Adolfo Faria de Castro, Ex-Libris di Distrito. Américo Rodrigues da Costa Ferreira, Vol. 1, pp. 289-290.

EX-LIBRIS DO DISTRITO

II

 [Vol. I - N.º 4 - 1933]

AMÉRICO RODRIGUES DA COSTA FERREIRA

(S. JOÃO DA MADEIRA)

Ex-libris individual − gravado (zincogravura).

Desenhado pelo próprio, em Agosto de 1934

Gravado por Simão Guimarães, Porto.

Impresso a preto.

Composição: Quadro preto, tendo, desenhado a branco, uma cara formada pelas iniciais do nome do autor e um braço erguido, segurando na mão uma candeia acesa. No chão dois livros, um aberto representando o início da leitura, e o outro fechado.

Divisa: Espalharei a Luz.

Este ex-libris identifica uma biblioteca de cerca de 1.500 volumes sobre pedagogia, literatura, ciências, arte, etc. O seu possuidor é distinto professor primário diplomado pela antiga Escola Normal de Leiria, delegado do Inspector Escolar em S. João da Madeira e autor de várias publicações didácticas. Quando exerceu o magistério na capital, teve a seu cargo a direcção de estudos no Asilo de D. Maria Pia que o encarregou de organizar os trabalhos manuais escolares destinados à exposição do Rio de Janeiro, comemorativa do centenário da independência.

(Ex-libris inédito, reproduzido pela chapa original).

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«O ex-libris é um fragmento de Arte, ao serviço do livro mais simples, mais banal, mais conhecido. É evidente manifestação pessoal, no sentido de tornar um in-fólio em propriedade / 290 / intransmissível, valorizada pelo sentimento artístico do possuidor. Não há fronteiras para os ex-libris; − vão das simples palavras manuscritas a inscrições tipografadas. A gravura e a imprensa deram individualidade nova aos ex-libris. Há os que são belos especimens de desenho, saídos de mãos inspiradas; há os que são delicadas composições ornamentais; há os que são esplêndidas alegorias decorativas; há os que são soberbas estrofes de poetas. Os ex-libris abrangem, harmonizam tudo: simbolismo, fantasia, evocação, emblemas, divisas. E os ex-libris heráldicos são abundante fonte de exploração para a insaciabilidade dos genealogistas. Outros encerram afirmações de fé religiosa, de sentimento patriótico ou de pensamento filosófico. Várias modalidades, diferentes sentidos, multiformes direcções. Mas, acima de tudo, o ex-libris é uma síntese do culto pela arte.»

(Do livro Impressões de Arte, nos prelos

           da Coimbra-Editora, Ld.ª)

ADOLFO FARIA DE CASTRO