Alexandre de Lucena e Vale, O convento de Serém, Vol. VII, pp. 58-65.

O CONVENTO DE SERÉM

EM o número terceiro, de 1935, já o Arquivo do Distrito de Aveiro tratou deste velho cenóbio de capuchos, fazendo a sua história, desde a fundação em 1634 até à sua extinção, dois séculos depois, e subsequente incorporação no domínio particular.

Nesse trabalho, porém, a história do humilde mosteiro serenense é feita por forma tão objectiva e exterior, digamos, que pouco mais é do que uma simples enumeração cronológica dos diplomas relativos à sua vida de dois séculos.

De posse dum manuscrito que pertenceu ao próprio cartório do convento, lavrado por mão de seus religiosos, e escrito para servir de memória às porvindouras gerações de frades daquela comunidade, pareceu-nos que a sua notícia teria algum interesse nas páginas desta revista.

É que, com trazer-lhe a história do convento sob um aspecto novo e ignorado, dá-lha com a poesia e animação que lhe empresta a mesma narrativa do seu fradinho cronista.

Mal diria ele, ao escrever um dia no silêncio recolhido da sua cela de monge, que, volvido pouco mais dum século, a paixão e o sectarismo dos homens haveriam de fazer do seu convento profana propriedade dum ricaço, e que a sua prosa, em vez de servir à edificação dos frades seus irmãos, seria, no acaso do descaminho, pasto de curiosos numa revista de arqueologia!

 

O referido manuscrito é um livro de papel de linho, liso, de 30 x 20 cm, com sessenta folhas escritas, e as restantes − outras tantas aproximadamente − por numerar e em branco.

Encapado de pergaminho, já requeimado e denegrido dos anos, tem na portada, escritos em caracteres elegantes de bom calígrafo, os seguintes dizeres:

Cartorio / ou / Memorial / da fundação, principio / e progressos deste convento de Santo Antonio / de / Serem, / do qual he Padroeiro o possuidor da Cª / Za de Diogo Soares, Secretario de Estado que foi / em Madrid no tempo / 59 / do governo de Caslella. / Do cartorio antigo por estar falto e con = / fuzo se tirou este extracto, sendo guardiam / deste convento o Irmão Confessor Fr. Manoel de S. Antº / natural de Canas. An. 1707 /


Adiante, na folha seguinte, contém-se o respectivo prólogo que transcrevemos na íntegra.


PROLOGO

«Como aos filhos de qualquer familia seja doce e gostoso o acharem noticias do que seus antepassados fizerão pello augmento de suas cazas, como as fundarão, que principios tiverão, e tudo mais que as engrandece e exalta; Assim, aos Religiosos curiosos, são gratissimas as noticias q achão escritas tocantes, não só à gloria da Prouincia de que são filhos, mas tambem ao lustre dos conventos em q assistem moradores. Attendendo a este fim e em cumprimento do que mandão os Estatutos desta santa Provincia em o capitulo 60; por mandado do Irmão Confessor Fr. Manoel de S. Ant.º, tresladei do Cartorio antigo (por estar, diminuto e confuso) a este novo, não só a fundação deste couu.to de S. Ant.º de Serém, mas tambem alguas circunstancias e casos acontecidos naquelles tempos, q parece mostravam ser muito do aggrado divino a sobredita fundação, por lhe precederem cousas, que parecerão milagrosas. Alem desta noticia daremos outra dos guardiaens que forão sucedendo, e obras mais notaveis que no seu tempo fizerão, deixando as pequenas e meudas q, sendo precisas nos Inventarios, são indignas nos cartorios, em q só as obras notaveis se escreuem, como o Estatuto dispoem. Tambem poremos neste Cartorio as memorias da Divisão; Religiosos q fallecerão com opinião de virtude; pessoas q saindo pera Bispados, illustrarão a Igreja, e acreditarão a Prou.ª E suposto estas materias pertenção mais ao Cartorio Geral da Prou.ª que aos particulares dos Conventos; contudo não será alheio da razão que neste tambem se contem para que nelle as vejão os q não podem facilm.te pedir aos Prouinciais lhe mostrem os ditos cartorios da Prou.ª Tambem faremos memória de algúas pertencentes ao nosso Reyno, ao prezente tão apertado com guerras, pera q sendo lidas pellos Religiosos zelosos as noticias do Convento e do Reyno, dem a Deos graças pellos bõns principios dos fundamentos da Caza, e peção a Deos pella paz e conservação da Monarquia. Tudo faremos em capitulos distintos p.ª mais clareza e distinção, dando-lhe principio por obediencia do sobredito g.am Fr. Manoel de St.º Ant.º ano 1707».

