Em número de piscinas, o nosso distrito é o
primeiro de Portugal. Para que tão agradável
título possa ostentar lhe bastam as de Azeméis e
da Curia, de Espinho e do Luso.
Da piscina do Clube Escola Livre fala-se noutro
lugar. As restantes, diferentes todas mas todas
belas, poderiam ser encastoadas sem desdouro em
qualquer região europeia de grande turismo.
Paradoxalmente, escasseiam as piscinas no
distrito. Centros populacionais importantes, numa
zona onde o homem é quase anfíbio ─ como
escreveu Raul Brandão, mestre aguarelista da prosa portuguesa ─ não as
possuem.
Evidentemente que nos dispensamos de falar
em piscinas cobertas, onde o treino por assim dizer ininterrupto permitiria ao nadador a
conservação da «forma». Referimo-nos a piscinas ao
ar livre, sem esquecer os modestos mas utilíssimos
tanques de água salgada, fáceis de construir numa
região ribeirinha como a nossa.
As existentes piscinas, com o seu ambiente cosmopolita, embora servindo
também o desporto,
têm uma função diversa, perfeitamente distinta
daquelas que urge construir. Efectivamente, a natação de competição não se compadece com a
lacuna. E esta só será preenchida quando piscinas
de carácter popular e desataviados tanques estiverem ao serviço dos clubes, de multidão de
praticantes. Salvo uma ou outra excepção, a qualidade
é um produto da quantidade. Os grandes campeões emergem do seio das enormes massas de
competidores. |