Morreu em 1389. Considerado «o mais perfeito dos poetas persas»; «a
voz das coisas escondidas»; «o intérprete dos mistérios celestiais».
Traduzi este poema a partir da versão inglesa sobre o original, que
já referia a dificuldade de penetrar nesse mundo interior, forjado
numa cultura muito própria.
Esforcei-me por manter uma fundamentada empatia e um fraseado
elegante. Utilizei especialmente as seguintes obras: The Religious
Experience of Mankind de NINIAN SMART, Collins, 1971; The Message
and the Book de JOHN BOWKER, Yale UniversityPress, 2012 (donde o
poema, p. 155).
De entre os seus muitos versos, gravaram estes no seu túmulo:
Velho que eu seja, embora, abraça-me estreitamente
E assim, quando a aurora me despertar, jovem de novo
Ao calor do teu abraço e da carícia no meu rosto,
Hei de erguer-me bem alto, oh sim bem alto!
E deixa que os meus olhos
Fiquem cativos de prazer ao ver tua beleza.
Tu és o fim dos mais altos desejos e ambições.
Ídolos desfeitos, tu és o Único a quem Hafiz adora:
E o teu rosto, olhos nos meus olhos, diz-me bem-vindo
Do mundo – e a vida avança cada vez mais alto, oh sim
bem alto!
Aveiro, 21-03-2021 |