(◄◄◄
− Continuação do Vol. XVI, pág. 270)
CONCLUSÃO
(Na folha 36)
Costumes que temos com o cura clérigos e fregueses, e câmara.
(Tem os seguintes
subtítulos:)
Cura, clérigos, confrarias,
abusos que tirei. (Vai da folha 36 ao verso da 38, sem grande
interesse.)
(Na folha 42)
Lembrança do primeiro reitor (emendado por outra letra para:)
«Administrador» deste convento e mais sucessores dele.
§ 1.º O religioso que
governa este convento não tem ainda verdadeiro título de reitor
porquanto hão é nem nunca foi casa colegiada, somente lhe deram título
de administrador das obras; posto que sempre se intitula reitor da
Feira, é eleito em capítulo geral pelos votos da definição, tem mesa
travessa como qualquer outro prelado das mais casas.
§ 2.º No ano de 1566 aos 30
de Abril fizeram os homens nobres desta vila petição ao capítulo em que
pediam se elegesse reitor para que governasse esta igreja, porquanto des
a concessão e união das igrejas de S. Nicolau e Travanca a este convento
que foi no ano de 1550, era a dita igreja governada por curas sem
residência de abade, somente o reitor do Porto de quando em quando
acudia às obras do mosteiro; alegando juntamente na petição que o
rendimento do curado sem a renda do convento bastava para sustentar ao
reitor e seu companheiro e outras coisas que se podem ver na petição que
está na gaveta 4.ª n.º 10.º
/ 37 /
§ 3.º Na sobredita petição não está despacho algum do capítulo, porém
achei que quando se fez o Contrato com os fregueses que foi em 17 de
Dezembro de 1566 acerca de se mudar a freguesia para o convento, se
nomeia no contrato o padre João de Santa Maria por reitor desta casa (1566-67)
e procurador da congregação para celebrar o contrato: e a petição dos
fregueses foi a 30 de Abril do mesmo ano de 1566. De modo que combinadas
as eras, foi eleito no capítulo em que se apresentou a petição o padre
João de Santa Maria por reitor deste convento assim que foi o primeiro
reitor dele e começou no dito ano de 1566.
(No versa da folha 42)
E adverti que este mesmo padre João de Santa Maria no mesmo capítulo que
foi eleito por reitor desta casa, tinha acabado de reitor do Porto; (à
margem por outra letra:) «Quem o dispensou» o que colijo do dia e
ano em que tomou posse da igreja de Travanca que foi aos 17 de Dezembro
de 1565 como consta do instrumento da posse que está na gaveta 1.ª n.º
11.º e acabou de reitor do Porto no capítulo que se fez daí a cinco
meses que foi em Maio de 1566 no qual foi eleito porque em Dezembro da
mesma era se nomeia reitor no contrato dos fregueses que está na gaveta
4.ª n.º 8.º e no livro 10 foI. 7 se nomeia também por reitor desta casa;
(À margem e por outra letra:) «se nomeia e quem o fez».
Primeiro reitor começou no
ano de 1566
(À margem por letra
diversa:)
«Primeiro Presidente ou
aliás» (liga com as palavras: «Administrador 2.º» que vão
notadas abaixo)
{Substitui-se a listagem com
chavetas, por vezes bastante confusa e de difícil leitura, por uma
tabela de fácil consulta − desde a pág. 37 até à 44 − HJCO}
N.º |
ANOS |
NOMES |
1.º |
1566 - 1567 |
O P.e
João de Santa Maria |
2.º |
1568 - 1569 |
O P.e
Francisco de Sam Tiago - Administrador |
3.º |
1570-1571-1572 |
O P.e
Miguel de Santa Maria |
4.º |
1573-1574-1575 |
O P.e
António de Cristo |
5.º |
1576 - 1577 |
O P.e
Gaspar de Cristo |
6.º |
1578-1579-1580 |
O P.e
Manuel do Salvador |
7.º |
1581-1582-1583 |
O P.e
Bartolomeu da Conceição que foi depois três vezes geral |
8.º |
1584 - 1585 |
O P.e
António da Cruz o Velho |
9.º |
1586-1587-1588 |
O P.e
Belchior da Trindade |
10.º |
1589-1590-1591 |
O P.e Pero da Assunção que foi geral três vezes |
11.º |
1592-1593-1594 |
O P.e
Baltazar de Cristo Sodré que foi geral |
12.º |
1595-1596-1597 |
O P.e
Álvaro de Santa Maria |
13.º |
1598-1599-1600 |
O P.e Manuel da Conceição o Couto |
14.º |
1601-1602-1603 |
O P.e
António da Cruz daMarante |
15.º |
1604-1605-1606 |
O P.e Lopo das Chagas |
(Na folha 43) Por letra do reitor Manuel da Purificação
Magalhães:) |
16.º |
1607 - 1608 |
O P.e
Manuel da Cruz que foi geral |
17.º |
1609 a 1614 |
O P.e
Paulo da Conceição
/
39 / |
18.º |
1615-1616-1617 |
O P.e
Manuel da Conceição Botelho |
19.º |
1618-1619-1620 |
O P.e
João de S. Paulo |
20.º |
1621 a 1629 |
O P.e Miguel do Espírito Santo que foi geral |
21.º |
1630-1631-1632 |
O P.e
Manuel da Cruz 2.ª vez |
22.º |
1633-1634-1635 |
O P.e
João de S. Miguel |
23.º |
1636-1637-1638 |
O P.e M.e Jorge de S. Paulo |
24.º |
1639-1640-1641 |
O P.e
Pantaleão de S. Tiago |
25.º |
1642-1643-1644 |
O P.e Manuel da Cruz |
26.º |
1645-1646-1647 |
O P.e
Teodósio de S. João |
27.º |
1648 - 1649 |
O P.e
António da Anunciação Barreto |
28.º |
1650-1651-1652 |
O P.e
Teodósio de S. João 2.ª vez (Por outra letra:) «Neste
acabou a Administração das obras».
/ 40 / |
{Daqui em diante, desapareceu
a indicação do número de ordem no A. do D. A., que na nossa
versão se pode manter, sem hipótese de erro, até ao n.º 49 − HJCO} |
29.º |
1653-1654-1655 |
O P.e
Paulo da Trindade 1.º reitor eleito por votos de toda a
religião. |
30.º |
1656-1657-1658 |
O P.e Gaspar de Santa Maria Cabral
- 2.º reitor |
31.º |
1659-1660-1661 |
O P.e
Inácio da Assunção - 3.º reitor |
32.º |
1662-1663-1664 |
O P.e António da Madre de Deus Chichorro
- 4.º reitor |
33.º |
1665-1666-1667 |
O P.e
João dos Mártires - 5.º reitor |
(No verso da folha 43) |
34.º |
1668-1669-1670 |
O P.e
Manuel da Purificação Magalhães 1670- 6.º reitor |
35.º |
1671-1672-1673 |
O P.e Jacinto
da Conceição 1673 - 7.º reitor |
36.º |
1674-1675-1676 |
O P.e João do Evangelista que foi geral 1676
- 8.º reitor |
37.º |
1677-1678-1679 |
O P.e
António de Santa Margarida - 9.º reitor |
38.º |
1680-1681-1682 |
(Riscado: «o P.e
Bento da Esperança») 1681 O P.e Bento da
Esperança - 10.º reitor |
(Por diversas letras:) |
39.º |
1683-1684-1685 |
O P.e
Francisco das Chagas - 11.º reitor |
40.º |
1686-1687-1688 |
O P.e
M.e Silvestre de Santo Isidoro - 12.º reitor
/ 41 / |
41.º |
1689-1690-1691 |
O P.e Francisco do Espírito Santo Sintra
- 13.º reitor |
42.º |
1692-1693-1694 |
O P.e João da Graça
- 14.º reitor |
43.º |
1695-1696-1697 |
O P.e Manuel de Santo Agostinho
- 15.º reitor |
44.º |
1698-1699-1700 |
O P.e
Manuel Jerónimo da Anunciação - 16.º reitor |
45.º |
1701-1702-1703 |
O P.e
Francisco do Evangelista - 17.º reitor |
46.º |
1704 a 1708 |
O P.e
Manuel da Anunciação do Porto - 18.º reitor |
47.º |
1709-1710-1711 |
O P.e
António da Esperança do Porto - 19.º reitor |
48.º |
1712-1713-1714 |
O P.e Brás da Purificação
- 20.º reitor |
49.º |
1715-1716-1717 |
O P.e
C. Manuel dos Anjos - 21.º reitor |
(Por letra do reitor Crispiniano:) « Vai continuando
esta sucessão a fl. 66»
(Na folha 66) (Por letra do reitor Crispiniano:) «Continua a sucessão dos reitores»
(Por letra do padre Jorge de S. Paulo, mas riscado
depois:) Tabuada de todos os caseiros que pagam a este convento.
