − Provisão rara se não alterarem os preços da telha.

N.º 10.º − Uma sentença que se houve neste juízo contra João Lopes de 138 reis que devia.

N.º 11.º − Quatro instrumentos de posse da igreja de Travanca.

N.º 12.º − Um contrato que se fez com os oficiais que fizeram a capela mor de empreitada.

N.º 13.º − Dois instrumentos de posse da igreja de Nogueira da Regedoira.

N.º 14.º − Sentença de levantamento do embargo que se fez por ordem deI rei, no casal de Espargo que nos deixou Luís Tavares.

(No verso da folha 267)

N.º 15.º − Uma sentença que houvemos contra Luís Vilão da freguesia de Nogueira da Regedoira que se levantava com os 12 alqueires de trigo da obradação. Outra em Travanca com o mesmo n.º 15.º

N.º 16.º − Papel antigo em que o capítulo geral mandou quitar a Nuno Carvalho abade que foi em Nogueira da Regedoira 458 reis no ano de 1567.

N.º 17.º − Auto de posse de Carregosa.

N.º 18. − Uma procuração acerca da igreja de Espargo.

N.º 19. − Um monitório contra o prior de Roge.

N.º 20. − Um instrumento de continuação de posse desta igreja de Sam Nicolau.

N.º 21 − Um precatório por parte do legado do inquisidor D. Manuel Pereira.

N.º 22 − Desistimento do direito que o mestre das obras tinha nas pedreiras que nos ficaram livres.

N.º 23 − Duas licenças que deu a câmara desta vila para nos taparmos com o muro do rossio.

N.º 24 − Uma procuração de D. António Pereira para se cobrar o juro da capela de sua irmã D. Margarida da Silva. / 60 /

N.º 25.º − Uma lembrança de como a água dos passais da igreja de Travanca se dá algumas vezes por empréstimo.

N.º 26 − Um assinado em que o cura de Nogueira se obriga a curar pelo ordenado da constituição do bispado e não mais.

N.º 27 − Notificação de António André para que não entre no nosso casal de Campos.

N.º 28 − Um papelinho de letra do P.e Teodósio de Sam João (reitor 1645-47) em que diz que Álvaro de Moura houve sentença contra Diogo de Moura sobre lhe fazer bom o seu dote (Por outra letra quase apagada:) «da mesma letra acima e no mesmo papelinho estava a sentença... a dita sentença, o papelinho se não viu...»

(Na folha 268)

N.º 29. − Um mandado desta câmara para se não impedir a corrente da água da banda da igreja.

N.º 30. − Um conhecimento de Manuel Pereira de Aguiar sobre a ermida que se há de fazer na igreja velha.

N.º 31 − Uma paga de como André Vaz cura de Travanca está pago do seu salário.

N.º 32 − Um parecer sobre as covas do adro e obras da igreja.

N.º 33 − Uma escritura que os moradores de Travanca fizeram na colocação do Santíssimo Sacramento na igreja da freguesia.

(Na folha 269) Gaveta terceira

N.º 1.º − Isenção das nossas casas para com os ordinários que não possam visitar mais que os fregueses onde tivermos igrejas curadas; e mais papeis tocantes às visitações nesta casa.

N.º 2.º − Sentença e mais papeis tocantes à demanda que trouxemos com o comendador de Riomeão sobre a nossa igreja de Nogueira da Regedoira.

N.º 3.º − Sentença que houvemos contra Pero Afonso para pagar dízimos dos moinhos de dez um.

N.º 4.º − Sentença que se houve contra um rendeiro de Ovar que queria dízimo dos enxames de Travanca por pastarem as abelhas na freguesia de Ovar.

N.º 5.º − Autos que correram com Francisco Fernandes de Baião quando agravou do nosso conservador para o juiz da coroa. / 61 /

N.º 6.º − Sentença contra Bartolomeu Gonçalves de Canedo sobre o foro que não queria pagar.

N.º 7.º − Arrendamento de Nogueira e Travanca e Sam Nicolau.

N.º 8.º − Pergaminho com a licença que el rei nos deu para se nos dar o casal de Espargo.

N.º 9.º − O traslado e testamento de D. Brites de Castro.