(NOTA: a palavra «que» está grafada apenas «q» com til por cima.)
/ 60 /

Pelo traslado que aí fica, já cada um avalia do que no manuscrito se contém. Nós, todavia, limitar-nos-emos apenas a reproduzir, sucintamente, a parte que se refere à fundação e início do velho mosteiro do Vouga.

*

Ao contrário de tantas outras casas de religião que por dilatados anos floresceram na terra portuguesa, o convento de Serém não tem a ilustrá-lo pergaminhos de nobre ou heróica tradição. Nem se prende a nenhum passo da história nem é fruto da piedade sincera de nenhum grande vulto nacional. Ao contrário, o tredo nome do seu fundador e padroeiro só terá sido incentivo às orações caridosas e indulgentes dos pobres frades capuchinhos...

Talvez por isso se não encontra em todo o manuscrito a mais leve referência às virtudes, nem mesmo às de simples piedade, do que fora seu dadivoso instituidor − Diogo Soares, o poderoso valido do Conde Duque de Olivares, Secretário de Estado de Filipe IV, e, com Miguel de Vasconcelos, seu genro, o instrumento senão o autor da política de perseguições e vexames que caracterizam o último período do domínio espanhol em Portugal.

*

Foi no regresso do Capítulo Geral da Ordem que em 1633 se celebrou em Toledo, que Frei Manuel de Santa Catarina, Provincial da Província de Santo António, se avistou em Madrid com Diogo Soares, o qual com sua mulher Dona Maria, obrigados do cortejo e mt.º mais dos beneficios q. de S. Ant.º confessavam terem recebido offereceu á dita Prouincia fazer-lhe á sua custa hum convento em húa de suas terras que os religiosos escolhessem.

*

De regresso ao reino, o Provincial expôs à mesa da Definição da Ordem a mercê do Secretário de Estado.

Resolveu a Mesa aceitá-la e erigir-se o convento nas imediações de Águeda ou Serém, por ficar o sítio a meio caminho do Porto e Coimbra e não existir aí nenhum recolhimento que pudesse servir de pousada aos irmãos ou leigos que dela necessitassem. Com o procurador de Diogo Soares, o desembargador Estêvão de Foios, partiu o definidor Fr. António da Natividade à escolha do local, mas ao que parece, em má hora, porque logo se desentenderam, optando o procurador por se fazer o convento em alguns dos povos de Sequins ou Cazainho, ambos contíguos a Águeda, e insistindo o definidor pela vila de Serém, onde parecia mais conveniente a alguns por ficar no / 61 / meio de muitas freguesias que poderiam ser ajudadas mais comodamente dos religiosos com a doutrina e administração dos sacramentos.

Como o desembargador Estêvão de Foios se não movesse a estes argumentos de conveniência apostólica, e, em sua contumácia, não acedesse à eleição doutro sítio que não fosse o que escolhera, mandou o Provincial dar começo a um pobre recolhimento ou hospício na vila de Serém, o qual hospício se fez nas casas dos Crespos aonde ainda hoje morão os descendentes desta familia com o mesmo apelido, e se conserva por cima da torsa ou padieira da porta o buraco por onde sahia a corda da campainha que servia na portaria(1).

É de crer, ainda que o manuscrito o omita, que diligências da Ordem junto de Diogo Soares, fizessem demover de sua obstinação o caprichoso procurador, porque − diz o cronista − instalados os frades no hospício, não tardou que Estêvão de Foios aparecesse, já convencido de fazer-se o convento no sítio de Serem onde queriam os religiosos e não noutro como elle pretendera.

