REGISTAM as páginas que se seguem o índice total, referenciado a autores, alfabeticamente dispostos
pelos
seus apelidos, da colaboração inserta nos quinze primeiros volumes do Arquivo do Distrito de Aveiro,
no período que decorre de 1935 a 1949.
Quinze anos de actividade ininterrupta na vida duma publicação periódica não noticiosa, qualquer que seja a latitude onde
eles se tenham verificado, constituem lapso de tempo que, medido pela
fugacidade da vida humana e pela simples circunstância do seu decurso,
sob vários aspectos se reveste de significado insofismável.
Num meio, então, como em matéria de investigação histórica o Distrito
de Aveiro se apresentava à data em que a revista iniciou carreira, com
ambiente restrito (quase localizado, apenas,
à sua capital, onde, de facto, existia apreciável tradição historiográfica), os quinze anos de vida que nesta data se perfazem
excedem, em muito, as previsões mais optimistas que no seu início nos
era lícito formular.
E se avultadas e repetidas foram, desde o primeiro contacto do Arquivo
com o público, as canseiras, os anseios, as desilusões e, sobretudo, a
insatisfação dos seus directores, algumas alegrias também esse contínuo
trabalho de quinze anos nos
proporcionou: solidariedades vindas até nós que não esquecem
mais, relações que se estreitaram, melhor conhecimento das
grandes riquezas espirituais e das importantes fontes de informação desta magnífica unidade que é, sem dúvida alguma, o nosso
Distrito, e que um dia virá a ter, também, como é de justiça, a sua
história de conjunto.
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Desfiando os cinco milhares de páginas, a bem dizer totalizados já
nestes quinze volumes da colecção, consagrados, na
quase totalidade, à história dessas terras onde, de Norte a Sul,
se não extinguiu por completo ainda o eco deixado pelos passos
de nossos Maiores, uma dupla convicção nos domina: por um
lado, o reconhecimento leal, sem velaturas de espécie alguma,
de que apenas uma pequena parte do programa esboçado em 1915 foi possível realizar; por outro, porém, o conhecimento
pleno de que, mesmo assim, não terá sido inteiramente perdido
o esplêndido esforço dispensado à revista pelos seus dedicados
colaboradores.
Alguma coisa, positivamente, se avançou, e a eles por completo se
deve: ao seu trabalho desinteressado, ao sacrifício que nos deram dos
seus ócios e do seu tempo também.
E dever que não declinamos − reconhecê-lo, e, mais do que
isso − proclamá-lo abertamente.
*
No intuito de mais um serviço se prestar ao leitor,
facilitando-lhe, até certo ponto, o aproveitamento dos elementos de
estudo dispersos pela revista, e, ainda, para de alguma forma
se poder proceder a uma espécie de estimativa, sempre conveniente, do caminho percorrido, elaborou-se então o índice que
estas palavras antecedem.
Não é, como desejaríamos e como conviria mais, índice
ideográfico, única modalidade susceptível de dar plena satisfação à curiosidade do leitor e de valorizar ao máximo todo e
qualquer texto, desfiando-o nas múltiplas rubricas que ele comporte;
assim como o Arquivo do Distrito de Aveiro tem,
resignadamente, limitado o seu programa à apresentação do
que humanamente lhe é possível, também forçoso se torna, ao menos por
agora, contentarmo- nos apenas com este singelo
índice por autores.
Diremos unicamente que, tal como ele é, representa já não
pequeno sacrifício que neste momento não poderíamos, de forma
alguma, levar mais longe.
*
Perto duma centena de boas vontades
− noventa e seis colaboradores
directos (excluindo portanto da contagem, como é evidente, os meramente
apresentados em comentário alheio)
deu o seu contributo aos quinze volumes referidos, emprestando-lhes os fulgores das suas penas, o brilhantismo das suas
ideias, os ensinamentos do seu muito saber, quinze deles ficaram já, infelizmente, pelas asperezas do caminho que esta vida
/
300 / e não mais os teremos com o seu conselho amigo e a sua vontade
pronta, lado a lado do Arquivo, a cuja actuação e leais intenções sempre
dedicaram palavras de indulgente encómio e de cordial incitamento.
O Arquivo porém, obra comum, deles e de todos nós
− colaboradores e
assinantes − continuará, o espírito de toda essa magnífica plêiade de
amigos do Distrito permanecerá ligado à vida que as circunstâncias
tornarem ainda possível à revista; o índice geral a todos memora, e, por
nossa parte, ao trabalho de cada um aqui se presta homenagem de muito
reconhecimento
por tão leal camaradagem.
A orientação seguida até hoje condicionará a revista do futuro; com
respeito absoluto pelos ideais de cada um, com não menor respeito por si
próprio, o Arquivo do Distrito de Aveiro deseja constituir
demonstração real de que é possível servir a cultura espiritual com
dignidade, sem forçosamente se descambar para o fragor das paixões
políticas, para adulações deformadoras do verdadeiro sentido das
proporções, ou para a lamentável transformação, infelizmente muito
corrente, dum
debate de ideias em mera questão pessoal.
Em quinze anos de vida, documentada através de cerca de cinco milhares
de páginas, o Arquivo não disse mal de ninguém, não alimentou uma só
questão.
Não nos ê indiferente reivindicar para a nossa revista o reconhecimento
do facto, que se implica atitude intelectual, é da mesma forma, verdadeira atitude social, a registar também, na
conturbada época que atravessamos. Foram o que, em boa e sã verdade se
pode dizer − quinze anos ao serviço do Distrito, e nada mais.
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