/ 42 /
(Por letra do reitor Crispiniano:) Continua-se a sucessão dos reitores que começa a
fl. 42
|
50.º |
1718-1719-1720 |
O P.e Preg.
Diogo da Anunciação |
51.º |
1721-1722-1723 |
O P.e
Preg. Jerónimo de S. Bernardo |
52.º |
1724-1725-1726 |
O M. R.do cónego preg. geral Crispim da Madre de Deus
Crispiniano |
{Daqui em diante, torna-se
difícil indicar o número de ordem − HJCO}
(Com outra tinta e talvez por outra letra.) |
|
1727-1728-1729 |
No primeiro ano o P.e P. António de S. Bento
de Braga. Este renunciou: e se fez vigário reitor o P. Manuel dos Anjos de
S. Varão, o qual também renunciou no 3.º ano, e foi eleito 2.º vigário reitor o
P. P. Sebastião de S. António natural
de Anadia que acabou o triénio. |
(Por outras letras:) |
|
1730-1731-1732 |
O P.e João de S. Bernardo natural de Guimarães |
|
1733 a 1736 |
O P.e P. Domingos da Esperança natural de Matosinhos o qual na 3.ª visita do seu triénio foi para o Porto e ficou seu vice reitor governando mais um
ano que houve suptutoria por se furtar
a arca dos votos e (riscado:) «só veio
fazer comp.º» |
|
1737-1738-1739 |
O P.e P. José da Anunciação Evangelista natural da cidade do
Porto. |
(No verso da folha 66) |
|
1741-1741-1742 |
O R.do P.. Simão Santa Teresa de Jesus, que renunciou no
1.º ano e se elegeu vigário reitor no 2.º ano o R.do P.e José
de Santo António até o fim.
/ 43 / |
|
1743-1744-1745 |
O R.do cónego Manuel da Visitação que renunciou e
acabou o triénio o P.e Sebastião de Santa Ana Torres. |
|
1746 |
O R. P. Tomás de Santa
Maria de Braga |
|
1747 a 1751 |
O R. C. Paulo da Assunção do Alentejo |
|
1752-1753-1754 |
O R. C. Egídio de Santa (nome que
não
leio) de Soure |
|
1755-1756-1757 |
O R. C. Pedro de S. Joaquim de (nome que
não leio) de
Soure |
|
1758 a 1767 |
O R. C. M.e Manuel de Santo António de
Lamego |
|
1768 a 8bro de 71 |
O R. C. Manuel de Santo Albino do Porto |
|
de Dezembro de 71 até
8bro de 75 |
O R. C. José de Santo António Leigal do
Porto |
|
de 15 de 8bro até 11 de
Julho de 76 |
O R. C. vice reitor Teodoro de
Santa Clara
de Lisboa |
|
1776 |
entrou o R. C. R.ez
Domingos da Santa Rosa de Encourados |
|
1777 a 1780 |
O P.e M.e Vicente de S. Carlos Lisboa, de
Lisboa |
|
2 de Janeiro de 1780 até
1786 |
O R. C. Joaquim José Lopes da Costa do
Porto |
|
de 1786 até |
O R. C. Gregório Luís Frutuoso do Porto |
|
de 1789 até 1790 |
O R. C. José da Madre de Deus Barreto do
Douro |
|
1790 a 1792 |
O R. C. António de Pádua Correia de
Sousa do (?) |
|
1792-1793-1794 |
O R. P. M.e Alexandre Cartas de Magalhães de Lisboa |
|
1795-1796-1797 |
O R. C. José Camelo Cotrim |
|
1798-1799-1800 |
Joaquim José Loureiro, de
Braga
/ 44 / |
(Na folha 67) |
|
1801-1802-1803 |
O R. C. Custódio José de Araújo e Silva, da Póvoa de Lanhoso |
|
1804-1805-1806 |
O R. C. Joaquim Feliciano de Abreu do Pico de Regalados |
|
1807-1808-1809 |
O R. C. Joaquim de Azevedo dos Arcos de Ponte de Lima |
|
1810-1811-1812 |
O R. C. José Duarte Coelho, de Vila do
Conde |
|
1813-1814-1815 |
O R. C. António Rodrigues de Sousa Vale de Valongo do Porto |
|
1816-1817-1818 |
O R. C. José Duarte Coelho de Amorim, de Vila do Conde |
|
1819-1820-1821 |
O R. C. Tomás de Aquino
Pereira de Sá Farinha da freguesia do Barreiro do pé do Porto |
|
1822-1823-1824 |
O R. C. João Paulo Carneiro de Sá Barbosa Bezerra
de Vila do Conde |
(No verso da folha 67) |
|
1825-1826-1827 |
O R. C. Manuel da Silva Cerqueira, de
Braga |
|
1828-1829-1830 |
O R. C. João Nunes de Matos,
do Porto |
(Falta nesta lista o último reitor, António Baptista da Silva, de
Braga, que serviu de 1831 até à extinção dos conventos.)
/
45 /
(Na folha 44) Lembrança para os arrendamentos das
três igrejas e do que se gasta em sua arrecadação.
(Tem os subtítulos: S. Nicolau, Travanca e Nogueira.
Vai até o verso da folha 46, onde há um acrescento da letra do reitor
Inácio da Assunção, 1659-61.)
(Na folha 47) Os encargos e ordinários que se pagam
de todas estas três igrejas.
(Tem os subtítulos: Sam
Nicolau encargos velhos, Encargos novos,
Igreja de Travanca encargos velhos, Encargos novos, Igreja de Nogueira
encargos velhos e Encargos novos. Vai até à folha 48 cujo verso está em
branco).
(Na folha 49) Inventário das igrejas de Nogueira e
Travanca.
(Ocupa a folha 49 e o verso. Tem no baixo da folha 49
a seguinte nota:) «Até a visitação de 1638 estão cumpridos
todos os mandados de visitação
João da Costa Borges.»
(No folha 50) Inventário da sacristia deste convento. (Vai até à folha
51)
(No verso da folha 51 estão colados dois pedaços de
papel evidentemente cortados de outro livro. Diz o primeiro:)
«Está nesta nossa casa um calix grande de prata com
sua patena, uns castiçais de prata, umas galhetas de prata, com sua
salva também de prata, tudo metido numa caixa de coiro preto que o snr.
D. António Pereira mandou fazer para Nossa Senhora do Castelo, e eu o
mandei fazer vivendo no Porto por mo ele encomendar o quisesse mandar
fazer, e para que se saiba que não é deste mosteiro esta prata
senão de Nossa Senhora do Castelo deixei esta lembrança neste livro
visitando esta casa hoje 27 de Abril de 1616
P.e da Assunção, reitor geral» (reitor da Feira 1589-91).
(Nota de outra letra antes da assinatura:) «Já tudo
foi para o Castelo».