N.º 10.º − Último testamento de Álvaro de Moura Coutinho.

N.º 11 − Testamento de Graça de Prado em que nos deixa umas casas nesta vila.

N.º 12 − Escritura de Álvaro de Moura Coutinho das suas casas desta vila.

(No verso da folha 269)

N.º 13.º − Uma quitação de doze mil reis que pagou Álvaro de Moura Coutinho.

N.º 14.º − Um assinado de Simão de Aguiar que importa quatro medidas de trigo.

N.º 15.º − Sentença contra um recebedor de D. António Pereira que não queria pagar uns duzentos mil reis.

N.º 16.º − Arrendamento que fez João Lopes do casal de Campos.

N.º 17.º − Traslado da conservatória dos frades de S. Jerónimo de que usamos.

N.º 18.º − Sentenças sobre a terça parte dos frutos que tínhamos na igreja de Carregosa, revoga das em Lisboa.

N.º 19.º − Sentença contra Simão Cerveira que queria um legado da fazenda de D. Brites de Castro.

N.º 20 − Uma sentença antiga sobre certos dizimos.

N.º 21.º − Um arrendamento antigo de Arrifaninha.

N.º 22.º − Sentença contra Maria Antónia sobre o campo da Arrifaninha.

N.º 23.º − Sentença contra Manuel Dias o Novo de Degarei que se levantava com a renda que nos pagava.

N.º 24.º − Uma provisão deI rei para se avocar a Lamego a causa que trazemos com Francisco de Moura sobre as casas que nesta vila deixou Álvaro de Moura Coutinho.

N.º 25.º − O traslado do breve por onde podemos tomar conservador.

N.º 26 − Um assinado do concerto que se fez com o desembargador do Porto sobre os caixões que estão na sacristia. / 62 /

(Na folha 270)

N.º 27 − Livro do capítulo geral que se fez no ano de 1639 que durou 9 anos.

(Na folha 271) Gaveta quarta

Livro 1.º Estão em este livro algumas compras antigas, e alguns prasos, e outras compras modernas, e o descâmbio que se fez com a capela de Fernão de Magalhães, de tudo tem índice.

Livro 2.º Estão em este livro muitos prasos, e compras deste mosteiro, de todos tem índice.

Livro 3.º Estão as cartas de compra que fez Álvaro de Moura da fazenda que nos deixou pela sua capela, todas estão rotuladas. Nota livro 11.

Livro 4.º Estão as cartas das medidas que a sr.ª condessa D. Maria de Gusmão nos deixou, com obrigação das três alâmpadas, e o contrato que com a dita senhora fizemos nesta matéria. Nota n.º 16.

Livro 5.º Este livro está dividido em três partes, a primeira parte contém a sentença que houvemos contra Pero Lopes e mais papeis pertencentes ao casal de Campos. A 2.ª parte, contém algumas cartas de venda e prasos, todos rotulados. A 3.ª parte, contém prasos e escrituras pertencentes a este mosteiro como se vê do índice.

Livro 6.º Estão neste livro muitas cartas de compra, e prasos pertencentes a esta casa, todos rotulados em o fim pelo padre mestre Jorge de S. Paulo (reitor 1616-18) que se pôde cansar a lê-los.

(No verso da folha 271)

Livro 7.º Fez-se este livro de novo para se lançarem todos os prasos, e aforamentos que se fizerem de novo, e Já estão nele muitos como se vê no índice.

Livro 8.º Neste livro estão algumas pagas antigas.

Livro 9.º Tem algumas cartas de venda feitas a este mosteiro, e outras pertencentes ao que vendeu Estêvão de Aguiar, tem rótulos.

Livro 10.º Tem este livro alguns prasos que se veem em o índice que tem deles.

Livro 11. Contém este livro, por maior, todas as compras que fez Álvaro de Moura que pertencem à sua capela. Nota livro 3.º

Livro 12. Contém este livro uma memória das rendas, foros, e casais que tem este mosteiro, e o tombo da igreja de Nogueira da Regedoira. / 63 /

N.º 13. Praso dos passais desta igreja feito a Aires Ferreira do Carvalhal.

N.º 14. Papeis do assento de Carregosa.

