BIBLIOGRAFIA

O ARQVIVO DO DISTRITO DE AVEIRO dará sempre notícia das obras à sua Redacção enviadas quer por autores quer por editores.

De harmonia com a prática seguida pelas publicações suas congéneres, fará também algum comentário crítico aos livros de que receba dois exemplares.


Receberam-se já, e muito se agradecem, as seguintes obras:


ESCOLA CENTRAL DE OFICIAIS

«ALTOS ESTUDOS MILITARES»

CONFERÊNCIAS

1933-1934
 


Tenente-Coronel ADRIANO MENDES STRECHT DE VASCONCELOS
«ESTUDOS REGIONAIS»
«DIVAGAÇÕES ETIMOLÓGICAS ACERCA DO NOME DE PORTUGAL». 1934

Sumário desta obra: Preliminar. Da Lusitânía. Da Galécia. Lisboa. Gaia. Vila Nova. Calle. Caledunum. Festabole. Tastabole e Tarazia. A barra do Douro. As embocaduras do Douro. O Douro. Porto. Gal. Terra de Santa Maria. Do étimo de Portugal. Conclusões.


MANUEL LÍRIO
«DIOGO CÃO EM CABO NEGRO (AUTO DO PADRÃO)
1935

Se a exaltação dos feitos nacionais que nos dignificam e acreditam à face da História como magníficos obreiros da civilização é altamente louvável e pode, mesmo, constituir patriótico e interessante tema artístico, não é menos certo que impõe ao realizador cuidados extremos de tacto e de exactidão para que não resultem diminuídas as figuras ou os factos que se pretenderam exaltar.

É este o grande escolho onde as iniciativas de teatro histórico as mais das vezes naufragam.

As qualidades aproveitáveis do pequeno auto que presente temos encontram-se lamentavelmente prejudicadas, em nosso entender, pelos seguintes factos: impropriedade de linguagem em relação à época evocada (século XV); apresentação, indirecta embora, dum ideal norteador dos descobrimentos portugueses que se não ajusta ao que pela História sabemos ser a mentalidade do tempo; afirmações dificilmente documentáveis (é muito discutível se os portulanos anteriores às viagens dos portugueses não / 160 / mencionavam terras além do Cabo Não); deformação da verdade histórica, (compare-se, por exemplo, a torturada poesia que o autor introduz na base do padrão, com a digna simplicidade das inscrições autênticas deixadas pelo Navegador: «o eycelente esclarecido Rei dom J.º s.º de Portugal mandou descobrir esta terra e poer este padram por d.º cão cavº de sua casa»; outra: «aqui chegaram os navios do esclarecido Rei D. João II de Portugal»; ou ainda: «o muj alto muj eicelete poderoso principe elrey Dõ Joam segundo de Portugal»...

É que, na verdade, e acima de tudo mais, os padrões eram mandados colocar ao longo da costa por D. João lI, e o facto não deve ser esquecido; até o brasão concedido ao Navegador memora o facto; deram-lhe por armas dois padrões, lembrança da incumbência executada).

A própria dinâmica da cena exige reparo; o autor sugestionou-se com alguma marcação de revista que viu e aplicou-a ao século XV, na costa de África, após a colocação do padrão, resultando daí que... «a equipagem evoluciona em cena ao som do apito do contramestre, e vozes de comando, cantando Portugal é lindo»! No século XV!

Assim uma espécie de marcha do Rancho do Vapor, da Figueira da Foz, marcada por Diogo Cão...

Não pode ser. Figuras desta envergadura não se tratam por tal forma; o nome de portugueses, que todos usamos, tem também as suas exigências.

Que o autor nos desculpe a franqueza, mas a sua intenção, aliás muito louvável, não o absolve das deficiências apontadas, fáceis de evitar.

R. M.


PERMUTAS

Em permuta recebemos também as publicações seguintes:


− GRANDE ENCICLOPÉDIA PORTUGUESA E BRASILEIRA − Lisboa, Empresa Nacional de Publicidade. Fascículos 1 a 3.

A excepcional importância e o largo alcance desta publicação impõe-nos o dever de para ela chamar a atenção dos nossos prezados leitores, na certeza de que prestarão o seu concurso a uma iniciativa honesta, séria e patriótica, que sinceramente desejamos veja o seu esforço coroado de êxito.

Nem só monumentos de pedra e bronze glorificam uma Nação. Obras como esta, quando bem orientadas e servidas por colaboradores à altura da sua especial missão, honram a cultura dum Povo e a civilização em que ele se integra.

O ARQVIVO DO DISTRITO DE AVEIRO acompanha com a maior curiosidade a notável publicação que aos seus leitores recomenda, e anotará os artigos que ao nosso distrito digam respeito.

R. M.


− "O Correio de Portugal" − Jornal de actualidades internacionais − Lisboa.

− "Álbum Figueirense" − Revista regional da Figueira da Foz.

−  "A União" − Órgão oficial do Centro Católico português e revista de documentação − Lisboa.

− "Boletim da Casa das Beiras" − Lisboa.

− "Estudos" − Órgão do C. A. D. C. de Coimbra.

− "Revista Portuguesa de Comunicações" − Lisboa.


Volkstum und Kultur der Romanen − Sprache, Dichtung, Sitte. VII Jahrgang, 1, 2, 3 Heft. 1934.− Órgão do Seminário de Estudos Românicos, de Hamburgo, onde a Língua e a Etnografia Portuguesa encontram sempre particular acolhimento.


Composição e impressão − TIPOGRAFIA POPULAR − Figueira da Foz

 

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