/
46 /
(Diz o segundo papel:)
«Deu a senhora condessa (entrelinhado:) = D. Maria de
Gusmão = para esta
igreja e a esta casa um alampadário grande de prata, e autro maís
pequeno, deu mais uns castiçais de prata grandes, e outros mais pequenos
(três palavras riscadas) com condição que sirva esta prata toda nas
confrarias dela, e que sendo o caso que este mosteiro em algum tempo se
mudar daqui fique sempre a prata para serviço da igreja, e assim me
pediu (ilegível) em lembrança posto para que sempre (ilegível) dessa
tenção o que fiz hoje 27 de Abril de 1616. P.e da Assunção, reitor geral» (reitor da Feira 1589-91).
(Na folha 52) Inventário
da prata desta casa e de quem
nola deu
Três alampadários de prata para
os três altares do cruzeiro com suas cobertas de bertangil.
Oito castiçais de prata em que entram dois pequenos
(entrelinhado por outra letra:) «estes foram para o Castelo que eram da ermida» e dois pequeninos para pivetes. (Entrelinhado por outra
letra:) «estes se encorporaram nos cálices novos por serem tão pequenos
que não cabiam neles os
pivetes».
Uma cruz grande de prata com suas campainhas.
Um turíbulo; uma naveta com sua colher tudo de prata.
Umas galhetas com seu prato tudo de prata (por outra
letra:) «estas foram para o Castelo».
Outras galhetas mais pequenas com seu prato, tudo de
prata.
Dais cálices dourados com suas patenas tudo de prata
(à margem por outra letra:) «um foi para o Castelo».
(Riscado:) «Outros dois
cálices sem serem dourados
com suas patenas prata».
Outra cálix com o pé de latão que foi
o que nos deram os fregueses que fizeram o contrato da mudança da freguesia (à margem:) «está em Campos».
Uma cruz com as aspas de prata e
o pé de cobre que é
da freguesia.
Uma caldeira nova com seu trissope tudo de prata.
Um cofre de prata que está no caixão (por outra letra:)
«que é de prata de guadamecim está na arca».
Outro cofre de tartaruga que
está no sacrário.
Um vaso de prata dourada (em entrelinha de outra
letra:) «por dentro» que serve da comunhão (à margem por
/
47 / outra letra:) «tem cobertura que lhe fez o padre reitor Manuel da
Purificação (1668-70)
Uma custódia formosíssima de duas peças (por outra
letra:) «Na sua correição vide infra nesta mesma página *»
Um relicário de muito preço que tem o Santo Lenho.
Uma alcatifa tecida de oiro que serve para a
adoração da sexta feira:
e uma almofada de veludo preto para o mesmo
ministério.
Tudo isto está na casa da prata onde estão o túmulo de veludo preto
bronzeado e a tumba de sexta feira. Estão mais dois caixões em que está
a prata e outras coisas.
Nesta casa está também a livraria, o cartório
em os armários: Alguns
livros ficam na cela do padre reitor e outros estão na cela do padre
Manuel da Cruz (reitor 1607-08 e
1630-32 e depois geral).
(No fim da tolha 52 por outras letras:) «* A respeito
da custódia grande vide a fls. 288.)
«E também fs. 55 § 8.
Cunha»
(A meio do verso da folha 52).
§ 2.º Na mesma foI. 51 verso está outra lembrança do mesmo padre geral (Pero
da Assunção, reitor da Feira 1589-91) que a senhora condessa D. Maria de
Gusmão
que hoje vive e viva muitos anos, deu a esta casa dois alampadários
de prata um grande outro meão e os quatro castiçais
dois grandes e outros mais pequenos (palavras apagadas) com as condições ibi ditas: Isto é o que deu da prata.
§ 3.º Deu mais uma alcatifa de oiro e seda, e a almofada de veludo preto,
e o pano preto de damasco, e os dois pavilhões do sacrário; e a toalha
de pontas formosíssimas, e o véu de ombros de setim branco golpeado,
toalhas para os altares, corporais, guardas, sanguinhos: reformou a
ermida de São Francisco e estofou o mesmo santo que custou tudo alguns
doze mil réis: deu também para esta casa os moinhos
de Pombos que custaram mais de 100$000 com o descâmbio
com a capela de Fernão de Magalhães como adiante diremos
no título da fazenda. Deu também o cofre de prata que está no caixão e o
de tartaruga que está no sacrário. Deu mais a renda para as três
alampadas como dissemos a foI. 32 e
outras muitas coisas que erat longum recensere.
(§§ 4.º e 5.º já transcritos) (Na folha 53)
§ 6.º A caldeira e hissope de prata se deu de esmola a esta casa sendo
eu reitor dela (1636-38) e custou com feitio vinte e sete mil e tantos
reis.
/
48 /
(Por outra letra:)
«No ano de 1638 o padre Miguel do Espírito Santo (reitor
1621-29 e depois geral) a deu.»
§ 7.º Gaspar Lopes, de Campos que morreu na
Índia
mandou quarenta mil reis para que a senhora condeça os
gastasse em alguma obra da ermida de Nossa Senhora de
Campos: destes 40$000 reis se fizeram dois castiçais compridos
lisos, e um cálix pequeno de prata com sua patena e as galhetas de prata
pequenas com seu prato, e um frontal de chamalote de lã, e uma
vestimenta de catalufa sem alva nem amicto. Tudo isto se deu no meu
último ano que foi 1638.
§ 8.º A custódia, cruz grande, dois cálices, turíbulo,
naveta, vaso da comunhão, tudo se comprou com o dinheiro do convento. (À
margem:) «Da renda da casa».
§ 9.º O frontal de tela se deu de esmola a esta casa no meu segundo ano
e custou quarenta mil reis. O veu de
ombros também deu a snr.ª condessa no meu segundo ano e custou sete mil
e tantos reis: 1637 anos.
§ 10.º Da ermida de S. Francisco e do santo custou a reparação mais de
dez mil reis: e reformou-se no meu 3.º ano
de 1638, (à margem e por outra letra:) «à custa da senhora
condessa.»
§ 11.º O conde de Santa Cruz havia muitos anos que
devia para as obras desta casa trezentos e dez mil reis: teve
espírito de os pagar no meu 3.º ano de 1638 (nota no fim do período em
duas linhas de outra letra:) «foi pelas diligências que este padre fez
para isso; e pelo que aponta abaixo».
§ 2.º Ganhamos na renda que arrecadamos com o que
se gastava em casa alguns quarenta mil reis. E entendo que
nos fes Deus estas mercês pelo muito que se tratou neste
triénio do culto divino, e a muita esmola que se fez à portaria e pessoas honradas.
|
A caldeira e hissope |
27$000 |
frontal |
40$000 |
de Gaspar Lopes |
40$000 |
na ermida |
10$000 |
|
————— |
|
117$000 |
o veu de ombros |
007$000 |
do conde de Santa Cruz |
310$000 |
gasto da renda |
040$000 |
|
————— |
|
307$000 |
|
117$000 |
Soma o que veio este triénio
a esta casa sem se esperar |
474$000 |
|
|
|
|
/
49 /
[Vol. XVII -
N.º 65 - 1951]
(No fim da tolha houve uma linha escrita com outra
tinta mais preta, mas foi cortada com tesoira.)
(No verso da tolha 53) (Por letra do reitor Manuel da
Purificação Magalhães, 1668-70)
O P.e Manuel da Purificação sendo reitor desta casa
no 2.º ano que foi o de 1669 achou dois cálices de prata na sacristia, um
que era de Nossa Senhora de Campos muito pequeno e quebrado por quatro
partes na copa e outro pouco maior e muito delgado que parecia de folha
de Flandres, e um vaso do Snr. sem cobertura. Achou por mais acertado
fundir esta prata e mandou fazer três cálices que não pôde doirar por
lhe faltar dinheiro e fez a cobertura do vaso do Snr. de uma patena que
não tinha serventia e o mandou doirar: e fez um vaso grande de lavatório
para a comunhão para quinta feira maior quando andavam dando lavatório
por um púcaro de barro. Passou toda esta obra de uns setenta e sete e
tantos mil reis e deixou esta memória para os vindoiros para que não
imaginem que se alienaram os cálices velhos. Também fundiu o sino
pequeno que havia 20 anos que estava quebrado: e fez o frontal do altar
mor de damasco branco por não haver nenhum na igreja e ser tão
necessário para as festas de Nossa Senhora e domingos do Senhor. Quem
lhe suceder no lugar espera ele de seu bom zelo que doire estes cálices
acima, porque o merecem por serem bem feitos e grossos, feitos para esse
efeito.