Apareceu acompanhado dum arquitecto de el Rey, chamado Matheus do Couto, mas logo, chegados ao local onde os frades haviam determinado que seria o mais acomodado às casas do convento, de novo Estêvão de Foios, ou por amor próprio ou porque sinceramente discordasse, opina por que se fizesse em hü Montezinho que hoje se vê entre os campos de Ruyvo e Saladas onde não podia vir agoa ainda que lhe ande o Vouga com sua corrente à falda.

Não sabemos se os pobres frades viram na escolha do desembargador vingativos propósitos de os matar à sede... Certo é que desta vez foi o milagre e já não Diogo Soares que quebrou a contumácia conflituosa do birrento desembargador. Como esta fundação parecia ser providencia especial de D.s, quiz Este determinar o sitio em parte q se conhecesse não ter a prudencia humana eleição nelle, diz o cronista. Foi o caso que neste aperto dos frades perante a decisão de Estêvão de Foios, um sinal prodigioso se deu. Certa mulher de Macinhata apareceu aos frades dizendo que escusavam uns e outros de cansar-se na eleição do lugar para sítio do Convento porque não havia de ser outro senão sobre certo monte de Serém, e isto porque saindo de sua casa ao cantar dos galos, á meia noite, vira aí doze tochas ardendo com uma luz e resplendor nunca vistos. O cura de Macinhata abonou a moralidade e vida virtuosa da mulher, e ele mesmo, ajuramentado, afirmou que, instado por ela, vira também, com seus próprios olhos, as doze tochas / 62 / ardendo como estrelas que desprendião de si mt.º grande claridade.

Este sinal acabou por convencer o Foios e inclinar os religiosos vacilantes, a todos resolvendo à eleição do sítio onde afinal se veio a construir o convento, por entenderem que a escolha já não hera puramente humana se não eleição do ceo.

O cronista alarga-se agora na justificação dos testemunhos comprovativos deste caso sobrenatural, referindo pessoas, algumas ainda coevas dele, outras que de tradição o afirmavam e pessoalmente o referiram a ele mesmo − a mim fr. Manoel da Visitação que escrevo este cartorio.

Enfim, assente o local da fundação logo na primavera de 1635, com a assistência do irmão ministro, os irmãos do recolhimento, mais doze religiosos, o desembargador Estêvão de Foios, todos os priores e vigários vizinhos, a gente principal do povo de Águeda com seu prior − posto que sentidos de se não fundar o convento na sua terra como se praticava antes de final resolução − se procedeu ao lançamento da primeira pedra em 16 de Abril de 1635, uma segunda-feira depois do domingo In-Albis, e festa de Nossa Senhora dos Prazeres.

Benzido o monte pelo Provincial Frei Manuel de Santa Catarina, rezou este missa, e pregou com muita edificação o irmão Frei António dos Anjos Custódio que fora no Brasil, em meio de innumeravel concurso dos povos circumvizinhos que com os seus parrochos vieram assestir a esta solenedade explicando todos o jubílo q seus corações sentiam já com Vozes já com lagrimas de devoção em as quaes se destinguio na variedade dos effeitos o deuotto povo de Agueda.

Daí a dias, iniciavam-se as obras sob a direcção dos próprios autores do projecto ou planta, o já referido arquitecto Mateus do Couto e o irmão Confessor Frey Francisco de Santa Agueda, natural de Braga religioso de grande virtude e singular habilidade tanto na scultura como na Pintura(2).

Acontece aqui que «como as obras de virtude teem sempre sua contradição este novo edificio a teve num padrasto durissimo q perturbou grandemente a consolação dos religiosos.

Foi o caso de que o prior de Macinhata, Francisco de Sousa Côrte Real(3), chamado por qualquer título a intervir nos trabalhos do convento, se houve para com os pobres fradinhos por forma cruel e violenta. E tanta aversão tinha aos religiosos que os / 63 / obrigava a trabalharem pessoalmente nas estacadas que fazia para reparo do campo e chamando-lhes burros pardos, os fazia carregar de estacas e madeiras sobre os hombros e q com suas mãos as pregassem em as margens do Rio Bouga. Os humildes franciscanos obedeciam sem resistência aos preceitos daquele Faraó soberbo sobre quem havia de cair a ira de Deos como a depois se vio, mas não tardou que soubessem que o homem era indigno de ser havido como instrumento de Deus na prova da paciência e humildade deles religiosos.