N.º 15. Arrematação que se fez do campo do Ramal.

N.º 16 Um maço de papeis pertencentes a rendas das alâmpadas. Nota livro 4.º

N.º 17. Pagas das censúrias e direitos das visitações.

N.º 18 Algumas pagas das porções dos curas.

N.º 19. Quitações da cotação dos fregueses.

(Na folha 272)

N.º 20. Dois arrendamentos, um dos moinhos da Azenha, outro do campo dos Castanheiros.

N.º 21. Quatro pagas antigas várias.

N.º 22. Concerto com Francisco Fernandes de Baião.

N.º 23. Doação de Diogo Marques e Isabel Mascarenhas.

N.º 24. Descâmbio do assento deste mosteiro pelo casal que esta igreja tinha em Aldris.

N.º 25. Contrato que esta casa fez acerca do caminho que tomou para a torre.

N.º 26. Contrato do desistimento que fez Cristóvão Coelho das três missas perpétuas e auto da posse que se tomou por sua morte.

N.º 27. Contrato de umas missas que se não dizem porque se não paga o que se deixou para elas.

N.º 28. Uma carta de venda de dois alqueires de trigo que os padres compraram a Domingos António de Degarei freguesia de Válega.

N.º 29. Traslado de uma carta de venda que fez aos padres António Álvares da freguesia de Sam Martinho da Gândara, de seis alqueires de trigo e onze de segunda.

N.º 30. Carta de venda de (Nota n.º 46) seis aIqueires de trigo e seis de centeio, e duas galinhas que os padres compraram a Manuel de Almeida e António Tavares e Francisco de Pina em Degarei.

N.º 31 Traslado de urna carta de venda que fez aos padres António Lopes da freguesia de Sam Martinho da Gândara de seis alqueires de trigo.

(No verso da folha 272)

N.º 32 Carta de venda de dois alqueires de trigo que os padres compraram a Mateus Rodrigues da Regedoira freguesia de Válega.

N.º 34. (Não há 33) Traslado de uma carta de venda que fez aos padres Gaspar Caldeira da Rifana de / 64 / dois alqueires de trigo, um frango e a metade do terço de um carneiro.

N.º 35. Contrato entre os fregueses e o mosteiro.

N.º 36. Uma petição antiga dos fregueses desta igreja em que pediam assistência dos reitores.

N.º 37. Uns embargos de D. Inês de Castro sobre certos legados com os condes da Feira.

N.º 38. Compra antiga de três alqueires de pão meado que fez Mateus Pires de Degarei sendo reitor o padre Álvaro de Santa Maria (1595-97).

N.º 39 Uma lembrança do padre Miguel do Espírito Santo (reitor 1621-29) sobre a porção dos curas desta igreja.

N.º 40 Uma memória antiga do padre Álvaro de Santa Maria (reitor 1595-97) do modo com que os curas desta igreja se haviam de haver em algumas coisas. Nota.

N.º 41. Uma minuta acerca do testamento de D. João.

N.º 42 Umas lembranças que se deram ao snr. D. João conde da Feira para favorecer esta casa.

N.º 43 Um arrendamento feito a Manuel Ribeiro desta vila do casal que está arriba do pinhal por três anos.

N.º 44. Regimento para as covas da igreja este papel de ordinário anda dentro neste livro.

N.º 45. Um livro que é o foral do Castelo serve para se ver nele se são terras reguengas quando fizermos alguma compra.

(Na folha 273)

N.º 46. Urna procuração de Antónia de Pina para se poderem vender as terras que ficam atrás n.º 30 nesta gaveta.

(Na folha 274) (Por outra letra:) Merceeiras

(Por letra do reitor Manuel dos Anjos, 1715-17:)

Para lembrança dos meus sucessores.

Em o último de Janeiro de mil e setecentos e dezassete sendo reitor deste convento o padre pregador Manuel dos Anjos, natural de São Varão despediu, a Antónia Lopes, de ser merceeira neste convento, do legado de D. Inês de Castro, por não concorrerem nela ao presente os requesitos deste mister etc. e por muitas faltas que tinha na sua assistência, de que resultou fazer petição à mesa da Misericórdia na forma seguinte: (Segue sem interesse até o verso da folha 275.) / 65 / [VoI. XVII - N.º 65 - 1951]

(Na folha 276) (Por letra do reitor Manuel Albino de Sousa, 1768-71; seguindo até o verso:) «Declaração do legado de D. Inês de Castro.»