(Não há folha 54. Na folha 55) Inventário dos dois
dormitórios (riscado:) «e livraria»
Dormitório do padre reitor.
(Por outra letra:) − Cela do padre reitor:
Uma barra.
dois colchões.
um cobertor de papa.
chumaço de travesseiro.
cadeiras, de coiro três.
uma banca.
Estantes, duas.
− Cela do padre Teodósio de S. João (reitor 1645-47) uma barra, um
colchão e um enxergão, um cobertor de papa. Chumaço de travesseiro e
almofada. Uma cadeira de pau. Uma mesa de pau pequena. Uma estante.
/
50 /
− Cela do padre Francisco das Chagas. Uma barra, um colchão e um
enxergão, um cobertor de papa; chumaço de travesseiro e almofada.
Cadeiras duas, uma delas de coiro, outra de pau. Uma estante.
(No verso da folha 55)
− Cela do padre procurador. um
leito; um colchão, e um enxergão. um cobertor de papa. Chumaço de
travesseiro. Cadeiras três, de pau. uma mesa de pé, pequena.
− Dormitório grande:
− Cela do padre Manuel da Cruz (reitor
1607-08 e 1630-32). Uma barra; um
colchão e um enxergão. Um cobertor de papa. Cadeiras duas. uma banca,
uma estante; um escabelo.
− Uma cela para hospedes. Com um leito, digo barra, colchão e enxergão,
e dois cobertores, Chumaço de travesseiro.
− Outra cela com uma barra. e uma cadeira.
− Outra cela, com uma barra,
e uma banca; um colchão, um enxergão, dois cobertores de papa, velhos, e
mais um leito velho.
− Cela de André da Glória, um colchão, e um
enxergão, chumaço de travessseiro. Um cobertor de papa, e duas cobertas
velhas. Uma banca. Um leito. Um banco.
Pantaleão de S. Tiago, reitor (1639-41)
Teodoro de S. João (reitor 1645-47 e 1650-52).
(Na folha 56) Lembrança das terras que se meteram
no sítio deste convento e na cerca.
§ 1.º Em S. Martinho de Argoncilhe junto às Vendas
de Grijó tinha esta igreja um casal de Aldris em que morava
João Fernandes e tinha praso dele: pagava dez alqueires de trigo: dez de
meado e duas galinhas como consta do tombo
velho folhas 26 e pagava de lutuosa outro tanto: de modo que
pela renda que pagava valia este casal mais de sessenta mil
reis, e hoje valerá muito mais. Este casal (Palavras apagadas, talvês: descambiou João Lopes) no ano de 1559 pelo padre reitor
do Porto Diogo da Purificação e seus deputados a quem estavam cometidos
os negócios deste novo convento: e foi o descâmbio com Amador Nunes morador na sua quinta
da Boa Vista junto à Feira, e sua mulher Violante Caldeira
a quem deram o dito casal por troca de um terreiro que
estava defronte da porta do Espírito Santo com sua laranjeira, e de um
campo que estava assim da dita ermida e de uns
campos das calçadas que eram herdades e dízimo a dinheiro
/
51 /
a Deus o que consta da escritura do descâmbio que está na gaveta 4.ª n.º
13.º
§ 2.º No ano de 1608, sendo reitor o padre Manuel da Cruz (1607-08 e
1630-32) fundou a torre deste convento tomando um pedaço da estrada com
licença da câmara: e por este mesmo lugar vinha o cano da água para o
chafariz da vila; quando a câmara lhe concedeu esta licença foi com
condição que fizesse outro cano, (apagado:) ada para a serventia e
caminho do povo para Arrifana: foi necessário ao dito padre reitor
comprar a António Fernandes e a Gaspar Correia terra bastante para tudo
isto o que me disse o mesmo padre reitor que lhe parece custou alguns
dez mil reis: O contrato deste caminho está na gaveta 4.ª n.º 14.º
§ 3.º No ano de 1583 fizemos contrato com o licenciado Cristóvão Coelho
como consta do livro primeiro foI. 83 pelo qual nos dava o sítio em que
morava e o quintal e as casas em que morava Manuel de Oliveira e Grácia
Álvares sua mulher e era praso do dito licenciado com condição de lhe
darmos 60 alqueires de pão em sua vida a saber dez de trigo e cinquenta
meados e uma obrigação de missas como se verá as foI. 23 deste livro.
(No verso da folha 56) O sítio deste licenciado (que morreu vinte anos
depois do contrato) começa des o canto da horta que está defronte de
Bartolomeu Pinto e vai correndo toda a horta até a porta do carro.
Considera-se agora quanto valem duzentos alqueires de trigo e mil
alqueires de pão meado que montariam nos vinte anos; o trigo a dois
tostões e a segunda a tostão são cento e quarenta mil reis além da
obrigação de missas, como se verá no lugar apontado, (por outra letra:)
«que quere dizer esta consideração?»
§ 4.º No ano de 1574 se contratou António Rodrigues com o padre reitor
Miguel de Santa Maria (1570-72) de nos dar o seu campo (que é o que vai
da porta do carro até à eira) com uma certa obrigação de missas e
enquanto ele
vivesse lhe daríamos trinta alqueires de pão: e lhe faríamos
uma capela a nossa custa; o que se pode ver das foI. 28 deste
livro: de modo que comeu trinta alqueires alguns seis anos que a tostão
são dezoito mil reis: e nos obrigamos a fazer-lhe uma capela perfeita de
ratábulo e tudo de mais porte que deve custar bom dinheiro: e o campo
confessa ele na escritura que valia sessenta e cinco cruzados que são
vinte e seis mil reis. Veja-se o § 12.º
§ 5.º Des a terra da eira até parte do bacelo venderam
ao padre reitor Bartolomeu da Conceição (1581-83) António de Aguiar e
sua mulher Madalena Soares por vinte e cinco mil reis livres e com os
mais gastos montou alguns vinte e sete mil reis. Este António de
Aguiar morava em Fijô,
/
52 /
e foi pai de Estêvão de Aguiar que curou esta igreja muitos
anos.
§ 6.º Des a parte do bacelo e pomar novo, indo correndo
pelo pomar velho até a vinha que entesta com a porta do
pinhal nos deram o conde D. Diogo fundador e a condessa
D. Ana de Meneses; com a obrigação que está apontada neste livro às foI.
18.
§ 7.º No tombo velho fol. 10
v.º se diz que Gonçalo
Anes alfaiate trazia um pequeno (de) chão desta igreja de
que pagava um frangão e diz à margem: este chão está agora
metido na cerca: e no livro décimo a fol. 50 se diz que Agostinho
Martins largara aos padres um campo da igreja, que devia ser este chão
do tombo velho.
(Na folha 57)
§ 8.º Des a porta do pinheiro para baixo estão uns campos de Baptista de Almeida, e de António Jorge e de João
Álvares que tudo se vendeu em tempo do padre reitor João de Santa Maria
(1566-67) e custou nove mil e quinhentos reis o que consta do
livro 1.º foI. 7.
§ 9.º Também no livro 10.º foI. 50 se diz que vendera
Agostinho Martins uma terra que se meteu dentro na cerca por dois mil e
quinhentos reis.