Clérigo sem vocação, talvez filho segundo, sem património, de alguma família das cercanias, como muitos outros do seu tempo decerto procurara na paroquialidade não a salvação das almas, mas os rendimentos que de seu bolso próprio lhe faleciam... Certo é que com ser mau sacerdote era o homem mau de natureza, pois além de péssimos costumes, indignos de se escreverem, por ministério de dois creados facinorosos que tinham o apelido de Cangalhos acutilava aos homens e açoutava as molheres, a húa das quaes fez navalhar pelas partes posteriores mandando-lhe salgar depois as chagas; de que resultava ser este cruel sacerdote o escandalo de seus fregueses e o terror de seus vizinhos.

Para grandes males grandes remédios − foi o juízo do bom religioso Frei João de Vila Real, que, vistas as insolências e crueldades do Prior de Macinhata, não hesitou em o denunciar à Corte de Madrid, pedindo providências para tão bárbaros desconcertos.

O efeito não se fez esperar, e uma alçada dobrada é expedida para sindicar do procedimento do prior Côrte Real. De nada porém valeu, porque este, apercebido, a tempo se pôs a monte, dizendo:

«Tal alçada sobre ti, Francisco, vai-te daqui»

E certo é que tão a bom recato lhe deram valhacouto que nunca mais dele se soube parte. Não assim dos Cangalhos, seus criados, que acabaram na forca ao que testemunha o próprio cronista de Serém, Frei Manuel da Visitação.

Aliviados deste modo os religiosos das extorsões dum vizinho tão impio e os povos de hú leão tão feroz, todos glorificaram a Deus, tendo por milagre de Santo António o verem-se livres do homem.

O manuscrito dá-nos depois a cronologia das obras, a data em que os religiosos do recolhimento se aposentaram nas casas do mosteiro, o dia em que as aulas começaram de funcionar, aquele em que se rezou a primeira missa, quando se ultimou a cerca, se fechou a abóbada da capela, e se lançou a última pedra do claustro. Não o acompanharemos no largo relato, despido ainda de maior interesse do que aquele que falta a toda a crónica. / 64 /

Referiremos apenas que com a Restauração da Independência Nacional em 1640, e o subsequente confisco de todos os haveres e rendimentos de Diogo Soares, o convento ficou anos sem senhorio nem padroeiro, as obras suspensas à falta de subsídios, e os próprios frades à míngua, vivendo da caridade dos vizinhos.

Remediou neste aperto o próprio Rei Restaurador, que a instâncias do Prelado do Convento, Frei João de Vila Real, o qual veio a ser confessor da rainha D. Luísa de Gusmão, mandou que das rendas de Diogo Soares se pagasse uma taxa para a continuação das obras do mosteiro.

Adiante, em 1644, D. João IV faz mercê do padroado do convento e das vilas de Serém e Préstimo a D. Fernando Mascarenhas, o único dos filhos do Marquês de Montalvão que, se não bandeara com Castela, mas, anos volvidos, foi Deos servido que Castela pedisse pazes: as quaes feitas e abertos os caminhos q as guerras impedirão veio de Castella o S.or Miguel Soares de Vasconcellos Brito de Almeida, filho Morgado de Diogo Soares Padroeiro deste Conuento e Pleiteando os bens q a seu pay se tinhão confiscado e transferido ao Conde-Marichal, por legitima sentença lhe forão restituidos em virtude da qual sentença tomou posse do padroado deste conuento e das villas do Prestimo e Serém que seo pay havia compradas. Este acto de posse se fez em 5 de julho de 1680.

O resto do manuscrito, como reza o prólogo, trata ainda dos prelados da comunidade, dando notícia circunstanciada de quarenta e dois, que abaixo relatamos, refere vários casos prodigiosos que andavam na tradição do convento, e ministra ainda outras notícias concernentes à história da vila de Serém.