(Redução do juro. Sem interesse.)

(Na folha 277) (Por letra de Manuel da Cunha Teixeira e Andrade que assina:) «Lembrança a respeito das árvores do adro da Senhora de Campos» (Sem interesse) (A folha 278 em branco)

(Na folha 279) Quinta da Arrifaninha e seu princípio

O casal da Arrifaninha foi de Guiomar Nunes dona viuva e de seu genro António de Brito Cação casado com sua filha Violante da Costa moradores em Santarém, os quais fizeram procuração a Gaspar Caldeira morador na Rifana para venderem o dito casal e assim o venderam a Aníbal Cerniche prior de Cedofeita por 48$600 reis o qual casal trazia Aleixo Gonçalves e rendia naquele tempo vinte alqueires de pão, a saber doze de trigo e oito de meado, um carro de lenha e duas galinhas, consta do liv. 6.º foI. 223.

Depois do ano de 1599 o dito prior fez doação deste casal a Manuel Cerniche seu filho morador junto a Aveiro para si e seus sucessores como consta do liv. 2.º foI. 128 verso.

No ano de 1605 sendo reitor o padre Lopo das Chagas (1604-06) lhe venderam Manuel Cerniche e sua mulher Maria Ferreira este casal da Arrifaninha e a quebrada de Macieira por preço de cinquenta mil reis como consta do mesmo liv. 2.º foI. 129 e as foI. 153 está a posse.

Aleixo Gonçalves foi continuando com a renda até o ano de 608 em que largou o casal pelo não poder beneficiar; e o padre reitor Manuel da Cruz (1607-08 e 1630-32) semeou nele uns poucos de pinheiros que se deram bem por ser terra mais capaz deles que de pão. Depois des o ano de 1609 se arrendou o dito casal a Gonçalo Fernandes de Milheirós por dois alqueires de milho e com obrigação de trazer com seu carro e bois todo o mato necessário para o forno.

Sucedeu no ano de 1621 sendo reitor o padre Miguel do Espírito Santo (162I-29) por malícia ou descuido de António de Azevedo o Aguço que então lavrava o casal do Ameal, pôr o fogo ao pinheiral que tinha semeado o padre reitor Manuel da Cruz (1607-08 e 1630-32): vendo isto o padre António de S. Bartolomeu, confessor da senhora condessa D. Maria de Gusmão, pediu licença ao padre reitor para (No verso da folha 279) de suas caridades vaIar e semear de pinheiral todo o dito casal, o que fez com tanto zelo como / 66 / é notório a todos, e depois se foi continuando com se semearem pinhões e hoje é fazenda que todos dizem valer dois mil cruzados e valerá mais pelo tempo adiante. A carta de compra está no liv. segundo foI. 131 verso («segundo» e «13 verso» emendas de outra letra.)

(Nota por letra de Manuel da Cunha Teixeira e Andrade que a assina:) «No ano de 1793 fora do Portal de Arrifaninha e pela estrada acima que vem para Santo André se mandou tapar de vaIado uma porção de terra, que a câmara nos consignou em ocasião, que repartia as circunferências com outros interessados. Da parte do nascente confronta com tapada de Feliciana Maria viúva que ficou do chamado Diogo vizinho da quinta, e da parte do Norte com outra tapada de João Gomes Ferreira Souto desta vila.

Manuel da Cunha Teixeira e Andrade»

(Do verso da tolha 279 em diante não torna a encontrar-se letra do padre Jorge de São Paulo.)

(No verso da folha 290) (Por letra diversa:) Acabou-se a obra das escadas, entradas da igreja, e portaria, e também se acabou de fazer parte da torre do antecoro tudo no ano de 1743 (pode ser 5, mas parece mais 3) foi toda esta obra feita com o real desta vila que pedimos a sua magestade o snr. D. João quinto e o concedeu por várias provisões até o fim da obra &.ª

Pela cópia

VAZ FERREIRA

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