§ 10.º No princípio da calçada que vai para o adro onde
estava antigamente uma cruz vivia Vicente João alfaiate em
umas casas suas com um enchido, foram necessárias as casas para fazerem
o caminho mais largo e desimpedido, e por isso as comprou o padre reitor
António da Cruz (de Amarante, 1601-04) no ano de 1602 por quatorze
mil reis o que consta do livro 7.º foI. 1.ª
§ 11.º Esta casa pagava um alqueire de milho e uma
galinha a João Carvalho de uma terra que traziamos na cerca: o dito João
Carvalho vendeu este foro por dois mil reis ao padre reitor Manuel da
Conceição Couto (1598-1600) no ano de 1599. Consta do livro 5.º foI.
51.
§ 12.º No campo que nos deu António Rodrigues para
a cerca tinha parte nele a confraria de Nossa Senhora de Campos e se
pagava de foro à dita confraria meio tostão. No ano de 1568 comprou o
padre reitor Francisco de Sam Tiago (1568-69) este foro à dita
confraria por dois mil e quinhentos reis, o que consta do livro 6.º foI. 30.
(Na folha 58) Lembrança das propriedades que este
mosteiro tem por prasos de vidas.
(Ocupa esta tolha, o verso e a folha 59)
/
53 /
(Na folha 60) Lembrança da terra que esta casa tem
por arrendamento
(Ocupa esta folha 60 e o verso.)
(Na folha 61) Lembrança dos foros que este mosteiro
tem obrigação de pagar
(Ocupa esta folha 61 e poucas linhas do verso).
(Na folha 62) Lembrança dos moinhos de Travanca e
da Azenha de junto a Picalhos e de quem no-la deu.
(Ocupa esta folha 62, o verso e metade da folha 63.)
(A meio da folha 63) (Por letra do reitor António
da Anunciação Barreto, 1648-49:)
Lembrança dos oficiais e criados.
Estando súbdito nesta casa não havia partido de médico por se lhe haver
levantado por respeitos particulares de quem governava sem outra causa;
achei agora no livro da despesa (sem haver outro assento) que se lhe
deram estes anos trinta alqueires de segunda, e queixando-se o médico
que não era partido conveniente, o propus aos padres que assentaram se
lhe dessem quarenta alqueires, visto que nos sangra quando há
necessidade, porque o barbeiro António Gomes que despedi por não querer
fazer as barbas aos hóspedes do hábito e ser muito mau sangrador por
haver dado (No verso da folha 6) nas artérias a duas pessoas não
convinha que nos servisse, e como o que tomei de Milheirós de Poiares
ficava longe para as pressas, pareceu conveniente dar ao médico os 40
alqueires de partido, visto o sangrar-nos; comecei-lhos a dar em 5 de
Maio de 1649. (Entrelinhado por letra do reitor Inácio da Assunção,
1659-61:) «Entrou em Fevereiro de 660 o médico da vila Calheiros com o
mesmo partido de 40 alqueires de terçado.»
(Continua letra do reitor Barreto:) Barbeiro
O barbeiro António Gomes que despedi por não querer fazer a barba aos
hóspedes do hábito na rasoura, e querer que por isso se lhe
acrescentasse o partido, é também muito mau sangrador, por haver dado
nas artérias a algumas pessoas, como foi Manuel Ferreira que morreu
disso; por esta razão tomei com o mesmo partido (que são vinte alqueires
de pão meado) a António Borges
/
54 /
de Milheirós de Poiares, que começou a servir em Janeiro de 1649.
Fez-se-lhe a primeira paga em Janeiro de 1650.
(Por letra do reitor
Inácio da Assunção, 1659-61:) «Entrou a servir o
barbeiro pelo S. João Baptista de 659 com o partido de vinte alqueires
João Rodrigues desta vila.»
(Por letra do reitor António da Madre de Deus Chichorro, 1662-64:) «Ao
licenciado Lopo Soares d'Albergaria aceitamos por letrado nesse ano de
662 por ser muito necessário e com conselho dos deputados e lhe
prometemos de partido vinte alqueires de segunda terçado que se lhe hão
de começar a dar no S. Miguel seguinte de 662. Quando tive uma causa com
a condessa (D. Joana) se pôs contra nós declarado inimigo pelo que o
tirei e advirta-se que a condessa não tem dado o que é obrigada, para
ornato da capela porque lhe tira puxando pelos testamentos para este fim
e para a obrigar ao mais que nos deve parou com a causa e o certo é que
nos mesmos (entrelinhado:) «pes» pelos particulares de cada um são os de
que a casa fazemos o pior dado, os reverendos padres reitores o
conhecerão.»
(Na folha 64) Rol em suma de toda a renda deste convento até o ano de 1639
(Ocupa toda a folha)
(No verso da folha 64 duas linhas da letra do reitor
Anunciação Barreto, 1659-61)
(Na folha 64) Taboada das freguesias e lugares onde
nos pagam a renda
(Ocupa toda a folha)
(As folhas 68 a 78 estão em branco.)
(De folhas 79 a 256 seguem apontamentos de foros com
algumas notas de reitores posteriores ao padre Jorge de São Paulo,
1636-38. Só tem interesse os que seguem.)
(Na folha 103) (Por letra do reitor Crispiniano, 1724-26)
«Lembrança para os nossos vindoiros:
Em tempo que foi reitor
desta casa o padre mestre Manuel dos Anjos (1715-17 e 1728) que demandou a Sebastião Leitão Coelho (irmão de D. Ana
de Viveiros Freire, mãe dos bastardos do último conde da Feira D.
Fernando) filho que ficou de Feliciano Leitão e a sua mulher D. Teresa
por rendas decursas a este convento de que fez assinado do importe
delas, e juntamente fez reconhecimento
/
55 / ao tombo do mesmo convento da renda que era obrigado a pagar
assim das terras do Farinheiro, como
do Sobreiro e leira da Cruz a qual está ao canto da cerca deste convento
aonde está uma cruz e a dita leira fica da parte de cima do caminho para
a parte de cima a qual leira está embebida nas terras do dito Sebastião
Leitão no mesmo sítio da estrada para cima por informação que deu
Pascoal Tri da Piedade, e outros, e o assento que foi de Manuel Gomes
está onde antigamente estava uma porta na estrada que vai para Justas
junto de uma fonte pertencente ao mesmo Sebastião Leitão que fica
contígua às casas donde mora o dito Sebastião Leitão tudo defronte da
nossa cerca; e no praso que se fez ao dito Feliciano Leitão na era de
mil seiscentos setenta e oito o qual se achará no livro de porta
intitulado livro dos prasos e arrendamentos feito no último ano do padre
Jorge de S. Paulo (reitor 1636-38) a foI. 147 e foI. 151 se
verá a hipoteca que o sobredito fez da venda de 10 a 40 alqueires de
trigo a saber na leira da Cruz e mais terras e assento que foi de Manuel
Gomes o que tudo Sebastião Leitão e sua mulher D. Teresa reconheceu como
consta da sentença apensa ao tombo tirada do processado nas notas de
João de Oliveira Magalhães no ano de 1717»
(Na folha 257) Lembrança das coisas perdidas para o tombo.
(Segue por letra do reitor Crispiniano,
1724-26:)
«No ano de 1705, sendo reitor deste convento o padre pregador geral
Manuel da Anunciação (1704-08) se fez o tombo, que hoje se acha no
cartório; porém é de advertir: que o padre João dos Anjos de Melres foi
o que assistiu às medições, e demarcações dele. E sobre ter para isso
pouca inteligência morreu antes de assinar os autos das ditas medições,
por cujo respeito vindo do colégio de Coimbra para este convento o padre
pregador Crispim da Madre de Deus (reitor 1724-26) o dito padre reitor o
obrigou a que assinasse os ditos autos de apegação para o juiz do tombo
os haver de sentenciar: como de facto assim se fez. Sendo que
Vindo para este mesmo convento o mesmo padre pregador geral Crispim da
Madre de Deus para reitor dela no ano de 1724, achou que o tombo apegado
pelo dito padre João dos Anjos estava mui diminuto nas medições nele
conteúdas; e assim se adverte, que quando suceda haver alguma dúvida,
que primeiro se governem pelos títulos antigos; e pelas suas
confrontações; por
/
56 /
quanto os caseiros pela sua renitência foram muito diminutos nas ditas
medições. Mais (No verso da folha 257) se adverte que a maior parte dos
caseiros deste convento repugnavam a dar as terras à medição por
quererem ser obrigados ordinariamente: muitos deles já foram
convencidos: cujas sentenças se acham no cartório; e agora é necessário
tombarem-se as terras: e reformarem-se; as que estão tombadas: levando
consigo o procurador do tombo os títulos delas: para que na forma das
suas confrontações se possam medir: porque os títulos antigos não tem
medição: a cujo defeito se deve atender com se governarem pelas
confrontações.»