Não alongaremos porém com elas o relato que deixamos feito, de si já carecido de todo o interesse − ao menos doutro interesse que não seja a mera curiosidade que para muitos há sempre em tudo que o mistério do passado tocou de sua graça e o dobar dos anos de algum modo enobreceu.


LISTA DOS PRELADOS OU GUARDIÃES DO CONVENTO DE SERÉM ATÉ 1707

1634 − Frei Agostinho de S. Jerónimo, natural de Coimbra.
1639 − Fr. João de Vila Real.
1645 − Fr. Paulo das Chagas, 1.º que teve título de Guardião, natural do Porto.
???? − Fr. Lourenço, de Viana do Castelo.
1650 − Fr. Rufino da Conceição.
???? − Fr. António dos Reis.
1652 − Fr. Vicente de S. José, de Lisboa.
1653 − Fr. Gaspar Salvador.
1654 − Fr. Pascoal do Deserto.
???? − Fr. António da Conceição, de Alviães de Palmaz.
???? - Fr. António do Rosário, de Sabugosa.
???? − Fr. André de S. Bento, de Casal Ventoso, Sertão
/65 /
1659 − Fr. António da Natividade, de Braga.
???? − Fr. Sancho de S. Pedro.
1662 − Fr. Manuel de Tomar.
1663 − Fr. Bernardino de S. Pedro, de Braga.
1665 − Fr. João de St.º António, de Ferreira.
1667 − Fr. Miguel de S. Gaspar, de Murça.
1669 − Fr. Luís de S. José, de Cabanas.
???? − Fr. António da Rosa, de Lisboa.
1672 − Fr. Manuel do Espírito Santo, de Fragosela.
???? − Fr. Cristóvão de Santa Isabel, de Viseu.
1675 − Fr. Vicente das Neves, de Cabanas.
1677 − Fr. Miguel das Chagas, de Resende.
1678 − Fr. António da Conceição, de Lisboa.
???? − Fr. João de St.º Tomaz, de Punhete.
???? − Fr. Manuel do Nascimento, de Trocifal.
1683 − Fr. Gregório da Assunção, de Bolfeta, Palmaz.
1685 − Fr. Manuel da Ressurreição, de Entre-Rios.
1688 − Fr. Dionizio de Santo António, de Espinhal.
1689 − Fr. Pedro da Conceição, de Lisboa.
1690 − Fr. João da Visitação, do Espinhal.
1692 − Fr. António da Esperança, de Coimbra.
1694 − Fr. Manuel da Visitação, da Mourisca.
1695 − Fr. António da Esperança, de Coimbra.
1697 − Fr. Matias de Santo António, de Coimbra.
1699 − Fr. Manuel da Purificação, da Lourinhã.
1700 − Fr. Dionízio de Santo António, do Espinhal.
1701 − Fr. Francisco do Salvador, de Miranda do Corvo.
1703 − Fr. Sebastião do Rosário, de Esgueira.
1706 − Fr. Manuel de Santo António
(4), de Canas.
1707 − Fr. Bernardino de S. João, de Sabugosa.

Viseu - Dezembro de 1940.

ALEXANDRE DE LUCENA E VALE

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(1)Em nota, à margem do manuscrito, alguém escreveu: há pouco tempo a esta parte se tapou o tal biquito ou buraco com ocasião de se rebocar a parte onde estava.

(2) Quem estas linhas escreve possui na Casa do Calvário em Canelas de Estarreja, com outros manuscritos do convento de Serém (Livro dos Óbitos e das Sepulturas, Livro de Registo das Visitações, das Cartas dos Provinciais, das Despesas, etc.) duas telas de pintura a óleo, séc. XVIII, de 120x90 cm aproximadamente, que presume haverem pertencido ao mesmo convento, e que bem podem ser da mão do frade pintor referido no texto. 

(3) − Seria o mesmo que abonou a vidente?

(4) Este foi o 1º Prelado ou guardião, depois que se constituiu a Província da Conceição, e já foi eleito no 1º capitulo celebrado no Convento de Santo António de Viana. Até então os capítulos eram feitos no Convento da Castanheira.

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