(Na folha 258) (Por letra do reitor Manuel dos Anjos
de São Varão, 1715-17 e 1728:)
«Lembrança de um
ofício de nove lições com sua missa cantada».
(Sem interesse)
(A folha 259 em branco. Na folha 260) Lembrança do
legado de Gaspar Lopes.
Gaspar Lopes, de Campos, morreu nas partes da Índia, era filho de Pero
Lopes, de Campos, deixou em seu testamento que se comprasse fazenda para
todos os sábados se dizer uma missa em Nossa Senhora de Campos pelas
almas de seus pais e avós e por sua tenção, o que consta de seu
testamento que está em poder da senhora condessa D. Maria de Gusmão.
Este legado ainda não está aceito em capítulo, nem em visitação.
(Na folha 261) Lembrança do legado de Domingos
Godinho
Domingos Godinho marido de Isabel do Carvalhal instituiu uma capela e morgado com obrigação de mandarem os herdeiros desta
capela dizer neste convento todos os anos cinquenta missas pagas a
tostão: a qual obrigação se porá em execução por morte da dita Isabel do
Carvalhal sua mulher: Deste legado não há nenhum traslado neste
convento, nem eu soube disto senão acaso nestes últimos dias: procure-se
a verba de seu testamento e a instituição do morgado.
(Segue uma explicação escrita e assinada pelo reitor
João Evangelista, 1674-76 e uma nota à margem de outra letra. Sem
interesse.)
(Na folha 261) Formas das procurações quando se tratarem negócios da casa.
/
57 /
(O resto da folha em branco. No verso fórmula de
apresentação de vigário por outra letra).
(Na folha 264) Forma da expedição e apresentação
dos curas.
(Segue por outras letras. Sem interesse.)
(Na folha 265) Cartório desta casa por livros, forais,
e gavetas.
(Por letra do reitor António da Anunciação Barreto,
1648-49:)
O P.e Mestre Jorge de Sam Paulo (reitor
1636-38), a quem a religião deve
muito pelas memórias que deixou nas casas em que foi reitor, deixou
posto este título e o cartório na forma dele; por descuido se devia
perder tudo, porque quando entrei nesta casa por reitor, nem cartório
havia, nem gavetas; assim andei ajuntando os papeis que pude achar, e
mandei fazer o cartório que pus na cela dos reitores, e fazendo
inventário dos papeis os meti nas 4 gavetas primeiras, e os distribuí na
forma que abaixo vão. Advirta quem buscar papeis pelas alegações deste
livro que se variaram, pelo descuido de quem quer que deixou perder o
cartório, que eu não digo que seria o reitor, por me não porem outras
cotas tão discretas como as que se veem neste livro, mais por imitar (se
homem pudera) que por notar, e se não achar neste meu alfabeto o papel
que buscar, creia que se perdeu, com muitos que faltam. (Nota por letra
do reitor lnácio da Assunção, 1659-61:) «em outra repartição fica em
8 de Março de 662.»
Gaveta primeira
N.º 1.º − O juramento que deu a magestade deI rei D. João o 4.º no ano
de 1648 sobre o milagre que fez o nosso venerando padre António da
Conceição na saude do sr. infante D. Afonso.
N.º 2.º − Uma carta do cabido do Porto com o traslado de outra de sua magestade para lhe mandarmos o cômputo das rendas deste mosteiro.
(No verso da folha 265)
N.º 3.º − Bulas da pensão de Roge; segundas bulas
e um traslado da mesma com o mesmo n.º 3.º
N.º 4.º − Uma executorial das bulas da anexação da
nossa igreja de Nogueira da Regedoira.
/ 58 /
N.º 5.º − Bulas da união da igreja de Nogueira da
Regedoira.
N.º 6.º − Bulas de Carregosa.
N.º 7.º − Bula e executorial da erecção desta igreja
em mosteiro, segunda e 3.ª bula do mesmo com o dito
n.º 7.º
N.º 8.º − Bula da pensão de Arrifana com um traslado da mesma, com o mesmo
n.º 8-º
N.º 9 − Bula de Travanca anexa a este mosteiro.
N.º 10 − Executorial
sobre a igreja de Travanca.
N.º 11 − Executorial para que a igreja de
Sam Nicolau
desta vila com sua anexa Travanca, sejam erectas em mosteiro colegiado.
N.º 12 − Bula executorial da união de Travanca por
uma vez em vida do abade Tristão Pinto.
N.º 13 − Bula da confraria
do Rosário.
N.º 14 − Indulgências para o dia de. Sam Nicolau
nesta igreja, e de Sam Sebastião na misericórdia desta vila.
N.º 15 − Outra bula de indulgências para esta igreja
de Sam Nicolau.
N.º 16 − Letras da terça parte dos frutos que tivemos
na igreja de Carregosa.
N.º 17 − Indulgência da confraria do nome de Jesus.
(Na folha 266)
N.º 18 − Altar privilegiado.
N.º 19 − Recibos de quindénios.
N.º 20 − Indulgências que houve nesta igreja em dia
de S. Policarpo e Santa Maria Salomé.
N.º 21 − Súplica que se fez ao papa Nicolau 3.º (1274-81.
É evidente
engano. Foi o papa Júlio 3.º, 1550-53, que pôs o fiat a 15 de Setembro
de 1553.) sobre a erecção deste mosteiro com o fiat de sua santidade.
N.º 22 − Registo do cartório da sé do Porto sobre a igreja de Nogueira
da Regedoira.
(Na folha 267) Gaveta segunda
N.º 1.º − Padrão de vinte mil reis de juro da capela
de D. João Pereira.
N.º 2.º − Padrão de vinte (entrelinha de outra letra:) «e cinco» mil
reis de juro da capela de D. Margarida da Silva.
N.º 3.º − Licença del rei para esta casa poder comprar mil cruzados de
fazenda. Segunda provisão com o mesmo n.º 3.º
/
59 /
N.º 4.º − Autos das demandas que houve com o abade
de Arrifana e prior de Roge.
N.º 5.º − Instrumento do contrato de D. Margarida
da Silva com esta casa.
N.º 6º − Despedida dos curas
que tem esta casa.
N.º 7.º − Traslado dos privilégios que temos registados na câmara desta vila.
N.º 8.º − Três provisões para se comprar madeira para as obras desta casa
pelos preços ordinários sem se poderem alterar.
N.º 9.º − Provisão rara se não alterarem os preços
da telha.
N.º 10.º − Uma sentença que se houve neste juízo
contra João Lopes de 138 reis que devia.
N.º 11.º − Quatro instrumentos de posse da igreja
de Travanca.
N.º 12.º − Um contrato que se fez com os oficiais
que fizeram a capela mor de empreitada.
N.º 13.º − Dois instrumentos de posse da igreja de
Nogueira da Regedoira.
N.º 14.º − Sentença de levantamento do embargo que se fez por ordem deI
rei, no casal de Espargo que nos deixou Luís Tavares.
(No verso da folha 267)
N.º 15.º − Uma sentença que houvemos contra Luís Vilão da freguesia de
Nogueira da Regedoira que se levantava com os 12 alqueires de trigo da
obradação. Outra em Travanca com o mesmo n.º 15.º
N.º 16.º − Papel antigo em que o capítulo geral mandou quitar a Nuno
Carvalho abade que foi em Nogueira
da Regedoira 458 reis no ano de 1567.
N.º 17.º − Auto de posse de Carregosa.
N.º 18. − Uma procuração acerca da igreja de Espargo.
N.º 19. − Um monitório contra o prior de Roge.
N.º 20. − Um instrumento
de continuação de posse
desta igreja de Sam Nicolau.
N.º 21 − Um precatório por parte do legado do inquisidor D. Manuel Pereira.
N.º 22 − Desistimento do direito que o mestre das
obras tinha nas pedreiras que nos ficaram livres.
N.º 23 − Duas licenças que deu a câmara desta vila
para nos taparmos com o muro do rossio.
N.º 24 − Uma procuração de D. António Pereira para se cobrar o juro da
capela de sua irmã D. Margarida da Silva.
/
60 /
N.º 25.º − Uma lembrança de como a água dos passais da igreja de
Travanca se dá algumas vezes por empréstimo.
N.º 26 − Um assinado em que o cura de Nogueira se obriga a curar pelo
ordenado da constituição do bispado e não mais.
N.º 27 − Notificação de António André para que não entre no nosso casal
de Campos.
N.º 28 − Um papelinho de letra do
P.e Teodósio de Sam João (reitor
1645-47) em que diz que Álvaro de Moura houve sentença contra Diogo de
Moura sobre lhe fazer bom o seu dote (Por outra letra quase apagada:)
«da mesma letra acima e no mesmo papelinho estava a sentença... a dita
sentença, o papelinho se não viu...»
(Na folha 268)
N.º 29. − Um mandado desta câmara para se não
impedir a corrente da água da banda da igreja.
N.º 30. − Um conhecimento de Manuel Pereira de Aguiar sobre a ermida que
se há de fazer na igreja velha.
N.º 31 − Uma paga de como André Vaz cura de
Travanca está pago do seu salário.
N.º 32 − Um parecer sobre as covas do adro e obras
da igreja.
N.º 33 − Uma escritura que os moradores de Travanca fizeram na colocação
do Santíssimo Sacramento na igreja da freguesia.
(Na folha 269) Gaveta terceira
N.º 1.º − Isenção das nossas casas para com os ordinários que não possam
visitar mais que os fregueses onde tivermos igrejas curadas; e mais
papeis tocantes às visitações nesta casa.
N.º 2.º − Sentença e mais papeis tocantes à demanda que trouxemos com o
comendador de Riomeão sobre a nossa igreja de Nogueira da Regedoira.
N.º 3.º − Sentença que houvemos contra Pero Afonso
para pagar dízimos dos moinhos de dez um.
N.º 4.º − Sentença que se houve contra um rendeiro de Ovar que queria
dízimo dos enxames de Travanca por pastarem as abelhas na freguesia de
Ovar.
N.º 5.º − Autos que correram com Francisco Fernandes de Baião quando
agravou do nosso conservador para o juiz da coroa.
/
61 /
N.º 6.º − Sentença contra Bartolomeu Gonçalves de
Canedo sobre o foro que não queria pagar.
N.º 7.º − Arrendamento de Nogueira e Travanca e
Sam Nicolau.
N.º 8.º − Pergaminho com a licença que el rei nos
deu para se nos dar o casal de Espargo.
N.º 9.º − O traslado e testamento de D. Brites de
Castro.
N.º 10.º − Último testamento de Álvaro de Moura
Coutinho.
N.º 11 − Testamento de Graça de Prado em que nos
deixa umas casas nesta vila.
N.º 12 − Escritura de Álvaro de Moura Coutinho das suas casas desta
vila.
(No verso da folha 269)
N.º 13.º − Uma quitação de doze mil reis que pagou
Álvaro de Moura Coutinho.
N.º 14.º − Um assinado de Simão de Aguiar que
importa quatro medidas de trigo.
N.º 15.º − Sentença contra um recebedor de D. António Pereira que não queria pagar uns duzentos mil reis.
N.º 16.º − Arrendamento que fez João Lopes do casal
de Campos.
N.º 17.º − Traslado da conservatória dos frades de
S. Jerónimo de que usamos.
N.º 18.º − Sentenças sobre a terça parte dos frutos que tínhamos na
igreja de Carregosa, revoga das em Lisboa.
N.º 19.º − Sentença contra Simão Cerveira que queria um legado da fazenda de D. Brites de Castro.
N.º 20 − Uma sentença antiga sobre certos dizimos.
N.º 21.º − Um
arrendamento antigo de Arrifaninha.
N.º 22.º − Sentença contra Maria
Antónia sobre o
campo da Arrifaninha.
N.º 23.º − Sentença contra Manuel Dias o Novo de
Degarei que se levantava com a renda que nos pagava.
N.º 24.º − Uma provisão deI rei para se avocar a Lamego a causa que
trazemos com Francisco de Moura
sobre as casas que nesta vila deixou Álvaro de Moura
Coutinho.
N.º 25.º − O traslado do breve por onde podemos
tomar conservador.
N.º 26 − Um assinado do concerto que se fez com o desembargador do Porto
sobre os caixões que estão na sacristia.
/ 62 /
(Na folha 270)
N.º 27 − Livro do capítulo geral que se fez no ano
de 1639 que durou 9 anos.
(Na folha 271) Gaveta quarta
Livro 1.º Estão em este livro algumas compras antigas, e alguns prasos, e
outras compras modernas, e o descâmbio que se fez com a capela de Fernão
de Magalhães, de tudo tem índice.
Livro 2.º Estão em este livro muitos prasos, e compras deste mosteiro, de todos tem índice.
Livro 3.º Estão as cartas de compra que fez Álvaro de Moura da fazenda
que nos deixou pela sua capela, todas estão rotuladas. Nota livro 11.
Livro 4.º Estão as cartas das medidas que a sr.ª condessa D. Maria de
Gusmão nos deixou, com obrigação das três alâmpadas, e o contrato que
com a dita senhora fizemos nesta matéria. Nota n.º 16.
Livro 5.º Este livro está dividido em três partes, a primeira parte
contém a sentença que houvemos contra Pero Lopes e mais papeis
pertencentes ao casal de Campos. A 2.ª parte, contém algumas cartas de
venda e prasos, todos rotulados. A 3.ª parte, contém prasos e
escrituras pertencentes a este mosteiro como se vê do índice.
Livro 6.º Estão neste livro muitas cartas de compra, e prasos
pertencentes a esta casa, todos rotulados em o fim pelo padre mestre
Jorge de S. Paulo (reitor 1616-18) que se pôde cansar a lê-los.
(No verso da folha 271)
Livro 7.º Fez-se este livro de novo para se lançarem todos os prasos, e
aforamentos que se fizerem de novo, e Já estão nele muitos como se vê no
índice.
Livro 8.º Neste livro estão algumas pagas antigas.
Livro 9.º Tem algumas cartas de
venda feitas a este
mosteiro, e outras pertencentes ao que vendeu Estêvão de Aguiar, tem
rótulos.
Livro 10.º Tem este livro alguns prasos que se
veem em o índice que tem deles.
Livro 11. Contém este livro,
por maior, todas as compras que fez Álvaro de Moura que pertencem à sua
capela. Nota livro 3.º
Livro 12. Contém este livro uma memória das rendas, foros, e casais que
tem este mosteiro, e o tombo da igreja de Nogueira da Regedoira.
/
63 /
N.º 13. Praso dos passais desta igreja feito a Aires
Ferreira do Carvalhal.
N.º 14. Papeis do assento de Carregosa.
N.º 15. Arrematação que se fez do campo do Ramal.
N.º 16 Um maço de
papeis pertencentes a rendas
das alâmpadas. Nota livro 4.º
N.º 17. Pagas das censúrias e direitos das visitações.
N.º 18 Algumas
pagas das porções dos curas.
N.º 19. Quitações da cotação dos fregueses.
(Na folha 272)
N.º 20. Dois arrendamentos, um dos moinhos da
Azenha, outro do campo dos Castanheiros.
N.º 21. Quatro pagas antigas várias.
N.º 22. Concerto com Francisco Fernandes de
Baião.
N.º 23. Doação de
Diogo Marques e Isabel Mascarenhas.
N.º 24. Descâmbio do assento deste mosteiro pelo
casal que esta igreja tinha em Aldris.
N.º 25. Contrato que esta casa fez acerca do caminho
que tomou para a torre.
N.º 26. Contrato do desistimento que fez Cristóvão Coelho das três
missas perpétuas e auto da posse que se tomou por sua morte.
N.º 27. Contrato de umas missas que se não dizem
porque se não paga o que se deixou para elas.
N.º 28. Uma carta de venda de dois alqueires de trigo que os padres
compraram a Domingos António de Degarei freguesia de Válega.
N.º 29. Traslado de uma carta de venda que fez aos
padres António Álvares da freguesia de Sam Martinho
da Gândara, de seis alqueires de trigo e onze de segunda.
N.º 30. Carta de venda de (Nota
n.º 46) seis aIqueires de trigo e seis
de centeio, e duas galinhas que os padres compraram a Manuel de Almeida
e António Tavares e Francisco de Pina em Degarei.
N.º 31 Traslado de urna carta de venda que fez aos padres António Lopes
da freguesia de Sam Martinho da Gândara de seis alqueires de trigo.
(No verso da folha 272)
N.º 32 Carta de venda de dois alqueires de trigo que os padres compraram
a Mateus Rodrigues da Regedoira freguesia de Válega.
N.º 34. (Não há 33)
Traslado de uma carta de venda que fez aos padres
Gaspar Caldeira da Rifana de
/
64 /
dois alqueires de trigo, um frango e a metade do terço de um carneiro.
N.º 35. Contrato entre os fregueses e o mosteiro.
N.º 36. Uma petição
antiga dos fregueses desta igreja
em que pediam assistência dos reitores.
N.º 37. Uns embargos de D. Inês de Castro sobre
certos legados com os condes da Feira.
N.º 38. Compra antiga de três alqueires de pão meado que fez Mateus
Pires de Degarei sendo reitor o padre Álvaro de Santa Maria (1595-97).
N.º 39 Uma lembrança do padre Miguel do Espírito Santo (reitor
1621-29)
sobre a porção dos curas desta igreja.
N.º 40 Uma memória antiga do padre Álvaro de Santa Maria (reitor
1595-97) do modo com que os curas desta igreja se haviam de haver em
algumas coisas. Nota.
N.º 41. Uma minuta acerca do testamento de D. João.
N.º 42 Umas lembranças que se deram ao snr. D. João
conde da Feira para favorecer esta casa.
N.º 43 Um arrendamento feito a Manuel Ribeiro desta vila do casal que
está arriba do pinhal por três anos.
N.º 44. Regimento para as covas da igreja este papel
de ordinário anda dentro neste livro.
N.º 45. Um livro que é o foral do Castelo serve para se ver nele se são
terras reguengas quando fizermos alguma compra.
(Na folha 273)
N.º 46. Urna procuração de Antónia de Pina para se poderem vender as
terras que ficam atrás n.º 30 nesta gaveta.
(Na folha 274) (Por outra letra:) Merceeiras
(Por letra do reitor Manuel dos
Anjos, 1715-17:)
Para lembrança dos meus sucessores.
Em o último de Janeiro de mil e setecentos e dezassete sendo reitor deste convento o padre pregador Manuel dos Anjos,
natural de São Varão despediu, a Antónia Lopes, de ser merceeira neste
convento, do legado de D. Inês de Castro, por não concorrerem nela ao
presente os requesitos deste mister etc. e por muitas faltas que tinha
na sua assistência, de que resultou fazer petição à mesa da Misericórdia
na forma seguinte: (Segue sem interesse até o verso da folha 275.)
/
65 /
[VoI. XVII - N.º 65 -
1951]
(Na folha 276) (Por letra do reitor Manuel Albino
de Sousa, 1768-71; seguindo até o verso:) «Declaração do legado de D. Inês de Castro.»
(Redução do juro. Sem interesse.)
(Na folha 277) (Por letra de Manuel da Cunha Teixeira e Andrade que assina:) «Lembrança a respeito das árvores do adro
da Senhora de Campos» (Sem interesse) (A folha 278 em branco)
(Na folha 279) Quinta da Arrifaninha e seu princípio
O casal da Arrifaninha foi de Guiomar Nunes dona
viuva e de seu genro António de Brito Cação casado com
sua filha Violante da Costa moradores em Santarém, os quais fizeram
procuração a Gaspar Caldeira morador na Rifana para venderem o dito
casal e assim o venderam a Aníbal Cerniche prior de Cedofeita por 48$600
reis o qual casal trazia Aleixo Gonçalves e rendia naquele tempo vinte
alqueires de pão, a saber doze de trigo e oito de meado, um carro de
lenha e duas galinhas, consta do liv. 6.º foI. 223.
Depois do ano de 1599 o dito prior fez doação deste casal a Manuel
Cerniche seu filho morador junto a Aveiro para si e seus sucessores como
consta do liv. 2.º foI. 128 verso.
No ano de 1605 sendo reitor o padre Lopo das Chagas (1604-06) lhe
venderam Manuel Cerniche e sua mulher Maria Ferreira este casal da
Arrifaninha e a quebrada de Macieira por preço de cinquenta mil reis
como consta do mesmo liv. 2.º foI. 129 e as foI. 153 está a posse.
Aleixo Gonçalves foi continuando com a renda até o ano de 608 em que
largou o casal pelo não poder beneficiar; e o padre reitor Manuel da
Cruz (1607-08 e 1630-32) semeou nele uns poucos de pinheiros que se
deram bem por ser terra mais capaz deles que de pão. Depois des o ano de
1609 se arrendou o dito casal a Gonçalo Fernandes de Milheirós por dois
alqueires de milho e com obrigação de trazer com seu carro e bois todo o
mato necessário para o forno.
Sucedeu no ano de 1621 sendo reitor o padre Miguel do Espírito Santo
(162I-29) por malícia ou descuido de António de Azevedo o Aguço que
então lavrava o casal do Ameal, pôr o fogo ao pinheiral que tinha
semeado o padre reitor Manuel da Cruz (1607-08 e 1630-32): vendo isto o
padre António de S. Bartolomeu, confessor da senhora condessa D. Maria
de Gusmão, pediu licença ao padre reitor para (No verso da folha 279) de
suas caridades vaIar e semear de pinheiral todo o dito casal, o que fez
com tanto zelo como
/
66 /
é notório a todos, e depois se foi continuando com se semearem pinhões e
hoje é fazenda que todos dizem valer dois mil cruzados e valerá mais
pelo tempo adiante. A carta de compra está no liv. segundo foI. 131 verso
(«segundo» e «13 verso» emendas de
outra letra.)
(Nota por letra de Manuel da Cunha Teixeira e Andrade que a assina:) «No
ano de 1793 fora do Portal de Arrifaninha e pela estrada acima que vem
para Santo André se mandou tapar de vaIado uma porção de terra, que a
câmara nos consignou em ocasião, que repartia as circunferências com
outros interessados. Da parte do nascente confronta com tapada de
Feliciana Maria viúva que ficou do chamado Diogo vizinho da quinta, e da
parte do Norte com outra tapada de João Gomes Ferreira Souto desta vila.
Manuel da Cunha Teixeira e Andrade»
(Do verso da tolha 279 em diante não torna a encontrar-se letra do padre Jorge de São Paulo.)
(No verso da folha 290) (Por letra diversa:) Acabou-se a obra das
escadas, entradas da igreja, e portaria, e também se acabou de fazer
parte da torre do antecoro tudo no ano de 1743 (pode ser 5, mas parece
mais 3) foi toda esta obra feita com o real desta vila que pedimos a sua magestade o snr.
D. João quinto e o concedeu por várias provisões até o fim da obra &.ª
Pela cópia
VAZ FERREIRA |